AIDS – SINDROME CAUSADA PELO VÍRUS HIV (VIRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA)
I – INTRODUÇÃO
No atual momento, em que o vírus da AIDS propaga-se com uma velocidade assustadora e muito perigosa e que existe uma preocupação coletiva com relação à AIDS, temos que nos apegar em desenvolver o nosso maior meio de defesa conhecido até agora que é a informação.
Cada vez mais os meios de comunicação tem publicado artigos e entrevistas sobre essa doença. No entanto, é necessário salientar que somente a soma de informações corretas, transmitidas com transparência e lucidez, constitui-se num recurso preventivo, aliás o mais eficaz de que dispomos atualmente. Apesar da AIDS ser mortal, ela pode ser prevenida, e nesse sentido todos nós temos uma obrigação a cumprir, buscando e divulgando informações. Estes conhecimentos, transmitidos a todos sem distinção, permitirão que fechemos as portas ao preconceito, aos falsos temores e ao vírus, para que não amarguemos no futuro.
Em pleno século XXI existe muita gente que ainda acredita que a AIDS é uma dessas coisas que só acontece com os outros, que nunca irá acontecer com ela. Devido a esse fato, a cada dia que passa o número de contaminados pelo vírus HIV está aumentando. Para que esse quadro reverta é necessário estarmos sempre atentos, bem informados e prevenidos para que não sejamos contaminados.
O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é responsável pela Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Aids) e ataca os linfócitos T-4, que são parte fundamental do sistema imunológico do homem. Em conseqüência, diminui a capacidade de resposta do organismo para enfrentar infecções oportunistas, originadas por vírus, bactérias, protozoários, fungos e outros microorganismos.
II – DESENVOLVIMENTO
1- O QUE É AIDS?
É uma doença que enfraquece o sistema imunológico, abrindo caminho para outras infecções causadas por vírus, fungos e bactérias que acabam sendo fatais.
A Aids é causada pelo vírus HIV (vírus da Imunodeficiência Humana) no sangue. Este vírus é traiçoeiro. Ele ataca e vai destruindo os glóbulos brancos que são as células que fazem a defesa do nosso contra as doenças.
Quando esse vírus entra em no corpo e começa a atacar os glóbulos brancos a pessoa pode desenvolver, com maior ou menor gravidade, doenças como pneumonia, herpes simples, infecções, etc.
A doença também é conhecida como “síndrome de Imunodeficiência Adquirida”. Analisando esta expressão, teríamos:
Síndrome: indica um conjunto de sinais e sintomas que se desenvolvem ao mesmo tempo;
Imuno: Refere-se ao mecanismo natural de proteção do próprio corpo contra infecções;
Deficiência: Indica que esse mecanismo natural não está trabalhando bem e que a capacidade de proteção do corpo está enfraquecida;
Adquirida: Significa que a doença não é genética ou hereditária, mas adquirida pela pessoa.
Todo processo do vírus HIV quando ele entra no sangue do ser humano.
2 – HISTÓRICO DO HIV
Não existe uma certeza científica em relação à origem do vírus da AIDS, embora muitos cientistas achem que esse vírus tenha passado do animal para o homem. Macacos da África, porcos do Haiti e até pacatas ovelhas da Islândia vem sendo apontados como prováveis hospedeiros do vírus. Os cientistas no entanto, ainda não arriscaram afirmações sobre como e por que esse vírus passou a atacar o homem. Mas as evidências mostram, cada vez mais, que a doença é uma velha conhecida dos africanos, uma vez que o sarcoma de Kaposi já fazia suas vítimas na África muito antes de a doença explodir nos Estados Unidos.
Em junho de 1981, os Centros para Controle de Doenças dos Estados Unidos relataram que cinco homossexuais jovens do sexo masculino, da região de Los Angeles, tinham contraído pneumonia pelo Pneumocystis carinii. Dois deles haviam morrido. Esta comunicação assinalou o início da epidemia de uma retrovirose caracterizada por imunossupressão intensa associada a infecções oportunistas, neoplasias secundárias e manifestações neurológicas, que se tornou conhecida como AIDS. Foi feita uma projeção de que terão sido diagnosticados, nos Estados Unidos, aproximadamente 300.000 pacientes com AIDS no final de 1993, e, segundo dados sorológicos, calcula-se que 1,5 a 2 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV, o agente causador da AIDS. Estima-se que 10 milhões de pessoas estão infectadas em todo mundo, a África apresentou o maior número, em torno de 6 milhões de indivíduos portadores de HIV.
Nas últimas décadas houve uma explosão em conhecimentos novos, e sua extraordinária capacidade de causar programa moderno, aumentou-se o ritmo de pesquisa sobre a biologia molecular do HIV e seus efeitos rápidos que qualquer revisão rápida é mutável e destina-se a estar desatualizada no momento em que for publicada.
Embora a AIDS tenha sido descrita pela primeira vez nos Estados Unidos e este tenha o maior número de casos descritos, mais e 163 países de todo o mundo já a descreveram, o número de pessoas infectadas pelo HIV na África e na Ásia é grande e cresce cada vez mais.
No Brasil, a AIDS foi identificada pela primeira vez em 1982, quando o diagnóstico foi feito em sete pacientes homo e bissexuais. Um caso foi reconhecido retrospectivamente, no estado de São Paulo, como tendo ocorrido em 1980. Nos últimos anos, vem ocorrendo importantes mudanças no perfil epidemiológico da AIDS. A epidemia que, em sua primeira fase (1980 a 1986), caracterizava-se pela predominância da transmissão em homens homo e bissexuais, de escolaridade elevada, em sua segunda fase (1987 a 1991), passou a caracterizar-se pela transmissão sangüínea, especialmente na subcategoria de usuários de drogas injetáveis, dando início, nesta fase, a um processo mais ou menos simultâneo de pauperização e interiorização da epidemia, ou seja, mais pessoas com baixa escolaridade e de pequenas cidades do interior estavam infectadas. Finalmente, em sua terceira fase, um grande aumento de casos por exposição heterossexual vem sendo observado, assumindo cada vez maior importância a introdução de casos do sexo feminino. Temos portanto, a exposição heterossexual atualmente representando a principal subcategoria de exposição em crescimento.
3 – O VÍRUS HIV
AGENTE ETIOLÓGICO
O HIV-1 foi isolado em 1983, de pacientes com AIDS. Em 1986 foi identificado um segundo agente etiológico, também retrovírus, com características semelhantes ao HIV-1, denominado HIV-2.
HIV e AIDS – Resumo – Microbiologia
O HIV é um retrovírus com genoma RNA, da família Lentiviridae. Pertence ao grupo dos retrovírus citopáticos e não-oncogênocos que necessitam, para multiplicar-se, de uma enzima denominada transcriptase reversa, responsável pela transcrição do RNA viral para uma cópia DNA, que pode então se integrar ao genoma do hospedeiro.
O HIV é bastante lábil no meio externo, sendo inativado por uma variedade de agentes físicos (calor) e químicos (hipoclorito de sódio, glutaraldeído). Em condições experimentais controladas, as partículas virais intracelulares parecem sobreviver no meio externo por até, no máximo, um dia, enquanto que partículas virais livres podem sobreviver por 15 dias à temperatura ambiente ou até 11 dias a 37°C.
