Autoria: Felipe Andrade da Silva
O simbolismo foi uma característica da pintura européia nas últimas décadas do século XIX (em especial entre 1880 e 1890), bastante presente, apesar de não ter sido realmente organizado como um movimento. Possui estreita ligação com o movimento poético simbolista. Rejeitava as formas naturalistas e realistas e principalmente o conceito, bastante comum na época, de que a arte só poderia ser realizada através de imagens não abstratas que representassem com fidelidade o mundo real. O poeta Jean Moréas (1856 – 1910) foi um dos primeiros a rejeitar tais idéias artísticas em seu Manifesto Simbolista publicado em 1886, defendendo a aproximação da idéia numa forma sensível. O simbolismo nas artes plásticas, tal como na poesia, apresentava forte misticismo e referências ao oculto. Procurava diminuir o hiato entre o mundo material e o espiritual. Os pintores deveriam expressar, através de imagens, esses temas e essa visão de mundo, desenvolvidas pelos poetas simbolistas em sua linguagem. Utilizavam-se principalmente de cores e linhas, entendidos como elementos extremamente expressivos que por si só poderiam representar idéias. Confiavam mais na simples sugestão de algo que na sua forma explícita. A inspiração temática simbolista costumava vir de poesias do movimento, além de uma certa fixação em assuntos como a morte, a doença, o erotismo e até a perversidade. Há inúmeros artistas de estilos diferentes considerados simbolistas, por apresentarem traços do movimento em suas obras. Exemplos podem ser dados por nomes como Moreau, com a riqueza de suas pinturas exóticas, Puvis de Chavannes e a melancolia em seus quadros, Gauguin e suas imagens agradáveis. Até Munch é considerado, sob certos aspectos, um artista simbolista. Os simbolistas receberam sérias críticas de vanguardistas modernistas, em especial Cèzanne, pela forte presença do elemento decorativo de suas pinturas.