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sexta-feira, novembro 22, 2024

Exigências Nutricionais de Cães e Gatos

Autor: Almir Maia Júnior

Cães

Alimentando Cães Adultos

Quando um cão atinge a maturidade total, ele entra no período de manutenção. Os animais saudáveis normais que não estão prenhes, amamentando ou trabalhando pesado têm necessidades nutricionais relativamente baixas para manter um estado corporal apropriado. Um bom estado corporal é aquele em que o animal está bem proporcionado, com uma cintura perceptível atrás das costelas, podendo-se, ao apalpá-las, sentir uma fina camada de gordura sobre elas.

Com a variedade de alimentos para cães nutricionalmente completas e balanceadas existentes no mercado, proporcionar uma dieta apropriada para um cão adulto pode ser simples, sem a necessidade de nenhum tipo de suplemento. Se carne ou sobras de comida forem administradas como suplemento, elas deverão perfazer não mais de 10% da dieta total. Níveis mais elevados podem diluir o valor nutricional da dieta comercial, predispor um animal à obesidade e levar um animal a ficar exigente para comer.

No caso de cães com necessidades calóricas mais baixas e/ou cães que são menos ativos, deve-se atentar para a possibilidade de um ganho de peso excessivo. Freqüentemente, o peso de um cão pode ser reduzido simplesmente eliminando-se as sobras de comida e snacks da dieta e evitando-se alimentos para cães de alto teor calórico. Cães com excesso de peso podem ter mais problemas de saúde e uma expectativa de vida mais curta.

As recomendações para a alimentação de cães adultos podem variar, dependendo da raça, da atividade, do metabolismo e da preferência do dono do cão. Independentemente do fato de um animal ser alimentado uma ou duas vezes ao dia, ele deve ser alimentado na mesma hora e ter sempre água potável fresca à sua disposição. Assim como acontece com os seres humanos, o apetite de um cão pode variar de dia para dia. Isto não deve constituir nenhum problema, a menos que a perda de apetite persista ou o cão apresente sinais de doença ou perda de peso. Nestas situações, o cão deve ser examinado por um veterinário.

Alimentando Durante a Prenhez

Independentemente da raça, a fêmea deve ter pelo menos um ano de idade e estar pelo menos no segundo período de cio antes de acasalar. É importante o estado corporal tanto dos machos como das fêmeas utilizados em um programa de reprodução. Se os machos estiverem com excesso de peso, eles poderão ser fisiológica e anatomicamente ineficientes para o acasalamento. As fêmeas com excesso de peso podem ter taxas de concepção mais baixas e mais problemas no momento do parto. A ingestão de alimentos variará de acordo com a idade, atividade, metabolismo corporal e ambiente. Se possível, cada cão deverá ser alimentado individualmente a fim de atingir e manter o estado corporal normal.

As necessidades de nutrientes da fêmea durante as primeiras seis ou sete semanas de prenhez não são maiores do que para os cães na manutenção. Durante as últimas duas ou três semanas, as necessidades para todos os nutrientes aumentarão e as necessidades calóricas poderão ser atendidas durante o último terço aumentando-se, gradualmente, a ingestão de alimentos pela fêmea. Recomendam-se dietas contendo mais de 3.500 calorias metabolizáveis por quilo de alimento e, pelo menos, 21% de proteína. A forma mais fácil de assegurar uma nutrição apropriada consiste em dar ao cão um alimento para cães de boa qualidade que seja rotulado como completo e balanceado para reprodução e crescimento ou para todas as etapas da vida. Quando estas dietas dadas, não é necessária a suplementação de vitaminas e minerais. Problemas podem ocorrer com o excesso de suplementação, particularmente quando níveis elevados de vitamina A ou cálcio são acrescentados.

