3 – ESCOLA, PAIS E ALUNOS: SEU PAPEL NO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM
Compreendo que os espaços de ensino podem ser vistos como os responsáveis pela educação escolar: locais destinados ao trabalho pedagógico formal, ao entendimento de regras, à formação de valores, ao exercício da cidadania, à experimentação de sentimentos, etc. Por sua vez, vejo a família como a base da formação do indivíduo, o ambiente em que ocorrem os primeiros contatos e relacionamentos da criança, modelo, referencial e (não menos importante) responsável pela formação de valores, entre outros elementos.
Mas estes conceitos podem ser sobremodo ampliados. É também na escola que a criança começa a tomar um contato mais amplo com a coletividade, passa a enriquecer seu repertório de experiências e relacionamentos, assim como é preparada para a vida social. Desta forma, a educação da escola é aquela em que o aprendizado é sistematizado e formalizado, onde se busca uma transmissão ordenada e serial de informações e conhecimentos para que estes sejam reconstruídos pelo aluno.
A escola tanto pode reproduzir os padrões vigentes como também criar espaços para novas alternativas, favorecendo uma revisão da sociedade e do mundo. Percebo isso a partir da realidade que me cerca, onde temos a chance de criar uma nova sociedade, mais justa e digna, ou simplesmente dar prosseguimento à na qual vivemos.
Sendo assim, a escola se caracterizaria como um importante espaço educativo e socializador, complementando o trabalho desenvolvido pelas famílias. Da mesma forma, mais recentemente, tem se procurado atribuir às famílias a responsabilidade por igualmente complementar o trabalho realizado pela escola, o que inclui efetivo comprometimento com a aprendizagem.
Daí resulta que família e escola passam a ser vistas como espaços a fins e não como mundos diferentes, pois, apesar de distintas, buscam atingir objetivos complementares. Enquanto a escola se dedica em ensinar bem os conteúdos de áreas de saber considerados como fundamentais para a instrução das novas gerações, às famílias cabe dar acolhimento a seus filhos num ambiente estável, provedor e amoroso, influenciando lhes beneficamente na elaboração de seu conhecimento.
Porém, para que a escola possa contribuir em prol de uma formação abrangente da pessoa humana, que não privilegie somente habilidades lingüísticas, lógico matemáticas e tecnológicas, necessita colocar lado a lado, com a mesma ênfase, oportunidades de vivenciar valores da sensibilidade e da estética, bem como da ética, da compreensão e da espiritualidade, pois a pessoa humana ultrapassa seu enraizamento terreno e é capaz de criar um projeto utópico para a vida no planeta a partir de seus sonhos, desejos, fantasias e imaginações.
De acordo com Demo (2004, p. 31): Menos que dominar conteúdos, que envelhecem e desaparecem rapidamente, é importante que o professor consiga que o aluno saiba pensar, porque esta habilidade representa a aprendizagem que se confunde com a vida. Através desta reflexão é possível compreender que o conhecimento é provisório e torna se rapidamente obsoleto. Por isso, a escola e os professores estão desafiados a repensar seu currículo e sua prática pedagógica de forma mais heterogênea e fragmentada, capaz de colocar em evidência os problemas de respeito à diversidade cultural e tolerância às diferenças religiosas, políticas e ideológicas, entre outras, presentes na sociedade.
Além disso, incentivar práticas curriculares inovadoras que diferem das tradicionais ou tecnicistas, possibilita desencadear um processo de formação continuada durante o qual o professor vivencia um novo jeito de ensinar e aprender, revendo sua maneira de ser e fazer, uma vez que a inovação incide diretamente em sua pessoa e em sua atividade profissional.
Nesse processo o educador assume naturalmente a formação continuada, movido por uma necessidade interna, aprendendo a aprender e a transformar se. Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser pilar do conhecimento que não pode ser considerado estanque e isolado um do outro, pois possuem pontos de interação e complementaridade, os que se expressam em elos entre os saberes da experiência, pedagógicos, específicos e também os da luta cotidiana em sala de aula.
Acredito que com esta mentalidade o professorado é capaz de efetivamente colaborar no surgimento de uma escola verdadeiramente comprometida com a formação de seus alunos.
E, quanto à família, esta vem a ser o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros. É a família que propicia o suporte afetivo e material necessários ao desenvolvimento e bem estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam os laços de solidariedade.
É também em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais. Por exemplo, por ocasião da entrevista realizada com os professores, pude constatar que os mesmos reconhecem da forma clara que a família possui uma importância fundamental para o crescimento e a formação do caráter do ser humano, sendo os filhos reflexos de suas respectivas famílias.
