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sexta-feira, novembro 22, 2024

Gestão Ambiental na Hotelaria

Autoria: Maria Emília

Gestão Ambiental na Hotelaria

1 INTRODUÇÃO

A questão da proteção ambiental nas organizações transformou-se em um dos fatores de maior influência da década de 90. Atualmente , a utilização de recursos naturais já não é mais possível sem um prévio planejamento , de sua substituição ou recuperação integral , através de regulamentações , ou ainda da necessidade natural das empresas em competir num mercado sem fronteiras.

O uso racional dos recursos disponíveis na natureza já não é exigência apenas dos ecologistas ou entidades governamentais , passando a fazer parte , também, do planejamento estratégico das organizações . Considerando que as preferências dos consumidores tomam como alvo às entidades ecologicamente correta, na sua prestação de serviço , na produção de produtos ou a forma de interagir com seus fornecedores, funcionários e a comunidade em geral , existindo a necessidade de adequação aos novos padrões exigidos , sendo essenciais para uma convivência pacífica e longínqua , humanitária e protetora ao ambiente.

Pode-se observar na moderna administração, o comprometimento das empresas com o meio ambiente , preocupação esta, presente em todos os ramos de negócios e em todos os sentidos de desenvolvimento. Segundo DONAIRE( 1999, p. 29 ), ” …temos o poder de reconciliar as atividades humanas com as leis naturais e de nos enriquecermos com isso. E nesse processo , nossa herança cultural e espiritual pode fortalecer nossos interesses econômicos e imperativos de sobrevivência”.

A proteção do ambiente constitui um dos maiores desafios da geração atual, ao qual nenhum setor de atividade pode ficar indiferente. O estado de degradação a que o planeta chegou e, a necessidade de aplicar medidas vigentes que minimizem os efeitos causados pelas agressões ambientais são alguns dos objetos de estudo do referido projeto.

As atividades ligadas ao Turismo foram , durante muitos anos , consideradas inofensivas , em termos de agressão ambiental , quando comparadas com os setores industriais tradicionais, os quais, já vêm aplicando práticas ambientais há alguns anos. Os Profissionais responsáveis ligados aos setores de Turismo, em especial os Gestores ligados à Hotelaria, reconheceram a importância de incluírem práticas ambientais na gestão dos negócios.

Grandes redes de hotéis e empresas preocupadas com o desenvolvimento ambiental, estão implantando em sua cadeia de gerenciamento o Sistema de Gestão Ambiental , onde este inclui a estrutura organizacional, as atividades de planificação , as responsabilidades , as práticas , os procedimentos , os processos e os recursos para elaborar , implementar , realizar , rever e manter a política ambiental, além do almejo da ISO 14001.

Diante de estudos e considerações ligados ao fator ambiente, observar-se-á como a hotelaria e, em especial o mercado de resorts , delimitando como área de estudo o Resort Costão do Santinho , localizado em Florianópolis – SC, têm utilizado e aplicado o sistema de gestão ambiental , bem como a descrição da implantação , visto que o grande desejo das empresas que já executam o sistema é ser reconhecida através da obtenção da ISO 14001, ao qual o Hotel em estudo já obteve.

O objetivo fundamental deste estudo de caso , Resort Costão do Santinho , é identificar quais os fatores que levaram o hotel a buscar a implantação do Sistema de Gestão Ambiental e a forma como estabeleceram sua política ambiental, os critérios adotados pela empresa para a obtenção de certificação da norma ISO 14001, bem como os meios utilizados para a manutenção do SGA e finalmente a avaliação dos impactos ambientais, realização de auditorias, sistema de comunicação, e os principais benefícios estratégicos da empresa depois da Certificação ISO 14001, através de um diagnóstico minucioso das principais etapas.

O referido projeto de pesquisa pretende mostrar , através de pesquisa qualitativa , como vem se desenvolvendo o sistema em questão, procurando principalmente desenvolver estudos científicos sobre a gestão ambiental na hotelaria , neste caso, se apoiando no estudo de caso, Resort Costão do Santinho.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Descrever o processo de implantação do Sistema de Gestão Ambiental e da certificação da norma ISO 14001 na hotelaria, tendo como base , o estudo de caso, Resort Costão do Santinho em Florianópolis – SC.

2.2 Objetivos Específicos

identificar os fatores que levaram o hotel a implantar o SGA;
identificar os critérios utilizados pela certificadora para a obtenção da norma ISO 14001;
analisar o processo de manutenção do sistema de gestão ambiental;
descrever a política ambiental da empresa;
identificar os principais benefícios alcançados após a implantação do SGA, bem como sua influência no planejamento estratégico da empresa .

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Recentemente o número de seres humanos no planeta atingiu a casa dos cinco bilhões . Segundo projeções demográficas apresentadas pela COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO(199, P.110), essa cifra será superior a oito bilhões já no ano de 2020 .

Pode-se observar grandes fatores que propiciam esta imersão populacional no mundo e, entres estes , o aumento da qualidade de vida , a tecnologia sofisticada relacionada com a medicina e fontes de pesquisas que freqüentemente atraem cientistas a descobrir novas formas de combater doenças , epidemias e, em alguns casos até mesmo o desemprego . Devido a fatos como estes , o mundo detecta uma profunda mudança no ambiente natural baseado no aumento da densidade demográfica nos grandes centros ,juntamente com os fatores que provêm dela.

Diante desta preocupação , a mentalidade ecológica da sociedade tem ganhado um destaque significativo em face do papel fundamental que exerce para a qualidade de vida da população.

Desde a 1ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em 1972 em Estolcomo, na Suécia, até a consolidação do termo ” Desenvolvimento Sustentado” na linguagem do dia-a-dia, a sociedade atual está cada vez mais convicta de que é possível uma nova gestão dos recursos naturais que possibilita ao mesmo tempo , eficácia e eficiência na atividade econômica e que se possa manter a diversidade e estabilidade do meio ambiente.

As atividades turísticas também estão diretamente ligadas à questão ecológica porque o turismo feito de forma desordenada e além da capacidade de recepção de um local em determinado tempo , acaba se transformando num fator de poluição e de destruição não só do patrimônio natural existente mas também do próprio patrimônio cultural da comunidade.

Neste ritmo acelerado pelo controle do meio ambiente , o desenvolvimento sustentável atribuído por muitos autores tem sido o principal tema ligado ao turismo nos último anos, conforme relatório da COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO ( 1991, p.46 ), ” o desenvolvimento sustentável é aquele que atende

às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidade .”

No entanto, é importante lembrar que no âmbito do turismo , é sempre mais indicada a prevenção do que a cura, visto que essa última pode apresentar seqüelas irreversíveis. Assim , o processo da pesquisa visando o desenvolvimento sustentável se adapta a outro tema ainda mais específico para o meio ambiente , o sistema de gestão ambiental , ao qual aborda um gerenciamento ecológico buscando algumas diretrizes e estratégias que se classificam em : inovação, cooperação e comunicação.

Na tentativa de desenvolver uma pesquisa com o intuito de descrever como o processo de sistema de gestão ambiental se desenvolve na hotelaria, faz-se referência ao estudo de caso, Resort Costão do Santinho em Florianópolis.

3.1 A Pesquisa em Turismo

Atualmente, as pesquisas no campo do turismo e hotelaria vêm se tornando mais favoráveis ao conhecimento e atuação de mercado e reconhecidas cientificamente , devido às técnicas de pesquisas atuais e às abordagens de grandes estudiosos da área. Analisar-se-á como a pesquisa voltada ao estudo de caso se caracteriza no turismo.