Como muitos retrovírus, o vírion do HIV-1 é esférico e contém um núcleo eletrondenso circundado por um envoltório lipídico derivado da membrana celular que hospeda o vírus. O cerne do vírus contém quatro proteínas, incluindo p24 e p18, duas cadeias de RNA genômico e a enzima transcriptase reversa. Existem duas glicoproteínas virais, a gp120 e a gp41, que são críticas para a infecção das células pelo HIV. O genoma pró-viral do HIV-1 contém os genes gag, pol e env, que codificam as proteínas centrais, a transcriptase reversa e as proteínas do envoltório. Além desses três padrões de genes retrovirais, o HIV contém inúmeros outros genes, incluindo os tat, ver, vif, nef, vpr e vpu que regulam a síntese e a união das partículas virais infectantes. O produto do gene tat (transativador), por exemplo, é crítico para a expressão do gene no vírus. O ver também é essencial para replicação do HIV-1, mas exerce seus efeitos em um nível pós-transcricional ao regular o transporte de mRNAs virais do núcleo para o citoplasma. Os produtos dos genes vpu e vif atuam tardiamente no ciclo de vida do vírus e parecem ser essenciais para o brotamento de vírions a partir de células infectadas e para conferir ao vírus livre a capacidade de infectar outras células. Deve ficar evidente, desta breve revisão das funções dos genes do HIV-1, que os produtos dos genes reguladores são importantes para patogenicidade do HIV e, por isso, há considerável interesse no desenvolvimento de agentes terapêuticos que consigam bloquerar a ação deles.
Ciclo viral do HIV na célula humana:
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ligação de glicoproteínas virais (gp120) ao receptor específico da superfície celular (principalmente CD4);
fusão do envelope do vírus com a membrana da célula hospedeira;
liberação do “cone” do vírus para o citoplasma da células hospedeira;
transcrição do RNA viral em DNA complementar, dependente da enzima transcriptase reversa;
transporte do DNA complementar para o núcleo da célula, onde pode haver integração no genoma celular (provírus), dependente da enzima integrase, ou permanecer em forma circular isoladamente;
o provírus é reativado e produz RNA mensageiro viral indo então para o citoplasma da célula;
proteínas virais são produzidas e quebradas em subunidades por meio de enzimas proteases;
as proteínas virais produzidas regulam a síntese de novos genomas virais e formam a estrutura externa de outros vírus que serão liberados pela célula hospedeira;
o vírion recém-formado é liberado para o meio circulante da célula hospedeira, podendo permanecer no fluído extracelular pi infectar novas células.
4 – SISTEMA IMUNITÁRIO
Nosso corpo é formado por células e cada grupo de células tem uma função clara e determinada. Um grupo de células, chamado linfócitos (glóbulos brancos), tem a função de defender nosso organismo das doenças e infecções e, como já vimos, o vírus da aids escolhe justamente as células que compõem o nosso sistema de defesa (imunológico) para viver.
Os linfócitos são um tipo importante de grupo de células e se dividem em duas categorias: os linfócitos B e os linfócitos T.
Os linfócitos B protegem o corpo contra os micróbios, fabricando substâncias chamadas anticorpos, que vão “colar-se” ao micróbio, impedindo-o de agir.
Entre os linfócitos T, os T4 (também chamados CD4) são os responsáveis no processo de defesa do nosso organismo, por “alertar” o sistema imunológico que é necessário se defender. Sem estar avisado de que precisa combater os “invasores”, o nosso sistema imunológico não funciona.
Os linfócitos T8 (também chamados CD8) destroem as células já infectadas ou doentes.
Os linfócitos estão presentes principalmente no sangue e em órgãos chamados gânglios linfáticos, que têm a forma de um pequeno feijão ou de uma bolinha e estão espalhados no corpo (podem-se apalpar alguns nas axilas ou virilhas).
Por fim, os macógrafos são grandes células imunitárias. São consideradas como os “lixeiros” do organismo: digerem os “resíduos” saídos das células mortas e os micróbios.
Os macógrafos agem principalmente no interior dos órgãos e pouco no sangue.
O vírus HIV pode infectar os linfócitos T4 (CD4)e os macógrafos, mas não os linfócitos T8.
5 – PATOGENIA
O HIV tem dois alvos principais: o sistema imunológico e o Sistema Nervoso Central:
Imunopatogenia da Doença do HIV.
A principal característica da AIDS é a imunossupressão grave, que afeta principalmente a imunidade celular. Isto resulta principalmente da perda de células T CD4+, bem como na alteração da função das células T auxiliares sobreviventes.
Abundam evidências de que a molécula CD4 é, de fato, um receptor com grande afinidade pelo HIV. Isto explica o tropismo seletivo do vírus pelas células T CD4+ e sua capacidade de infectar outras células CD4+, em especial os macrófagos. O primeiro passo na infecção é a ligação da glicoproteína do envoltório gp120 às moléculas CD4. Isto é seguido pela fusão os vírus com a membrana celular e sua interiorização. Acredita-se que a fusão exige uma etapa pós-ligação na qual a gp41 viral faz contato com um componente ainda não-identificado da membrana celular.
Uma vez interiorizado, o genoma viral sofre transcrição reversa, com o formato de cDNA (DNA pró-viral). Nas células T que estão se dividindo, o cDNA circulariza-se, penetra no núcleo e, depois, é integrado ao genoma hospedeiro. Em seguida, o pró-vírus pode continuar preso no cromossomo por meses ou anos, ficando a infecção latente. Como alternativa, o DNA pró-viral pode ser transcrito com a formação de partículas virais completas que brotam da membrana celular. Tal infecção produtiva leva à morte da célula quando há um brotamento viral extenso. É importante lembrar que, embora o HIV-1 possa infectar células T em repouso, o início da transcrição do DNA pró-viral (e daí da infecção produtiva) só ocorre quando a célula infectada é ativada pela exposição a antígenos ou citocinas. Assim, é óbvio que os estímulos fisiológicos que promovem a ativação e o crescimento de células T normais levam à morte das células T infectadas pelo HIV. Pode-se presumir que a infecção produtiva das células T é o mecanismo pelo qual o HIV lisa as Células T CD4+.
Aproximadamente 20 a 30% das células T CD4+ de órgãos linfóides, tais como linfonodos, amígdalas e baço, contêm DNA do HIV, mesmo nos estágios iniciais da infecção. Embora muitas células dos órgãos T com infecção produtiva nos linfonodos é consideravelmente maior do que no sangue periférico. Baseado nestes estudos, propôs-se que, no início da doença, há uma grave infecção das células T CD4+ nos tecidos linfóides. A infecção produtiva é continuamente ativada pela exposição ao antígeno de uma fração de células com infecção latente, as quais são então destruídas. Desta forma, há uma redução constante e gradativa da população de células CD4+ no organismo.
Além da morte celular causada pela infecção produtiva das células T CD4+, vários outros mecanismos indiretos poderiam contribuir para a perda de linfócitos T auxiliares. Estes incluem:
Perda de precursores imaturos das células T CD4+, quer por infecção sw células acessórias que secretam citocinas essenciais para deferenciação da células T CD4+.
Fusão de células infectadas e não-infectadas, com a formação de sincícios (células gigantes). Em culturas de tecido, a gp120 expressa em células com infecção produtiva liga-se às moléculas CD4 de células T não-infectadas, o que é seguido da fusão celular. As células fundidas ficam “balonizadas” e geralmente morrem dentro de poucas horas.
Destruição auto-imune das células T CD4+ infectadas ou não. A gp120 solúvel liberada pelas células infectadas pode ligar-se a moléculas CD4 de células não-infectadas.
Embora a acentuada redução das células T CD4+, a principal característica da AIDS, possa responder por grande parte da imunodeficiência no final da infecção pelo HIV, há evidências de defeitos qualitativos nas células T que podem ser detectados mesmo em pessoas infectadas pelo vírus porém assintomática. Estes defeitos incluem uma redução na proliferação antígeno-induzida da célula T, menor produção de citocinas como IL-2 e INF-y, defeitos na sinalização intracelular e muitos outros. Também existe a perda seletiva do subgrupo de células T auxiliares CD4+ de memória no início da doença. Esta observação explica a incapacidade de ativação de células T do sangue periférico desafiadas com antígenos de memória comuns.