A menos que uma fêmea tenha tendência para engordar demais durante a prenhez, pode-se dar a ela todos os alimentos que ela quiser comer. Não é raro que uma fêmea prenhe diminua sua ingestão de alimentos, temporariamente, por volta da terceira ou quarta semana de prenhez. Normalmente, ela comerá mais durante a última fase da prenhez. Todavia, se isto não ocorrer e o estado corporal começar a deteriorar-se, medidas deverão ser tomadas para aumentar a ingestão de alimentos. Isto pode ser feito umedecendo-se o alimento seco com água morna a fim de melhorar a palatabilidade ou adicionando-se pequenas quantidades de alimentos enlatados para cães ao alimento seco e alimentando-se a fêmea várias vezes ao dia. À medida que o momento do parto se aproxima, a fêmea pode perder o apetite. Isto é considerado como um comportamento normal e, a menos que ela pareça estar com um problema de saúde, não será necessária nenhuma alteração no programa de alimentação. Em muitos casos, a rejeição ao alimento durante a última semana é uma indicação de que o parto ocorrerá dentro das próximas 24 a 48 horas. Usualmente, dentro de 24 horas pós-parto, o apetite da fêmea retornará. Após o nascimento dos cãezinhos, ela deverá receber todo o alimento que quiser.

Durante a reprodução, a água serve como um meio de transporte de nutrientes para o feto em desenvolvimento e remove os resíduos para serem eliminados. As outras funções importantes da água dietética consistem em ajudar a regular a temperatura corporal e em auxiliar na produção de leite. Manter as vasilhas de água limpas e trocar a água freqüentemente tendem a encorajar o consumo de água. Água fresca em uma vasilha limpa deve estar disponível durante todo o tempo.

Alimentando Durante a Lactação

A produção de leite é uma das etapas que apresentam maiores necessidades nutricionais na vida de uma fêmea. Uma dieta completa e balanceada para a reprodução e crescimento ou para todas as etapas da vida proporcionará a nutrição de que uma fêmea precisa durante este tempo. A necessidade de leite dos cãezinhos que estão mamando continuará a aumentar durante cerca de 20 a 30 dias. Conseqüentemente, as necessidades de alimento e água da fêmea aumentam neste período. No pico da lactação, a ingestão de alimento da fêmea pode ser duas a quatro vezes maior do que sua ingestão de alimento usual ou de manutenção. Pode acontecer que fêmeas muito atenciosas raramente deixem seus filhotes para comer ou beber e precisarão de encorajamento. A mesma dieta utilizada durante o período de gestação pode ser dada durante a lactação. A fim de manter um bom estado corporal e fornecer amplas quantidades de leite aos seus filhotes, as fêmeas lactantes devem receber todo o alimento que quiserem.

Umedecer com água o alimento seco para cães ajudará a aumentar a ingestão de alimento durante a lactação. Uma outra importante razão para oferecer alimento seco umedecido é que, com três a quatro meses de idade, os filhotes normais começam a lambiscar alimentos sólidos. Acostumar os filhotes a uma dieta comercial de boa qualidade o mais cedo possível ajudará a evitar que se tornem enjoados para comer. Alimentos preparados em casa devem ser evitados. À medida que os filhotes começam a comer mais alimento sólido, a necessidade de produção de leite da fêmea diminui. Normalmente, os filhotes são desmamados entre seis e oito semanas de idade e, na época da desmama, o consumo de alimento pela fêmea deve ser de menos de 50% acima do seu nível usual ou de manutenção. A fim de ajudar a reduzir o fluxo de leite e evitar problemas nas glândulas mamárias, recomenda-se o seguinte procedimento para a desmama:

No dia em que os filhotes são desmamados, a fêmea não deve receber nenhum alimento, mas deve ter bastante água fresca para beber. Deve-se separar os cãezinhos da mãe e oferecer-lhes alimento e água. Alimento seco umedecido com água morna pode ajudar a estimular os cãezinhos a ingerirem alimento. No dia após a desmama, a mãe deve receber ¼ da quantidade de alimento que lhe era oferecida antes dela ser acasalada. A mãe e os filhotes podem ser mantidos juntos por várias horas no dia após a desmama de modo que os filhotes possam mamar até acabar com o leite da mãe. No terceiro dia, a fêmea deve receber ½ da quantidade que recebia antes do acasalamento e, no quarto dia, ¾ da referida quantidade. No quinto dia, deve-se oferecer a ela seu nível de alimentação de manutenção usual. Se a ninhada for grande, a fêmea poderá estar bem magra quando os filhotes forem desmamados. Neste caso, deve-se dar a ela uma quantidade extra de alimento após o quinto dia da desmama e até o seu estado corporal voltar ao normal.

Alimentando os Filhotes

Nos primeiros sete a dez dias de vida, os olhos do filhote permanecem fechados. Mesmo assim, durante o referido período, os filhotes dobram seu peso ao nascimento e ficam cada vez mais ativos. Como regra elementar, cada filhote em uma ninhada deve ganhar, aproximadamente, seu peso ao nascimento a cada semana durante o período de lactação ou amamentação (na primeira semana ele pode ganhar um pouco menos e nas semanas finais um pouco mais do referido peso).

Embora as fêmeas sejam, em sua maioria, excelentes mães, algumas mães nervosas ou descuidadas podem precisar de uma atenção especial que as ajude a se acalmar e aceitar sua nova prole. Para isto pode ser que tenhamos que trabalhar junto à mãe e/ou filhotes e colocar os filhotes junto aos mamilos da mãe. Os filhotes mal amamentados poderão ter um tamanho menor, uma temperatura corporal mais baixa e menos peso. Ao cuidar, rotineiramente, dos filhotes você terá uma oportunidade de verificar seu estado e progresso, embora cuidados excessivos possam ser estressantes para a mãe e os filhotes e devam ser evitados.

Usualmente, a maneira típica de um filhote começar a comer alimentos sólidos (cerca de 3 a 4 semanas) é correndo por cima e em volta da vasilha de alimento da mãe e lambendo o alimento seco umedecido que fica em suas patas. Por causa disto, o alimento tenderá a ficar compactado, razão porque se deve considerar a necessidade de mexer a dieta compactada ou oferecer quantidades frescas periodicamente. Com seis semanas de idade, a maioria dos filhotes está pronta para ser desmamada. Se os filhotes tiverem começado a comer alimentos sólidos da vasilha da mãe, não é raro que comecem, eles próprios, a se desmamarem com cerca de quatro a cinco semanas de idade.

As necessidades de nutrientes para o crescimento e desenvolvimento normais dos filhotes são maiores do que aquelas de um cão adulto. Por esta razão, as dietas nutricionalmente completas e balanceadas destinadas ao crescimento e reprodução ou todas as etapas da vida são recomendadas. Não é necessária nenhuma suplementação adicional na forma de vitaminas, minerais, carne ou outros aditivos.

A capacidade do estômago de um filhote não é grande o bastante para conter alimento suficiente, ingerido em uma “refeição”, para atender à sua necessidade diária de nutrientes requeridos. Os filhotes novos devem ser alimentados pelo menos três vezes ao dia até que suas necessidades alimentares comecem a equilibrar-se à medida em que vão amadurecendo. Os filhotes devem ter água fresca em uma vasilha limpa à sua disposição durante todo o tempo.

Como no caso das fêmeas prenhes, o alimento seco pode ser umedecido com água morna a fim de estimular a ingestão de alimento. O leite também pode ser utilizado para umedecer o alimento seco, todavia, o leite em excesso pode atuar como um laxativo e causar problemas digestivos para alguns filhotes e cães adultos. Deve-se dar uma hora para o filhote comer, após o que a porção não comida deve ser descartada. Alimento seco umedecido ou alimento enlatado deixado à temperatura ambiente pode tornar-se intragável e até mesmo estragar-se se deixado fora por várias horas.

