Em suma, todos os custos que foram ou são gastos se transformaram ou transformarão em despesas, quando da entrega ou consumo de bens ou serviços para obtenção de receita. Vários gastos são transformados diretamente em despesas, sem terem sido custo, outros não, passam a ser custo e depois se tornam despesas. Ou seja, há uma evolução entre gasto, custo e despesa, sem que necessariamente sigam todas as etapas. Podendo o gasto tornar-se investimento, custo e finalmente despesa, ou simplesmente de gasto passar a despesas.
1 TEMA
DVA – Demonstração do Valor Adicionado
2 – DELIMITAÇÃO DO TEMA
Evidenciar a importância da Demonstração do Valor Adicionado – DVA na utilização pelas organizações como ferramenta de linguagem acessível para a compreensão da realidade econômica e social apresentada pelas demonstrações contábeis tradicionais, as quais podem possuir uma linguagem técnica às vezes de difícil compreensão por parte dos cidadãos, sendo que o labor foi desenvolvido através de revisão bibliográfica.
3 – FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Ressalta-se, atualmente a importância da Demonstração do Valor Adicionado como um novo rumo em comparação com as demonstrações contábeis tradicionais, pois enquanto estas têm como foco principal de preocupação a evidenciação das informações sobre o lucro e sua forma de apuração, para os investidores, aquela mostra, além do lucro dos investidores, a quem pertence à outra parte da riqueza gerada pela empresa, refletindo, ainda, uma preocupação empresarial que é nova, e baseada na responsabilidade social, a remuneração dos fatores e produção que ajudaram a formar a riqueza da organização.
Entretanto, as diversas discussões e cobranças da sociedade iniciada nos meios acadêmicos fizeram com que a lei 6404/76 entrasse em reformulação, e tal projeto de Lei sugere que a DVA faça parte juntamente com as demonstrações obrigatórias.
Qual seria o benefício em termos concretos se a DVA fizesse parte das demonstrações obrigatórias?
4 – OBJETIVOS
O objetivo geral do presente trabalho é sobre a DVA é evidenciar a riqueza gerada por uma organização, tanto no aspecto econômico como também no que se refere ao aspecto social, bem como, demonstrar as metodologias da adição e subtração para a elaboração da DVA, no enfoque contábil e econômico. Analisando o desempenho financeiro de uma empresa pelo valor econômico que é agregado aos bens e serviços adquirido.
Objetivos Específicos:
a) Fornecer informações que demonstrem a geração de riqueza da empresa Cooperoeste – Cooperativa Regional de Comercialização do Extremo Oeste, localizada na cidade de São Miguel do Oeste e seus efeitos sobre a sociedade que está inserida.
b) Demonstra os agraciados do valor adicionado em cada um dos fatores de produção e seu destino, conforme abaixo:
c) 2.1. Dispêndio na remuneração dos empregados;
d) 2.2. Geração de tributos ao governo (municipal, estadual e federal);
e) 2.3. Remuneração do capital de terceiros através de juros;
5 – JUSTIFICATIVA
Justifica-se a proposição deste trabalho, acreditando que as demonstrações contábeis tradicionais informam somente as questões econômicas e financeiras das empresas, ou seja, não expressa a distribuição da riqueza gerada para os demais beneficiários como empregados, governo, financiadores e acionistas/sócios; entretanto é relevante estas informações não apenas para a comunidade de modo geral mas, para a própria empresa, seja ela pública, privada ou de terceiro setor que irá demonstrar uma preocupação com o social podendo até mesmo expandir-se no mercado, ao passo que, as informações sobre a própria distribuição da riqueza com ações desenvolvidas para a formação de conceitos de cidadania e investimentos em projetos sociais forem divulgadas no meio social.
Assim a duvida paira na seguinte questão: Qual seria o benefício em termos concretos se a DVA fizesse parte das demonstrações obrigatórias? Pois bem, atualmente a importância da Demonstração do Valor Adicionado como um novo rumo em comparação com as demonstrações contábeis tradicionais, pois enquanto estas têm como foco principal de preocupação a evidenciação das informações sobre o lucro e sua forma de apuração, para os investidores, aquela mostra, além do lucro dos investidores, a quem pertence à outra parte da riqueza gerada pela empresa, refletindo, ainda, uma preocupação empresarial que é nova, e baseada na responsabilidade social, a remuneração dos fatores e produção que ajudaram a formar a riqueza da organização.