Além da infecção e da perda de células T CD4+, a infecção de monócitos e macrófagos também é extremamente importante na patogenia da AIDS. Como as células T, a maioria dos macrófagos infectados pelo HIV é encontrada nos tecidos, e não no sangue periférico. Detecta-se uma freqüência relativamente alta (10 a 50%) de macrófagos com infecção produtiva em alguns tecidos, tais como o cérebro e o pulmão. Entretanto, é preciso realçar várias diferenças importantes entre a infecção das células T e dos macrófagos pelo HIV.
– Uma vez que muitos macrófagos contêm baixos níveis de CD4, o HIV pode infectá-los pela via gp120-CD4; além disso, o HIV pode penetrar nos macrófagos por fagocitose ou por endocitose pelo receptor Fc de anticorpo revestido de partículas do HIV.
– Os macrófagos infectados liberam quantidades relativamente pequenas de vírus de sua superfície celular, porém eles contêm um grande número de partículas virais situadas exclusivamente em vacúolos intracelulares. Apesar de induzirem a replicação do vírus, o que não acontece nas células T CD4+, os macrófagos são muito resistentes aos efeitos citopáticos do HIV.
A infecção dos macrófagos pelo HIV tem duas implicações importantes. Em primeiro lugar, os monócitos e macrófagos representam uma verdadeira fábrica e um reservatório do vírus, cuja produção continua bastante protegida das defesas do hospedeiro.
Em contraste com os macrófagos do tecido, o número de monócitos infectados pelo HIV na circulação é pequeno; mesmo assim, há defeitos funcionais que são importantes para defesa do hospedeiro. Esses defeitos incluem atividade microbicida deficiente, diminuição da quimiotaxia, menor secreção de IL-1, secreção inadequada de FNT- e, mais importante, pequena capacidade de apresentar antígenos às células T.
Estudos recentes documentaram que, além dos macrófagos, células dentríticas foliculares (CDFs) nos centros germinativos dos linfonodos também são reservatórios importantes do HIV. Embora algumas CDFs sejam infectadas pelo HIV, muitas partículas virais são encontradas na superfície de seus prolongamentos dentríticos. As CDFs possuem receptores para porção Fc das imunoglobulinas, e por isso aprisionam vírions de HIV revestidos com anticorpo anti-HIV. As partículas virais ligadas à CDF infectadas rapidamente as células T CD4+ à medida que atravessam a complexa tela formada pelos prolongamentos dentríticos das CDF.
É fácil visualizar como é possível ter início um ciclo vicioso de destruição celular nos pacientes com AIDS. As inúmeras infecções às quais estes pacientes ficam vulneráveis por causa da menor função da célula T auxiliar determinam maior produção de FNT- , o qual, por sua vez, estimula a produção maior de HIV seguida de infecção e perda de outras células T CD4+.
Embora se tenha dado muita atenção às células T e aos macrófagos porque elas podem ser infectadas pelo HIV, os pacientes com AIDS também apresentam grandes alterações na função da célula B. Isto pode ser o resultado da interação de inúmeros fatores, tais como a infecção pelo citomegalovírus e pelo VEB, os quais são ativadores policlonais da célula B; a própria gp120 pode acelerar o crescimento e a diferenciação da célula B, e os macrófagos infectados pelo HIV favorece a ativação das células B. Apesar da presença de células B espontaneamente ativadas, os pacientes com AIDS não conseguem montar uma resposta de anticorpo ao antígeno novo. Isso poderia se dever, em parte, à falta de ajuda da célula T. A imunidade humoral deficiente torna esses pacientes uma presa de infecções disseminadas causadas por bactérias encapsuladas, as quais requerem anticorpo para sua opsonização eficaz.
Terminando esta discussão da imunopatogenia, deve ser lembrado que as células T CD4+ tem um papel principal na regulação da resposta imunológica: elas produzem muitas citocinas, tais como IL-2, IL-4, IL-5, IFN-y, fatores quimiotáticos do macrófago e fatores de crescimento hematopoético. Assim, a perda desta “célula-mestra” tem efeitos em praticamente todas as outras células do sistema imunológico.
6 – PATOGENIA DO COMPROMETIMENTO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Macrófagos e células pertencentes à linhagem de monócitos são as principais células infectadas pelo HIV no cérebro. Assim, acredita-se que o HIV é transportado para o cérebro por monócitos infectados. Todavia, o mecanismo da lesão cerebral HIV induzida continua obscuro. Segundo algun autores, os macrófagos infectados pelo HIV produzem fatores solúveis que podem ser citotóxicos para os neurônios ou prejudicar a função destes sem citotoxicidade direta.
Existem muitas hipóteses de como ocorre a lesão cerebral, no entanto, as vias de lesão cerebral HIV induzidas que dependem do transporte pelo macrófago devem ser consideradas “hipotéticas” em vez de comprovadas.
7 – EVOLUÇÃO NATURAL DA INFECÇÃO PELO HIV
A evolução da infecção pelo HIV pode ser bem compreendida em termos de interligação do vírus com o sistema imunológico. Podem ser reconhecidas três fases que refletem a dinâmica da interação vírus-hospedeiro: uma fase aguda inicial, uma fase média crônica e a fase final de crise.
A fase aguda inicial representa a resposta de um adulto imunocompetente à infecção pelo HIV. Caracteriza-se por alto grau de produção do vírus, viremia e implante generalizado nos tecidos linfóides, juntamente com uma redução brusca e, algumas vezes, grave das células T CD4+. Todavia, a infecção inicial é prontamente controlada por uma resposta imunológica antiviral específica evidenciada por soroconversão (geralmente dentro de três a sete semanas de exposição presumida) e, mais importante, o aparecimento de células T citotóxicas CD8+ específicas para o vírus. O número de células T CD4+ fica quase normal à medida que a replicação do vírus nas células mononucleares do sangue periférico diminui, o que assinala o término da fase aguda. Nesta fase surgem sintomas inespecíficos como faringite, mialgia, febre, eruptação cutânea e, algumas vezes, meningite asséptica três a seis semanas depois da infecção, cedendo espontaneamente duas a três semanas depois.
A fase média, crônica, representa um estágio de relativa contenção do vírus associada a um período de latência clínica. O sistema imunológico ainda está íntegro, mas há uma replicação constante do HIV, principalmente nos tecidos linfóides, que pode durar vários anos. Nesta fase há uma batalha contínua entre o HIV e o sistema imunológico do hospedeiro. A resposta da célula T citotóxica CD8+ continua ativa, a replicação do vírus é menor mas não ausente. Todavia, há uma lenta erosão das células T CD4+ e o número destas diminui em 50 100 células/ul por ano. A velocidade da perda de células T CD4+ aumenta a progressão da doença. Concomitante à perda das células T CD4+, as defesas do hospedeiro começam a ceder e a proporção de células CD4+ sobreviventes infectadas pelo HIV aumenta, assim como a carga viral em cada célula CD4+. Os pacientes permanecem assintomáticos ou apresentam linfadenopatia generalizada persistente. Os sintomas constitucionais são leves ou inexistentes. A linfadenopatia persistente com sintomas constitucionais importantes (febre, erupção cutânea, fadiga) reflete o início da descompensação do sistema imunológico, a escalada da replicação viral e o início da fase de “crise”.