Assim traduz BEATRIZ HELENA GELAS LAGE e PAULO CÉSAR MILONE(2001, P. 306) “Ponderado como uma pesquisa em que o objeto é uma unidade social que deve ser profundamente observada e analisada , o estudo de caso é praticado no turismo por meio de um trabalho de campo – em situações típicas ( usuais ) ou incomuns ( excepcionais ) – visando , por exemplo : à investigação de uma comunidade local receptora de turismo de negócios ; ao comportamento dos indivíduos ( turistas ) quando em viagens de férias e de diversão, entre outros.”

Habitualmente assumido para obter respostas do gênero – ” o que, qual, quem, quando, onde, como e por que” – o estudo de caso no turismo tem-se tornado uma estratégia metodológica exploratória e descritiva bastante usual por estudantes, tendo em vista o problema a ser investigado , contribuindo para a difusão das múltiplas experiências que a complexa atividade turística incorpora.

Assim, diante das variáveis adotadas na pesquisa em turismo , o referido projeto se apoiará em um estudo de caso sobre hotelaria , especificamente sobre o Resort Costão do Santinho em Florianópolis, tendo como tema principal sua questão ambiental.

3.2 A Hotelaria no mercado atual

O desenvolvimento do turismo , quando aplicado ao fator econômico movimenta grandes receitas no mundo atualmente. E, dentre seus principais produtos, a hotelaria lidera como forte meio de hospedagem aos principais destinos e também se tornando “o destino”, se destacando entre os principais hotéis de lazer e Resorts espalhados pelo mundo.

Segundo VIRGÍLIO CARVELHO(2000, P. 209) “a indústria hoteleira internacional está imersa em profunda transformação . As mudanças afetam tanto a estrutura empresarial quanto a concepção de negócios. Os fluxos turísticos estão variando substancialmente , mudando os sistemas de administração e gestão de administradores ortodoxos e clássicos e dos donos de hotéis. A visão moderna transformará todos os empresários de vanguarda em empreendedores hoteleiros , prevendo a mudança inclusive no Brasil.”

O mesmo autor (2000) salienta que o foco do mercado hoteleiro tinha na Europa seu feudo, e isso se devia ao fato de que o velho continente era o destino turístico de maior volume e também o que vivia maiores índices de crescimento . Hoje, esta mentalidade já não prevalece mais, e já não é o continente americano , como se poderia pensar , mas a Ásia e o Pacífico que desenvolverão esta indústria com mais intensidade, nos próximos anos. Um dos aspectos que mais incidem na transformação da indústria hoteleira internacional é a permanente evolução das tendências do mercado, geradas sobretudo pela forte concorrência de preço e qualidade.

A hotelaria brasileira começou a crescer desde meados do século XIX, quando muitas das capitais e cidades principais de nosso país ganharam grandes e elegantes hotéis . No entanto , a expansão da atividade hoteleira só foi intensificada depois da II Guerra Mundial, e hoje está em níveis bem próximos dos vigentes na hotelaria internacional.

A hotelaria no Brasil, não poderia deixar de aparecer entre os principais destinos da atual temporada, devido principalmente a certas ocorrências dos países Latino Americanos, que até então eram líderes do turismo mundial. Assim, o Brasil, destaca-se no mercado turístico , pela sua diversidade de produtos e também pela qualidade de serviços, ainda estando um pouco longe dos moldes americanos e europeus, mas já inserido na indústria turística como destino provável.

3.2.1 A ISO 14001 e o Setor Hoteleiro

As normas ISO 9000 e ISO 14001 são normas opcionais dentro das empresas. Na era da modernidade e tecnologia, ainda não há exigência internacional oficial para as empresas alcançarem a certificação ISO 14001. Mas isso não significa que não haverá pressão para que se alcance a certificação ISO 14001. Grandes empresas , principalmente aquelas associadas à poluição ambiental , provavelmente serão as primeiras a alcançar a certificação ISO 14001.

A ISO 14001 não estabelece exigências absolutas para o desempenho ambiental, mas tão-somente um compromisso ( estabelecido na política ambiental da empresa )de cumprir a legislação e regulamentos aplicáveis e de realizar melhorias contínuas. Não há nada na norma ISO 14001 que especifique a quantidade de materiais perigosos que podem ser despejados como efluentes. Ao contrário, a norma simplesmente estabelece ( entre outras coisas ) que a gerência sênior deve definir a política ambiental da organização e assegurar que :

c) inclua um compromisso de obedecer a legislação ambiental relevante, as regulamentações e outras exigências às quais se propõe a organização” ( ISO 14001 Parágrafo 4.2 Política Ambiental )

A ISO 14001 é mais genérica. Sob o escopo , por exemplo , leia-se:

Esta Norma Internacional é aplicável a qualquer organização que deseja:

a) implementar, manter e aprimorar o sistema de gestão ambiental;

b) garantir-se de que está em conformidade com a política ambiental estabelecida;

c) demonstrar tal conformidade com a política de gestão ambiental estabelecida;

d) procurar certificação/ registro do sistema de gestão ambiental de uma organização externa;

e) afirmar autodeterminação e autodeclaração de conformidade em relação à Norma Internacional ISO 14001.

Percebe-se que a norma é propositalmente ampla em seu escopo. As palavras ” qualquer organização”podem aplicar-se a um hotel ou restaurante , assim como a indústrias químicas e fábricas de papel.A norma simplesmente estabelece que qualquer um que deseja a certificação ISO 14001, perceba que a certificação é uma opção e não uma exigência , sendo assim, a empresa terá de identificar e ter acesso a exigências legais e outras a que a organização se proponha , que sejam aplicáveis a aspectos ambientais de suas atividades , produtos e serviços.

O alcance da certificação ISO 14001 por uma empresa de turismo e, principalmente por um hotel demonstra que ambos implementaram um programa de gestão ambiental rigoroso. Este fato certamente atrai o interesse de um grupo substancial de turistas para os quais o ecoturismo é um aspecto importante. Naturalmente , não se pode sugerir que a certificação ISO 14001 seja equivalente a ecoturismo. De fato, muitos proponentes do ecoturismo argumentariam que uma experiência de ecoturismo verdadeira está além das exigências estabelecidas na norma ISO 14001. Argumentariam, por exemplo, que o ecoturismo engloba tais conceitos nebulosos , como desenvolvimento sustentável, manutenção da biodiversidade, redução do consumo exagerado, sustentação da economia local e, geralmente , prática do turismo responsável.

O ecoturismo é uma oportunidade de demonstrar que o desenvolvimento econômico e a preocupação pelo ambiente podem coexistir simbioticamente . Em uma tentativa de abordar o turista ecologicamente engajado , alguns dos programas chamados Green Label têm pouco a ver com proteger o ambiente.

Observa-se no entanto, que o ecoturismo é apenas uma das formas de proteger o meio ambiente e aprimorar o desenvolvimento sustentável, podendo se manifestar outros produtos tão importantes quanto, sendo de extrema importância esta preocupação por todas as empresas de turismo.

Pode-se recomendar que as empresas interessadas na ISO 14001 implementem um sistema simples e prático desenvolvido para adicionar valor . O sistema de gestão ambiental não pode se tornar o sistema oneroso que é bem conhecido , mas não é praticado. O sistema deve ser desenvolvido de forma que aumente a eficiência e o lucro . Sob a orientação adequada , a norma ISO 14001 pode ajudar as empresas a alcançarem seus objetivos.

