A Pneumonia é um processo inflamatório agudo do pulmão. O agente etiológico mais frequente da doença é o pneumococo de Fraenkel, sobretudo dos tipo I, II e XIV. O germe chega ao pulmão por via aérea. Implanta-se e realiza a sua actividade patogénica, sendo tudo isto facilitado por afecções víricas anteriores, resfriamentos e cansaço físico intenso.
A intensidade da pneumonia pneumocócica e a sua extensão lobar dependem de precedente sensibilização tecidual em relação à bactéria. Por isso, quando a bactéria torna a atacar, o organismo responde com uma viva reacção hiperérgica.
Na forma clássica, que evolui espontâneamente, há duas fases, que correspondem a alterações anatómicas, e que se realizam numa semana.
Fase inicial – incremento (1-2 dias): a doença começa com arrepios, do tipo punhalada no tórax e febre elevada. O doente tem o rosto congestionado e está dispneico, muitas vezes cianótico, acusa cefaleia intensa e tosse seca. O exame de tórax mostra à inspecção uma hipomobilidade do hemotórax atingido, confirmada pela palpação que também evidencia muita dor numa zona do tórax. Com a percussão, consegue-se evidenciar uma ligeira hipofonese lobar e à auscultação, no mesmo nível, há diminuição do murmúrio vesicular e a presença de fervores crepitantes inspiratórios.
Fase de estádio (4-6 dias): a febre contínua permanece elevada, a dor diminui, a dispneia e a cianose são mais intensas, aparece com frequência um herpes labial, às vezes delírio, a tosse é mais insistente, com expectoração cada vez mais abundante e cor de ferrugem. As condições gerais pioram, a diurese diminui e a frequência cardíaca aumenta. O exame objectivo evidencia melhor o aumento do frémito vocal táctil. À hipofonese segue-se maciez lobar e aos fervores segue-se o característico sopro brônquico.
Fase de resolução (5.º-7.º dias): a febre diminui e em poucas horas desaparece com grande sudorese, a dispneia e a cianose diminuem, a tosse é acompanhada de expectoração mucopurulenta, mais fluida, as condições cardio-circulatórias e a diurese voltam à normalidade e confirma-se pelo exame físico torácico (aumento de expansibilidade, normalização do frémito, hipofonese e depois som claro pulmonar, fervores crepitantes e subcrepitantes expiratórios).
Esta é a evolução normal da pneumonia, quando não há intervenção terapêutica.
A complicação mais frequente do processo pneumónico é a pleurisia, que aparece no decurso da pneumonia ou quando esta já está em vias de resolução. Em regra, tem evolução favorável.