INTRODUÇÃO
As instalações nas quais se fazem os exames químicos e microscópios do sangue, outros líquidos do organismo e tecidos são chamados de laboratórios clínicos. Estes laboratórios encontram-se inseridos em varias organizações, sejam governamentais sejam privados. O laboratório clinico pode ser grande, oferecendo serviços sofisticados e empregando muitos profissionais habilitados, ou pode ser pequeno,com apenas um empregado.
O laboratório clinico é um local de trabalho dinâmico. Muitas mudanças estão ocorrendo na medida em que os papeis do pessoal do laboratório clinico estão se redefinindo e a tecnologia avança. A necessidade de contenção de custos para prover os serviços de saúde e a promessa de maiores mudanças nos nossos sistemas de fornecimento de serviços de saúde significa que os laboratórios deverão ser flexíveis no ajuste de suas tendências do futuro.
A informação obtida das analises é usada no diagnostico e tratamento das doenças, bem como a manutenção da saúde.
I. TIPOS DE LABORATÓRIO CLÍNICO
Os laboratórios médicos ou clínicos podem ser colocados em dois grandes grupos: laboratórios de hospitais e laboratórios não hospitalares. Ainda que muitas pessoas relacionem o laboratório ao hospital, existem laboratórios em clinicas medicas, centros médicos, consultórios médicos, consultórios veterinários, repartições do governo e em instalações militares.
I a .Laboratórios Hospitalares
Existem laboratórios clínicos em hospitais privados e públicos, alem de hospitais das forças armadas.
O tamanho do laboratório desses hospitais depende basicamente do tamanho do hospital. Um laboratório de um hospital de 100 leitos (pequeno) talvez execute apenas técnicas mais rotineiras. Exames mais complexos ou menos solicitados são enviados a laboratórios e /ou hospitais maiores.
Em um laboratório de tamanho médio (cerca de 300 leitos), exames de rotina alem de alguns testes mais complexos são executados. Somente os testes mais recentes ou com alto grau de complexidade são enviados a laboratórios de referencia!
Muitos laboratórios em grandes hospitais (acima de 300 leitos) manuseiam grande volume de trabalho e executam testes complexos.
I b .Laboratórios não-hospitalares
Laboratórios fora de hospitais podem ser operados pelo governo ou pela iniciativa privada. Eles fornecem muitos serviços e emprego para trabalhadores habilitados. Em 1992, mais de 50% de todos os serviços de laboratório foram obtidos de laboratórios não-hospitalares.
Laboratórios de consultórios médicos : Muitos pequenos laboratórios localizam-se nos consultórios dos médicos que são especialistas, tais como hematologistas e urologistas. Médicos generalistas também podem ter laboratórios nos quais técnicas de rotina, como hematocrito ou urinalise são executados. Laboratórios maiores podem ser associados a clínicas medicas ou a centros médicos. Em anos recentes o uso de equipamentos portáteis, usualmetne localizados em shopping centers, tem-se generalizado. Técnicas comuns de laboratório tais como contagens de sangue, culturas de garganta e testes de urina são feitos nessas instalações. ( nos EUA)
Laboratórios de Referencia : Os laboratorios de referencia geralmente são privados e de escala regional, perfazendo grandes volumes de exames e oferecendo uma ampla variedade de exames. Grandes hospitais normalmente utilizam estes laboratórios primeiramente para fazer testes mais sofisticados e com pouca freqüência de solicitação. Hospitais menores e consultórios médicos usam-no para fazer uma maior gama de exames. Os laboratórios de referencia oferecem serviços de coletas de amostras nos laboratórios conveniados.
Laboratórios do governo(Federal)
Laboratórios do governo ( Estadual)
II .REGULAMENTAÇÃO PARA LABORATÓRIOS CLÍNICOS
Os laboratórios clínicos são regulamentados por leis federais e estaduais. Todos os laboratórios que fazem analises de amostras de material humano, exceto laboratórios de pesquisa, devem ter aprovação do Departamento de Saúde para operarem.