3.3 Turismo e Desenvolvimento Sustentável

” O turismo contemporâneo é um grande consumidor da natureza e sua evolução , nas últimas décadas , ocorreu como conseqüência da ” busca do verde” e de “fuga” dos tumultos dos grandes conglomerados urbanos pelas pessoas que tentam recuperar o equilíbrio psicofísico em contato com os ambientes naturais durante seu tempo de lazer.” ( 1997, p. 9 )

Atualmente , o grande afluxo de pessoas residente em áreas urbano tem aumentado significativamente em função do trabalho e melhores condições de vida. Devido a este, e outros fatos relevantes, nota-se freqüentemente a preocupação de toda a população pelo controle do meio ambiente natural, visto que , as conseqüências deste grande afluxo de pessoas nesses ambientes , extremamente sensíveis, fazem com que o planejamento dos espaços , dos equipamentos e das atividades turísticas se apresente como fundamental para evitar os danos sobre os meios visitados e manter a atratividade dos recursos para as gerações futuras.

Assim, o planejamento dos espaços turísticos e não turísticos, de modo geral, tem a finalidade de preservar e precaver quaisquer danos que possam causar a natureza, para que várias gerações possam usufruir de forma adequada todas as atratividades e espaços do empreendimento.

O turismo nos espaços naturais não é apenas modismo de uma época e a opinião pública tem se conscientizado , cada vez mais, da necessidade de proteger o meio ambiente . Se, pelo lado da demanda , a motivação ” contato com a natureza” se torna cada vez mais intensa, a natureza intacta e protegida passa a ser um argumento comercial importante . Assim, o turismo de qualidade pode tornar-se economicamente viável , desde que associado à proteção dos espaços naturais e excelência dos serviços e equipamentos oferecidos pelos clientes.

É preciso que o turismo e o meio ambiente encontrem um ponto de equilíbrio , a fim de que a atratividade dos recursos naturais não seja a causa da sua degradação.

Diante dos tópicos acima descritos , abordar-se-á como mais uma base de estudo, o desenvolvimento sustentável, aplicável constantemente no planejamento das empresas. De acordo com o relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento(1991, p.46 ) , o ” desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem ás suas próprias necessidades”.

Então na necessidade de adequar modelos de gestão que visem um desenvolvimento econômico e social saudável, referindo-se ainda à Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento , observa-se que a satisfação das necessidades essenciais dependem em parte do crescimento potencial pleno, sendo várias as questões que podem determinar ou não esta satisfação, como o crescimento desordenado da população desencadeando então a privação de certos benefícios como a alimentação , a saúde pública e a educação.Portanto observar-se-ia o desenvolvimento como ferramenta para a equidade desde que bem administrada.

ANDRADE(2000), refere-se a Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento , destacando a preservação do ambiente na realização do desenvolvimento sustentável, e ainda paralelamente a Carta Empresa para o Desenvolvimento Sustentável, declara que uma das prioridades de qualquer organização , hoje, é a preservação do meio ambiente , considerando que as organizações precisam ter consciência de que deve existir um objetivo comum, e não um conflito, entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental, tanto para o momento presente como para as gerações futuras.

Em essência, relata a COMISSÃO MUNDILA SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO(1991), o desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos , a direção dos investimentos , a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro , a fim de atender às necessidades e aspirações humanas. Declarando que será necessário a adoção de princípios básicos para estabelecimento das políticas ambientais e desenvolvimento sustentável , entre os quais destaca-se:

Alteração da qualidade do desenvolvimento;
Atender as necessidades de emprego, alimentação, energia, água e saneamento;
Manter um nível populacional sustentável;
Conversar e melhorar a base de recursos ;
Reorientar a tecnologia e administrar o risco;
Incluir o meio ambiente e a economia no processo de tomada de decisões;
Conscientizar a população local da importância do turismo sustentável;
Estar atento a possíveis riscos ambientais , visando uma demanda apurada e a qualidade dos serviços prestados;
Finalmente , entende-se que o planejamento deve ser propício a todos os níveis de negócios, e em especial ao turismo, pois a atividade turística tem a capacidade de envolver inúmeros setores e, entres estes o setor ambiental.

3.4 O mercado de Resorts

A Indústria do Lazer e Entretenimento no Brasil está em pleno apogeu. Este reflexo começa a tomar corpo a partir dos anos 90, segundo estudos realizados pelo WTTC – World Travel & Tourism Council; em que grandes modificações ocorridas no mundo foram capazes de proporcionar mais conforto , facilidades e maior tempo livre para as pessoas, juntamente com crescimento do ócio nas sociedades popularmente constituídas.

O mundo dos negócios e grandes centros urbanos são responsáveis em parte por essa nova tendência mercadológica. A intensa era da economia , a globalização, e a busca da informação são fatores que de certa forma exerce influência sobre as pessoas , principalmente aquelas que convivem nesses centros urbanos , onde o fator do stress e o excesso de trabalho a atividades fazem com que se sintam atraídas pela ociosidade e lazer.

Grandes transformações no país podem ser caracterizadas como conseqüências de tendências na busca do mercado de Resorts . O crescimento demográfico diminuiu , as nações amadureceram e o número de aposentados vem aumentando. Isto explica o desenvolvimento , com acelerado crescimento , das viagens e turismo por todos os países dos diversos continentes.

O turismo de lazer , de acordo com a OMT, será o principal motor propulsor da expansão da atividade turística ao longo da primeira década do século XXI.

Nos últimos anos , o rápido crescimento do turismo europeu para a América do Norte foi baseado nos Resorts de Cancun ( México ) , Flórida e Havaí ( EUA ), refletindo a tendência da exploração não somente dos destinos close – to- home, mas também de localidades que ofereçam diferentes experiências e tidos como exciting and unspoilt.

Acompanhando essas mudanças , deu-se início no Brasil a construção de Resorts. Salienta-se que os hotéis de lazer sempre existiram, porém modestamente no país. O diferencial na hotelaria do novo século foi um novo conceito tanto no aspecto físico quanto no de serviços. O Brasil, como país continental , foi um campo aberto para a edificação de Resorts , que já não encontravam espaços físicos em outros países.

A EMBRATUR, em sua nova norma de classificação , admite como tipo Resort o hotel que esteja localizado em área de conservação e equilíbrio ambientais. Sua construção deve ter sido precedida por estudos de impacto ambiental e planejamento da ocupação do solo. Precisa dispor de infra-estrutura de entretenimento e lazer significativamente similares , e deve classificar-se nas categorias de luxo ou luxo superior.

Os Resorts que se encontram dentro dos padrões necessários exigidos pela EMBRATUR, dispõe de arquiteturas horizontais, sendo esta a característica mais fiel, contando com amplos espaços aquáticos, áreas de recreação, health clubs e spas. Nos serviços , uma estrutura completa , alguns com sistema all inclusive, outros com sistema de meia pensão. Todos com qualidade e capacidade de alto luxo.

Os Resorts no Brasil tem sua origem marcada por empreendimentos como o Transamérica da ilha de Comandatuba, o Club Méd de Itaparica o Costão do Santinho e o mais completo megaempreendimento de lazer já construído no país- Costa do Sauípe.

Tendo como base o estudo da hotelaria internacional destacar-se-á algumas características dos resorts do Novo Milênio:

ao estilo da região ou temáticos;
Ar livre. Locais Exóticos e desconhecidos;
Locais com apelo ecológico;
Agregação de cultura e conhecimento ( artesanato, pintura, técnicas de relaxamento, etc );
Decoração
Atualmente tem-se sabido que diversos projetos destinados a construção de novos Resorts estão saindo do papel, no embalo da retomada do turismo interno e na perspectiva de atração de mais turistas estrangeiros.

“Os Resorts ou Megaresorts hoje têm como preocupação maior o ser humano, oferecendo o lazer, sempre agregados à saúde, esporte, cultura e ecologia.” ( OMT, 2001, p.28)

3.5 A Gestão Ambiental

Atualmente, o ambiente ganhou um lugar de destaque como preocupação mundial, quer em nível do simples cidadão , quer em nível das organizações, agentes econômicos e sociais que , através da sua intervenção no nosso cotidiano, apresenta uma interação direta ou indireta com o ambiente.