E ainda mais: quanto à família de nossos alunos, é fácil perceber que ela já não é a mesma de tempos atrás. Neste início de milênio a sociedade brasileira passa por muitas e drásticas transformações, sendo que devido a elas o conceito de família não pode mais ser percebido como uniforme e estático.
Pude perceber isso em minhas práticas, onde convivi com crianças cujas famílias diferem em muito do modelo tradicional. Inclusive, em nosso país, por exemplo, além de passar a ser menos numerosa, a família nuclear, constituída de pai, mãe e filhos com uma base biológica comum, deixou de ser o modelo socialmente aceito como padrão, convivendo ao lado de configurações familiares cuja base é estritamente social ou econômica, em especial nas camadas mais desfavorecidas da população.
Entre os fatores que alteraram o cotidiano das famílias e influenciaram na sua organização e, conseqüentemente a visão que se tem dela, estão a presença da televisão, o acesso à escolaridade (especialmente no caso da mulher), o surgimento dos movimentos feministas, a mudança dos papéis sexuais, a modernização do discurso da Igreja Católica, a super valorização do consumo, a psicologização das relações familiares e, devido ao ingresso da mulher na força de trabalho e como provedora do lar, a substituição dos cuidados maternos com os filhos por instituições como creches e escolinhas, o que afeta diretamente a sua aprendizagem.
Porém, mesmo com todas estas significativas mudanças e mesmo reconhecendo que a família de hoje está mais desestruturada que a do passado, mostrando-se sob diferentes formas, os professores que prestaram os seus depoimentos continuam a crer que esta nova família pode ser tão acolhedora quanto à tradicional.
Desta forma, entendo que tanto a escola quanto a família passam por profundas transformações, onde nada mais é como era antes. Mas, ao contrário dessas mudanças distanciarem esses dois elementos, aproximam-nos ainda mais, fazendo com que de fato tornem-se mundos afins.
3.1 As diferentes visões entre pais e professores
Através das pesquisas bibliográficas realizadas pude perceber que a escola tem tido como função responsabilizar se pelo percurso escolar dos indivíduos, favorecendo a aprendizagem de conhecimentos sistematizados construídos pela humanidade e valorizados em um dado período histórico. A aprendizagem dos conteúdos escolares de diferentes naturezas deveria se concretizar durante a permanência dos alunos na escola, independente do contexto social e familiar ao qual pertençam.
Porém, radicalizando este aspecto, há famílias que exigem da escola a educação integral de seus filhos, omitindo se do processo ensino aprendizagem. Ao não realizarem as funções paternas e maternas que são de sua responsabilidade, esses pais favorecem o surgimento de muitos problemas psicológicos nas crianças, dentre os quais pode se citar casos agudos de introversão ou extroversão, agressividade, falta de preparo emocional, carência de atenção e de afeto, etc. Assim, entendo que há uma cobrança natural pela ajuda de seus pais em sua aprendizagem. Mais do que aceitar a influência paterna e materna, meninos e meninas reivindicam na.
A partir desta constatação considero que o fenômeno que se tem observado atualmente é, no mínimo, curioso. Por um lado à escola reclama da ausência da família no acompanhamento do desenvolvimento escolar da criança, da falta de pulso dos pais para dar limites aos filhos, da dificuldade que muitos deles encontram em transmitir valores éticos e morais importantíssimos para a convivência em sociedade. E, por outro lado, a família reclama da excessiva cobrança da escola para que os pais se responsabilizem mais pela aprendizagem da criança, da ausência de um currículo mais voltado para a transmissão de valores e da preparação do aluno para os desafios não-acadêmicos da sociedade e do mundo de trabalho.
Confusão de papéis? Falta de objetivos claros de ambas as partes? A definição da raiz do problema não é tão simples assim, e o fenômeno parece mais complexo do que se pode imaginar à primeira vista. O que percebo, porém, são as conseqüências dele. Nos conflitos de quem é responsável pelo que, nota-se crianças e adolescentes cada vez mais soltos, muitas vezes desmotivados com a escola, distantes de suas famílias e de seus professores, necessitando de uma atenção maior em relação aos seus conflitos e a sua formação como pessoas.
Um exemplo disso é o problema de disciplina. A escola reclama que os pais não conseguem dar uma educação que ensine às crianças e aos adolescentes o respeito pelas pessoas e pelas instituições. Já os pais alegam que é a escola que não é capaz de estabelecer os limites adequados para a convivência social. No meio desse jogo de empurra-empurra estão o aluno, personagem de importância indiscutível tanto para a família quanto para a escola, mas cujas necessidades continuam à espera de um olhar mais apurado tanto da parte de seus pais quanto das instituições de ensino.