Informações sobre aspectos sociais se tornaram tema de debates no universo acadêmico e nas organizações, refletindo na figura do contador responsável pelo desenvolvimento da contabilidade social. E é através do contador que se destaca um dos ramos do balanço social, a DVA (demonstração do Valor adicionado), que é muito mais abrangente que as demonstrações atuais, pois, engloba tanto os resultados econômico-financeiros quanto à responsabilidade da empresa perante o público-alvo. È um grande passo da ciência contábil, pois, aproxima a contabilidade comercial da contabilidade nacional. Mas que ainda é pouco conhecida por não ser uma demonstração obrigatória na Legislação Brasileira.
As entidades poderão utilizar-se da demonstração do valor adicionado para identificar, analisar e comunicar o montante de recursos adicionais gerados para a economia (local, regional, nacional, setorial, etc.), bem como para relacionar quais as fontes e quais as aplicações dessa riqueza (para quem foi distribuída).
Levando em conta que a DVA é um demonstrativo que começou a ser exigido a pouco tempo, ela pode ser considerada de suma importância, principalmente para os investidores, que passarão a aplicar seu dinheiro através da analise na DVA, fazendo com que as empresas a publiquem, pois através dela sabem o quanto de valor a empresa agrega durante o seu processo produtivo. A Demonstração do Valor Adicionado desenvolve conceitos puramente econômicos, evidenciando quanto de valor a empresa agrega durante seu processo produtivo, ampliando assim os horizontes de seus usuários.
Segundo alguns autores a DVA vêm sendo considerados pelos analistas um dos critérios que melhor indica a medida da eficácia da gestão empresarial, superior àquela do lucro. Tudo isso dentro da concepção de que a missão moderna na empresa representa um papel econômico e social.
O somatório do VA (valor adicionado) de cada entidade representa a quantificação do PIB produzido em determinada atividade, região etc., ou ainda é um instrumento real para preparação metodológica do PIB de um país, estado ou município.
Assim podemos afirmar que Esta nova Demonstração é o instrumento-chave para o crescimento sustentável do país, construindo vínculo entre empresa, sociedade e meio ambiente; adquirindo desta forma, facilidade em adquirir financiamentos, tecnologia adequada; e com a formação de cidadãos mão-de-obra qualificada e um meio ambiente saudável.
6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Explicação, detalhada, rigorosa e exata de todo o trabalho desenvolvido na pesquisa. Apresentando o tipo de pesquisa, os instrumentos de coleta de dados utilizados, o período em que os dados foram coletados, a população e amostra. Também se apresentam as formas de tabulação e tratamento dos dados, portanto, tudo aquilo que se utilizará no trabalho de pesquisa.
6.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA
A pesquisa quanto à abordagem, classifica-se em teórico-empírico atendendo a objetividade da investigação cientifica, utilizando publicações de livros, projetos, artigos e coletas de dados do estudo de caso.
Referente à abordagem do problema trata-se de uma pesquisa quantitativa devido aos formulários, relatórios que serão analisados na coleta de dados.
Pelos objetivos propostos, será uma Pesquisa Exploratória, não havendo sido realizada antes para o propósito proposto, proporcionando assim maior familiaridade com o problema.
Descritiva, através da utilização de bibliografias pertinentes, características próprias, dados baseados em estatísticas, que farão analisar fatos.
Pelos procedimentos técnicos utilizados para o alcance dos objetivos esta pesquisa será:
a) Pesquisa Bibliográfica, a qual caracteriza-se por utilizar livros, revistas, artigo científico e contribuir para pesquisa empírica (SANTOS, 2000).
b) Documental, sendo que sua finalidade é reunir vários documentos, como projetos, plantas geográficas, mapas, informações em disquete, fotografias, relatórios, etc (GIL, 1996, p.52).
c) Pesquisa Estudo de Caso, o qual analisará as informações coletadas na empresa Cooperoeste – Cooperativa Regional de Comercialização do Extremo Oeste.
d) Explicativa, pois tem como um dos principais objetos, tornar algo inteligível, justificando-lhe os motivos. Para Gil (1996, p. 47) “o conhecimento científico está assentado nos resultados oferecidos pelos estudos explicativos”.
6.2 – POPULAÇÃO E AMOSTRA
Cooperoeste – Cooperativa Regional de Comercialização do Extremo Oeste, localizada na cidade de São Miguel do Oeste, Balanço Patrimonial e DRE dos anos 2002,2003,2004,2005.