Sendo de interesse primordial da atualidade e, principalmente deste estudo, faz-se oportuno resgatar o entendimento conceitual sobre o termo ” meio ambiente”, palavra chave e referência central desta abordagem. Segundo PAULO PIRES( 2001, p.229 ) , “o termo “meio”( do latim médium ) se refere ao lugar onde pode ser encontrado qualquer ser vivo, enquanto o termo “ambiente” ( do latim ambire ) se refere a tudo que envolve este lugar.Dessa forma , o termo ambiente completa a idéia de meio reforçando a idéia de entorno ou de realidade física que envolve todos os seres vivos do planeta.”

Até por volta dos anos 1970 a expressão meio ambiente era difundida e utilizada genericamente referindo-se ao meio natural, ou seja, à natureza ou aos ecossistemas naturais , acepção esta que ainda predomina na maioria leiga da população.Assim, o termo “meio ambiente” inclui não só o meio natural, mas também o meio artificial pleno de realizações materiais humanas, como os meios sociocultural e político- institucional em toda a sua dimensão.

Desta forma, o desenvolvimento do sistema de gestão ambiental relaciona-se a toda organização , no entanto, fazendo referência à preservação dos recursos naturais renováveis e não-renováveis, buscando acima de tudo a qualidade total e o desenvolvimento sustentável como um todo.

A necessidade de que atividades que de alguma forma ofereçam risco à comunidade, sejam desenvolvidas ambientalmente corretas, tem levado as empresas a buscarem alternativas para diminuir ou até sanar este tipo de problema, através da implantação de modelos de gestão ambiental nos mais variados setores de atuação das empresas, sendo indústrias ou prestadoras de serviço, indiferente do segmento de mercado. O dilema do empresariado brasileiro, atualmente, é o de adaptar-se ou correr o risco de perder espaços arduamente conquistados.

E, em se tratando do segmento turístico, a preocupação tende a ser cada vez maior , visto que os impactos ambientais nas comunidades receptoras ou até mesmo nos equipamentos turísticos são relativamente freqüentes. A busca pelo desenvolvimento sustentável tem levado muitas empresas do setor turístico a implementar modelos de gestão ambiental, a fim de garantir sua qualidade e sanar qualquer tipo de problema que por ventura venha a ocorrer em função do turismo, como por exemplo a falta de capacidade de carga, que se caracteriza por ser um sério problema dos produtos naturais (ambientes naturais).

Com a implantação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) a empresa deve visar a sua própria sobrevivência, como sinônimo de melhoria contínua, não significando necessariamente a implantação de tecnologias caras. O setor empresarial do país pressionado por exigências cada vez mais fortes do mercado internacional viu-se impelido a adotar estratégias de gestão ambiental, não só para eliminar não-conformidades legais e atender às crescentes investidas dos órgãos ambientais, mas também para garantir sua permanência num mercado altamente competitivo.

Segundo CZAJA (2001), a empresa não deve implantar um sistema de gestão ambiental visando apenas o melhoramento de sua imagem ou para se enquadrar às leis ambientais vigentes, mas implantar de forma que os resultados sejam transferidos para os objetivos centrais da organização, a partir de uma avaliação estratégica dos problemas e soluções, fazendo-se perguntas básicas como: Onde a organização pretende estar no futuro? Como chegar até lá? Onde a organização será bem-sucedida? Como medir o sucesso?

Quando uma organização implementa um SGA, está concordando em manter uma responsabilidade ambiental, como um contrato invisível com o meio ambiente. O que implica numa tomada da consciência de seu papel na sociedade, sendo que em alguns casos fica mais barato ter o sistema, em fase dos riscos ambientais que esta sujeita. Segundo ANDRADE (2000), uma vez que o sistema de gestão ambiental se aproxima de uma administração participativa e inovadora, exigem a participação da comunidade na gestão, bem como a busca do consenso, cooperação, democracia e autonomia, demonstrando um claro estágio de desenvolvimento.

Numa visão da busca pela certificação ISO 14000, a definição de sistema de Gestão Ambiental (SGA), segundo a AGÊNCIA DE CONSULTORIA CONTATO AGÊNCIA AQUARIANA(2000), é um conjunto de normas referentes a métodos e análises, que possibilitam certificar que: determinado produto (seu carro, seu inseticida, o papel que você usa, entre outros) quando da sua produção, sua distribuição e descarte; e/ou a organização que o produziu, utilizando um processo gerencial e técnico: não proporcionam, ou reduzem ao mínimo, os danos ambientais, e que estejam de acordo com a legislação ambiental.

Um exemplo de como o SGA pode repercutir positivamente, é o caso da SANEPAR (Companhia de Saneamento do Paraná) – Foz do Iguaçu(2001), que na busca pela melhoria contínua, no atendimento e nos processos que geram impactos ambientais, visando a redução de risco de acidentes ambientais, implantou o SGA. A diretoria da SANEPAR, para isto, inicialmente estabeleceu uma política ambiental, definiu um comitê para implanta-la e deu claras demonstrações aos seus colaboradores da importância do SGA para a empresa e que não era uma jogada de marketing, nem modismo gerencial. (fonte: revista SANARE-revista técnica da SANEPAR (2001). O resultado foi a certificação ISO 14001.

Christian Döbereiner, gerente de consultoria ambiental da Shell do Brasil S.A, falando do processo de implantação do Sistema de Gestão Ambiental na Shell, descreve como sendo o primeiro passo, a definição de uma política ambiental clara, que assinada pelo presidente da companhia, foi divulgada em toda a organização, incluindo companhias associadas e contratadas.

3.5.1 Implantação de um SGA de acordo com a norma ISO 14001

Tomando como fonte, VALLE (1996), enumeraremos as normas e diretrizes mínimas que a empresa deve estabelecer a partir da política ambiental, alcançando assim o sistema de gestão ambiental, que deve ter como objetivo o aprimoramento contínuo das atividades da empresa, através de técnicas que conduzam aos melhores resultados, em harmonia com o meio ambiente:

a) Manter um sistema de gestão ambiental que assegure que suas atividades atendam à legislação vigente e aos padrões estabelecidos pela empresa…

b) Estabelecer e manter um diálogo permanente com seus empregados e a comunidade, visando ao aperfeiçoamento de ações ambientais conjuntas. Por exemplo, a coleta seletiva de lixo.

c) Educar e treinar seus funcionários para que atuem sempre de forma ambientalmente correta. (economia de energia, eletricidade, etc).

d) Exigir de seus fornecedores produtos e componentes com qualidade ambiental compatível com a de seus próprios produtos.

e) Desenvolver pesquisas e patrocinar a adoção de novas tecnologias que reduzam os impactos ambientais e contribuam para a redução do consumo de matérias-primas, água e energia.

f) Assegurar-se de que seus resíduos são transportados corretamente e em segurança até o destino estabelecido, de acordo com as boas práticas ambientais.

Sendo que uma política serve para dar maior clareza às ações que se pretende efetivar, evitando assim o desperdício desnecessário de recursos de todas as ordens.

A norma ISO 14001, segundo RIBEIRO(1999), especifica os requisitos para estabelecer uma política ambiental; determina os aspectos e impactos ambientais dos processos (produção, serviços, distribuição, etc); implementação de ações para cumprir as metas e objetivos estabelecidos; avaliação e ações corretivas, quando necessário; revisão. Para tanto deve preparar-se previamente, seguindo os passos:

Definição da Política Ambiental

Deve ser por escrito, e ser distribuídos a todos os interessados e envolvidos. Tendo com principais pontos o compromisso do cumprimento da legislação ambiental e a melhoria contínua de desempenho ambiental.