A fase final ou decrise caracteriza-se pela deterioração das defesas do hospedeiro, recrudescimento da replicação viral e doença clínica. Tipicamente, os pacientes apresentam febre prolongada (mais de um mês), fadiga, perda de peso e diarréia; o número de células CD4+ cai. Depois de um período variável, sobrevêm infecções oportunistas graves, neoplasias secundárias ou doença neurológica clinicamente evidente, e diz-se que o paciente tem AIDS. Além disso, de acordo com as orientações dos Centros para Controle de Doença, qualquer pessoa infectada pelo HIV com menos de 200 células T CD4+/ul é considerada como tendo AIDS
Na ausência de tratamento, muitos pacientes com infecção pelo HIV, se não todos eles, progridem para AIDS depois de uma fase crônica que dura de sete a dez anos. Esta fase de latência clínica é mais curta naqueles que recebem um grande inoculo parenteral de HIV, como ocorre nas hemotransfusões, ou pode ser peculiarmente longa naqueles que recebem terapia anti-retroviral profilática.
A classificação atual admite que o número de células CD4+ é um parâmetro importante da gravidade da doença causada pelo HIV. Por conseguinte, a infecção pelo HIV é extratificada em três categorias: número de células CD4+ superior ou igual a 500/ul; entre 200 e 499 células/ul; e menos de 200 células/ul. Uma contagem absoluta abaixo de 200 células CD4+/ul ou um número de células rapidamente decrescente correlacionam-se com a progressão da doença.
Deve ficar evidente, que continuam ocorrendo graus variáveis de replicação do vírus em cada uma das fases da infecção. A infecção produtiva das células T, em especial nos órgãos linfáticos, prossegue mesmo na fase de latência clínica, quando a maioria das células infectadas tem o pró-vírus incorporado ao seu genoma.
8 – ASPECTOS CLÍNICOS
As manifestações clínicas da infecção pelo HIV variam de uma enfermidade aguda leve para uma doença grave. Como os principais aspectos clínicos das fases inicial aguda e média crônica da infecção foram descritos anteriormente, resumiremos as manifestações da fase terminal comumente conhecida como AIDS.
O paciente com AIDS típico, apresenta febre, perda de peso, diarréia, linfadenopatia generalizada, inúmeras infecções oportunistas, doença neurológica e, em muitos casos, neoplasias secundárias.
A pneumonia causada pelo fungo oportunista P. carinii (que representa a reativação de uma infecção prévia latente) é o quadro inicial em cerca de 50% dos casos, e aproximadamente 70 a 80% dos pacientes com AIDS desenvolvem esta infecção em algum momento da evolução da doença. O risco de contrair esta infecção é extremamente alto nos indivíduos com menos de 200 células CD4+/ul. Cerca de 12% dos pacientes apresentam outra infecção oportunista diferente desta pneumonia. Entre os patógenos mais comuns, temos a Cândida, o citomegalovírus, micobactérias atípicas e típicas, o Cryptococcus neoformans, o Toxoplasma gondii, a espécie Criptosporidium, o vírus herpes simplex, os papovavírus e o Histoplasma capsulatum.
A candidíase da cavidade oral e do esôfago é extremamente comum nos pacientes com AIDS. Nos indivíduos infectados pelo HIV, porém assintomáticos, a candidíase oral é um sinal de descompensação imunológica e, freqüência, prenuncia a transição para AIDS.
Podemos relacionar as infecções oportunistas e neoplasias que diferem a AIDS nos pacientes portadores de HIV:
INFECÇÕES:
Infecções por Protozoários e Helmintos: Criptosporidiose ou isosporidiose (enterite), Pneumocitose (pneumonia ou infecção disseminada), Toxoplasmose (pneumonia ou infecção do SNC).
Infecções fúngicas: Candidíase (esofagiana, traqueal ou pulmonar), Criptococose (infecção doSNC), Coccidioidomicose (disseminada), Histoplasmose (disseminada).
Infecções Bacterianas: Micobacterioses, Nocardiose (pneumonia, meningite, disseminada), Salmonelose.
Viroses: Citomegalovírus (pulmonar, intestinal, retinite ou infecções do SNC), Vírus herpes simples,Vírus da varicela-zóster, Leucoencefalopatia multifocal progressiva.
Neoplasias: Sarcoma de Kaposi, Linfomas não-Hodgkin, Linfoma primário do cérebro, Câncer invasivo do colo uterino.
Apesar dos avanços, o prognóstico dos pacientes com AIDS continua sombrio apesar de todo o progresso.
9 – COMO É DETECTADO O VÍRUS DA AIDS
Existem testes capazes de detectar os anticorpos anti-HIV no soro (parte do sangue, de onde foram retirados os glóbulos vermelhos). O teste anti-HIV pode ser feito em alguns hospitais, e centros de saúde e nos Centros de Testagem e Aconselhamento – CTA. Entre os testes usados, estão ELISA que é o mais usado, a Imonofluorescência e o Western-Blot. A utilização dos outros métodos serve para confirmação do diagnóstico.
Porém antes e depois do teste anti-HIV, a pessoa deve fazer um acompanhamento, isto é, conversar com um profissional de saúde que foi preparado para fazer esse trabalho.
Este profissional pode ser médico, enfermeiro, psicólogo, assistente social ou auxiliar de enfermagem.
O aconselhamento antes do teste ajuda a pessoa a tirar dúvidas sobre a transmissão e prevenção do HIV e de outras doenças sexualmente transmissíveis – DST. Sendo assim, ajuda a pessoa avaliar se ela pode estar infectada pelo HIV ou por outro micróbio. E, também explica sobre o teste anti-HIV.
Quando a pessoa, que decidiu fazer o teste anti-HIV, recebe o resultado, o profissional de saúde faz outro aconselhamento.
No caso de resultado positivo é oferecido apoio emocional e a pessoa é encaminhada para serviço especializado em atender portadores do HIV, para acompanhamento médico e psicológico.
No caso de resultado negativo, o profissional reforça a mensagem de prevenção e discute a necessidade de repetir o teste.
Nos Centros de Testagem e Aconselhamento, a pessoa não precisa dizer o seu nome, quando vai fazer o teste anti-HIV. Ela recebe um número e com este número se pega o resultado. O teste é gratuito.
O teste anti-HIV só é obrigatório para os doadores de sangue e de órgãos. É recomendado para as gestantes, para quem tem DST e para quem acha que pode estar infectado pelo vírus da AIDS. Caso contrario ninguém mais é obrigado a fazer esse teste.
Se uma pessoa quer realizar o teste e na cidade não tiver local para fazer, o profissional de saúde indicará um local mais próximo para a realização do mesmo.
O teste anti-HIV pode ser feito em alguns hospitais, e centros de saúde e nos Centros de Testagem e Aconselhamento – CTA. Entre os testes usados, estão ELISA que é o mais usado, a Imonofluorescência e o Western-Blot. A utilização dos outros métodos serve para confirmação do diagnóstico. Para realização do teste é necessário colher o sangue.
10 – COMO SE TRANSMITE A AIDS
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Qualquer pessoa pode pegar o vírus HIV: homem ou mulher; gente casada ou solteira; criança, moço ou velho; rico ou pobre. E tanto faz se é gente que mora na cidade ou no campo.
A infecção pelo vírus HIV pode ocorrer durante as relações sexuais; pelo compartilhamento ou reutilização de agulhas e seringas contaminadas; de uma mãe soropositiva para o feto, durante a gestação, no momento do parto, ou durante o aleitamento materno; através de transfusões de sangue, ou pelo consumo de hemoderivados infectados. A contaminação também pode ocorrer durante uma intervenção cirúrgica que envolva transplantes de órgãos, ou inseminação artificial, quando os doadores forem soropositivos. Ou ainda, por acidente de trabalho com profissionais das áreas de saúde.
