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terça-feira, novembro 19, 2024

ECLÂMPSIA (TETANIA PUERPERAL)

É uma doença encontrada mais freqüentemente em pequenas e excitáveis raças de cães como chihuahuas, poodles toy e pequenos terriers, particularmente de 1 a 3 semanas após o parto. Também ocorre esporadicamente em cães maiores e gatos.

Prevenção – Durante a gestação, uma dieta balanceada de boa qualidade, com relação cálcio-fósforo de £ 1:1 que provê a quantidade requerida de cálcio (porém não excessiva), pode suprir um mecanismo homeostático de cálcio mais responsivo ao incremento marcante na demanda lactacional.

Etiologia e patogenia – Consideravelmente pouco é conhecido sobre a patogenia das síndromes pós-parturientes hipocalcêmicas em cães e gatos em comparação à doença que ocorre no gado. Existe pouca evidência para sugerir que a tetania puerperal em cadelas lactantes é o resultado de uma interferência na secreção do hormônio paratireóideo (PTH); de fato, os níveis de PTH parecem ser aumentados em resposta à hipocalcemia.

A hipocalcemia e hipofosfatemia severas, que se desenvolvem junto ao pico de lactação (1 a 3 semanas pós-parto), provavelmente são o resultado de um desequilíbrio entre as taxas de entrada e saída do “pool” de cálcio extracelular. Os distúrbios funcionais associados à hipocalcemia na cadela são, primariamente, o resultado da tetania neuromuscular aumentada, em contraste àqueles observados na vaca, na qual os sinais clínicos são dominados por paresia muscular. A ocorrência de tetania ou paresia, em resposta à hipocalcemia, parece ser o resultado de diferenças fisiológicas básicas entre a cadela e a vaca na função da junção neuromuscular.

Em vacas, a liberação de acetilcolina e a transmissão dos impulsos nervosos através das junções neuromusculares são bloqueadas pela hipocalcemia grave, que leva à paresia muscular. O cão parece ter uma margem de segurança maior na transmissão neuromuscular, na qual o grau, cujo potencial final de placa excede o limiar de disparo, é maior que na vaca. Na cadela com hipocalcemia, a ligação excitação-secreção é mantida na junção neuromuscular.

A tetania ocorre como resultado de disparos repetitivos espontâneos das fibras motoras nervosas. Como resultado da perda de cálcio estabilizador ligado às membranas, as membranas nervosas se tornam mais permeáveis aos íons e requerem um estímulo de menor magnitude para se despolarizarem. Achados clínicos e diagnóstico – O curso clínico na hipocalcemia da parturiente canina é rápido, com apenas 8 a 12h de intervalo entre o aparecimento dos sinais clínicos iniciais e o desenvolvimento da tetania. Os sinais premonitórios incluem intranqüilidade, arquejo excessivo e comportamento excitável. Em poucas horas, os sinais podem progredir para ataxia, tremores, tetania muscular e convulsões. A hipertermia está freqüentemente associada ao aumento da atividade muscular; elevações da temperatura para 42°C não são incomuns.

Na maioria dos casos, o diagnóstico é baseado na história, sinais clínicos de excitabilidade neuromuscular aumentada e resposta à terapia. O fósforo sérico está freqüentemente diminuído a um grau comparável. A glicose sangüínea está no parâmetro normal-baixo ou diminuído como resultado da intensa atividade muscular associada à tetania.

Tratamento – A administração EV lenta de uma solução de cálcio orgânico, como o gliconato de cálcio, deve resultar numa rápida melhora clínica e cessação dos espasmos tetânicos em 15min. Na maioria das cadelas pesando de 5 a 10kg, 5 a 10mL de gliconato de cálcio a 10% proverão cálcio suficiente. A administração deve ser procedida vagarosamente para evitar a indução de fibrilação ventricular e parada cardíaca. Os cãezinhos devem ser removidos das cadelas por 24h para reduzir o dreno lactacional de cálcio. Durante este período, eles devem ser alimentados com sucedâneo lácteo ou outra dieta apropriada; se eles forem suficientemente maduros, é aconselhável desmamá-los. Dietas suplementares de cálcio e vitamina D provaram ser úteis na prevenção de recidivas em certas cadelas. Embora alguns clínicos preconizem o uso de corticosteróides além do cálcio e da vitamina D para prevenir recidivas após a terapia original, o seu valor é questionável; eles podem interferir no transporte intestinal de cálcio e aumentar a perda urinária do mesmo.

Fonte: Manual Merk de Veterinária

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