Diagnóstico Ambiental Inicial

Com o objetivo de permitir conhecer detalhadamente o estado atual da empresa.

Avaliação dos Impactos Ambientais

Conhecer os impactos ambientais vindouros de sua atividade. Impacto ambiental segundo SANARE(2001) É qualquer modificação no meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma organização), para servir de base para definição dos objetivos e metas ambientais da mesma.

Elaboração de um Programa Ambiental

Determinar estratégias, linhas de atuação e a descrição de responsabilidades que permitam à empresa alcançar os objetivos e metas ambientais definidos.

· Implementação de um SGA

É o estabelecimento de um sistema de procedimentos operativos e de controle que assegurem a implantação com êxito, da política e do programa ambiental.

Realização de Auditorias Ambientais

Depois de implantado deve existir um mecanismo de avaliação, sendo através de auditorias interna periódicas, a freqüência dependerá do grau de risco das atividades.

Estabelecimento de um Sistema de Comunicação

Será necessário para a devida atualização dos processos, visando uma comunicação entre todos os interessados.

3.6 Objetivos Da Gestão Ambiental

a) Decidiu-se implantar o SGA para:

Reduzir o consumo de água;
Reduzir o consumo de energia elétrica;
Reduzir a poluição;
b) Definição dos objetivos e metas a atingir:

Redução do consumo de água em 30 %;
Redução do consumo de eletricidade em 20 %;
Redução da poluição causada pelos químicos não biológicos utilizados nos jardins para 90 %;
Redução da poluição causada pelos detergentes normais, com a sua substituição por detergentes biodegradáveis para 90 %;
Seleção dos resíduos sólidos e posterior tratamento;
c) Medidas adotadas para a sua implementação:

Adaptação de redutores de consumo nas torneiras dos WC;
Montagem de autoclismos com regulação de débito nos WC;
Construção de uma ETAR ecológica para reciclagem dos esgotos com posterior utilização da água produzida na rega dos jardins;
Captação de pluviais para posterior utilização na rega dos jardins;
Redução do consumo de eletricidade com a montagem de 130 painéis solares;
Montagem de um sistema de gestão de energia centralizado;
Montagem de lâmpadas de baixo consumo;
Substituição dos químicos vulgares por produtos biológicos no tratamento dos jardins;
Substituição dos detergentes e produtos de limpeza vulgares por detergentes e produtos de limpeza biodegradáveis;
d) Seleção dos resíduos sólidos a saber:

Resíduos orgânicos;
Plásticos;
Papel;
Vidro;
Óleos vegetais.
3.6.1 Etapas do programa da Gestão Ambiental

Etapa 1 : Execução do levantamento ambiental, o qual incidiu sobre 3 pontos chave e teve a duração de 3 meses;
Etapa 2 : Planejamento e Definição da estrutura ( prazo irrelevante );
Etapa 3 : Realização de Ações de Formação de curta duração destinadas a informar / formar todos os colaboradores dos princípios ligados a SGA, com a duração de 2 semanas;
Etapa 4 : Elaboração de Planos de ações relativos a : Energia, Resíduos sólidos, Água, Efluentes e Fornecedores; com definição de objetivos e metas , medidas a implementar , sistemas de monitorizarão e responsabilidades , com a duração de 6 meses;
Etapa 5 : Realização de auditorias ambientais durante 3 meses.

3.7 A ISO 14001

A norma ISO 14001 descreve os requisitos básicos de um Sistema de Gestão Ambiental. É a norma que a empresa projetará, e é em relação a esta norma que ela se autodeclará em conformidade ou buscará uma certificação junto a terceiros. O principal uso da ISO 14001, conforme previsões é a certificação junto a uma terceira entidade, embora ela possa ser usada internamente com finalidades de autoceclaração e em situações contratuais. O principal uso, todavia, será possivelmente a certificação junto a terceiros. Logo, a ISO 14001 contém apenas aquelas exigências que possam ser objeto de uma auditoria objetiva com finalidade de certificação e/ou de autodeclaração.

3.7.1 ISO 14001 – Termos e definições básicas

a) Organização

De acordo com a Cláusula 3.12 da ISO 14001(1996), a organização é mencionada como “uma empresa, corporação, firma, empreendimento, instituição e partes ou combinações destas, mesmo que não pertençam à mesma razão social públicas e privadas, que tenham sua própria função e administração”. Se uma empresa estiver pleiteando um certificado ISO 14001, o objetivo real da certificação pode se aplicar a uma instalação local, uma fábrica, parte de uma instalação local ou várias instalações que compartilhem o mesmo Sistema de Gestão Ambiental. De acordo com a informação supracitada, observa-se que para entidades ou estabelecimentos com mais de uma unidade operacional, uma única unidade operacional pode ser definida como uma organização. É de responsabilidade da organização trabalhar junto a entidade certificadora para definir o objetivo exato do Sistema de Gestão Ambiental e os produtos, processos ou serviços aos quais o sistema se adapta.

b) Meio ambiente

A ISO 14001(1996) define Meio ambiente como os “arredores”no qual uma organização opera, incluindo “ar, água, terra, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações.” O meio ambiente se alonga do interior da organização até o sistema global.

O meio ambiente recitado a uma empresa seriam os arredores no qual as atividades, produtos e serviços de uma organização tenham um impacto ambiental significativo e sobre o qual a organização possa exercer controle ou influência razoáveis. Essa influência e controle podem se estender do ambiente local para o regional e até a condições globais, dependendo da natureza da organização.

c) Aspecto ambiental

A ISO 14001(1996) explica Aspecto ambiental como um elemento da atividade produtos e/ou serviços de uma organização que possa, interagir com o meio ambiente. Pode-se dizer que um aspecto ambiental significativo seria um aspecto ambiental que possua ou possa ter um impacto ambiental significativo. Fica a cargo da organização identificar os aspectos ambientais de seus produtos, processos e serviços ao estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental

d) Impacto ambiental

Qualquer mudança no ambiente, seja adversa ou benéfica, resultante total ou parcialmente das atividades, produtos e/ou serviços de uma organização é considerado como impacto ambiental.

e) Sistema de Gestão Ambiental

O Sistema de Gestão Ambiental é aquela parte do sistema total de Gestão Ambiental que inclui a estrutura organizacional, as atividades de planejamento, as responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, alcançar, proceder à avaliação crítica e manter as políticas ambientais.

f) Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental

Auditoria ambiental é um processo de verificação sistemático e documentado para obter e avaliar objetivamente evidências para determinar se o Sistema de Gestão Ambiental de uma organização está em conformidade com os critérios de auditoria de Sistemas de Gestão Ambiental que são formados pela própria organização. Cabe-se dizer que os resultados do processo de auditoria do Sistema de Gestão Ambiental devem ser comunicados à gerência.

g) Desempenho ambiental

Desempenho ambiental refere-se a resultados mensuráveis do Sistema de Gestão Ambiental, relacionados com o controle dos aspectos ambientais de uma organização baseados em suas políticas, objetivos e alvos ambientais.

h) Melhorias contínuas

Melhorias contínuas diz respeito ao processo de aperfeiçoar o Sistema de Gestão Ambiental para atingir melhorias no desempenho ambiental total em alinhamento com as políticas da organização. Cabe ressaltar que não é necessário o processo ocorrer em todas as áreas de atividade simultaneamente.

