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sexta-feira, dezembro 20, 2024

Uretrite

Autoria: Vicente Fco.

Uretrite

Umuarama

2006

Introdução

Uretrite é um processo inflamatório da uretra, que habitualmente cursa com secreção uretral e ardor ao urinar. A causa mais freqüente é bacteriana, de transmissão venérea, sendo o agente mais freqüente o gonococos (uretrite, gonorréia) e a Chlamydia trachomatis (uretrite inespecífica). O tratamento baseia-se no uso de antimicrobianos adequados e sempre que possível, deve-se tratar os contactantes.

Outras causas, além da bacteriana, pode ser: causa química ( espermaticida usado durante as relações) ou causa traumática (cirurgias, corpo estranho).

A maioria das uretrites são sexualmente transmitidas. Nos últimos anos houve aumento na freqüência das uretrites sexualmente transmitidas devido:

à promiscuidade sexual
ao acesso fácil a anticoncepcionais
à divulgação de material erótico e pornográfico
à prática de automedicação com tratamentos inadequados
à migração de população de baixo nível socioeconômico-cultural para cidades grandes
ao grande número de portadores sãos
à não utilização de preservativos

Uretrite Gonocócica

É conhecida por gonorréia e blenorragia e popularmente por corrimento, escorrimento ou pingadeira. É um dos tipos mais comuns de uretrite masculina. Causa infecção da mucosa uretral o agente causador é a Neisseria gonorrhoeae, um diplococo, aeróbico, gram negativo e no microscópio, assemelha-se a um pequeno rim.

O período de incubação é habitualmente de 2 a 10 dias. No homem estima-se que após o contato infectante, cerca de 25% irão desenvolver a doença. A incidência é maior nos indivíduos jovens (entre 15 e 30 anos), sexualmente ativos e sem parceiro fixo. A transmissão é pelo contato sexual.

Manifestações clínicas:

sensação de prurido
ardor ao urinar
secreção purulenta abundante, esverdeada
urgência urinária
pode ocorrer febre
as áreas cutâneas apresentam múltiplas erosões, arredondadas ou ovaladas, com superfície rósea e contorno não endurecido
maioria das mulheres não sentem sintomas, mas transmitem aos homens
Diagnóstico

A história do paciente junto com o exame físico fornece elementos fundamentais para o diagnóstico. O exame bacterioscópico de secreção, com o auxílio de corantes especiais, pode ser realizado no próprio consultório, pelo médico, se houver condições. Se não, o exame bacterioscópico e bacteriológico feitos em laboratórios são solicitados.

Complicações

Dentre as complicações no homem destacam-se: balanopostite, prostatite, epididimite, artrite, meningite, faringite, pielonefrite, miocardite, pericardite, septicemia. Pode causar ainda uma estenose (estreitamento) uretral. A estenose aumenta o risco de uretrite em uma região mais alta da uretra e, ocasionalmente, pode acarretar a formação de um abcesso em torno da uretra. O abcesso pode provocar o surgimento de divertículos uretrais (abaulamentos na parede uretral) que também podem ser infectados. Quando o abcesso perfura a pele e forma uma fístula uretral a urina pode escoar através da mesma.

Tratamento

É tratada com medicamentos à base de antibióticos. Durante o tratamento, o portador não pode ter relações sexuais e deve evitar bebida alcoólica. Deve-se tratar o paciente e seus parceiros.

Uretrite Não-Gonocócica

É uma infecção sexualmente transmitida acometendo geralmente a uretra. O homem, ao ter relações com uma parceira infectada, tem 50% de chance de se infectar. Pode ser causada por vários microorganismos, tais como: Tricomonas vaginales, Cytomegalovirus, Cândida albicans e Chlamydia trachomatis.Este último é o agente etiológico mais freqüente. É uma bactéria, gram negativa, obrigatoriamente intracelular, sendo o período de incubação no homem, de 14 a 21 dias.