Relações sexuais
Uma vez na corrente sangüínea, o maior número de unidades do HIV dirige-se para o esperma e para os líquidos vaginais. E é esse capricho da natureza que possibilita a transmissão durante o ato sexual, fazendo da AIDS uma moléstia sexualmente transmissível (doença venérea).
O vírus da AIDS pode ser transmitido por relações homossexuais, bissexuais e heterossexuais. Durante a relação sexual, o portador do vírus transfere o material contaminado, para o parceiro ou parceira.;
A relação anal
De todas as práticas sexuais é, provavelmente a mais perigosa, devido o vírus penetrar mais facilmente no organismo, por dois motivos:
Durante a penetração, a pressão exercida pelos músculos do ânus, no pênis, é muito grande e provoca invariavelmente irritações, esfolamentos e micro rompimentos das mucosas e do tecido peniano, permitindo, com mais facilidade, o acesso do vírus HIV na corrente sangüínea.
A mucosa anal tem elevado poder de absorção (o que esclarece a existência de medicamentos sob a forma de supositório).
Por essa razão que a AIDS disseminou-se com tanta virulência entre os homossexuais, chegando até ser nomeada como a “peste gay”.
Vale lembrar que a relação anal também é praticada pelos heterossexuais e que a mucosa retal feminina tem as mesmas características da masculina, sendo igualmente vulnerável à penetração do vírus.
Durante a relação sexual, o vírus alojado na secreção vaginal penetra pela uretra masculina, atingindo o sangue e infectando o homem.
Todavia, como o vírus HIV atinge concentração mais alta no esperma do que nos líquidos vaginais, sua transmissão do homem infectado para a mulher sadia ocorre com mais freqüência. O vírus, instalado no esperma, atravessa a mucosa vaginal, entrando na corrente sangüínea e infectando a mulher. Isso explica porque o número de mulheres com AIDS vem aumentando significativamente no mundo todo.
Sexo oral
É uma questão que divide os especialistas. Alguns consideram como uma prática de média, ou pequena periculosidade. Já outros são bem mais rigorosos na sua avaliação. O risco maior é para a pessoa que participa como ativa, ou seja, com a boca, indiferentemente se homem ou mulher, pois o esperma, ou a secreção vaginal, escorre pelos lábios, adere as mucosas, se aloja entre os dentes e, encontrando uma porta de entrada: um pequeno corte, aftas, ou pequenas inflamações nas gengivas, pode provocar a infecção. Para a pessoa passiva ( a que participa com o pênis, ou com a vagina ) o perigo é significativamente menor. Mas, mesmo assim existe.
O vírus da AIDS se transmite, principalmente, através das relações sexuais, sem a proteção da camisinha.
Agulhas ou seringas de injeções contaminadas
As injeções na veia ou no músculo, com seringa ou agulha contaminada, é a Segunda forma mais freqüente de contágio. Os cientistas acreditam que, em certas regiões do mundo, onde medicamentos são muitas vezes ministrados por injeções musculares ou venosas, em condições precárias, ou seja, sem a esterilização correta do instrumental, as seringas ou agulhas contaminadas tenham sido um fator importante na propagação do vírus.
No caso de usuários de drogas injetáveis, se uma pessoa portadora do HIV compartilhar a mesma agulha ou seringa com outras pessoas, poderá contaminar as demais pessoas que usarem essa seringa ou agulha. O contágio é imediato e irreversível.
Quando se usa drogas injetáveis compartilhando agulhas e seringas.
Transfusões de sangue
Uma pessoa pode se contaminar durante uma transfusão de sangue ou recebendo hemoderivados infectados. É muito importante saber se o mesmo foi devidamente testado por exames antivirais antes da transfusão, porque além do HIV, o sangue pode conter uma grande variedade de outros vírus como hepatites, sífilis, herpes, etc..
A transfusão de sangue contaminado pode atingir:
Os hemofílicos: que são os indivíduos com alteração na coagulação do sangue, devido à falta do fator VIII de coagulação, apresentando sangramento prolongado após um pequeno ferimento. Trata-se de uma doença hereditária, transmitida pela mãe somente aos filhos homens, que passam a necessitar de transfusões de sangue periódicos. Dessa maneira, o tratamento que deveria salvar suas vidas passou a representar risco de apressar sua morte. A Federação dos Hemofílicos do Brasil calcula que mais de 50 % das pessoas que é hemofílica estejam contaminadas pelo vírus da AIDS.
Indivíduos com anemias: As mais diversas anemias fazem com que as pessoas necessitem de transfusões de sangue, e se receberem sangue infectado acabam sendo contaminados.
Leucemia: Os leucêmicos são pessoas que apresentam alteração dos glóbulos brancos e necessitam receber transfusões de sangue.
Pessoas submetidas a cirurgias ou transfusões sangüínea de emergência: Muitas vezes, as pessoas submetidas a cirurgias ou uma emergência necessitam de transfusões de sangue.
Nesses casos, se o sangue não for previamente testado oferece risco de contaminação. Por esta razão, o Ministério da Saúde tornou obrigatório o teste para detecção de AIDS em todos os bancos de sangue do território nacional.
Durante a transfusão de sangue. Por isso, todo sangue deve ser testado para saber se tem o HIV e outras doenças transmissíveis.
Contaminação Perinatal
Trata-se da transmissão do vírus de mãe contaminada para filho, o que aumenta a mortalidade infantil por causa da AIDS.
Mães grávidas infectadas pelo vírus HIV podem transmití-lo aos seus filhos em cerca de 40% dos casos. A contaminação chamada perinatal, pode acontecer, segundo os especialistas, durante a gestação, no momento do parto ou através do aleitamento.
A mãe infectada com o HIV pode transmitir o vírus para o seu bebê: na gravidez, no parto e na amamentação.
Contaminação por acidente de trabalho
Ocorre com profissionais da saúde (médicos, enfermeiros, pesquisadores, pessoas que trabalham em laboratórios de análises clínicas, etc.) no desempenho de suas funções. A incidência maior de acidentes é com instrumento chamados de perfurocortantes, infectados. A ocorrência deste tipo de contágio é relativamente pequena, e ainda pode ser reduzida quase que a zero se forem observadas as normas de segurança específicas para o seu trabalho.
O contágio no trabalho ocorre com profissionais de saúde no desempenho de suas funções, porém o risco de contágio poderá ser quase zero se forem observadas as normas de segurança específicas para o seu trabalho.
11 – CASOS ONDE A AIDS NÃO E TRANSMITIDA
Antes de mais nada, é importante saber que a AIDS não é transmitida no convívio social, familiar ou com amigos, no ambiente de trabalho ou na visita a um amigo com AIDS, pois o vírus da AIDS não se transmite :
Pelo ar, espirro ou tosse;
Pela saliva, lágrima ou suor;
Por copos, xícaras, talheres e outros utensílios;
Por picadas de insetos;
Usando o mesmo banheiro ou privada;
Comendo no mesmo local que uma pessoa contaminada;
Dormindo no mesmo quarto;
Trabalhando na mesma sala;
Freqüentando escolas, clubes, piscinas cloradas, teatros, restaurantes, metrô e ônibus;
Abraçando ou pegando na mão;
Dentistas, manicures, cabeleireiros e acumpunturistas não oferecem nenhum risco, desde que seus instrumentos de trabalho sejam devidamente desinfectados.