3.7.2 Introdução a ISO 14001

Organizações de vários segmentos almejam alcançar e demonstrar um desempenho ambiental eficaz. Uma maneira de faze-lo é controlando os impactos ambientais de suas atividades, produtos e/ou serviços. Isso pode ocorrer através de auditorias e análises críticas do meio ambiente. Contudo, mesmo sendo essas ferramentas úteis, não são suficientes ou completas em abrangência. Para garantir que a organização atenda às suas metas, as auditorias devem fazer parte de um contexto de trabalho mais amplo – um sistema de gerenciamento estruturado que seja integrado com a atividade de gerência total.

a) Aplicabilidade

A norma é aplicável a organizações de todos os tipos e tamanhos, tendo como intenção acomodar condições geográficas, culturais e sociais diversas e ser aplicada de maneira bem sucinta em qualquer lugar.

Um ponto crítico citado anteriormente é que a norma não estabelece requisitos absolutos de desempenho ambiental além do compromisso formal, contido na política de cumprir a legislação e estar em conformidade com as regulamentações aplicáveis, bem como o compromisso com as melhorias contínuas. A implicação é que duas organizações que desempenhem atividades parecidas e atinjam desempenhos ambientais diferentes podem estar ambas em conformidade com a ISO 14001.

O Sistema de Gestão Ambiental descrito na ISO 14001 aplica-se aqueles aspectos ambientais que a organização possa controlar e sobre os quais espera-se que ela tenha influência. A norma em si não declara critérios específicos de desempenho ambiental.

Uma certificação ISO 14001 não garantirá que uma instalação em particular tenha alcançado o melhor desempenho ambiental possível, mas tão somente que ela tenha instalado os elementos básicos de um sistema de gestão ambiental. As melhorias continuas mencionadas na norma referem-se a melhorias continuas no sistema gerencial, e não no desempenho ambiental diretamente.

A finalidade básica de um sistema de gestão ambiental é a de fornecer a uma organização um processo estruturado e um contexto de trabalho com os quais ela possa alcançar e controlar sistematicamente o nível de desempenho ambiental que estabelecer para si, sendo que o nível real de desempenho depende do contexto econômico, da regulamentação e de outras circunstancia.

b) Não inclui saúde e segurança

A norma não aborda requisitos de gestão de saúde ou segurança ocupacionais, e esses requisitos não serão objetos de auditoria. Por outro lado, a norma não impede que as organizações incorporem questões de saúde e segurança a seus programas de gestão ambiental.

c) Não há necessidade de reinventar a Roda

As organizações podem adaptar um sistema ISO 9000 existente para utiliza-lo como base para um sistema de gestão ambiental. O ponto é que uma empresa não precisa reinventar a roda para estabelecer os elementos da ISO 14001 que sejam interdependentes de sistemas gerencias existentes. A gestão ambiental é parte integral do sistema gerencial total da organização e seus elementos devem ser coordenados com os esforços existentes em outras áreas.

d) Escopo

Quando uma organização obtém um certificado ISO 14001, ela declara que um sistema de gestão ambiental específico cumpre a norma. O sistema de gestão ambiental pode abranger toda a organização, uma instalação ou unidade operacional específica ou várias instalações. Cabe à organização decidir o nível de detalhe e complexibilidade de seu sistema de gestão ambiental e a quais atividades, processos e produtos ele se aplica.

3.7.3 Requisitos da ISO 14001

O modelo básico para um sistema de gestão ambiental possui um processo de cinco etapas:

Compromisso e política

Nesta fase, a organização define uma política ambiental e assegura seu comprometimento com ela.

Planejamento

A organização formula um plano que satisfaça às políticas.

Implementação

A organização coloca um plano em ação, fornecendo os recursos e mecanismos de apoio.

Medição e avaliação

A organização mede, monitora e avalia seu desempenho ambiental contra objetivos e alvos.

Análise critica e melhoria

A organização realiza uma análise crítica e implementa continuamente melhorias em seu SGA para alcançar melhorias no desempenho ambiental total.

a) Políticas ambientais

A ISO 14001 define uma política ambiental como uma declaração “feita pela organização de suas intenções e princípios em relação ao desempenho ambiental geral”. A política ambiental dá o sentido geral da direção e comprometimento da organização com relação ao meio ambiente e fornece um contexto de trabalho para fixação de metas e objetivos.

Muitas organizações já possuem políticas ambientais. Para aquelas que não a possuem, as áreas óbvias a focalizar seria o cumprimento das regulamentações ou as áreas de risco ambiental potencial. A política pode se referir a princípios de orientação com relação ao meio ambiente desenvolvidos por associações do setor industrial, pelo governo ou por grupos voltados para o interesse público. A política normalmente é estabelecida em toda a organização por seus proprietários, conselho diretor e outras entidades que a governam; e a alta gerência é responsável por formular, implementar e modificar essa política.

b) Requisitos-chave da política

Qualquer que seja o conteúdo específico da política de uma organização, a ISO 14001 requer que:

Ela seja apropriada à natureza, escala e impactos ambientais das atividades, produtos e serviços da organização;
Inclua compromisso com melhorias contínuas;
Inclua compromisso com a prevenção da poluição;
Inclua compromisso em cumprir a legislação, as regulamentações e outras exigências relevantes às quais a organização esteja submetida;
Forneça um quadro contextual de trabalho para fixar e reavaliar os objetivos e alvos ambientais;
Seja documentada, implementada, mantida e comunicada a todos os colaboradores;
Esteja disponível ao público.
b) Políticas e normas internas

Os requisitos aos quais a organização pode se declarar em conformidade podem incluir políticas internas, inclusive aquelas de saúde e segurança, normas de programas de auditoria existentes e políticas corporativas de respostas e emergências. Estes podem ser declarados diretamente na política.

Uma declaração de política eficaz pode ser geral – pode e deve refletir a missão da empresa e seus valores essências. Mas não deve ser apresentada com declarações válidas e pomposas que não possam ser traduzidas em objetivos claros e alvos mensurávies.

d) Compromisso da alta gerência

A alta gerência comunica a todos os empregados as políticas ambientais e seu compromisso com elas. A mensagem é que a concretização dessa política seja da responsabilidade de todos. Na maioria das empresas onde a gerência consegue o apoio à política, isso se deve a recompensas tangíveis dadas aos empregados por alcançarem os objetivos ambientais.

3.7.4 Planejamento

A fase de planejamento tem cinco etapas básicas:

1. Identificar os aspectos ambientais das atividades, produtos e serviços da organização que possam ser controlados e influenciados;

2. Determinar quais estão associados a impactos ambientais significativos;

3. Identificar e manter o acesso às exigências legais e a todos os outros requisitos que se apliquem aos aspectos ambientais das atividades, produtos e serviços;

4. Estabelecer objetivos e alvos;

5. Estabelecer sistema de gestão ambiental (SGA).

Um ponto a observar: a ISO 14001 requer planejamento, mas não necessariamente um plano estratégico escrito. O planejamento é normalmente comunicado por documentos escritos; a ISO 14001, entretanto, não exige que explicitamente assim seja.

Uma empresa pode estar preocupada com os aspectos ambientais do uso real de seus produtos pelos clientes. Porém, se ela não detiver um controle prático dos impactos ambientais causados pela utilização do produto pelo cliente, ela não levará esses impactos em consideração em seu sistema de gestão ambiental. Ela poderá focalizar-se em atividades que possa controlar, tais como manuseio e disposição após uso apropriados. Similarmente, um subcontratado o fornecedor poderá deter um controle mínimo sobre os aspectos ambientais do produto, enquanto a instalação responsável pelo projeto do produto detém muito mais controle – por exemplo, a instalação poderá alterar um material utilizado no produto.

Uma forma de focalizar-se nos aspectos ambientais é trabalhar a partir das exigências regulamentares e legais ou dos riscos legais e do negócio que afetem as atividades da organização. As regulamentações governamentais já refletem aspectos ambientais-chave da atividade industrial.

a) Impactos ambientais

A próxima etapa é identificar, avaliar e priorizar os impactos ambientais significativos associados com os aspectos ambientais das atividades, produtos ou serviços. Impactos são definidos na ISO 14001 (1996) como “qualquer mudança no meio ambiente, seja adversa ou benéfica, total ou parcialmente resultantes das atividades, produtos ou serviços da organização.