4 – DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E SEU DIAGNÓSTICO
As dificuldades de aprendizagem, segundo Rogers (1988), podem significar uma alteração no aprendizado específico da leitura e escrita, ou alterações genéricas do processo de aprendizagem, onde outros aspectos, além da leitura e escrita, podem estar comprometidos (orgânico, motor, intelectual, social e emocional).
Conforme consta em Polity (1998, p.73), o termo Dificuldade de Aprendizagem é definido pelo Instituto Nacional de Saúde Mental (EUA) da seguinte forma:
Dificuldade de Aprendizagem é uma desordem que afeta as habilidades pessoais do sujeito em interpretar o que é visto, ouvido ou relacionar essas informações vindas de diferentes partes do cérebro. Essas limitações podem aparecer de diferentes formas: dificuldades específicas no falar, no escrever, coordenação motora, autocontrole, ou atenção. Essas dificuldades abrangem os trabalhos escolares e podem impedir o aprendizado da leitura, da escrita ou da matemática. Essas manifestações podem ocorrer durante toda a vida do sujeito, afetando várias facetas: trabalhos escolares, rotina diária, vida familiar, amizades e diversões. Em algumas pessoas as manifestações dessas desordens são aparentes. Em outras, aparece apenas um aspecto isolado do problema, causando impacto em outras áreas da vida.
Segundo a autora, esse termo é definido de várias maneiras, por diferentes autores, diferindo-se quanto à origem: orgânica, intelectual/cognitiva e emocional (incluindo-se aí a familiar). O que se observa na maioria dos casos é um entrelaçamento desses aspectos.
Para a compreensão das possíveis alterações no processo de aprendizagem é necessário considerar-se tanto as condições internas do organismo (aspecto anátomo-funcional e cognitivo), quanto as condições externas (estímulos recebidos do meio-ambiente) ao indivíduo. Fatores como linguagem, inteligência, dinâmica familiar, afetividade, motivação e escolaridade, devem desenvolver-se de forma integrada para que o processo se efetive (ROGERS, 1988).
Este trabalho refere-se ao papel da família no desenvolvimento da aprendizagem da criança quanto ao aspecto psicológico, emocional, social e de estimulação dos aspectos cognitivos.
Sabe-se que as crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, geralmente, possuem uma baixa auto-estima em função de seus fracassos e que esses sentimentos podem estar vinculados aos comportamentos de desinteresse por determinadas atividades, tempo de atenção diminuído, falta de concentração e outros.
A família, desconhecendo as necessidades da criança e a maneira apropriada de lidar com esses aspectos, muitas vezes, necessita de orientações que lhe dê suporte e lhe possibilite ajudar seu filho. Fatores como motivação, formas de comunicação, estresses existentes no lar, influenciam o desempenho da criança no processo de aprendizagem, e os psicopedagogos, muitas vezes, sentem-se limitados quanto às orientações a serem dadas pela falta de conhecimento aprofundado sobre os diversos aspectos familiares que podem contribuir para um resultado mais desejável.
Vários comportamentos manifestados pelas mães também levam a questionar a respeito da influência familiar sobre a aprendizagem. Segundo Marturano (1999), há mães que demonstram excessiva ansiedade quanto a superação da dificuldade da criança; outras que se mostram impacientes quanto ao desempenho insatisfatório que o filho apresenta; mães que atribuem todo o problema à criança e a caracterizam como “preguiçosa”, “lerda”, “distraída”; mães que negam a dificuldade que a criança demonstra; mães que não acompanham as atividades de seu filho e mães que punem a criança pela seu fracasso nas atividades escolares.
Isso acontece pelo fato de os pais desconhecerem como ocorre a aprendizagem e, portanto, necessitam de orientações específicas a esse respeito. Sabe-se, também, que, muitas vezes, os conflitos familiares estão associados a essas manifestações e que as relações familiares são relevantes no desenvolvimento da criança, havendo, portanto, a necessidade de maior compreensão desse processo, por parte dos profissionais, para que possam intervir de forma mais abrangente diante da problemática.
Em muitos casos, em um trabalho especializado com crianças apresentando dificuldade de aprendizagem, não é suficiente transmitir aos pais as atividades específicas a serem realizadas; outros aspectos ligados à família, à escola ou relacionados a dificuldades em outras áreas do desenvolvimento também estão presentes, e é necessário ouvir os pais, analisar a situação e buscar caminhos que facilitem o desenvolvimento global da criança.
Alguns pais confiam seus filhos com dificuldade de aprendizagem aos professores acreditando que o mau desempenho da criança seja proveniente apenas de si mesma, sem questionar sua possível participação nessas alterações.