Estabelecer hábitos alimentares rotineiros alimentando um filhote no mesmo lugar e à mesma hora todos os dias é recomendável e pode ajudar a treiná-lo a se comportar bem em sua casa. Oferecer alimentos humanos da mesa não é recomendável porque isto encorajaria o animal a pedir comida e poderia a torná-lo enjoado para comer. Os filhotes que consomem uma dieta completa e balanceada não precisam de vitaminas, minerais ou carne suplementares. Na realidade, o excesso de suplementação provou ser prejudicial para o desenvolvimento apropriado dos filhotes novos e em crescimento.

A quantidade de alimento oferecida a um filhote variará, dependendo do seu tamanho, atividade, metabolismo e ambiente. Não se deve deixar que os filhotes fiquem com excesso de peso. O excesso de peso não só dá ao filhote uma má aparência, mas também pode causar anormalidades ósseas. Se um filhote parece que está engordando demais, sua ingestão de alimento deve ser reduzida. Se um filhote parece que está magro demais e não há nenhum problema de saúde, sua ingestão de alimento deve ser aumentada. Toda vez que os donos tiverem perguntas a fazer ou preocupações a respeito do estado corporal do seu animal, eles devem consultar seu próprio veterinário.

Alimentando Cães de Trabalho

Independentemente da temperatura ambiental sazonal ou do estado fisiológico de um cão, quando tudo mais é igual, quanto mais ativo for um cão, de mais alimento ele precisará. Todos os nutrientes serão requeridos em quantidades maiores do que para um cão adulto em manutenção, não simplesmente proteína adicional ou minerais extra, tais como cálcio e fósforo. A atividade física é o resultado externamente visível de uma seqüência complexa de contrações musculares. A combustão de combustíveis dietéticos, tais como gordura, proteína e carboidratos proporciona a energia para o trabalho muscular. Água, vitaminas e minerais participam na utilização da energia para trabalho.

Os cães de trabalho são, usualmente, aqueles utilizados para caçar, pastorear ovelhas, bem como cães que, rotineiramente, correm longas distâncias (isto é, mais de 20 milhas por semana). Estes grupos de cães de trabalho podem ter uma maior necessidade de nutrientes quando estão treinando ou efetivamente trabalhando. A necessidade de nutrientes adicionais dependerá do nível de atividade de um cão em particular. Um ponto de referência é o fato de que eles são completos e balanceados com alta densidade de nutrientes, incluindo, pelo menos, 26% de proteína, 10% de gordura, 30% de carboidratos e 3.000 quilocalorias por quilo de alimento seco.

Nos períodos em que um cão não está treinando nem trabalhando, é recomendável que a quantidade da ração de treinamento/trabalho do cão seja reduzida ou que o cão passe, gradualmente, para uma alimentação com menos calorias e menos densa em nutrientes (contendo, pelo menos, 20% de proteína e 3.300 quilocalorias por quilo de alimento). Manter os cães em um bom estado corporal no período em estão fora de atividade ajuda a tornar menos estressante o seu condicionamento para os períodos de treinamento ou trabalho.

Não se deve dar aos cães que estão trabalhando ou treinando uma refeição imediatamente antes ou imediatamente após uma sessão de atividade extenuante. Alimentar os cães quase na hora dos exercícios pode resultar em um mau desempenho ou distúrbio gástrico ou desconforto (evidenciado por vômitos ou fezes soltas) e aumentar o risco de dilatação gástrica. A utilização apropriada de alimentos (tais como snacks ou snacks) durante os períodos de maior atividade pode evitar desconforto de fome e fadiga nos cães de trabalho. A utilização apropriada de alimentos consiste em oferecer o snack ou snack após um período de repouso, em pequenas porções, com água fresca e fria e seguido de um período de repouso.