A norma de orientação sugere um procedimento de quatro etapas para identificar aspectos e impactos:

1. Selecionar uma atividade ou processo ( por exemplo, manuseio de materiais prejudiciais).

2. Identificar todos os aspectos ambientais possíveis da atividade ou processo ( por exemplo, derramamentos acidentais em potencial).

3. Identificar impactos reais ou potenciais associados com o aspecto. (por exemplo, níveis de contaminação do solo e/ou água).

4. Avaliar a importância dos impactos.

Uma vez definidos os impactos ambientais, é necessário determinar sua importância. Para avalia-la, a norma de orientação ISO 14004 observa fatores como:

A escala do impacto;
Sua gravidade;
A probabilidade de sua ocorrência;
A duração do impacto.

3.7.5 Objetivos e Alvos

A próxima etapa é transformar em objetivos e alvos específicos a política ambiental e aqueles aspectos ambientais das atividades, produtos e processos da organização que tenham impactos ambientais significativos. Os objetivos gerais – ou seja, reduzir o desperdício, o lixo e os resíduos – estão associados a alvos específicos para todos os níveis da organização. A meta geral da organização pode ser a de reduzir em 50% as emissões atmosféricas num prazo de dois anos. Isso pode se traduzir em alvos específicos de redução aplicáveis a várias fábricas, sendo que cada alvo reflete as circunstâncias peculiares e as condições ambientais da fábrica.

Enquanto os objetivos são metas de longo prazo, os alvos são etapas de curto prazo ao longo do percurso para atingir os objetivos. Eles devem ser específicos e mensuráveis, e devem ter um quadro temporal específico a seu alcance sempre que possível. Por exemplo:

Objetivo: Reduzir o uso de solventes químicos e substituí-lo por elementos de limpeza biodegradáveis.
Alvo: Reduzir o uso de solventes químicos em 80 por centro até 2003.
a) Avaliação do desenvolvimento ambiental

Ao estabelecer objetivos e alvos, a organização pode utilizar indicadores de desempenho ambiental. Eles são medições específicas de desempenho ambiental. Eles são medições específicas de desempenho, como as seguintes:

Rejeitos e resíduos gerados por quantidade de produto acabado;
Percentual de rejeitos e resíduos reciclado;
Quantidades específicas de poluentes;
Hectares de terras de reservas florestais e habitat animal;
Número de violações à regulamentação

3.7.6 Programa de Gestão Ambiental

A etapa final no planejamento é estabelecer e manter um sistema de gestão ambiental que possa alcançar os objetivos e alvos da empresa. A organização deve:

Designar responsabilidades no alcance de objetivos e alvos em cada função ou nível relevante;
Proporcionar meios para atingir os objetivos e alvos;
Designar um período de tempo dentro do qual deverão ser alcançados.
Basicamente, o SGA detalha o que tem que ser feito, por quem, como e até quando. Ele pode ser subdividido em processos e procedimentos individuais aplicáveis a cada local ou instalação em um local. A norma de orientação ISO 14001 enfatiza que os empregados em todos os níveis devem prestar contas, dentro do escopo de suas responsabilidades, pelo desempenho ambiental que apóia o sistema SGA total.

O SGA normalmente abrange, planejamento, projeto, materiais, processos de produção, marketing e níveis de descarte. Para novas instalações ou reformas significativas nas instalações existentes, o sistema pode incluir planejamento, projeto, construção, delegações, operações e também a destituição de delegação. Novas atividades podem exigir análises ambientais.

3.7.7 Implementação e operação

A próxima etapa no processo SGA é implementar o programa. Isso significa estabelecer recursos humanos, físicos e financeiros para alcançar os objetivos e alvos da empresa. A norma focaliza as seguintes áreas:

Estrutura e responsabilidade;
Treinamento, conscientização e competência;
Comunicações;
Documentação do SGA;
Controle da documentação;
Controle operacional;
Prontidão para emergências e respostas às emergências

3.8 Práticas de Gestão Ambiental na Hotelaria – Estudo de Casos

O estudo de caso , de acordo com YIN (1981), é uma estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto . Difere , pois , dos delineadores experimentais no sentido de que estes deliberadamente divorciam o fenômeno em estudo de seu contexto .Igualmente , estudos de caso diferem do método histórico , por se referirem ao presente e não passado .

As práticas de gestão ambientais na hotelaria serão apresentadas sob forma de estudos de casos já realizados na mesma , que se preocupam com a questão ambiental e a qualidade ambiental como planejamento da empresa.

3.8.1 O caso do Hotel – Ecológico

O hotel Ecológico criou um agressivo programa que provê as bases para a implantação do registro na ISO 14000. É um hotel histórico com uma clientela de classe alta. Sua abordagem agressiva de reduzir o impacto ambiental lhe ajudou a identificar muitos benefícios . As áreas mais focalizadas foram: reciclagem e redução do consumo de energia e água.

As principais ações e resultados do hotel ecológico :

a) Reciclagem ( em R$ mil )

Reciclagem material
Reciclagem
Lucro

Caixa de papelão
980

Contêineres
1.400
56

Desperdício de Alimento
1.50

Vazilhames de vidro
350

Latas de metal
70

Papel de escritório
350

Jornais
350

Listas telefônicas
21

Total anual
1.750
2.877

Fonte: Gestão Ambiental e desenvolvimento sustentável no Brasil ( 2000, p. 19 )

b)Redução de Uso de Energia

Lâmpadas eficientes foram instaladas em áreas públicas que necessitam de iluminação 24 horas por dia . Lâmpadas incandescentes de 60 watts foram substituídas por lâmpadas compactas fluorescentes de 15 watts, economizando R$3.622 mil anualmente , ou seja, 90% de redução nos custos de trabalho. Lâmpadas incandescentes de 90 watts em escrivaninhas , saguões e elevadores foram substituídas por lâmpadas compactas fluorescentes de 2 watts , economizando R$1.540 mil anualmente e reduzindo os custos do trabalho. Lâmpadas de 30 watts para sinalização de saídas foram substituídas por lâmpadas de 1,8 LED de sinalização , economizando mais de R$1.179 mil anualmente.

Lâmpadas compactas fluorescentes em forma de tubo foram instaladas nas mesas dos quartos dos hóspedes , dando um retorno igual a 1,81 por ano.

Lâmpadas compactas fluorescentes em forma de tubo foram instaladas nas áreas dos fundos do hotel, as quais ficam ligadas 24 horas por dia , economizando igualmente R$59,57 por lâmpada. Lembrar os funcionários de desligar os aparelhos e lâmpadas fora de uso: sem estimativa de economia.

c) Redução do Consumo de Água

Substituição nos toaletes de descargas com 1,5 galão de capacidade por outras de 3,5 galões de capacidade , que economizará R$3.276 mil e 430.000galões de água anualmente.

Chuveiros de grande eficiência foram instalados , economizando R$6.546 mil e 859.000 galões anualmente. Foi oferecida aos hóspedes a opção de reutilização de suas toalhas e lençóis no caso de permanecerem por mais de um dia. Esse projeto economizou R$4.000 mil anualmente.