6.3 – COLETA DE DADOS
Através de pesquisa, registro de informações técnicas fornecidas pela empresa Cooperoeste,
6.4 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Será feito um estudo aprofundado nos dados colhidos, no que diz respeito a aplicação e a importância da DVA.
7 – FUNDAMETAÇÃO TEÓRICA
A contabilidade surgiu da necessidade do homem acompanhar o desenvolvimento – evolução ou regressão do seu patrimônio, e efetuar o registro deste, adequadamente.
A Contabilidade, desde sua manifestação como conjunto ordenado de conhecimento, com objetivo e finalidades definidas, tem sido considerada como arte, como técnica ou como ciência, de acordo com a orientação seguida pelos doutrinadores ao enquadrá-la no elenco das espécies do saber humano. (Herrmann, 1978)
Afirmam alguns historiadores, que, a Contabilidade tenha sua origem aproximadamente a 4000 a.C.. Entretanto, o homem primitivo, antes disso, inventariava o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis, ao contar seus rebanhos, ao contar suas ânforas de bebidas, já estava praticando uma forma rudimentar de Contabilidade. Com o surgimento da escrita, a contabilidade teve nos números um marco para seu desenvolvimento, porém foi com o surgimento da moeda que consolidou seu desenvolvimento. (IUDÍCIBUS, 2000)
Sua função é registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, objetivando fornecer informações, interpretação e orientação sobre a composição e as variações desse patrimônio, para a tomada de decisões de seus administradores.
As principais fases para desenvolvimento da Contabilidade moderna segundo Gergull, foram:
Do Renascimento até o início século XIX, a demanda por informações gerenciais – neste período o desenvolvimento da Contabilidade esteve a cargo da Escola Européia, origem da disciplina;
A partir do surgimento das Sociedades Anônimas mais complexas do século XIX e decorrentes da necessidade de grandes aportes de capital, acrescem-se as primeiras necessidades, a geração de informes aos acionistas e credores, e ainda ao governo, este ainda interessado principalmente na cobrança do imposto sobre a renda, nascida em finais deste século.
É claro que a Contabilidade teve evolução relativamente lenta até o surgimento da moeda. Na época da troca pura de simples de mercadorias, os negociantes anotavam as obrigações, os direitos e os bens perante terceiros, porém, obviamente, tratava-se de um mero elenco de inventário físico, sem avaliação monetária. (FRANCO, 1997)
No século XIX e princípio do século XX, com a revolução industrial e surgimento das grandes plantas de produção, tem-se o desenvolvimento da Contabilidade de Custos e o reconhecimento da depreciação como decorrência de problemas derivados da tratativa contábil das operações com as ferrovias;
Com o crescimento da economia norte-americana, impulsionado pela crise das bolsas de 1929, inicia-se um amplo programa de pesquisa e disciplina da atividade contábil naquele país, com grande preocupação em propiciar a compreensão e um corpo teórico consistente as práticas contábeis adotadas, dando início à ascensão da escola americana.
Contudo, a preocupação com as propriedades e a riqueza é uma constante no homem que teve de aperfeiçoar seus instrumentos de avaliação da situação patrimonial à medida que as atividades foram desenvolvendo-se em dimensão e complexidade. Surgindo assim todas as características necessárias para o advento desta nova ciência – a Contabilidade, não mais de forma rudimentar, mas sim, com metas e objetivos traçados.
Seu objeto de estudo é, pois, o patrimônio, e seu campo de aplicação das entidades econômico-administrativas, assim chamadas àquelas que, para atingirem seu objetivo, seja ele econômico ou social, utilizam bens patrimoniais e necessitam de um órgão administrativo, que pratica os atos de natureza econômica e financeira necessários a seus fins. (SÁ, 1997)
Portanto, segundo Franco, a Contabilidade é um conjunto de conhecimentos sistematizados, com princípios e normas próprias, e nesta concepção ampla, afirma ser uma ciência da área Econômica Administrativa.
Com o surgimento da escrita contábil, foi possível de maneira técnica registrar todos os acontecimentos no patrimônio. Assessorando assim ao desenvolvimento patrimonial.