III. DEPARTAMENTOS DO LABORATÓRIO CLÍNICO
O numero de departamentos do laboratório clinico varia. Bioquímica, hematologia, microbiologia, banco de sangue e coleta e processamento de amostras usualmente operam como departamentos, setores ou seções, cada qual tendo seu próprio chefe ou supervisor geral. As subdivisões variam de laboratório para laboratório. Grandes laboratórios podem ter departamentos separados para coagulação, urinalise, sorologia ou parasitologia.
Coleta e processamento de amostras : Muitos laboratórios de hospital tem um departamento separado responsável pela coleta e processamento das amostras para exame. Esse pode ser chamado departamento de flebotomia. Flebotomistas são as pessoas que colhem o sangue. Em muitos laboratórios, parte ou toda responsabilidade por esse serviço é dividida entre os técnicos de laboratório e a enfermagem. Em pequenos laboratórios, as amostras são colhidas diretamente pelo setor responsável pelo exame a ser feito. Em laboratórios maiores são colhidas em uma central de processamento onde as mesmas são processadas, registradas no computador e rotuladas antes de serem encaminhadas para cada setor de exame.
Hematologia : No departamento de hematologia, muitos testes incluem o estudo dos componentes celulares do sangue. Sangue total é usado na maioria dos exames. As técnicas hematológicas podem ser qualitativas ou quantitativas. Os procedimentos quantitativos incluem contagens dos vários componentes do sangue. Por exemplo, o numero de leucócitos, eritrócitos e plaquetas em uma amostra de sangue podem ser determinados. Estas contagens podem ser feitas manualmente ou em aparelhos automatizados. As técnicas qualitativas são aquelas nas quais os vários componentes do sangue são observados por suas qualidades, quais sejam tamanho, forma e maturidade. Usando um microscópio, um funcionário do laboratório pode ver um esfregaço de sangue para determinar os tipos de leucócitos presentes, estimar o tamanho, forma e conteúdo de hemoglobina, ou estimar o numero de plaquetas. A presença de alguma anormalidade será vista durante o exame microscópico do esfregaço sanguineo. Isso pode iniciar a identificação de leucócitos ou hemácias imaturas. O hematrocito, os índices hematimetricos e o conteúdo da hemoglobina são testes comumente realizados para o diagnostico de anemias. Varias empresas fabricam sofisticados aparelhos que são capazes de executar vários procedimentos hematológicos simultaneamente.
Coagulação : Os testes de coagulação podem ser feitos no departamento de hematologia, ou, em grandes laboratórios , a coagulação é um departamento à parte. Os testes de coagulação são feitos para diagnosticar e monitorar pacientes que tenham falhas no mecanismo de coagulação ou que estejam sendo tratados com drogas anticoagulantes.
Urinalise : Assim como a coagulação, a urinalise pode ser um departamento separado em um grande laboratório, ou pode ser uma subdivisão de algum outro departamento, usualmente hematologia ou bioquímica. No departamento de urinalise são feitos exames físicos, químicos e microscópicos das amostras de urina.
Bioquímica : No departamento de bioquímica, os procedimentos são geralmente feitos no soro, que é parte liquida do sangue após ter-se formado coagulo. Os testes também podem ser feitos em plasma, urina e outros fluidos do corpo, como liquor e liquido sinovial! Procedimentos freqüentes realizados na bioquímica incluem dosagens de glicose, colesterol, enzimas hepáticas ou cardíacas e medidas dos eletrólitos ( sódio, potássio, cloretos e bicarbonatos) no sangue. O departamento de bioquímica é o maior em todos os laboratórios e pode ter varias subdivisões. Subdivisões freqüentes podem ser química especial ou toxicologia. Aqui o sangue ou urina do paciente podem ser analisados para descobrir qual droga está envolvida em uma overdose, ou níveis de drogas medicamentosas podem ser monitoradas, ou o nível de hormônios pode ser medido.