3.8.2 O caso do Hotel – Tropical das Cataratas

Localizado dentro de uma unidade de conservação do Ibama – Parque Nacional do Iguaçu – o Tropical das Cataratas, administrado pela Companhia Tropical de Hotéis, controlado pela Varig S.A ., possui 201 apartamentos , construídos a partir de um contrato de arrendamento e incorporados ao patrimônio ao patrimônio da União, comprometendo-se inclusive, com a conservação ecológica do parque , das estradas de acesso, na construção de passarelas e mirantes com vistas para as Cataratas . Dentro desse processo de colaboração foram realizadas : adaptação das instalações contra incêndio ; reforma da rede hidráulica , elétrica, tratamento de água e esgoto; eliminação de detritos e reciclagem de lixo.

Evitar, reduzir e reciclar. Esses são os princípios básicos do gerenciamento ambiental do Tropical das Cataratas Eco Resort . Sua política ambiental estabelece a preocupação com a melhoria da qualidade de vida da comunidade por meio do comprometimento da legislação vigente e da norma ISO 14001, outorgada pela DQS do Brasil em outubro de 2000.

Para implementar o Sistema de Gestão Ambiental , criou-se um comitê ambiental composto por funcionários de diversas áreas , responsáveis pelo acompanhamento de todas as ações do processo de implantação do sistema. Formou um programa de gestão ambiental , baseado no levantamento de aspectos decorrentes das atividades exercidas pelo hotel , definiu metas e objetivos.

O Programa de Gestão Ambiental que atende os quatro princípios fundamentais , enfoca principalmente o tratamento do lixo, a redução de energia elétrica, a conservação de recursos hídricos e de outros recursos naturais . Com o aval do Instituto Ambiental do Paraná, foi construída a Estação de Tratamento de Efluentes ( ETE ), com sistema de filtros biológicos anaeróbios.

Os investimentos para a implantação da ISO 14001 foram de 800 mil reais e 300 mil reais para a construção de ETE. Nestes 40 anos de existência , a Companhia Tropical administra um patrimônio construído por ela própria , em zona fronteira , tombado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Mantém estrito o cumprimento de todas as normas inerentes a essa situação. Hoje, o Tropical das Cataratas faz parte de vários catálogos de turismo publicados sobre a América do Sul e se tornou um dos maiores contribuintes da região , tanto de impostos municipais quanto estaduais.

3.8.3 O caso do Hotel – Vila Vita Parc Hotel

O Vila Vita Parc é um empreendimento turístico de luxo de 20 hectares , composto por um Hotel de 65 quartos e 8 suítes , uma Residência com 26 quartos duplos e 3 suítes , moradias em banda no Oásis Parc com 30 Junior suítes e 30 suítes familiares , assim como 12 unidades de apartamentos em Vista Parc . Duas vivendas com 4 suítes cada e duas respectivas piscinas privadas completam a nossa oferta de alojamento dentro do Resort.

Dispõe também de 6 salas de conferência , 6 restaurantes e 9 bares , assim como de uma vasta oferta de facilidades como um Health Club , um Vital Center , um Parque Infantil , um Pitch & Putt de 9 buracos , 5 campos de tênis , piscinas exteriores e uma interior aquecida , squash , minigolfe e desportos aquáticos.

O fato de somente uma pequena parte do total da área da unidade hoteleira ter sido ocupada com edifícios e a grande diversificação de restaurantes , bares, várias piscinas e outras zonas de entretenimento específico, transmitem aos clientes uma sensação de relaxamento , em virtude de nunca haver uma grande aglomeração de pessoas.

Em virtude da identificação dos muitos problemas ecológicos do nosso planeta foi, é e continuará sendo a ser um dos objetivos principais do empreendimento , criar sistemas que permitam sentir-se bem .Os sistemas de gestão ambiental são uma realidade desde o primeiro momento , tendo vindo a ser melhorados durante os anos de laboração.

As atividades ligadas ao Turismo foram, durante muitos anos , consideradas inofensivas, em termos de agressão ambiental , quando comparadas com os setores industriais tradicionais , os quais , já vêm aplicando práticas ambientais há alguns anos.

As unidades hoteleiras , por exemplo, consomem grandes quantidades de recursos naturais : energia , água a materiais diversos, ao mesmo tempo , que têm de gerir volumes consideráveis de resíduos. O ambiente foi sempre considerado um fator de primordial importância , sendo os objetivos de gestão ambiental a seguir mencionados.

a)Considerações da implantação do SGA

Até o momento existem já ganhos consideráveis com as medidas que foram implementadas. Os clientes de VILA VITA PARC têm sido bastante receptivos às iniciativas que lhes têm sido propostas , chegando mesmo a dar sugestões de melhoria.

Salienta-se o elevado nível de sensibilização que todos os colaboradores de VILA VITA PARC têm manifestado relativamente às questões ambientais , e o sucesso do programa de Gestão Ambiental implementado não teria sido alcançado sem o contribuo e esforço de todos. A etapa seguinte à implementação do Sistema de Gestão Ambiental será a obtenção da Certificação segundo standard ISSO 14001, o que constitui o reconhecimento , por uma entidade independente , que em VILA VITA PARC as regras de Gestão Ambiental estão de fato a ser seguidas.

3.9 Costão do Santinho Resort – Florianópolis

O Costão do Santinho Resort é o mais completo e luxuoso complexo turístico habitacional do Sul do Brasil, aliando infra-estrutura e serviços de padrão internacional à beleza de uma das mais sedutoras praias brasileiras – a Praia do Santinho – localizada na costa leste da ilha de Santa Catarina, estando a 35 Km do centro de Florianópolis.

O empreendimento ocupa uma área de 1 milhão de m², sendo 750 mil m² de Mata Atlântica e dunas preservadas. Do total de sua área, 650 mil m² foram transformados em unidade de conservação(RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural Morro das Aranhas).

O complexo possui apartamentos nas vilas e estúdios no Hotel Internacional, somando, aproximadamente, 500 apartamentos. Para apoio dessas unidades habitacionais, além de uma equipe de trabalho de 450 pessoas, o Resort dispõe de um complexo social com bares, restaurantes e piscinas indoor e outdoor, um complexo esportivo com canchas de tênis, bocha, padle e futebol, e um centro comercial com lojas e salas de reunião com capacidade para 1,2 mil pessoas.

A Conquista do Certificado ISSO 9002 não foi nenhuma surpresa para todos que conhecem o Costão do Santinho. Afinal, qualidade sempre foi uma marca do empreendimento. O Costão do Santinho Resort é um dos mais premiados empreendimentos turísticos brasileiros. Em sua jovem história – apenas 9 anos desde a sua inauguração – foram vários prêmios que atestam a qualidade do seu projeto, das suas instalações e dos seus serviços, sendo eles:

International Award for Tourism “Golden Helm” (1995)
Prêmio Master Imobiliário – “Melhor Resort Praia” (1995)
Partner of SRS – Steingenberger Reservation Service (1995)
Prêmio Master do Turismo – “Categotia Hoteleiro” (1996)
Prêmio Expressão de Ecologia (1996)
Pilão de Ouro da Protur (1997)
Certificação ISSO 9002 – BRTÜV INMETRO (1999)
Certificação ISSO 14001 – BRTÜV (2000)
Se existe uma palavra que defina o Costão do Santinho, essa palavra é qualidade; ainda se tratando de natureza.

O Costão do Santinho Resort, desde a sua inauguração, sempre teve um grande envolvimento com a proteção e a valorização do patrimônio natural e cultural do empreendimento e da região. Consciente da importância e necessidade da implantação de uma postura ambiental pró-ativa, já que está situado em meio a um santuário ecológico, o Costão do Santinho Resort deu início aos trabalhos de implantação de seu SGA – Sistema de Gestão Ambiental em outubro de 1999, conquistando a certificação em conformidade com a norma ISSO 14001 em novembro de 2000, concedido pela BRTÜV do Brasil, sendo assim o primeiro Resort de praia do país a conquistar a certificação ambiental, que cont

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