Alimentando Cães Mais Velhos

Os cães são definidos como mais velhos ou geriátricos quando atingiram os últimos 25% do seu período de expectativa de vida, que está diretamente relacionado com o tamanho ou raça, bem como cuidados recebidos durante toda sua vida:

Cães de raça pequena com mais de 12 anos de idade
Cães de raça média com mais de 10 anos de idade
Cães de raça grande com mais de 9 anos de idade
Cães de raça gigante com mais de 7 anos de idade
Alguns sinais de envelhecimento:

mudanças no peso corporal com dificuldade na locomoção (movimento)
mudanças da audição e/ou visão
mudanças na pele e/ou pelagem
mudanças nos hábitos de urinar e defecar
mau hálito associado a problemas nos dentes ou na boca
Estudos mostraram que os cães mais velhos saudáveis utilizam à proteína do mesmo modo que o cão adulto jovem e que os cães geriátricos podem precisar de, aproximadamente, 50% a mais de proteína do que os cães adultos mais jovens. Entretanto, as dietas comerciais atuais formuladas para cães adultos em manutenção, geralmente, proporcionam proteína adequada. Os animais menos ativos podem ter baixas necessidades calóricas, razão porque se deve ter cuidado ao se administrar dietas densas em calorias a fim de evitar o risco de um ganho excessivo de peso.

Gatos

Alimentando Gatos Adultos

Um gato adulto com uma atividade normal requer apenas uma dieta de manutenção. Um alimento comercial para gatos que seja de boa qualidade, bem como completo e balanceado para manutenção ou para todas as etapas da vida é apropriado para alimentar as gatas adultas que não estejam prenhas ou amamentando. Os gatos devem ser alimentados como indivíduos e os fatores que influem na quantidade de alimento requerida por um gato adulto típico para manter um bom estado corporal incluem nível de atividade, temperatura e metabolismo corporal. Um bom estado corporal é aquele em que o animal está bem proporcionado, com uma cintura perceptível atrás das costelas, podendo se sentir sobre elas uma leve camada de gordura.

Como os gatos tendem a ser lambiscadores ou a comer ocasionalmente, eles devem ter acesso ao seu alimento por várias horas cada dia. E, como no caso de outros animais, uma fonte disponível de água fresca e limpa é importante para, praticamente, todas as funções corporais – digestão, absorção, circulação, transporte de nutrientes, construção de tecidos e auxílio na regulação da temperatura corporal.

Os gatos requerem um nível mais elevado de proteína dietética e um equilíbrio de nutrientes diferente daquele dos cães. Da mesma forma que os filhotes, os gatos maduros requerem a adição de taurina à sua dieta, enquanto que os cães não precisam. Estas necessidades dietéticas únicas são atendidas administrando-se alimentos para gatos completos e balanceados. Por estas razões, recomenda-se que não se dê aos gatos adultos alimentos para cães. Um gato pode ser alimentado com uma dieta de manutenção após um ano de idade. As dietas de manutenção não são apropriadas para os filhotes ou gatas prenhas ou que estejam amamentando.

O gato com peso médio de 3 a 7 quilos requer cerca de 85 gramas de alimento seco ou semi-úmido, ou 170 gramas a 227 gramas de alimento enlatado por dia. A quantidade de alimento requerida variará de acordo com a densidade de nutrientes do alimento e de gato para gato. Mesmo quando todos os fatores são os mesmos, dois gatos de tamanho, idade e atividade semelhantes podem requerer quantidades diferentes de alimento simplesmente porque eles têm taxas de metabolismo diferentes. O apetite e o consumo total de alimentos de um gato variam de dia para dia. A perda de apetite ou relutância em comer não constituem problemas em gatos adultos, a menos que ela persista por vários dias ou o gato apresente sintomas de doença. Se isto acontecer, o gato deverá ser examinado por um veterinário.