A Contabilidade, ao desenvolver-se como ciência, surgiram várias correntes filosóficas, entre estas se destacam Materialismo substancial liderado por Francesco Villa; Personalismo liderado por Giuseppe Cerboni; Controladorismo liderado por Fábio Besta; Reditualismo liderado por Eugen Schmalenbach; Aziendalismo liderado por Alberto Ceccherelli e Gino Zappa e o Patrimonialismo liderado por Vincenzo Masi. (SÁ, 1997)
Segundo Franco, “distinguimos, na Contabilidade, uma parte teórica e uma prática. A primeira é de identificação de princípios e de fixação de normas, de análise e interpretação de fatos, de estabelecimento de relações de causa e efeito e de previsão para futuros acontecimentos. É a Contabilidade científica, segundo os tratadistas. A parte prática, de execução do registro dos fenômenos patrimoniais, é a técnica através da qual a Contabilidade atinge seu objetivo, que é de estudar e controlar o patrimônio, fornecendo informações e orientação sobre o estado patrimonial e suas variações. Essa técnica chama-se Escrituração.”
Portanto, qualquer sistema enquanto entidade que pode ser usada em si mesma deve ter limites, quer espaciais quer dinâmicos. Estritamente falando, as fronteiras espaciais só existem na observação ingênua, pois toda as fronteiras são, em última análise, dinâmica. Conforme Bertalanffy, refere-se à entidade como um agente sistêmico. Para a Contabilidade, Entidade é o primeiro postulado, em que se assenta toda a fundamentação teórica de forma dedutiva. Nesse sentido, GerGull, destaca os seguintes tópicos para entendimento de sua evolução como ciência:
A teoria é o marco fundamental do conhecimento cientifico e responsável pelo seu desenvolvimento;
Este marco teórico fundamental não deveria conter orientação de caráter utilitário, a priori, de forma a não influir os desdobramentos de novas possíveis revelações;
A Contabilidade é um campo de conhecimento desenvolvido a partir de um enfoque utilitário e, portanto, é suposta a possível limitação de alcance de suas bases teóricas, desenvolvidas como justificativa para as práticas geralmente aceita;
O desenvolvimento teórico contábil, assentado em um enfoque utilitário, poderia estar orientado para o passado, não contemplando as bases para o enfrentamento dos novos desafios constituídos nos intensos movimentos de transformação ambiental;
A ampla insatisfação dos usuários e contadores com a prática contábil e proliferação de críticas a estrutura de suas bases teóricas poderia ensejar o esgotamento do paradigma em que assenta sua base conceitual;
A busca de conhecimento de ser orientada sob um enfoque holístico com pressuposto básico para a captação das complexidades ambientais;
A busca do desenvolvimento científico baseado na articulação de interesses interdisciplinares poderia atender, ao menos em parte, o requisito de uma visão holística ambiental;
A articulação da Teoria Contábil com a Teoria Geral dos Sistemas poderia constituir-se em um novo paradigma para o desenvolvimento do conhecimento contábil e a reafirmação da Contabilidade como ciência;
Dando ênfase a este pensamento IUDÍCIBUS, MARTINS e GELBCKE (2000, p.43) entendem que: “as empresas precisam dar ênfase a evidenciação de todas as informações que permitem a avaliação da sua situação patrimonial e das mutações desse seu patrimônio.”
Com o objetivo de apresentar a relação existente entre a entidade, os funcionários e a sociedade foi desenvolvido o Balanço Social. Ele consiste numa demonstração que comunica à sociedade como as organizações participam da construção de sua realidade social. O Balanço social evidencia informações sobre o perfil da entidade, dados laborais sociais e ambientais. Nele também está inserida a Demonstração do Valor Adicionado que, de acordo com o que já foi visto, mostrará como a empresa contribui para a geração de riquezas no país e de que forma são distribuídas.
É importante destacar que o balanço social não difere da DVA; esta faz parte do seu próprio corpo, por ser sua representação gráfica. É a demonstração contábil que melhor apresenta estas informações.
Não é obrigatória a apresentação do balanço social no Brasil, mas tramita no congresso um projeto de lei que visa essa possibilidade. Em alguns países da Europa sua apresentação é necessária.
Há uma grande diferença entre uma demonstração de resultado e uma demonstração do valor adicionado, tendo em vista que apresentam enfoques diferentes e, de certa forma, são complementares. O principal objetivo da primeira é mostrar o lucro líquido que, em última instância, é a parte do valor adicionado que pertence aos sócios como investimento de capital de risco.