A importância da participação da família no processo de aprendizagem é inegável e a necessidade de se esclarecer e instrumentalizar os pais quanto as suas possibilidades em ajudar seus filhos com dificuldades de aprendizagem é evidenciada ao manifestarem suas dúvidas, inseguranças e falta de conhecimento em como fazê-lo. Conforme Martins (2001, p.28), “essa problemática gera nos pais sentimentos de angústia e ansiedade por se sentirem impossibilitados de lidar de maneira acertada com a situação”.
Acredita-se que um programa de intervenção familiar seja de fundamental importância para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. O relacionamento familiar, a disponibilidade e interesse dos pais na orientação educacional de seus filhos, são aspectos indispensáveis de ajuda à criança. Em um trabalho de orientação a pais, de acordo com Polity (1998), é possível despertar a sensibilidade dos mesmos para a importância destes aspectos, dando-lhes a oportunidade de falar sobre seus sentimentos, expectativas, e esclarecendo-lhes quanto às necessidades da criança e estratégias que facilitam o seu desenvolvimento.
Através das experiências e relações interpessoais, a família pode promover o desenvolvimento intelectual, emocional e social da criança. Ela pode criar situações no dia-a-dia que estimularão esses aspectos, desde que esteja desperta para isso. Além disso, a participação da criança nas atividades rotineiras do lar e a formação de hábitos também são importantes na aquisição dos requisitos básicos para a aprendizagem, pois estimulam a organização interna e a habilidade para o fazer, de maneira geral (MARTURANO, 1998).
A família tem um papel central no desenvolvimento da criança, pois é dentro dela que se realizam as aprendizagens básicas necessárias para o desenvolvimento na sociedade, como a linguagem, sistema de valores, controle da impulsividade. As características da criança também são determinadas pelos grupos sociais que freqüenta e pelas características próprias, como temperamento.
As crianças possuem uma tendência natural, instintiva que as direciona ao desenvolvimento de suas potencialidades. Os pais devem ter conhecimento desse processo para que não dificultem ou impeçam o crescimento espontâneo da criança. Pela falta de compreensão da natureza e necessidades básicas do ser humano, os pais, muitas vezes, prejudicam a busca do próprio desenvolvimento, pela criança. O modo como os pais lidam com seus filhos pode ajudá-los no desenvolvimento das suas potencialidades e no relacionamento com o mundo, possibilitando-lhes o enriquecimento pessoal através das experiências que o meio lhes proporciona.
O processo educativo (desenvolvimento gradativo da capacidade física, intelectual e moral do ser humano) familiar deve ser adequado para possibilitar à criança o sucesso na aprendizagem, proporcionando-lhe a motivação, o interesse e a concentração necessária para a apreensão do conhecimento.
A adequação desse processo compreende o atendimento às necessidades da criança quanto à presença dos pais compartilhando suas experiências e sentimentos, orientação firme quanto aos comportamentos adequados, possibilidade de escolhas, certa autonomia nas suas ações, organização da sua rotina, oportunidade constante de aprendizagem e respeito e valorização como pessoa.
A criança necessita de equilíbrio entre condutas disciplinares e diálogo, compreensão e carinho. Num processo educativo os pais experienciam a necessidade de um trabalho de auto-análise, de reestruturação de seus comportamentos, crenças, sentimentos e desejos. Os pais precisam conquistar, em relação a si mesmos, primeiramente, o que querem que os filhos sejam: justos, disciplinados, honestos, responsáveis (GRUNSPUN, 1985). Esse processo ocorre nas vivências do dia-a-dia, na medida em que pais e filhos comunicam-se de maneira transparente e sincera, falando de suas percepções, suas dúvidas, objetivos, emoções, aprendendo uns com os outros.
Criar filhos não significa torná-los perfeitos, pois os pais têm muitas dúvidas e estão sujeitos a muitas falhas; mas o que é necessário é tentar identificar os conflitos e desfazê-los, aprendendo a conviver com essas situações. Através dos conflitos os pais desenvolvem a percepção de si mesmos e de seus filhos. Essas situações estimulam pais e filhos a instalar um diálogo verdadeiro, expondo o entendimento e sentimento em relação às experiências cotidianas. Por outro lado, aspectos fundamentais do processo educativo revelam que os pais devem ter respeito sobre o que o filho sente, mas cabe a eles negar com firmeza e determinação as atitudes que possam contrariar o que desejam para a educação de seus filhos (TIBA, 1999).
Dificuldades escolares apresentadas pelas crianças, relacionadas à falta de concentração e indisciplina ocorrem e podem ser causadas pela ausência de limites. A primeira geração educou os filhos de maneira patriarcal, isto é, os filhos eram obrigados a cumprir as determinações que lhes eram impostas pelo pai. A geração seguinte contestou esse sistema educacional e agiu de maneira oposta, através da permissividade. Os jovens ficaram sem padrões de comportamentos e limites, formando uma geração com mais liberdade do que responsabilidade.
