A cefaleia tem a designação mais comum de dor de cabeça.
Pode ser difusa ou localizada e apresentar variados graus de intensidade. Umas vezes é um dos sinais de diversas doenças identificáveis através de outros sintomas, outras é o sintoma isolado e não tem, à primeira vista, uma causa precisa.
É importante fazer a distinção entre o que se entende por cefaleia e por hemicrânia (ou enxaqueca).
Enquanto a cefaleia é um sintoma, a hemicrânia é uma doença, caracterizada por crises de cefaleia quase sempre violentas, acompanhada de vómitos e outras manifestações súbitas, com duração entre uma hora e um dia. Estas crises alternam com períodos de bem estar.
A hemicrânia tem uma base hereditária e constitucional e é consequência de alterações funcional da circulação cerebral. O mecanismo patogénico é diferente do que provoca as cefaleias de origem vascular não hemicrânicas.
Se nas cefaleias a causa deve ser procurada numa irrigação deficiente provocada por um defeito da pressão arterial, no sentido do aumento (hipertensão) ou da diminuição (hipotensão), na hemicrânia verifica-se uma hiperemia passiva consecutiva a paralisia venosa mediada pela histamina (choque histamínico dos vasos venosos), pelo que o sangue não circula de maneira correcta.
Não se deve desprezar uma cefaleia persistente não relacionável com períodos de particular fadiga física e mental. Também não há que hipervalorizá-las, porque as formas mais vulgares geralmente regridem prontamente quando se faz um tratamento adequado.
A forma mais vulgar de cefaleia é a causada pela fadiga física – o próprio doente facilmente se apercebe que da relação causa-efeito e, por isso, não fica preocupado. De facto, a cefaleia desaparece facilmente depois de um sono reparador.
Mas se é verdade que esta é uma doença que se deve a um comprometimento cerebral, não é menos verdade que também pode ser causada por intoxicações de várias origens (mau funcionamento do fígado, fumo, álcool, ingestões, prisão de ventre), que, através de mecanismos diversos, se repercutem na célula cerebral.
Outra das suas variedades é a cefaleia de Horton, ou histamínica, que se manifesta por acessos de dor violenta e aguda. Normalmente localiza-se de um só lado da face, mais frequentemente de noite, quase sempre à mesma hora, desaparecendo de meia a uma hora depois. Este tipo de cefaleia deve-se a uma descarga de histamina.
São menos frequentes as cefaleias relacionadas com tumores, meningites e derrames hemorrágicos, causadas por um aumento da pressão intracraniana motivada pela massa que, ocupando volume, comprime o conteúdo.
Nos tumores, a cefaleia acompanha-se muitas vezes de vómitos persistentes, sobretudo em jejum. O tratamento será orientado depois de se ter feito um diagnóstico preciso e, para além de se curar os sintomas com os vários sedativos e analgésicos que se encontram no mercado, deverá prevenir-se o que provavelmente será uma manifestação de uma situação não perfeitamente normal.
Nos indivíduos anémicos tenta-se modificar a alteração hemática; nos hipertensos, trata-se a doença; nos ansiosos deve fazer-se a sedação; na insuficiência hepática trata-se o fígado, e assim sucessivamente.