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sábado, novembro 23, 2024

ARTRITE REUMATÓIDE

A Artrite Reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica sistêmica que afeta as articulações e outros órgãos. A causa é desconhecida e não possui nenhum teste diagnóstico específico.

O American College of Rheumatology recentemente revisou os critérios diagnósticos da doença para dar uniformidade em sua investigação eepidemiologia e são eles:

rigidez articular matinal com duração > ou = a 1 hora
edema (inchaço) de 3 ou mais articulações
edema das articulações das mãos (dedos), interfalangeanas, e/ou pulso (punho) metacarpofalangeanas
edema simétrico (bilateral) dos tecidos moles periarticulares
presença de nódulos subcutâneos
Fator reumatóide no sangue positivo
erosões articulares e/ou periarticulares com diminuição da densidade óssea, nas mãos ou pulsos, observadas em exames radiológicos.
O critério para o diagnóstico é a observação contínua por 6 semanas ou mais e 4 dos 7 critérios estarem presentes.

Seu aparecimento ocorre entre a 4 e 6 década de vida (exceto a forma juvenil). As mulheres são mais freqüentemente acometidas que os homens (2a 3 vezes).

Sua etiologia (causa) permanece desconhecida e os pesquisadores tentam 3 pontos de investigação que são promissores:

1) fatores genéticos.

2) anormalidades autoimunes e

3) uma infecção microbiana aguda ou crônica como gatilho para a doença.

Os achados clínicos podem variar. As articulações das mãos, pulsos, joelhos, pés e tornozelos, pescoço, cotovelos, ombros, quadris, esterno-claviculares, têmporo-mandibulares e cricoaritenóide (na frente do pescoço) podem ser acometidas (dor, inchaço e inflamação com destruição progressiva articular). Outros órgãos ou tecidos como a pele, tecido subcutâneo, unhas, músculos, rins, coração, pulmão, sistema nervoso, olhos e sangue podem apresentar alterações. A chamada Síndrome de Felty (aumento do baço, dos gânglios linfáticos e queda dos glóbulos brancos em paciente com a forma crônica da AR) também pode ocorrer.

Laboratorialmente a anemia é um achado comum, assim como o nível de ferro sangüíneo. O fator reumatóide no sangue é positivo em cerca de 80% dos casos e anticorpos antinucleares, detectados por imunofluorescência em geral em baixa titulagem são encontrados em 30 a 40% dos casos.

O tratamento tem como objetivos: aliviar a dor, reduzir a inflamação, minimizar os efeitos colaterais indesejáveis, preservar a força e a massa muscular (atrofias são freqüentes) assim como a função da articulação e o retorno ao estilo de vida normal do paciente o mais rapidamente possível.

O programa inicial básico que deve ser proposto para a grande maioria dos pacientes é: repouso adequado, terapêutica antiinflamatória e medidas físicas (fisioterápicas) para manter a função articular e a massa muscular. Geralmente a hospitalização é desnecessária. Os exercícios, mesmo passivos (feitos com ajuda) devem ser mantidos assim como a terapia com calor (que causa dilatação dos vasos sangüíneos, com aumento do fluxo de sangue para a área e maior velocidade na remoção das substâncias metabólicas indesejáveis).

Os antiinflamatórios não esteróides são a base do tratamento e dentre eles podemos usar o ácido acetil salicílico, ibuprofeno, naproxeno, tolmetim, indometacina, sulindac, piroxicam, diclofenaco e outros. O ácido acetil salicílico geralmente é mais efetiva que os outros, mas pela necessidade de altas dosagens os outros podem ser melhor tolerados.

Os efeitos colaterais destas drogas podem tornar-se um problema terapêutico e os mais comuns são: irritação gastrointestinal, reações na pele, aumento do tempo de coagulação sangüíneo, toxicidade hepática reversível e comprometimento da função dos rins.

Se os medicamentos acima falham podemos usar os antimaláricos, sais de ouro, penicilamina e o metotrexate.

O antimalárico mais usado é a hidroxicloroquina que pode causar lesões retinianas e o acompanhamento oftalmológico se faz necessário.

Os sais de ouro produzem remissão do quadro em muitos casos tendo como efeitos colaterais a lesão renal e da medula óssea, também devendo sermonitorizado o uso da droga.

A penicilamina é também usada e pode produzir melhora e até remissão mas, como os sais de ouro, seus efeitos demoram a ocorrer e os mesmos cuidados acima mencionados devem ser feitos. Pode ainda induzir outras doenças autoimunes como a Miastenia Gravis, o Lupus Eritematoso e a Síndrome de Goodpasture.

As drogas imunosupressoras como a azatioprina, o metotrexate, a ciclofosfamida e o clorambucil são usados nos casos graves de AR. O mais efetivo no tratamento é o metotrexate, mas possui inúmeros efeitos colaterais.

O uso dos chamados corticóides possuem efeitos consideráveis na AR, mas devem ser evitados rotineiramente e a longo prazo, devido a suas complicações. São indicados no fracasso da terapêutica conservadora, lesões articulares severas, presença de importantes manifestações sistêmicas (outros órgãos) e existência de alterações oculares. Quando usados devem ser prescritos na menor dose possível, mas em alguns casos grandes doses são necessárias (neuropatia, cardite, pleurite, etc…). Podem causar aumento excessivo de peso, face de lua cheia, acne, manchas arroxeadas pelo corpo (equimoses), hirsutismo, diabetes, úlcera péptica, osteoporose, catarata, miopatia, distúrbios mentais e aumento do número de infecções oportunísticas. O sal mais indicado é a prednisona.

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