Beijo: Em relação ao beijo profundo, que envolve troca de saliva a chance é praticamente igual a zero. A concentração do vírus HIV na saliva é mínima, e só há alguma chance de contaminação se a boca estiver com algum tipo de sangramento. Até hoje, só foi registrado um caso de em que se acredita que a contaminação ocorreu com um beijo.
A AIDS não transmite através da saliva, da lágrima, do suor, do beijo, em lugares fechados como quartos, ônibus e nem em abraços e aperto de mão.
12 – COMO PREVENIR A AIDS
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A melhor forma de proteção contra o vírus do HIV é a prevenção, que se faz evitando as situações de risco.
Para fazer prevenção precisamos de informações que vão evitar que a gente se coloque numa situação de risco. E para não correr riscos devemos ter os seguintes cuidados:
Procurar manter um relacionamento mutuamente fiel com um único parceiro: quanto menor o número de parceiros sexuais, menor o risco de contrair o vírus da AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis;
Ter relações sexuais seguras, ou seja, usar sempre e corretamente a camisinha, em qualquer tipo de relação sexual. Para cada relação sexual, é necessário o uso de uma nova camisinha, ela não deve ser reaproveitada;
Não mantenha contatos sexuais com pessoas que tenham numerosos parceiros;
Não compartilhar agulhas e seringas com outras pessoas, se usar drogas injetáveis;
Só use agulhas e seringas descartáveis ou esterilizadas corretamente, inclusive as de acupuntura e tatuagem;
Doe sangue em bancos autorizados e exija materiais descartáveis. A venda de sangue é ilegal;
Ao fazer exames laboratoriais exija material descartável;
Quando receber transfusão, certifique-se de que o sangue foi previamente testado para detectar anticorpos contra o vírus da AIDS;
Não deixe qualquer pessoa amamentar seu filho; procure um banco de leite materno autorizado ou use leite em pó, de acordo com as instruções do Centro de Saúde;
Não empreste nem tome emprestado escova de dentes, aparelhos de barbear, navalhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos pessoais que possam ter tido contato com sangue ou outras secreções corporais.
Muito esforço tem sido feito na tentativa de desenvolver uma vacina, mas até agora isso não é possível.
A melhor forma de proteção contra o vírus do HIV é a prevenção Assim sendo, na ausência de um tratamento eficaz ou de uma vacina, a prevenção, através da informação, no sentido de adotar uma postura preventiva para evitar a contaminação, é A melhor forma de proteção contra o vírus do HIV é a prevenção, para isso estejam sempre bem informados, usem a camisinha nas relações sexuais, não compartilhem agulhas e seringas de outra pessoa e ao receber transfusão de sangue procure saber se o mesmo foi testado antes de recebê-lo.
13 – COMO INATIVAR O VÍRUS DA AIDS
Fora do organismo, a destruição do vírus da AIDS é relativamente fácil. O material utilizado por médicos, dentistas, manicures, barbeiros, etc. pode ser desinfectado através de uma das seguintes formas:
Deixar de molho durante pelo menos 30 minutos em hipoclorito de sódio (água sanitária).
Deixar de molho em álcool, por 30 minutos.
Deixar exposto ao calor de 56º C, durante 30 minutos em estufa ou por meio de fervura.
Todo o material utilizado por médicos, dentistas, manicures, barbeiros, etc. que não forem descartáveis toda vez que for usado terá que ser desinfectado.
14 – O TRATAMENTO DA AIDS
O tratamento de um indivíduo soropositivo vai depender de como cada pessoa reage à infecção. Só o médico pode indicar o que deve ser feito.
Quando uma pessoa tem o vírus da AIDS, não tem sintomas e seus outros exames estão com bons resultados, ela não precisa tomar remédios. Mas precisa de acompanhamento médico.
Quando a pessoa tem sintomas, isso indica que já está com AIDS. Então, o tratamento é feito com uma combinação de anti-retrovirais.
Anti-retrovirais são medicamentos utilizados no combate a AIDS e sua função é a de inibir a replicação ou reprodução do vírus HIV, mantendo-o sob controle pelo maior tempo possível. Esses remédios não curam, mas diminuem a quantidade de vírus no corpo , diminuindo também o desgaste do sistema imunológico. Isso aumenta o tempo de vida do doente, mas não garante a sua cura definitiva, até a presente data jamais se conseguiu eliminar totalmente o vírus HIV do sangue de um paciente.
Em 1986 surgiu o primeiro remédio utilizado em paciente, e transformou-se rapidamente na única e pequena esperança dos pacientes infectados pelo HIV, é a azidotimidina, também chamado de AZT. Ao longo da década de 90, o desenvolvimento de outras drogas e a combinação delas com o AZT apresentou resultado animador.
Atualmente existem cerca de 12 anti-retrovirais, divididos em 3 classes de drogas:
Inibidores da Transcriptase Reversa Análogos de Nucleosídeos (NRTI);
Inibidores da Transcriptase Não-Reversa Análogos de Nucleosídeos (NNRTI);
Inibidores da Protease.
Estes anti-retrovirais estão disponibilizados pelo Ministério da Saúde para a distribuição gratuita, aos portadores do HIV, através dos Postos de Saúde do SUS.
(Sistema Único de Saúde), hospitais e instituições credenciadas. De acordo com a prescrição do médico, eles podem ser administrados com diversas combinações diferentes, envolvendo duas, três, quatro ou até cinco drogas, dependendo do quadro clínico do paciente. A combinação desses medicamentos é chamada de carinhosamente de coquetel.
O tratamento deve ser feito em casa. A pessoa que tem o HIV não precisa ser internada para se tratar. O hospital só é indicado quando a pessoa precisa de tratamento especializado.
Se uma mulher grávida estiver infectada com o vírus HIV, mesmo sem sintomas, deve tomar o AZT, que será iniciado no terceiro mês de gravidez, pois esse remédio vai proteger o bebê, evitando que ele nasça com o vírus.
De cada 100 gestantes que tomam o AZT na gestação e durante o parto, mais de 90 têm chances de ter o bebê sem o vírus do HIV. O bebê também deve tomar o AZT durante as seis primeiras semanas de vida para aumentar sua proteção e também não poderá ser amamentado pela mãe que tem o vírus.
No acompanhamento do desenvolvimento do bebê o médico deve pedir também testes anti-HIV, porém esse teste só poderá ser feito quando a criança estiver com 18 meses, é somente neste período é que o resultado do teste anti-HIV do bebê é definitivo.
Faz parte do tratamento de quem tem o HIV ou já tem AIDS comer alimentos variados, frescos e limpos, tomar sol de manhã, e se distrair. Os cuidados devem ser com o corpo e a mente.
Quando a pessoa tem sintomas da AIDS, o tratamento é feito com uma combinação de remédios chamados anti-retrovirais, eles não curam, mas diminuem a quantidade de HIV no corpo. Faz parte do tratamento também comer alimentos variados, frescos e limpos, tomar sol de manhã e se distrair.
Quando pior for o estado do paciente, maior a quantidade de remédios ele irá tomar.
O médico pede dois exames ao paciente. O primeiro revela quantas cópias de HIV ele tem no sangue, para saber o tamanho do exército inimigo. O segundo faz uma contagem das células de defesa chamadas CD4, que são as primeiras a ser invadidas e destruídas. Se elas são poucas, significa que o corpo está perdendo a batalha. A partir dessas duas informações, é feita a receita da quantidade de anti-retrovirais o paciente tem que usar.