Estima-se que dois terços das parceiras estáveis de homens com UNG hospedem a C. trachomatis no endocérvix e podem reinfectar seu parceiro sexual. Essas mulheres raramente apresentam sintomas típicos.

Manifestações clínicas

prurido
discreta dor uretral
secreção mucóide, branca e escassa
disúria leve e intermitente
alguns corrimentos da UNG podem simular, clinicamente, os da gonorréia
Diagnóstico

A história do paciente, juntamente com os sinais e sintomas citados acima, fazem suspeitar de clamídia. O exame da secreção deve ser feito a fim de se detectar a clamídia e também para se fazer o diagnóstico diferencial da gonorréia.

A secreção é colocada em lâminas para serem coradas pelo gram (coloração especial para gonorréia) ou para se submeterem a testes mais sofisticados como imunofluorescência, ensaios imuno-enzimáticos. Detecção de anticorpos anticlamídia (IgM) é outro meio diagnóstico usado em casos mais complexos.

Complicações

A uretrite não gonocócica pode evoluir para: prostatite, epididimite, balanites, conjuntivites (por auto-inoculação) e Síndrome uretro-conjuntivo-sinovial. Pode ocorrer também estenose uretral, infertilidade masculina e contaminação do reto ocasionando dor retal com evacuação sanguinolenta e tenesmo. Na mulher, pode ocorrer endometrite, doença inflamatória pélvica, infertilidade, gravidez ectópica e desconforto abdominal crônico.

Tratamento

O tratamento é feito através de antibióticos, devendo envolver o paciente e sua parceira. Deve-se manter abstinência sexual.

Assistência de enfermagem

Histórico

O paciente deve ser solicitado a descrever o início e a progressão dos sintomas. Deve-se questionar sobre corrimento (cor, consistência, odor, início, quantidade), prurido, ardor, lesões. É importante proteger a confidencialidade quando se discutem questões sexuais.

Durante o exame físico, observa-se a presença de exantemas, lesões, secreção e inchação.

Diagnóstico de enfermagem

Déficit de conhecimento sobre a doença e o risco de disseminação da infecção e reinfecção.
Recusa em seguir o tratamento.
Medo relacionado à estigmatização prevista e ao prognóstico e complicações.
Prescrições de enfermagem

Orientar o paciente sobre a doença, explicar a evolução da infecção e as possíveis complicações sanando todas as suas dúvidas em relação à patologia
Orientar sobre a importância do tratamento para o paciente e sua parceira e a não interrupção do mesmo.
Orientar o uso de preservativos e outras medidas preventivas como: evitar promiscuidade sexual e selecionar o parceiro sexual.
Evolução

Os resultados esperados podem incluir:
Adquire o conhecimento e a compreensão sobre a doença
Adere ao tratamento
Alcança o tratamento efetivo
Demonstra uma conduta menos ansiosa.

Conclusão

A uretrite é a designação genérica para processos inflamatórios ou infecciosos da uretra (canal que conduz a urina da bexiga para o meio externo), se não tratada adequadamente pode acarretar sérias conseqüências para homens e mulheres. Dessa maneira, é fundamental ficar atento a qualquer alteração, e quando surgir deve procurar orientação e ajuda com profissionais especializados.

O tratamento não deve ser interrompido e deve-se manter todas as orientações do médico para ser bem sucedido. Lembrando também, que a prevenção é o uso de preservativos, seleção adequada de parceiro e evitar promiscuidade sexual.

Referências bibliográficas

BRUNNER & SUDDARTH, Tratado de enfermagem Médico-Cirúrgica, 9ª edição, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2002.

KUNIN, Calvin; Infecções Urinárias, 4ª edição, Editora Revinter.

http://www.dstfacil.hpg.ig.com.br/uretrite_menu.htm

http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?218

http://www.msd-brazil.com/msd43/m_manual/mm_sec11_127.htm

http://www.guiasexual.com.br/saude/gonorreia.htmhttp://www.uro.com.br/dst.htm

http://www.sobral.ce.gov.br/saudedafamilia/Publicacoes/DST/corrimento%20uretral.htm

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