Tanto na família quanto na escola, segundo Tiba (1999, p.45), há “a necessidade de orientação às crianças quanto às regras disciplinares, para que elas possam desenvolver a capacidade de concentração e de apreensão dos conceitos”. A aprendizagem se dá de maneira gradativa e não será possível sem a participação ativa do aluno, de maneira disciplinada, orientada.
Os pais devem preparar os filhos para arcarem com suas responsabilidades. Na medida em que a criança vai aprendendo a cuidar de si mesma, vai experimentando a sensação gratificante da capacidade de enfrentar desafios. E cada realização é um aprendizado que servirá de base para um novo aprendizado. Assim, realizando suas vontades e necessidades, a criança vai gostando de si mesma, desenvolvendo a auto-estima.
O relacionamento familiar também é fundamental no processo educativo. A criança estará muito mais receptiva às instruções dos pais, se os membros da família se respeitarem entre si, procurando conversar e colaborar um com o outro. É importante a participação dos pais na vida dos filhos, numa convivência como companheiros, compartilhando emoções, o que contribui muito para a disciplina.
Todos esses aspectos citados e muitos outros, são fundamentais para que o desenvolvimento da criança se efetive. Portanto, a família necessita da ajuda dos profissionais na aquisição desses conhecimentos básicos e essenciais para que possa cumprir seu papel de facilitadora do processo de aprendizagem de seus filhos, através de comportamentos mais adaptativos.
5 – A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NESTE CONTEXTO
A intervenção psicopedagógica veio introduzir uma contribuição mais rica no enfoque pedagógico. O processo de aprendizagem da criança é compreendido como um processo abrangente, implicando componentes de vários eixos de estruturação: afetivos, cognitivos, motores, sociais, políticos, etc. A causa do sucesso de aprendizagem, bem como de suas dificuldades, deixa de ser localizada somente no aluno e no professor e passa a ser vista como um processo maior com inúmeras variáveis que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo professor e psicopedagogo.
Um outro problema grave a ser ressaltado é uma concepção redutora do modelo piagetiano que tem sido adotada em boa parte dos cursos de Pedagogia, no qual são privilegiadas apenas as colocações iniciais da sua obra. Ela tem direcionado os professores a conceberem o processo de ensino-aprendizagem de uma maneira estática, universalista e atemporal. Com isto ficam de fora as contribuições mais importantes de Piaget em relação aos processos de equilibração e reequilibração das estruturas cognitivas (MARCELINO, 1998).
O educador já não se defronta com um processo linear de crescimento e desenvolvimento, tanto no desenvolvimento intrínseco como na expressão, mas com um realizar-se descontínuo no qual fases e períodos se entrecruzam, se opõem dialeticamente, oposições de que resulta uma nova estruturação. Paragens, acelerações, saltos bruscos são a expressão formal. Isto altera completamente o panorama da pedagogia graduada: se o desenvolvimento não é contínuo e ininterruptamente acelerado e progressivo, como se lhe adequará uma educação regulada por grandes períodos de desenvolvimento? Como pretender apreender a instabilidade do desenvolvimento pela instabilidade de um processo educativo que se mede por anos? Os fins da pedagogia não deveriam apontar para o homem futuro, o que realmente será permanente e atuante, e não para as etapas da idade evolutiva? (MARCELINO, 1998).
Esta visão aponta um deslocamento de uma vertente universalista atemporal para uma vertente particularista temporal.
Oliveira (1995) revela alguns dos aspectos fundamentais deste processo. Segundo a autora, o fundamental “é perceber o aluno em toda a sua singularidade, captá-lo em toda a sua especificidade em um programa direcionado a atender as suas necessidades especiais”.
É a percepção desta singularidade que vai comandar o processo e não um modelo universal de desenvolvimento. Isto porque o uso do modelo universalista camufla normalmente uma concepção preestabelecida do processo de desenvolvimento do sujeito. Na intervenção psicopedagógica deve-se evitar as chamadas “profecias auto-realizadoras”, isto é, prognósticos que o professor lança a respeito do processo de desenvolvimento de seu aluno sem levar em consideração o seu desempenho.
É preciso que o psicopedagogo também altere a sua forma de conceber o processo de ensino-aprendizagem. Ele não é um processo linear e contínuo que se encaminha numa única direção, mas, sim, multifacetado, apresentando paradas, saltos, transformações bruscas, etc.
O processo de ensino-aprendizagem inclui também a não-aprendizagem, ou seja, a não-aprendizagem não é uma exceção dentro do processo de ensino-aprendizagem, mas se encontra estreitamente vinculada a ele. O aluno pode se recusar a aprender em um determinado momento. O chamado fracasso escolar não é um processo excepcional que ocorre no sentido contrário ao processo de ensino-aprendizagem. Constitui, sim, exatamente a outra face da mesma moeda, o seu lado inverso.