Microbiologia : O departamento de microbiologia é responsável pelo crescimento e identificação de microorganismos, usualmente bactérias, isoladas de amostras de pacientes, como sangue, urina, escarro, secreções e outros fluidos do corpo. Após o organismo ter sido cultivado de uma amostra, testes de susceptibilidade consiste na exposição de um organismo vivo a vários antibióticos e observando os efeitos no crescimento do organismo. Isso ajuda a determinar qual antibiótico poderá ser mais efetivo no tratamento de uma infecção. Virologia, o estudo dos vírus, e micologia, o estudo dos fungos, são geralmente uma parte do laboratório de microbiologia.
Banco de sangue : O departamento de banco de sangue também pode ser chamado de serviço de transfusão ou imuno-hematologia. Se uma transfusão é necessária, o grupo ABO e o fator Rh do paciente são determinados pelos técnicos do banco de sangue. Esses testam ainda as unidades de sangue que estão estocadas para determinar quais são compatíveis para transfusão do paciente. O departamento de banco de sangue também é capaz de processar o sangue doado em componentes específicos, tais como concentrado de hemácias e plasma .
Sorologia/Imunologia : Sorologia ou imunologia pode ser uma subdivisão do departamento de banco de sangue ou da microbiologia, caso não seja possível um departamento separado. Soro é a amostra geralmente usada para testes sorológicos, algumas vezes a urina pode ser testada. Na sorologia, as amostras são testadas usando métodos antígeno-anticorpo. Entre os tetes feitos nessa divisão, estão os testes de gravidez, artrite, mononucleose infecciosa, infecção por HIV, hepatite e doenças sexualmente transmissíveis.
IV. COMUNICAÇÕES
É importante ter bons canais de comunicação dentro do laboratório e entre o laboratório e os médicos, outros departamentos dentro do hospital e outros serviços de saúde. Boa comunicação e cooperação entre esses grupos ajuda a assegurar que os pacientes tenham o melhor cuidado possível.
Muita da comunicação entre os laboratórios e serviços de saúde é agora facilitada pelos computadores. É possível hoje requisitar exames, analisar os dados e reportar ao paciente os seus resultados por computador. No entanto, embora a informação do paciente esteja disponível no computador, esta informação é confidencial.
V .O PROFISSIONAL DO LABORATÓRIO CLÍNICO
O que fazem esses profissionais? Eles trabalham como detetives médicos. Eles usam microscópios para observar mudanças nas células. Eles testam o sangue para achar doadores de sangue compatíveis para transfusões. Eles medem substancias como a glicose e o colesterol do sangue. Eles descobrem e identificam organismos causadores de infecções. Eles operam equipamentos complexos. Eles usam padrões e controles para assegurar resultados confiáveis. Eles trabalham sob pressão, com rapidez, precisão e exatidão.
VI .HISTÓRIA DAS ANÁLISES CLÍNICAS
As analises clinicas podem ser rastreadas através de vários séculos. Escritos em papiros de 1000AC já faziam descrição de parasitas intestinais, um precoce exemplo de parasitologia. Nos tempos medievais, médicos hindus faziam urinalises empíricas quando observavam que algumas urinas tinham um sabor adocicado e atraiam formigas. Com a invenção do microscópio e a melhoria no século 17, o estudo de espécimes vivos progrediu da simples observação visual para a observação microscópica.
O primeiro laboratório clinico dos Estados Unidos apareceu recentemente no século 19 e era muito primitivo. Consistia apenas de uma mesa e um microscópio. Eles eram ocupados geralmente por médicos que tinham um interesse especial pela “medicina de laboratório”. No censo dos Estados Unidos de 1900 foram listados apenas cem técnicos de laboratório, todos masculinos.
Após a 1ª Guerra Mundial, os laboratórios cresceram em numero e tamanho. Logo ficou claro que existia a necessidade de educar trabalhadores de laboratório, definir as exigências educacionais e identificar os profissionais treinados. Nos anos de 1930, as exigências educacionais básicas foram estabelecidas e escolas de tecnologia medica treinavam trabalhadores para o laboratório clinico. Exames de certificação foram criados para medir o conhecimento e a habilidade dos trabalhadores.
