MAO TSÉ-TUNG
Político e revolucionário chinês
26/12/1893, Shaoshan, China
9/9/1976, Pequim, China
Fundador da República Popular da China e um dos mais proeminentes teóricos do comunismo do século 20, Mao Tsé-Tung (ou Mao Zedong) desenvolveu idéias sobre revolução e guerrilha que influenciaram marxistas no mundo inteiro, inclusive no Brasil, onde o PC do B – então na clandestinidade e ligado à China – desenvolveu ações guerrilheiras durante a década de 1970.
Mao Tsé-tung nasceu na aldeia de Shaoshan, província de Hunan, China, filho de camponeses, freqüentou a escola até os 13 anos de idade, quando foi trabalhar como lavrador. Por desavenças com o pai, saiu de casa para estudar em Chang-sha, capital da província.
Conheceu as idéias políticas ocidentais e especialmente as do líder nacionalista Sun Zhongshan Sun Yat Sen.
Em 1911, no mês de outubro iniciou-se a revolução contra a dinastia Manchu que dominava o país. As lutas estenderam-se até Hunan. Mao alistou-se como soldado no exército revolucionário até o início da nova República da China, em 1912.
De 1913 a 1918 estudou na Escola Normal de Hunan, aprendeu filosofia; história e literatura chinesa. Continuou estudando e assimilando o pensamento ocidental e política. Começou logo a ser um líder estudantil com participação em várias associações, mudou-se para Pequim em 1919, onde iniciou seus estudos universitários, trabalhou na Biblioteca Universitária, conheceu Chen Tu Hsiu e Li Ta Chao fundadores do Partido Comunista Chinês.
Participou do Movimento Quatro de Maio contra a entrega ao Japão de regiões chinesas que haviam estado em poder da Alemanha; em função deste aderiu ao marxismo-leninismo, 1921, Mao Tse-tung participou da fundação do Partido Comunista Chinês. Em 1927, Chiang Kai Shek assumiu o poder e se voltou contra os comunistas, Mao, fugiu para as montanhas de Jinggang iniciando a guerrilha que durou 22 anos. Em outubro de 1934, Mao e seu exército seguiram para o noroeste do país, iniciando a chamada grande marcha, transformando-se líder do Partido Comunista Chinês. Quando a China foi invadida pelos japoneses em 1935, os comunistas e os nacionalistas uniram-se novamente, ao término da guerra o exército revolucionário tinha em torno de um milhão de soldados, os comunistas controlavam politicamente noventa milhões de chineses.
De 1936 e 1940 Mao fez oposição à tese dos comunistas pró-soviéticos, conseguiu impor seu ponto de vista, afastou do partido seus oponentes.
Em 1949, derrotou o Kuomintang e em dezembro foi proclamado presidente da nova República Popular da China.
Em 1956, Tsé-tung lançou a campanha das cem flores que visava a liberdade de expressão, aproveitava idéias para fortalecer o enriquecimento do padrão de vida no país, aumentou a produtividade para libertar a China da dependência soviética, tornando-a auto-suficiente econômica e politicamente
Entre 1957 e 1958, iniciou uma política desenvolvimentista chamado de grande salto adiante, marcando o distanciamento da ideologia do comunismo chinês ao soviético.
Em 1964, que data a publicação do Livro vermelho, coletânea de citações e trechos de discursos de Mao, organizado pelo ministro da defesa e chefe das forças armadas, Lin Piao. O livro, em formato de bolso, foi um instrumento eficaz no desenvolvimento do culto à personalidade de Mao. Utilizado para a doutrinação ideológica das massas, reafirmava a ideia de que o maoísmo era a culminação do pensamento marxista-leninista. Durante esse período, citações do livro eram exigidas inclusive em trabalhos científicos e sua leitura realizada, diariamente, nas escolas e nos locais de trabalho.
O passo seguinte, a criação de grupos armados de estudantes, que perseguiram intelectuais, professores e antigos membros do PC, acabou resultando num banho de sangue cujas mortes ainda não podem ser calculadas, dado o fato de a ditadura comunista chinesa continuar impedindo as investigações.
Vale mencionar que, enquanto os massacres varriam a China, os intelectuais ocidentais garantiam que tudo não passava de propaganda anticomunista e filósofos do porte de Jean-Paul Sartre se proclamava maoísta, tecendo louvores à Revolução Cultural.
Entre 1966 e 1969 iniciou a revolução cultural, imposta pelo líder, com a intenção de eliminar as separações entre os intelectuais e o povo, para alterar a política Partido Comunista, extremamente burocrático e centralizado. Foram criados os guardas vermelhos que se fundamentavam no chamado livrinho vermelho que continha citações de Mao. Em abril de 1969, no IX Congresso do Partido Comunista Chinês, o movimento foi encerrado. Milhares de pessoas morreram em seu governo.
A China foi governada pelo líder até 1976, sendo sucedido após sua morte no dia 9 de setembro do mesmo ano em Pequim.
Com a morte de Mao, o processo se interrompeu. A viúva de Mao, Jiang Qing, que tentou sucedê-lo, não conseguiu se manter por mais de poucos meses no poder. Os oponentes de Mao que lhe haviam sobrevivido, liderados por Deng Xiaoping, deram um golpe de estado e imprimiram novos rumos à China – sem desviar da política ditatorial do partido único.