Alimentando Durante a Prenhez

A nutrição constitui um fator chave para se manter um gato saudável e sua importância torna-se ainda maior durante a gestação e lactação. A dieta deve fornecer os nutrientes essenciais devidamente balanceados para os filhotes que estão se desenvolvendo e preparar a fêmea para o estresse da lactação. Dietas rotuladas para manutenção de gatos adultos, alimentação intermitente ou empregos terapêuticos são, geralmente, inadequadas para a gestação e lactação. Uma dieta selecionada para ser dada à fêmea durante o período em questão deve estar rotulada como nutricionalmente completa e balanceada para todas as etapas da vida do gato ou para o crescimento e reprodução. Esta reivindicação deve, de preferência, ser apoiada por estudos sobre alimentação de animais. São recomendadas as dietas formuladas para fornecer pelo menos 30% de proteína e contendo mais de 1.700 Kcals por quilo de alimento. Se uma dieta de manutenção tiver sido dada antes do acasalamento, deverá ser feita uma mudança gradual para uma dieta apropriada para reprodução, durante o último trimestre da prenhez.

Algumas vezes, os criadores acreditam que, além da dieta regular, suplementos dietéticos sejam necessários para fornecer a nutrição extra requerida pelas gatas prenhes e gatas que estão amamentando. Esta necessidade de nutrição extra pode ser atendida administrando-se uma dieta completa e balanceada e de boa qualidade, eliminando-se desta forma qualquer necessidade de suplementos.

Durante toda a gestação, a fêmea pode apresentar um aumento vagaroso e constante no peso corporal e, ao mesmo tempo, um aumento gradual na ingestão de alimentos. As alterações hormonais e de comportamento que ocorrem durante a reprodução podem causar períodos em que a fêmea come pouco, come de mais ou não come nada. Por exemplo, muitas gatas prenhes passam por um breve período de perda parcial do apetite por volta da terceira semana de gestação, o qual dura de 3 a 10 dias. É de se esperar uma certa ansiedade do dono, mas é importante resistir à tentação de fazer mudanças na dieta ou no programa de alimentação toda vez que a gata prenhe atingir um período de perda de apetite. Entretanto, se ela permanecer comendo pouco por um tempo prolongado, ou se seu estado físico começar a se deteriorar, ela deverá ser examinada por um veterinário para ver se há problemas de saúde. Sua rejeição ao alimento durante a nona semana da gestação é, freqüentemente, uma boa indicação de que a parição ocorrerá dentro das próximas 24 a 48 horas. Geralmente, dentro de 24 horas após a parição, o apetite da fêmea aumenta vagarosamente.

Alimentando Durante a Lactação

A necessidade de leite dos filhotes continuará a aumentar durante um período de 20 a 30 dias, aproximadamente. Conseqüentemente, as necessidades de alimentos e água da fêmea aumentará durante o período mencionado. É possível que as fêmeas tenham que ser alimentadas duas ou três vezes por dia, devendo-se manter à sua disposição água fresca em uma tigela limpa. Deve-se dar alimento seco umedecido durante a lactação a fim de aumentar a ingestão de alimentos e água da fêmea e encorajar os filhotes a começarem a lambiscar alimentos sólidos.

Quando os filhotes atingem três a quatro semanas de idade, seu interesse em alimentos sólidos começa e o interesse da fêmea em amamentar declina. Alimento umedecido em uma tigela rasa deve estar à disposição dos filhotes durante várias horas cada dia. Em geral, a desmama dos filhotes ocorre entre 6 e 8 semanas de idade.

No caso de fêmeas que continuam a manter uma produção significativa de leite, a congestão das mamas e o desconforto resultante poderão ser um problema. A resolução deste problema poderá ser acelerada limitando-se a alimentação da gata conforme o seguinte procedimento:

No primeiro dia da desmama, a fêmea não deve ser alimentada, mas uma fonte de água limpa deve ser colocada à sua disposição. Deve-se separar os filhotes da fêmea e oferecer-lhes alimento e água. Alimento seco umedecido com água morna poderá ajudar a estimular os filhotes a ingerirem alimentos. No 2º, 3º e 4º dias após a desmama, recomenda-se limitar a alimentação da fêmea a ¼, ½ e ¾ da quantidade usual, respectivamente. No quinto dia, a ingestão de alimentos deve ser retomada na quantidade normal que era administrada à fêmea antes da gestação e lactação.

