Autoria: Rafael Binder da Silva
O escultor francês Auguste Rodin (1840 – 1917) é considerado um dos mais importantes artistas de sua época, tendo tido o mérito de novamente valorizar a escultura numa época em que a pintura consolidava-se como a principal manifestação plástica (desde Bernini, nunca mais houve um escultor europeu de grande prestígio). A recuperação da escultura como meio expressivo poderoso foi de fundamental importância para a arte do período posterior, principalmente a arte do século XX. Os críticos acreditam que o trabalho de Rodin condensa vários estilos artísticos do século XIX, como o Romantismo, o Realismo, o Simbolismo e o Impressionismo. Apesar disso, possui um forte estilo próprio que emerge dessas várias influências num trabalho único e considerado genial. Apesar de seu enorme talento e prestígio posterior, foi recusado três vezes na Escola de Belas- Artes de Paris, uma vez que não era considerado, no início da carreira, apto o suficiente para freqüentar a instituição. As esculturas de Rodin são marcadas pelo profundo traço pessoal do artista. Michelângelo foi sua principal fonte de inspiração e, segundo as palavras do próprio artista, o renascentista libertou-o do academicismo. A originalidade e a recusa ao convencional de suas obras para os padrões da época lhe acarretaram vários problemas, como a proibição de expor alguns trabalhos prontos feitos sob encomendas. É famoso o caso de não aceitação, por exemplo, de sua escultura de Balzac encomendada pela Société des Gens de Lettres, que levou cinco anos para ser realizada (1892 a 1897) e a princípio não pode ser colocada nas ruas de Paris. Era extremamente expressiva e radical, menos um retrato, mais uma marca do gênio do artista. Apesar de sua rejeição na época, o monumento que é considerado a mais original estátua pública realizada no século passado, era tido por Rodin como “o resumo“ de toda a sua vida. Desde suas primeiras representações como “Homem da Idade do Bronze“, de 1876 – bastante influenciado por Michelângelo -, Rodin já impressionava pela realidade e vida que imprimia à suas esculturas. “A mão de Deus“, de 1898 é outra amostra de seu estilo ímpar de intensa expressividade que, para grande choque do público, podia deixar parte da pedra em estado bruto, sugerindo a formação da figura no exato momento em que era vista pelo observador. São extremamente conhecidas ainda as peças que realizou como um conjunto para o Musée des Arts Décoratifs, em Paris. Foi encomendado ao artista um portal de bronze, que apesar de ter trabalhado nele por cerca de dez anos (de 1880 a 1900), nunca foi terminado. Chamou-se “Os Portões do Paraíso“ e era composto por quase duzentas peças, entre elas, o popular “O Pensador“, sem dúvida uma das peças de escultura mais conhecidas no mundo inteiro. No começo desse século já era considerado o maior escultor vivo. Seus últimos trabalhos são marcados principalmente por maior presença do erotismo nas representações. Além das esculturas, Rodin realizava trabalhos gráficos. Fazia ainda retratos de personalidades de sua época. Há um Museu Rodin em Paris e outro na Filadélfia que possuem vários exemplares da obra do artista.