Desde a 2ªGM, a tecnologia para exames de laboratório tem-se tornado cada vez mais complexa. Os exames de laboratório têm agora um papel essencial na medicina. Trabalhadores especialmente treinados agora formam a maioria da força de trabalho nos laboratórios clínicos. A tecnologia de hoje nos permite um nível de cuidados à saúde apenas imaginados há poucos anos atrás. O campo esta constantemente mudando e se ampliando como resposta às novas tecnologias, novas leis federais e mudanças nas necessidades dos serviços de saúde.
VII. O PROFISSIONAL DE LABORATÓRIO HOJE
Existem hoje milhares de laboratórios clínicos, grandes e pequenos. Alguns laboratórios são altamente sofisticados e oferecem muitos exames complexos. O pessoal desses laboratórios é formado por profissionais altamente qualificados, que executam testes complicados. Eles também podem servir de diretores de laboratório, consultores, professores, supervisores e administradores. Para se tornar um profissional qualificado exigem-se certas características pessoais, a conclusão de um curso especializado e aprovação de um exame nacional.
Varias agências e organizações estão envolvidas na fixação e manutenção de padrões na profissão.
Uma lista de agencias de acreditação de programas educacionais, certificação de pessoal, e organizações profissionais e sociedades que contribuem para o continuado desenvolvimento do profissional de laboratório.
VIII. QUALIDADES PESSOAIS DESEJÁVEIS NOS PROFISSIONAIS DE LABORATÓRIO
Dedicação, cooperação, asseio e uma atitude de atenção são algumas das qualidades essenciais no profissional de serviços de saúde. Alem dessas, existem algumas características especiais das pessoas que trabalham em laboratórios clínicos.
Para progredir na profissão, a pessoa deve ter vigor físico, boa visão, visão normal de cores, destreza manual, inteligência e uma aptidão para ciências biológicas. É necessário formação na área de Farmácia , Bioquímica, Biomedicina ou Medico Patologista. Ou, curso técnico.
Hoje em dia, está em discussão a possibilidade de biólogos também atuarem em laboratórios de analises , porem , ainda esta em aberto. O CRF não esta admitindo essa possibilidade, pois na graduação, os biólogos não têm uma grade de matérias que sustente a idéia.
Os trabalhadores nessa área, devem ser observadores, motivados, habilitados a fazer cálculos e medições exatas e precisas e devem ter censo de organização.
IX .REQUISITOS EDUCACIONAIS…
Os dois níveis de profissionais mais comumente encontrados no laboratório são:
Tecnologista medico ou cientista de laboratório clinico : Possui o grau de bacharelado e completou um treinamento de um programa de tecnologia medica acreditado. No Brasil, os profissionais pedidos são : Farmacêuticos Bioquímicos, Médicos Patologistas Clínicos e Biomédicos.
Técnico de Laboratório: Normalmente possui um certificado de um programa de treinamento de técnicos de laboratório. No Brasil, técnico de laboratório, normalmente de curso técnicos de escolas técnicas.
Áreas de Especialização : Há a opção de especialização em uma área de trabalho do laboratório como microbiologia, hematologia ou banco de sangue.
X . SEGURANÇA
Segurança é um tópico que deve estar em primeiro lugar nos pensamentos e ações de todos os fornecedores de serviços de saúde, tanto empregados como empregadores. O objetivo dos trabalhadores de saúde deve ser qualidade no fornecimento de cuidados ao paciente em um ambiente que seja seguro para ambos, trabalhador e paciente. Segurança não só se tornou uma função humanitária, mas uma necessidade legal. Um incremento na ênfase da segurança nos serviços de saúde foi provocado pela síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).
XI. PERIGOS FÍSICOS
Perigos ou riscos físicos estão presentes em todo e qualquer aparelho que se possa pensar ou no seu entorno. Equipamento elétrico,chama aberta, instrumentos de laboratório e vidraria, todos podem ser perigosos se usados inadequadamente.