Alimentando os Filhotes

As pesquisas mostram que um filhote se desenvolve desde a primeira infância até fase inicial da idade adulta em cerca de um ano e, durante suas primeiras vinte semanas, um filhote pode apresentar um aumento de 2.000% sobre o seu peso de nascimento. Com 26 semanas de idade, a taxa de crescimento começa a se estabilizar. Todavia, os filhotes continuam a desenvolver-se internamente e seu crescimento normal termina por volta dos 12 meses de idade. Os filhotes também requerem cerca de duas vezes a energia por quilo de peso corporal de um gato maduro.

Os filhotes devem estar completamente desmamados com 6 a 8 semanas de idade, quando então deverão ser acostumados a uma dieta regular com um alimento para filhotes, do tipo para crescimento, completo e balanceado. Os filhotes de gatos requerem níveis mais elevados de proteína do que os filhotes de cachorro e também uma necessidade particular do aminoácido taurina. A falta de taurina suficiente em uma dieta do filhote poderia resultar em uma visão prejudicada. Por esta e outras razões, recomenda-se que os filhotes sejam alimentados apenas com alimentos desenvolvidos para filhotes de gatos e não com alimentos para filhotes de cachorro. Uma suplementação pode perturbar o equilíbrio de nutrientes do alimento e um excesso de suplementação pode ser prejudicial.

Recomenda-se que os filhotes de gato sejam alimentados duas a três vezes por dia durante este período de rápido crescimento. Muitos donos colocam alimento à disposição dos filhotes durante todo o tempo, juntamente com uma fonte de água fresca e limpa. Alimentos secos podem ser umedecidos com água morna a fim de ajudar a amaciá-los e torná-los mais fáceis de serem comidos. Alimentos secos umedecidos ou alimentos enlatados deixados à temperatura ambiente podem ficar intragáveis e até mesmo estragar se forem deixados por várias horas na tigela, de modo que as porções não comidas devem ser removidas e jogadas fora após uma hora. Assim como no caso de outros animais, quaisquer alterações na dieta devem ser feitas gradualmente, em um período de 7 a 10 dias, a fim de evitar distúrbios digestivos.

Os filhotes de gato tendem a comer ocasionalmente, pois eles fazem um grande número de pequenas refeições durante todo o dia. Normalmente, o filhote se aproxima do alimento, cheira-o rapidamente e, em seguida, começa a comê-lo. Após consumir uma pequena porção do alimento, ele vai embora e volta para comê-lo a intervalos. Este comportamento não deve ser confundido com uma relutância ou rejeição à comida.

Ruído excessivo, novos ambientes, a limpeza das tigelas de alimento/água podem ser fatores a serem considerados se um filhote se recusar a comer. Se a recusa em comer for prolongada e/ou o filhote apresentar sinais de doença, tais como indiferença, diarréia, vômitos repetidos, secreção dos olhos ou nariz, esforço para urinar ou constipação, ou começar a se esconder de forma não usual em locais escuros, um veterinário deverá ser consultado.

Dos seis meses a um ano de idade, os filhotes devem ser alimentados duas vezes ao dia caso seja administrado a eles alimento enlatado, semi-úmido ou seco umedecido. Alimento seco pode ser dado à vontade, enchendo-se a tigela com uma quantidade suficiente de alimento uma vez por dia. Todavia, deve-se evitar o excesso de alimentação. Os filhotes devem ser alimentados como indivíduos e as quantidades de alimentos a serem dadas dependerão de sua atividade e estado corporal. É uma boa idéia começar com as quantidades recomendadas no rótulo da embalagem e utilizar estas informações como guia. Ajuste a quantidade a ser administrada de modo a obter um estado corporal saudável. Também é apropriado consultar seu veterinário quando você levar seu filhote para ser examinado em uma exame de saúde de rotina.
As instruções contidas na embalagem devem ser utilizadas como guia para a alimentação diária de qualquer gato. Os gatos ativos ou que vivem do lado de fora da casa do dono podem requerer mais alimento a fim de manter um bom estado corporal. Se um gato ficar excessivamente gordo, sua ingestão de alimento deve ser diminuída. Um veterinário pode auxiliar o dono a avaliar o estado corporal do gato e, se necessário, ajudá-lo a planejar um programa de redução de peso apropriado.

