1. A mumificação
* O costume do embalsamamento (ou da mumificação) no Egito antigo surge como um reflexo às práticas efetuadas com Osíris. Consistia na evisceração e no banho do corpo numa solução de natrão por setenta dias. Também era realizado o enfaixamento de todas as partes do corpo com bandagens de linho, especialmente tecidas para a ocasião das exéquias. A operação inteira consistia em um minucioso ritual religioso, conduzido por um sacerdote que recitava as fórmulas apropriadas a cada uma de suas fases.
* Um do itens do rito era a colocação de amuletos em várias partes do corpo, cada um deles representando um objeto intimamente ligado a Osíris ou a outro grande deus: os dois dedos, feitos de basalto negro e colocados próximos à incisão da evisceração, podiam representar os dedos que Anúbis utilizou para retirar as vísceras de Osíris; o grande escaravelho colocado sobre o peito destinava-se a estimular o coração do morto a bater novamente (o escaravelho simboliza o deus Kheper, cujo sentido é o de renascimento).
* As vísceras do morto eram embalsamadas em separado e depositadas em quatro vasos, cada um protegido por um dos filhos de Hórus, na seguinte ordem: Meshta, com cabeça humana, guardava o fígado; Hápi, com cabeça de mono, guardava os pulmões; Tuamutef, com cabeça de chacal, guardava o estômago; Quebesenuf, com cabeça de falcão, guardava os intestinos. Estes recipientes são chamados de vasos canopos e podiam ser acondicionados em cofres, às vezes decorados com as figuras das deusas Ísis, Néftis, Neit e Selkhet.
* A múmia, que podia ser ou não coberta com uma máscara mortuária, era encerrada em um ataúde decorado.