Por outro lado, a demonstração do valor adicionado mostra a parte que pertence aos sócios, a que pertence aos demais capitalistas que financiaram a empresa com capital a juro, a parte que pertence aos empregados e que fica com o governo e evitaria diversos desgastes políticos. Como conseqüência disso a empresa provavelmente alcançaria maior crescimento e estabilidade de seus lucros (YOSHUOCA, Ricardo. Valor adicionado – alguns conceitos econômicos que ajudam a entender a demonstração contábil. Boletim IOB 8/98, p 1-5)
A Contabilidade não tem um fim nela mesma e sim no impacto causado no processo decisório do usuário das suas informações. Os relatórios contábeis são seu produto final, portanto, deve traduzir da forma mais clara possível a realidade econômica neles espelhada. Acredita-se ser tarefa dos contadores e estudiosos propor melhorias no processo de comunicação da Contabilidade.
A contabilidade pública é uma especialidade da contabilidade, que, baseada em normas próprias, está voltada ao registro, ao controle e à avaliação do patrimônio público e suas respectivas variações, abrangendo aspectos orçamentários, financeiros e patrimoniais, constituindo valioso instrumento para o planejamento e o controle da administração governamental. (ARAÚJO E ARRUDA, 2004, p.32).
7. 1 – DVA
Nosso principal interesse nesse estudo é evidenciar a importância da utilização da Demonstração do Valor Adicionado – DVA pelas mias diversas organizações como ferramenta efetivas de linguagem acessível para a compreensão da realidade não só econômica, mas também social apresentada pelas demonstrações contábeis tradicionais, as quais por sua vez possuem uma linguagem técnica às vezes de difícil compreensão por parte dos cidadãos.
A demonstração do Valor Adicionado se torna importante ferramenta de evidenciação das riquezas criadas e distribuídas pelas entidades, uma vez que as demonstrações financeiras tradicionais geram análises primordialmente orientadas para o lucro. A mudança de foco da demonstração do Valor Adicionado comparativamente às demonstrações financeiras tradicionais baseadas na Demonstração do Resultado do Exercício de forma bastante interessante amplia a visibilidade de quanto efetivamente a entidade agrega ao ambiente em que está situada.
O orçamento é um processo contínuo, dinâmico e flexível, que traduz, em termos financeiros, para determinado período, os planos e programas de trabalho, ajustando o ritmo de execução ao fluxo de recursos previstos, de modo a assegurar a contínua e oportuna liberação desses recursos (DE CASTRO, 2006).
O Valor Adicionado é uma forma microeconômica que possui alguns quesitos de fácil análise para os demais interessados que não participam do direcionamento da empresa.
Sua distribuição se resume em: Parcela do sócio/acionistas;
Parcela dos empregados; Parcela do governo e Parcela dos financiadores.
O valor adicionado é a diferença entre a receita e os insumos adquiridos de terceiros no período, e junção dos diversos valores agregados resulta em informações de cunho macroeconômico o PIB (Produto Interno Bruto).
7.2 – BALANÇO SOCIAL E A DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO
A Demonstração do Valor Adicionado teve seu nascimento por influência da França e da Alemanha como forma de mensuração desta participação da empresa neste contexto social. Já O Balanço Social teve seu advento na Europa com o objetivo de atender ao grande parte dos movimentos sociais que demandavam por informações tais como: informações para os empregados sob o aspecto do nível de emprego, projetos sociais, remuneração, condições ambientais, condições de trabalho e formação profissional.
No Brasil o Balanço Social surgiu com a dissertação de mestrado do professor Tinoco em 1984 e teve como um dos principais divulgadores o Sociólogo Herbert de Souza. Foram promovidos debates envolvendo entidades como Abrasca (Associação Brasileira de Capital Aberto), PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais) e CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Em 1997, foi apresentado um projeto de Lei obrigando as empresas privadas, públicas e sociedades de economia mista com mais de 100 empregados elaborar o Balanço Social, que permanece sem aprovação. Apesar de ainda não ser obrigatório no Brasil algumas empresas já publicam o Balanço Social. Como composição do Balanço Social é apresentada a Demonstração do Valor Adicionado que tem como objetivo demonstrar o desempenho econômico da empresa e seu relacionamento com a sociedade. (FAGUNDES, p. 2 , 2004)
Ressaltar-se que não é objetivo deste trabalho entrar no mérito do regime contábil utilizado pelas empresas, bem como o debate dos princípios fundamentais de contabilidade para a composição e evidenciação da demonstração de resultado do exercício (DRE) e demonstração do valor adicionado (DVA). Outro exemplo é mencionado por Kroetz (2000, p.41).