O saber e o não-saber estão estreitamente vinculados. O não-saber se tece continuamente com o saber. Com isto, pretende-se dizer que o processo de ensino-aprendizagem, do ponto de vista psicopedagógico, apresenta sempre uma face dupla: de um lado, a aprendizagem, e do outro, a não-aprendizagem.
O desejo de saber faz um par dialético com o desejo de não-saber. Segundo Fernández (1991, p.87):
O jogo do saber-não-saber, conhecer-desconhecer e suas diferentes articulações, circulações e mobilidades, próprias de todo ser humano ou seus particulares nós e travas presentes no sintoma, é o que nós tratamos de decifrar no diagnóstico.
Neste contexto, a aprendizagem coloca em foco as diferentes dimensões do aprendiz sob a ótica integradora dos aspectos cognitivo, afetivo, orgânico e social. O “olhar” sobre estes aspectos, ao mesmo tempo que relativiza a importância da escola na aprendizagem, coloca em foco a importância de toda a reunião de fatores extra-classe que interferem no processo de construção do conhecimento e do papel de aprendiz.
Ao considerar a aprendizagem como um processo articulado ao momento do aprendiz, a sua história e as suas possibilidades sob o aspecto cognitivo, afetivo e social, a Psicopedagogia, segundo Silva (1998, p.59):
Rompe a ligação ensino-aprendizagem, porque, tanto o aprender como processo quanto o processo de construção do conhecimento não têm relação necessária com o ensinar e, finalmente, porque ambos os processos antecedem e ultrapassam o ensinar.
Sob este ponto de vista passa a existir a necessidade de o psicopedagogo investigar com profundidade os contextos do aprendiz e tentar reuni-los em uma síntese que retrate o momento desse aprendiz, ao mesmo tempo que viabiliza a aprendizagem.
Para aprender, o aluno precisa estar apto a fazer um investimento pessoal no sentido de renovar-se com o conhecimento. Implica um movimento que envolve, tanto a utilização dos recursos cognitivos mesclados com os processos internos, quanto com suas possibilidades sócio-afetivas. Vale dizer que a aprendizagem vai acontecendo à medida que o educando vai construindo uma série de significados que são resultados das interações que ele fez e continua fazendo em seu contexto social.
Popularizou-se a visão de que não basta e nem é garantia de sucesso escolar um ambiente doméstico favorável materialmente aos estudos, e uma professora interessada e competente para que a aprendizagem aconteça com sucesso. Desta forma, trabalha-se com a possibilidade do modelo de aprendizagem não se caracterizar como algo de cunho somente individual, mas também como um modelo desenvolvido em uma rede de vínculos que se estabeleceu em família.
É a família que dará noções de poder, autoridade, hierarquia, funções que têm diferentes níveis de poder e onde aprendem habilidades diversas. Aprendem ainda a adaptar-se às diferentes circunstâncias, a flexibilizar, a negociar. Enfim, desenvolverá o pertencimento da criança ao seu núcleo familiar. À medida que a criança vive em família e se submete aos seus rituais, processo e desenvolvimento, ela vai se individualizando, diferenciando-se em seu sistema familiar. Quanto mais as fronteiras entre os membros da família estiverem nítidas, mais possibilidade de individualizar-se a criança terá. Se tiver irmãos, é a oportunidade de experimentar relações com iguais.
É neste cenário que a criança constrói o seu modelo de aprendiz e a forma como ela se relaciona com o conhecimento. Para a família do aluno, a escola tem uma simbologia e um significado que estará presente na forma de “ser aluno” e na sua forma de participação nas atividades escolares. A maneira pela qual a criança se integra e se entrega ao seu processo de aprender está diretamente relacionado à capacidade desenvolvida em família de viver o coletivo compactuado.
Para a escola do aprendiz, a família é a matriz indispensável para que o trabalho de construção do cidadão aconteça. Toda a riqueza do desenvolvimento da criança se inicia na família e vai se fortificando à medida em que esta vai estabelecendo sua rede relacional que, na seqüência, acontece na escola e se expande para além dela. É em relação com seus pares e em um contexto democrático que a criança consolida o seu papel social de cidadã. Porém, de uma forma geral, a escola não vê com bons olhos interferências pedagógicas suscitadas pela família que, por sua vez, nem sempre aceita orientações psicopedagógicas de caráter formativo da escola.
Nesse jogo de forças quem perde são os alunos e, conseqüentemente, todos os envolvidos. O sucesso está na unidade e na coerência de atitudes. Eis um desafio constante que, sem dúvida, merece ser perseguido.