15 – VACINA
O desenvolvimento de uma vacina segura e efetiva para a prevenção da infecção pelo HIV e da AIDS é um objetivo atraente, mas seu desenvolvimento esta cheio de dificuldades que não foram enfrentadas no desenvolvimento de vacina contra outras doenças. O primeiro problema reside na natureza da infecção em si, apresentando um vírus que prolifera extremamente rápido e causa infecção sustentada face às fortes respostas das células T citotóxicas e anticorpos. O HIV evoliu em pacientes individuais pela vantagem proliferativa seletiva de vírions mutantes.
O segundo problema é a nossa incerteza sobre que forma a imunidade protetora ao HIV deve assumir. Não se sabe se anticorpos, respostas de linfócitos T citotóxicos ou ambos são necessários para adquirir imunidade protetora, e que epitopos podem fornecer os alvos da imunidade protetora. Em terceiro lugar, se respostas fortes citotóxicas são necessárias para fornecer proteção contra o HIV, essas podem ser difíceis de desenvolver e manter através da vacinação.
O quarto problema é a capacidade do vírus de persistir em forma latente, como um provírus transcricional silencioso, que é invisível ao sistema imune e pode impedi-lo de eliminar a infecção uma vez que esteja estabelecida. Assim, a capacidade do sistema imune de eliminar o vírus infeccioso permanece incerta.
Transformar o vírus da AIDS numa arma contra a própria doença é a estratégia de uma vacina experimental desenvolvida por cientistas brasileiros, A vacina é feita com vírus vivos, atenuados para provocarem imunidade sem causar a doença. As vacinas co vírus vivos atenuados são consideradas as mais eficazes, por provocarem uma reação rápida e poderosa do sistema imunológico. No entanto, são também polêmicas, pois existe o temor de que o vírus possa sofrer mutações e se tornar agressivo novamente, causando AIDS na pessoa vacinada. Para obter as vantagens da vacina sem correr riscos, desenvolveram uma estratégia nova. Através de manipulação genética, eles criaram um vírus HIV inofensivo e com um mecanismo de autodestruição. Assim, na hipótese de o vírus ficar agressivo, os pesquisadores podem mata-lo rapidamente.
Os pesquisadores usaram uma abordagem já comprovada por estudos estadunidenses. Ele removeu do HIV o gene NEF. É esse gene que dá agressividade ao HIV e o torna capaz de provocar a AIDS. Sem o NEF, o vírus se torna inofensivo para o ser humano.
Porém, depois que conseguiram atenuar o HIV, os cientistas inseriram nele uma arma genética. Eles puseram no lugar do NEF um gene da bactéria Escherichia coli chamado GPL. Esse gene determina a produção de uma proteína que torna as células infectadas pelo microorganismo sensíveis à droga 6Tioxantina. Com isso, caso o HIV atenuado fique agressivo novamente, as pessoas vacinadas podem tomar a 6Tioxantina. A droga matará somente as células que tiverem sido infectadas, poupando as saudáveis.
16 – A SITUAÇÃO DA AIDS HOJE NO MUNDO E NO BRASIL
Uma pessoa é contaminada pelo vírus HIV a cada 12 segundos. Segundo o Programa das Nações Unidas para a Aids (Unaids), mais de 34 milhões de pessoas estão infectadas pelo vírus causador da Aids, e a maioria delas deve morrer nos próximos dez anos.
Só no ano passado, mais de 5 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV. A maior parte dos infectados, cerca de 70%, está nos países africanos subsaarianos. Destes, a África do Sul e o Zimbábue concentram a maioria dos casos, em proporções epidêmicas. Segundo o Unaids, metade dos homens jovens adultos que vivem nesses países vão morrer em conseqüência da doença.
A ONU revela também que a Aids já matou 18,8 milhões de pessoas no mundo desde que foi detectada pela primeira vez no começo da década de 80. Com 1,3 milhão de portadores do vírus HIV, a América Latina aparece em terceiro lugar na lista do Unaids, atrás da África e do Sudeste Asiático. O Brasil encabeça a lista no continente latino-americano, com 530 mil pessoas infectadas. A ONU alerta que, para freiar a atual expansão da doença, será preciso aumentar drasticamente o volume de recursos disponíveis para prevenção e tratamento. Só na África, as Nações Unidas acreditam que serão precisos investimentos de US$ 2 bilhões por ano. Isso para evitar um crescimento mais acelerado da doença.
Apesar do Brasil encabeçar a lista no continente latino-americano , desde 1997 com a chegada do coquetel de drogas anti-AIDS, o número de mortes caiu pela metade. A redução de mortes foi da ordem de 6.000 para 3.000 por ano. A principal preocupação do Ministério da Saúde é controlar a doença e para isso, hoje atende cerca de 70.000 doentes em todo país e cada doente paciente custa cerca de l.000 reais por mês e para garantir o fornecimento do coquetel este ano já foram gastos 500 milhões de dólares. E o Ministério da Saúde também realiza programas de combate à AIDS, e é inclusive elogiado no mais recente relatório da ONU, divulgado em junho.
Porém a cada dia o números de infectados no Brasil cresce muito, só esse ano houve 7.564 novos casos e o principal obstáculo para controlar a doença e combatê-la é a situação sócio-econômica do país. Pois às más condições de vida e o pouco acesso à informação em algumas populações.
O objetivo do Ministério da Saúde é aumentar a parceria com governos estaduais e prefeituras e também com ONGs com sedes nas pequenas cidades, para que as informações sobre como evitar a doença sejam melhor divulgadas. Graças às campanhas de informação o ministério conseguiu uma grande vitória, é que no ano passado o número de adolescentes infectados se estabilizou e tende a regredir esse ano.
Porém a AIDS está crescendo muito e rapidamente em todo o mundo, só no ano passado, mais de 5 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus HIV e a maior parte dos infectados, cerca de 70%, está nos países africanos. A AIDS está destruindo a África, pois já matou cerca de 17 milhões de pessoas só neste continente. Algumas das principais causas as rápida expansão da doença pelo mundo são a atual facilidade de deslocamento proporcionada pela população das viagens aéreas; a comercialização em grande escala do sangue humano para doações e o número crescente de usuários de drogas injetáveis.
Até a presente data não foi encontrado a cura para essa doença terrível e assustadora, porém os pesquisadores não param as pesquisas e atualmente estão estudando um jeito de expulsar o vírus de sua toca . Sua arma é uma substância que o corpo produz para estimular as células a crescer, a interleucina-II. Eles suspeitam que, ao disparar o processo de desenvolvimento das células T, a interleucina possa arrancar o HIV do esconderijo, e assim, poderá ser destruídos pelas drogas. Se estiverem certos, os pesquisadores acreditam que dentro de algum tempo poderá levar à rendição incondicional do invasor, que é o vírus HIV.
Atualmente o Brasil possui 530 mil pessoas infectadas, porém desde que o coquetel de drogas anti-AIDS começou a ser usado em nosso país, em 1997, o número de mortes caiu pela metade.
Porém o mesmo não está acontecendo nos países africanos, onde a AIDS já matou 17 milhões de pessoas e mais da metade da população africana está contaminada.
17 – A AIDS E A SOCIEDADE
A AIDS não ataca apenas o portador do HIV, mas também atinge cruel e dolorosamente a família e aos amigos do soropositivo, de uma forma ou de outra.
Quando a notícia da soropositividade se torna conhecida causa aos seus familiares, invariavelmente, um impacto forte de dor, amargura, constrangimento e uma profunda revolta. Há uma enorme sensação de perda, de frustração e às vezes de fracasso, mas o que eles , num primeiro momento, não aceitam é o fato dele ser homossexual, bissexual ou consumidor de drogas.
A rejeição e a violência, certamente, não são as reações mais indicadas e, comprovadamente, são as menos eficientes. A compreensão, a solidariedade, o apoio dos familiares e dos amigos são forças poderosas que surtem um efeito mais eficaz do que os métodos punitivos, repressivos e discriminatórios.
