Autor: Evelise Aline Soares
Introdução
É um comprometimento verbal em nível lingüistico. Isto implica em distúrbios de vocabulário ou expressões verbais ou de problemas quanto a compreensão de linguagem.
A afasia possui as mesmas etiologias da disartria, a maior causa o AVCI ou AVCH, que compromete as áreas corticais relacionadas com a linguagem.
O processo fásico está vinculado ao processo de aquisição de linguagem de linguagem, processos este que de compreensão, formulação e associação de idéias.
Etiologia:
Problemas cardiovasculares (AVE/AVC);
Neoplasmas;
Causam compõe são do cérebro;
Aumento de tamanho;
Rompem vasos sangüíneo adjacentes;
Trauma craniano;
A linguagem verbal é um fenômeno complexo do qual participam áreas corticais e subcorticais (fora do córtex), mas o córtex cerebral tem papel mais importante. Admite-se duas áreas corticais relacionadas com a linguagem, que são as seguintes :
Área de Broca – é anterior e corresponde a área 45 de Brodmann e está relacionada com a expressão da fala. Lesões desta área pode levar a uma quadro denominado afasia motora, de expressão ou de Broca onde o indivíduo é capaz de compreender a linguagem escrita ou falada, porem não consegue expressar adequadamente, falando ou escrevendo.
Área de Wernicke – é posterior correspondendo a área 22 de Brodmann e esta relacionada com a percepção da linguagem. Lesões desta área pode causar afasia sensitiva, de compreensão ou de Wernicke onde o indivíduo não é capaz compreender a fala ou escrita, não consegue compreender nem mesmo o que fala.
Classificação das AFASIAS
A afasia pode ser classificada de inúmeras formas, o que notamos com base na literatura, porém as mais comuns na prática clínica são três: Afasia de Broca ou expressão, afasia de recepção ou de Wernicke e a Afasia mista.
1 – AFASIA DE BROCA OU DE EXPRESSÃO OU MOTORA (NÃO FLUENTE) – Nesta forma de afasia não há defeitos na percepção da palavra falada ou escrita. O que mais caracteriza esta afasia é a capacidade que o paciente tem de reconhecer os erros que ocorrem durante a própria expressão, chegando a até ficar irritado com a situação, procura corrigi-lo mas o faz de maneira inadequada.
O vocabulário geralmente é limitado, alguns paciente dispõem-se de muitas poucas palavra, que são utilizadas esteriotipadamente sem qualquer nexo ou situação.
Na afasia de expressão notamos claramente empregos automáticos e voluntários da linguagem. Come feito, observa-se que estes pacientes são freqüentemente capazes de utilizar certas expressões automáticas – interjeição, expressões religiosas ou palavras calão – em flagrantes constantes com escassez de vocabulário, permanece o vocabulário que o paciente está acostumado.
Observa-se também nestes pacientes as Parafasias literais, ou seja, utilização de palavras adequadas pronunciadas de maneiras incorretas.
O paciente faz uso de soluções facilitantes, uma simplificação das palavras, de maneira semelhante aquela da criança quando está aprendendo a fala.
Nota-se uma diminuição no impulso de falar, pois o paciente fica com medo de cometer os erros na sua fala.
A escrita também está perturbada. Alguns pacientes são capazes de copiar, não somente a copia servil, como também mudando a letra de impressa para cursiva. Sob o ditado a escrita bastante imperfeita, o que é mais evidente na escrita espontânea, esta fica limitada a expressões esporádicas, que algumas vezes podem ser corretas.
A compreensão dos textos lidos é preservada.
Em geral a afasia de expressão possui as seguintes sinais :
Compreensão melhor da fala;
Produção verbal reduzida;
Dificuldade em solucionar palavras;
Anomia;
Omissão de palavras;
Esforço para dizer algo, eliminando palavras funcionais como artigos e conjunções;
Fala telegráfica;
Prosódia ausente;
Esteriotipias;
Parafasias fonéticas e semânticas;
2 – AFASIA DE WERNICKE OU DE COMPREENSÃO OU SENSITIVA (FLUENTE) – Esta afasia caracteriza-se pela dificuldade que o paciente tem em compreender o que vê ou lê, bem como perceber o próprio erro.
Algumas vezes a incapacidade é total então a fala torna-se inconsolável, de tal maneira desligada do interlocutor.
Ao contrário do afásico de expressão, este paciente fala muito e não percebe os erros cometidos. Uma pergunta que pode ser respondida com poucas palavras, tais pacientes expõem longas respostas, que são cheias de esteriotipias, repetições de palavras e incoerências. Observa-se parafasias verbais, embora satisfatoriamente articuladas, sem dissociação fonética.
A leitura é muito perturbada. Algumas vezes o paciente consegue entender palavras isoladas do texto que lhe é oferecido, e tenta adivinhar o sentido do restante.
A escrita é em grande parte quase totalmente inteligível.
Em geral a afasia de compreensão possui as seguintes sinais :
Perseveração de idéias
Neologismo;
Falta de compreensão da linguagem verbal e escrita;
Pobreza de discurso ou ausência de clareza;
Jargões;
Boa articulação das palavras produzida;
Circunlóquio;
3 – AFASIA MISTAS – teremos as características tanto da afasia de Broca quanto da de Wernicke, ou seja, ambas as áreas de linguagem foram lesadas.
Referência:
CAUDRY, M.J.H. Diário de Narciso. São Paulo: Martins Pontes, 1988.
LAMÔNIA, D. A. C.; PEREIRA, A C. M. M; & FERREIRA, G. C. Conversando sobre afasia: Guia familiar. Boletim Cultural USC, 2000.
ROWLAND, L.P. Tratado de Neurologia. 7º ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986.