5.1 Dificuldades para a Psicopedagogia
O trabalho psicopedagógico, mesmo no atendimento individual, encontra dificuldades localizadas no desconhecimento do processo de aprendizagem e na própria relação com o aprendiz.
Num trabalho na instituição escolar, o psicopedagogo, além dessas dificuldades, encontra outros tipos de resistência, pois essa ação exige mudanças no sentido de avaliar as propostas de ensino, a partir do acompanhamento do processo de aprendizagem do aluno.
À tradicional aceitação do rendimento do estudante, sem análise do seu processo de elaboração e das condições para sua aprendizagem, cria um falso quadro sobre a situação de escolarização (MASINI, 1994).
Nesse enfoque, os maus resultados são vistos, quase exclusivamente, como de responsabilidade do aprendiz. Apontá-lo como lento, problemático, ou sem pré-requisitos é um procedimento comum por parte das equipes educacionais, nas suas várias instâncias.
Analisar o processo do aluno em situação de sala de aula, na relação com o professor e os colegas ante as condições de ensino que lhe são oferecidas, constitui uma drástica mudança no quadro da escolarização, exigindo dos educadores constante reflexão sobre sua ação. Isto não é fácil, pois envolve transformações de atitudes e do pensar dos educadores.
É preciso repensar o ato de aprender na instituição escolar utilizando uma proposta viável em busca de uma aprendizagem significativa por parte do sujeito.
CONCLUSÃO
A família é indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do seu arranjo ou da forma como vêm se estruturando. É ela que propicia o suporte afetivo e sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento e bem estar dos seus componentes.
Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam os laços de solidariedade. É também em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais.
Desta forma, a família não é somente o berço da cultura e a base da sociedade, mas é também o centro da vida social. A educação bem sucedida da criança na família é que vai servir de apoio à sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for adulto. A família tem sido, é e será sempre a influência mais poderosa na aprendizagem das crianças e, conseqüentemente, no desenvolvimento da sua personalidade e caráter.
Assim, a base de toda a aprendizagem escolar encontra-se na família. E é justamente neste ponto que reside à importância das escolas estabelecerem um trabalho sintonizado com os pais de seus alunos, compartilhando dúvidas, anseios e também buscando soluções conjuntas para os problemas que se apresentarem. Além disso, esta parceria entre escola e família é extremamente benéfica para as crianças, que passam a desenvolver sentimentos positivos, sentindo-se seguras e amparadas durante todo o desenrolar de sua aprendizagem.
Entendo que é no vínculo afetivo entre professores, pais e alunos, no seu interagir, que ocorrerão as situações de aprendizagem, pois assim é formado um conjunto harmonioso capaz de proporcionar o desenvolvimento físico, afetivo, social e intelectual que se enraízam e se completam, tendo em vista que o aprendizado não pode ocorrer de forma isolada dos sentimentos. Para aprender, é necessário antes de tudo estar disposto a desenvolver-se integralmente.
E ainda, é importante que os educadores percebam que cada criança traz de casa para a escola uma bagagem cultural muito grande, repleta de referências afetivas, as quais refletem diretamente no seu desempenho em sala de aula. Desta maneira, a escola somente vem a reforçar e a sedimentar o que a criança carrega em seu bojo, sendo uma continuadora das primeiras lições aprendidas em casa.
E são essas mesmas lições as grandes responsáveis pela capacidade das crianças conviverem harmoniosamente com seus colegas na escola, compreendendo as regras comuns a todos e reconhecendo direitos e deveres. Também a construção do conhecimento se dá de acordo com o que já se sabe, uma vez que todo novo conhecimento precisa associar-se a outro já aprendido para a partir de então modificá-lo e a aumentá-lo.
As famílias também podem colaborar em relação às dificuldades de aprendizagem apresentadas por seus filhos. Essas dificuldades no aprender, que levam a um retardo escolar, podem ter causas e conseqüências múltiplas, o que exige uma análise detalhada de cada caso para então se buscarem as devidas soluções. Na maioria das vezes, os familiares podem contribuir decisivamente para a superação desses entraves, desde que sejam devidamente orientados para isso.
Desta forma, não basta que os professores apenas comuniquem aos pais que uma criança não consegue aprender ou que não demonstra muita vontade em envolver-se nas atividades propostas, mas deve dialogar com esses familiares, orientando-os e estabelecendo uma parceria com eles. Esse entrosamento entre família e escola traz apoio às crianças, além de estímulo e sensação de bem-estar, o que se revela extremamente útil na superação dos problemas de aprendizagem eventualmente surgidos. Além disso, os pais, uma vez incluídos no processo ensino-aprendizagem, abandonam a posição de simples espectadores e passam a ser protagonistas em busca de soluções.