Assustados, constrangidos e com muito medo, não apenas da morte, mas também da rejeição, devido a questão do preconceito e da discriminação, tão comum entre os portadores do HIV, que eles tentam esconder a sua condição de soropositivo, tanto da família como dos amigos e companheiros da escola ou do trabalho. Porém quando atinge o estado da AIDS, torna-se muito mais difícil, ou quase impossível escondê-la.
De qualquer forma, a decisão de contar ou não sobre o seu estado de saúde aos familiares, amigos ou terceiros, é muito pessoal. A únicas pessoas que necessariamente precisam ser informados, até por força da lei, para a sua própria proteção, são aquelas com quem o soropositivo mantém relacionamento sexual. Devem ser notificadas, obrigatoriamente, as pessoas integrantes de grupos que partilhem drogas injetáveis com os quais esteja envolvido.
Pesquisas foram feitas e concluíram que, quanto mais elevado é o nível sócio econômico cultural da família do soropositivo, melhor é a sua aceitação pelos parentes e amigos. Provavelmente devido ao maior nível de consciência, informação e conhecimento a respeito da AIDS. Por outro lado, lamentavelmente, as famílias com nível sócio econômico cultural menor, contraditoriamente, parecem ser mais “ricas” em preconceitos, discriminação e reações hostis neste momento. A dura realidade é que, infelizmente, existem muitos núcleos familiares que devido à desestruturação, carência econômica, desinformação e até mesmo preconceito, se negam a dar assistência aos seus doentes.
Porém, a triste realidade é que um grande número de soropositivos, principalmente crianças e adolescentes, são abandonadas diariamente à própria sorte, obrigadas a ficar perambulando, sem rumo pelas ruas, sem socorro ou amparo de qualquer espécie, ou então são simplesmente esquecidas nas enfermarias dos hospitais públicos.
É muito importante para um portador do HIV que toda a sociedade compreenda que ele não precisa de nenhum tipo de repressão, punição, intolerância ou discriminação. Muito menos piedade. Pois sua soropositividade, por si só, já representa uma carga muito grande de sofrimento. O que um portador do vírus da AIDS precisa é de respeito, apoio e solidariedade.
Quando a notícia da soropositividade se torna conhecida causa aos seus familiares, invariavelmente, um impacto forte de dor, amargura, constrangimento e uma profunda revolta. É necessário haver um acompanhamento psicológico, tanto do paciente como também da família para saberem como lidar com o doente.
Pesquisas foram feitas e concluíram que, quanto mais elevado é o nível sócio econômico cultural da família do soropositivo, melhor é a sua aceitação pelos parentes e amigos. as famílias com nível sócio econômico cultural menor, contraditoriamente, parecem ser mais “ricas” em preconceitos, discriminação e reações hostis neste momento e isto não faz bem aos soropositivos.
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Drauzio Varella – Reflexões sobre a epidemia de HIV/AIDS
III – CONCLUSÃO
Desde o seu surgimento, que alastrou no mundo a partir de 1981, a AIDS vem provocando um grande impacto sócio-econômico, político e psicológico de difícil solução.
Uma pessoa é contaminada pelo vírus HIV a cada 12 segundos. Segundo o Programa das Nações Unidas para a Aids (Unaids), mais de 34 milhões de pessoas estão infectadas pelo vírus causador da Aids, e a maioria delas deve morrer nos próximos dez anos. Só no ano passado, mais de 5 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV.
Não existe ainda cura nem tampouco uma vacina. A doença atinge os indivíduos principalmente entre 20 e 40 anos de idade, ou seja, em plena idade produtiva, A AIDS é um desafio à saúde pública, e também para todos nós, no sentido de que se desenvolvam estratégias preventivas.
A orientação para que haja segurança nas relações sexuais pode exigir uma acentuada alteração do comportamento sexual, o que pode acarretar resistências, tanto de adolescentes como de adultos.
A AIDS é uma doença que atinge o sistema imunológico do ser humano e qualquer resfriado poderá ser fatal ao doente, porém muitas conquistas foram obtidas para tentar prolongar a vida dos pacientes, como o AZT e o coquetel de drogas, porém os pesquisadores não descansam em procurar a sua cura definitiva.
Cartaz da Campanha de Prevenção a AIDS
Enquanto isto não acontece é necessário que a sociedade se conscientize que a AIDS está aí, e que a grande aliada do vírus atualmente é a discriminação, que torna mais difícil o acesso às medidas de controle da epidemia. Essa discriminação ocorre no emprego, na escola, na moradia, na assistência médica, etc., devido ao grande medo de contágio. Esse medo irracional e as reações negativas da população constituem-se num problema contínuo, enfrentado diariamente por pacientes, familiares e grupos de defesa. O que poucas pessoas entendem é que a sociedade deve ir ao encontro dos indivíduos que estão por aí espalhando o vírus, com a finalidade de orientá-los a parar de fazê-lo. Discriminar e perseguir os infectados, além de não ter nenhum fundamento, é a melhor forma de contribuir para a disseminação da doença.
Não podemos esquecer que o homem, em sua existência, sofre o impacto de influências sócio-econômicas, culturais, éticas, etc.. O surgimento da AIDS, ameaçando sua saúde, tem a capacidade de mobilizá-lo, fazendo surgir em sua mente o medo da morte, que aterroriza, reduzindo-o ao nada. A AIDS está, dessa forma, servindo de alerta à humanidade, conscientizando-nos de que é preciso reformular certas teorias e determinados tabus e reavaliar preceitos morais, éticos e filosóficos. E a melhor forma para isto acontecer é a sociedade se conscientize que a AIDS está aí e que a melhor arma contra ela é a prevenção, para tal é necessário que estejam sempre bem informados sobre o assunto.
Referências Bibliograficas:
Internet nos sites:
http://www.ensino.net
http://www.aids.gov.br
http://www.embratel.net.br/infoserv/online/wcenter/conviver.html
http://www.worldsite.com.br/cazuza/
http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/00001123.htm
http://jac.oxfordjournals.org/cgi/pmidlookup?view=long&pmid=18174196
http://pt.wikipedia.org/wiki/HIV
http://www.rci.rutgers.edu/~insects/aids.htm
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL859949-5602,00-MEDICOS+CURAM+PACIENTE+COM+AIDS+COM+TRANSPLANTE+DE+MEDULA+OSSEA.html
http://www.who.int/inf-pr-2000/en/pr2000-25.html
http://www.senad.gov.br
Revistas:
Super Interessante, Editora Abril, ano 14, n.º 12 , dezembro de 2000, São Paulo, páginas 52 a 58 .
Super Interessante, Editora Abril, ano 15, n.º 6, junho de 200l, São Paulo, páginas 59 a 63 .
Super Interessante, Editora Abril, ano 13, n.º 6, junho de 1999, São Paulo, páginas 51 a 55.
Vida & Saúde – Editora Casa – ano 49, n.º 7, julho de 1987, Tatuí – SP, páginas 11 a 15.
Folhetos:
Aprendendo sobre AIDS e doenças sexualmente transmissíveis – Livro da família – AIDS, Brasília, 1999.
AIDS – fornecido pelo Unibanco – elaborado pela Diretoria de Recursos Humanos, sob a supervisão técnica do Dr. Rodolfo Luís Baronetti – Médico do trabalho – CRM 27674, com apoio do Grupo de Serviço Social – agosto de 1989.
Enciclopédias:
Nova Enciclopédia Amor e Sexo – Nova Cultural – 1998 – volume 2 e 4.
Enciclopédia Encarta – 2000