FOGO: Perigo potencial no local de trabalho. Infelizmente, incêndio não é incomum, todavia, a maioria dos incêndios são pequenos.Muitos incêndios ocorrem na seção de bioquímica ou onde chamas abertas, como em Bico de Bussen, estão sendo usadas. Produtos inflamáveis devem ser guardados em armários a prova de fogo, longe de fontes de calor e em uma área bem ventilada. Quando chamas abertas estão sendo usadas, cuidados devem ser tomados para evitar que roupas esvoaçantes ou cabelos longos não fiquem ao alcance do fogo. Extintores de incêndio do tipo adequado devem estar facilmente disponíveis.Um cobertor de incêndio deve estar acessível no caso de roupas pegarem fogo.
Treinamentos simulados de incêndio devem ser realizados freqüentemente. Os trabalhadores do laboratório devem conhecer o caminho de saída e os procedimentos a tomar caso esta saída esteja bloqueada. Todos os trabalhadores devem saber a localização dos extintores e como usa-los .Os extintores devem ser inspecionados regulamente a data de inspeção deve ser anotada.
XI a .Equipamento de Laboratório
O equipamento de laboratório só deve ser usado conforme o manual de instruções de uso do fabricante. Qualquer instrumento de partes móveis, como uma centrifuga, deve ser manuseado com cuidado. A tampa da centrifuga deve ser trancada antes de ligar a centrifuga. Quando a centrifuga for desligada, a tampa só deve ser aberta quando o rotor estiver completamente parado.
Autoclaves que usam vapor sob pressão para estilizar instrumentos cirúrgicos ,vidraria e outros materiais podem apresentar riscos especiais. As instruções do fabricante devem ser seguidas cuidadosamente para evitar explosões e queimaduras. Luvas de amianto devem ser usadas para remover as peças quentes do autoclave.
XI b.Vidraria
A vidraria é um item de rotina na maioria dos laboratórios,mas pode causar ferimentos. Somente vidraria isenta de estilhaçamento e de liberação de lascas deve ser usada.
Vidraria quebrada está fragilizada e pode quebrar, resultando em ferimentos para o usuário.Os vidros quebrados devem ser recolhidos do chão com uma escova e um pano de limpeza, nunca com as mãos nuas. A vidraria não deve ser descartada no lixo comum, mas em caixas de papelão rígido ou recipientes plásticos especialmente feitos para isso. Sempre que possível, os frascos de vidro devem ser substituídos por materiais plásticos.
XII.PERIGOS QUÍMICOS
Substancias químicas podem apresentar uma variedade de riscos. Os produtos químicos podem ser inflamáveis, tóxicos, cáusticos, carcinogênicos ou mutagêncios. Ocasionalmente, o laboratório usa metodologias de radioisótopos, que apresentam o risco de exposição potencial de radioatividade. As substancias químicas devem ser rotuladas com informações dos riscos possíveis. A lei agora exige dos fabricantes que sejam colocados rótulos de riscos químicos nos frascos e sejam fornecidos MSDS ( fichas de dados de segurança dos materiais) para cada produto químico potencialmente perigoso. Esta informação descreve o perigo do produto, relata qual o equipamento de proteção, tal como luva ou óculos, é exigido para sua manipulação e que órgãos do corpo podem ser afetados negativamente após exposição a produtos químicos. Informação adicional pode ser incluída para primeiros socorros e posterior tratamento medico. O MSDS deve ser guardado nos arquivos do laboratório onde qualquer empregado tenha acesso.
XIII. PERIGOS BIOLÓGICOS
Em 6 de dezembro de 1991, a OSHA publicou a versão final do Padrão de Patogenos transmitidos pelo Sangue, que entrou em vigor em 6 de março de 1992.
O Padrão de PTS destaca os requisitos de proteção aos trabalhadores que têm exposição potencial a sangue humano ou outros materiais potencialmente infecciosos. O padrão cobre todos os trabalhadores em instituições de saúde entre outros.
È necessário que os trabalhadores tomem cautelas como na hora de manipular materiais contaminados.