Tabela no 01: Demonstração da geração de riqueza do período ‘x 01’Fonte: Kroetz, 2000, p.41
E conforme de Luca (apud Contabilidade e Finanças USP, outubro/2003 pág. 21) a utilização da DVA para fins de análises macroeconômicas permite, além de sua utilização para cálculo do PIB do país, diversas informações para a avaliação da macroeconomia e a tomada de decisões neste âmbito:
• Análises de produtos nacionais, regionais e setoriais;
• Análises de investimentos, financiamentos e subvenções governamentais;
• Avaliações de projetos de instalações de empresas multinacionais.
Entretanto, o atual cálculo do PIB que exige números e estimativas não necessariamente será substituído pela DVA, porque esta quando aprovada será exigida apenas para as empresas de grande porte, mas valorosamente, será auxiliado por esta Demonstração que é mais precisa nas demonstrações econômicas, evidenciando de forma simples e completa a geração e distribuição da renda da empresa.
A contabilidade é um grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Assim sendo, a contabilidade coloca a disposição do gestor a informação sobre bens, mercadorias e serviços, seja a empresa da atividade industrial, comercial ou da prestação de serviços.(IUDÍCIBUS E MARION, 2000).
7.3 – METODOLOGIA DE DETERMINAÇÃO DO VALOR ADICIONADO
Neste trabalho utilizaremos o enfoque contábil, por se entender que o cálculo do valor adicionado baseado nas vendas, através da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, pois parece trazer maior credibilidade, já que tal relatório contábil foi submetido à apreciação do Conselho Fiscal e Auditores externos. Também existem métodos para o cálculo do valor adicionado, entre eles o método da Adição e o método da Subtração. O primeiro agrega uma série de rendas que acumulam os lucros ou sobras derivadas da atividade organizacional.
Este método tem gerado algumas dificuldades no seu preenchimento, entre elas à dificuldade enfrentada pelas empresas no que diz respeito à separação dos itens que compõe o custo dos produtos vendidos.
7.4 – DVA – PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS
Percebemos-nos que a DVA sofreu e ainda sofre alguns fatores que de certa forma a pressiona devido à falta de padronização, o que pode gerar polêmica em relação ao cálculo do valor adicionado, entre estas se podem citar o tratamento contábil utilizado para o registro de operações, embaraçar a análise comparativa entre diversas empresas.
8 – REFERÊNCIAS
ARAUJO, I.; ARRUDA D. Contabilidade Pública – da Teoria à Prática. 1ª ed. Saraiva. 2004. BRASIL. Lei nº 101/2000. Leis de Responsabilidade Fiscal
COSENZA, José Paulo. A eficácia informativa da Demonstração do Valor Adicionado. Revista Contabilidade e Finanças USP. São Paulo: ano XIV, edição especial, p.7-29, out/2003.
DE CASTRO, Robison Gonçalves (Consultor de Orçamento do Senado Federal);
GERGULL, Alberto Weimann, – www.eac.fea.usp.br/cadernos/index.htm, Caderno de Estudos, São Paulo, FIPECAFI, v.9, n.15, p.35-40, janeiro-julho, 1997
LUCA, Márcia Martins Mendes de; Demonstração de valor adicionado: do cálculo da riqueza criada pela empresa ao valor do PIB. São Paulo: Atlas 1998.
YOSHUOCA, Ricardo. Valor adicionado – alguns conceitos econômicos que ajudam a entender a demonstração contábil. Boletim IOB 8/98
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não contadores.São Paulo: Atlas S.A., 2000.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria geral da contabilidade. Editora Atlas, 6ª ed, São Paulo, 2000.
KROETZ, César E. S. Balanço Social: Teoria e Prática, Atlas, São Paulo: 2000, 162p.
SÁ, Antônio Lopes de. História geral e das doutrinas da contabilidade. Editora Atlas, São Paulo, 1997.
FAGUNDES, Ms Jair Antonio; MINIKEL, Esp. Elton Jair; PRETTO, Esp. José Guilherme; MIELKE, Esp. Oldair Luis Anschau. ARTIGO – DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO – UM ESTUDO EM UMA COOPERATIVA DE PRODUÇÃO.