Da mesma forma, percebo que é necessário que se crie vínculos entre educação e humanização. Os pais precisam posicionar-se ao alcance de seus filhos, revelando com sinceridade que também tiveram dificuldades no aprendizado de certas matérias, e que dúvidas e inseguranças são comuns na vida de qualquer estudante. Pondo-se em um mesmo patamar, os genitores estarão mais aptos a incentivarem seus filhos a vencer suas adversidades, e estes estarão mais predispostos a acolherem dicas, sugestões e conselhos, pois quem lhes fala é um ser igual a eles e não um intelectual onisciente, detentor das notas máximas no colégio em que estudou.
E, para que se efetive na prática esse processo de participação e aprendizado, é necessário partilhar responsabilidades nas fases de elaboração, execução e avaliação, com a presença ativa de todos os envolvidos, organizando e definindo objetivos e estratégias, bem como sanar os conflitos e situações indesejáveis que não foram previstos no planejamento.
Tecer essa dimensão significa transformar, revolucionar. Por isso, é fundamental que as relações entre as pessoas sejam horizontais, contribuindo, dessa forma, no processo de intercâmbio de vivências, experiências e interações entre os sujeitos. Sabemos que a escola não tem somente o papel de transmitir conhecimentos, mas, muito mais, o de repensar a sociedade na qual vivemos e que desejamos reconstruir. Contudo, para que isso aconteça, o comprometimento de todos é indispensável: quando dizemos que a escola é um lugar onde os alunos possam descobrir e desenvolver seus talentos, estamos colocando à prova o nosso trabalho, visto ser nossa a tarefa de proporcionar espaços e possibilidades para o seu fecundo desenvolvimento.
Entendo que nós, educadores, precisamos parar momentaneamente nossas atividades e refletir sobre as nossas práticas, pois a construção do conhecimento se dá pela reflexão. A escola não pode ser um lugar onde o erro não seja permitido e onde só é valorizado o aluno que consegue tirar boas notas. Sabemos que se trata de um processo delicado e que exige muitos cuidados, mas precisamos rever o que aprendemos em nossa formação, pois o mundo mudou e ainda vai continuar mudando. Portanto, também precisamos mudar, nos contextualizando com essas transformações diárias. Tanto o professor como o supervisor e o orientador devem estar em um constante fazer e refazer, propondo, questionando, avaliando, inovando… Porém, sua ação não pode dar-se a esmo, necessita ser planejada e refletida com esmero.
Assim, também é imperioso o educador buscar sua própria formação continuada, esforçando-se em ser um exemplo a ser seguido, demonstrando que numa escola de gestão democrática não há espaço para imposições descabidas e cobranças de atitudes unilaterais. Dentro de um ambiente de trabalho proposto desta forma, todos, qualquer que seja o cargo ou posição dentro da instituição, caminham juntos, buscando o aprimoramento e a melhoria da instituição escolar em nosso País.
Não há como fugir da realidade que nos cerca: vive-se num mundo com tantos desafios e desmandos, desigualdades, crises e injustiças que muitas vezes nos sentimos inseguros e impotentes. São em momentos assim que se percebe que o conhecimento adquirido já não supre as necessidades do nosso dia-a-dia. Isso é algo ao mesmo tempo assustador e fabuloso: ensinamos a nossos alunos e também precisamos aprender como alunos, conscientizando-nos de que somos eternos aprendizes. Assim, o educador tem o compromisso de ampliar o seu olhar, pois será ele o elemento que, ao lado de alunos e pais, poderá dar um novo rosto para a educação e, conseqüentemente, para a sociedade em que vivemos.
De acordo com a literatura pesquisada, constatou-se também os efeitos da rotulação e dos problemas de aprendizagem na escola, necessitando, ainda mais a atuação do psicopedagogo dentro das instituições escolares, trabalhando com diagnósticos, auxiliando os professores na sala de aula e, principalmente, na prevenção dos casos de alunos com problemas de aprendizagem, evitando mais um fracasso escolar.
Em síntese, uma escola é funcional quando conta com forte aliança entre a comunidade, o corpo docente e o administrativo, os quais trabalham os seus conflitos através da colaboração e diálogo. Esses elementos são flexíveis em sua maneira de lidar com os conflitos, utilizando-se do conhecimento de várias técnicas e métodos adequados. As decisões são tomadas em conjunto e a participação dos alunos é solicitada, mas sem ser igualitária. Cada membro do sistema escolar tem seu papel determinado. O psicopedagogo observa e diagnostica o sistema escolar e, então, cria condições favoráveis para a resolução dos problemas que surgem, fazendo com que o ensinar e o aprender se tornem comprometidos. Sendo assim, a atuação do psicopedagogo dentro da escola exige algumas características básicas.
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