XV .HABILITAÇÃO FARMACÊUTICO BIOQUÍMICO ANALISTA CLÍNICO
Esta habilitação dota o discente de capacidade para orientar, supervisionar, executar e responsabilizar-se pelas análises clínicas de materiais biológicos, controlando a qualidade destas análises auxiliando no diagnóstico clínico, prevenção e recuperação da saúde, e na avaliação da eficácia do tratamento, além de desenvolver pesquisas nas áreas de conhecimento, aperfeiçoamento e/ou criando novas técnicas de análises. Para tais finalidades deverá:
– Executar técnicas específicas e controlar a qualidade dos seguintes exames :
Parasitológicos
Bioquímicos
Hematológicos
Microbiológicos
Imunológicos
Citológicos
Toxicológicos
Radioclínicos
– Interpretar o fundamento das técnicas e resultados dos exames realizados;
– Desenvolver pesquisas para montagem e/ou obtenção de novos métodos de análises e investigações de problemas relacionados com a saúde.
Para a obtenção do grau de Farmacêutico Bioquímico Analista Clínico, o aluno deverá perfazer um total de 285 (duzentos e oitenta e cinco) créditos equivalentes a 4.995 (quatro mil, novecentos e noventa e cinco) horas de carga horária efetiva, integralizada no mínimo em 5,5 (cinco e meio) anos e no máximo em 6 (seis) anos.
ENTREVISTA COM UMA FARMACÊUTICA BIOQUÍMICA
1)Que características considera que deve reunir um Analista Clinico?
Tem de ser rigoroso. Exige-se que seja rigoroso nas marcações, no trabalho, na calibração dos aparelhos. Não podem existir produtos sem rótulo, tudo tem de estar identificado. Em relação às colheitas de sangue, cada doente é identificado .É importante que seja muito cauteloso na manipulação do material, pois é perigoso o risco de contaminação.
2) Qual formação é exigida para essa área?
É necessário que tenha graduação em Farmácia Bioquímica ou Biomedicina, em alguns laboratórios , eles admitem biólogos, porém, isso se encontra em discussão , por causa das matérias tidas na faculdade e uma pós-graduação na área de Análises Clínicas!
3)A atualização constante, é necessária nessa área?
Como em todas as outras , sim. Já que, se você não se atualizar , ficara fora do mercado de trabalho, pois a cada dia há inovação, novos equipamentos e doenças.
4)Como você descreve a função geral de um analista?
Responsável pela colheita do material para exame, como por exemplo, o sangue e analisa-o, checa se as propriedades estão regulares , faz as medições de componentes, entre outros.
5) Como é seu dia de trabalho?
De manhã faço colheitas e a tarde, faço as análises das amostras.
6) Existe flexibilidade de horário nesta área?
Depende. Nós, por exemplo, temos sempre muito trabalho de manhã, porque 90% das pessoas que atendemos são pessoas que trabalham. Portanto, há que ser pontual porque elas dependem de nós e estão à espera para depois irem trabalhar. Na parte da tarde, há maior flexibilidade, o importante é que o trabalho seja concluído, portanto, assim que terminamos as análises, fica mais sossegado.
7) É uma área rotineira?
Sim, de uma forma geral existe rotina. Há uma distribuição por seção, de hematologia, que é a que eu trabalho, tem a de bacteriologia, bioquímica e microbiologia. A mais dinâmica, é a minha área, já que trabalhamos diretamente com as pessoas, na colheita.
8) O trabalho em equipe, é importante para o pleno exercício?
É sim, pois há uma divisão do trabalho.
9) Como caracteriza o mercado de trabalho?
Um pouco difícil, já que, a maioria dos analistas possuem mais de um emprego, eu por exemplo, trabalho das 7:00 às 15:00 aqui no laboratório e às 17:00, inicio num hospital privado . Isso, querendo ou não, acaba atrapalhando quem está começando agora, porém, a remuneração não é das melhores e para se manter , isso é necessário .
10) Qual o principal conselho que gostaria de dar a um estudante que pensa em seguir esta área?
Tem que ter muita força de vontade, como em qualquer área, é necessário paciência . Ao decorrer do curso, as pessoas passam a ter afinidades com determinadas matérias e isso as levam para a área de trabalho que realmente se darão bem!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Walters, Norma J. and all.Laboratório Clinico Técnicas Básicas. 3ª edição. Porto Alegre: Artmed, 1998.