Os gatos, como as pessoas, têm preferências alimentares individuais. Os filhotes de uma mesma ninhada podem adquirir gostos e hábitos alimentares diferentes. Entretanto, a reputação do gato de ser enjoado para comer é, geralmente, o resultado das práticas alimentares estabelecidas pelo próprio dono. Quanto maior a variedade oferecida a um gato, maior será a variedade que ele irá esperar. Com a ampla escolha de alimentos comerciais para gatos existente no mercado, é fácil fornecer uma dieta nutricionalmente completa e balanceada que o gato aceite comer.

Dietas Enlatadas

Os alimentos enlatados para cães contêm entre 8% e 15% de proteína e entre 2% e 15% de gordura, dependendo da composição da dieta. O teor de umidade para alimentos enlatados para cães é de, aproximadamente, 75% (menos de 78%). Os alimentos enlatados para cães fornecem 830 a 2100 quilocalorias metabolizáveis, por kg. O consumo total do alimento é elevado por causa do alto teor calórico. O equilíbrio em nutrientes é ditado, em grande parte, pelo tipo da composição da dieta. Estas dietas oferecem a mais elevada palatabilidade e o custo mais alto por porção em comparação com os produtos secos e os produtos semi-úmidos. Além disto, a administração dos produtos enlatados ao animal é menos conveniente do que a dos outros tipos de produtos. Uma vez aberta à lata, o alimento não utilizado deve ser armazenado no refrigerador.

Dietas Secas

A maioria dos alimentos secos para animais de estimação contêm 18% a 27% de proteína, 7% a 15% de gordura, menos de 12% de umidade e 35% a 50% de carboidrato (também expresso como N.F.E. ou extrato isento de nitrogênio). Estas dietas proporcionam entre 3100 e 4400 quilocalorias metabolizáveis por kg do produto. Os alimentos secos para gatos contêm 28% ou mais de proteína, 8% a 24% de gordura, menos de 12% de umidade e têm 1.400 a 2.000 quilocalorias metabolizáveis por quilo da dieta.

Os alimentos secos comerciais para cães foram introduzidos nos Estados Unidos no final da década de 90 na forma de biscoitos assados feitos com grãos, vegetais e carne misturados. Muitos dos primeiros alimentos para animais de estimação eram coletivamente rotulados como “dietas alimentares para cães e gatos” e pouco se sabia sobre as necessidades de nutrientes individuais dos cães e gatos. Entretanto, quando os nutricionistas de animais começaram a estudar as necessidades nutricionais dos cães e gatos, as necessidades de certos nutrientes particulares foram estabelecidas para cada espécie.

Dietas Semi-Úmidas

Os alimentos semi-úmidos para cães e gatos contêm, aproximadamente, 16% a 25% de proteína, 5% a 10% de gordura, cerca de 25% a 35% de carboidrato e 30% de água (os níveis de umidade, algumas vezes, chegam até 50%). As dietas semi-úmidas de alta qualidade contêm cerca de 2650 a 3000 de quilocalorias metabolizáveis por kg do produto. Geralmente, os alimentos moles-úmidos para cães e gatos são mais palatáveis do que as dietas secas e fáceis de serem administrados ao animal e armazenados. Sua administração ao animal é mais dispendiosa do que a das dietas secas.

Eis um exemplo de Análise Garantida e Lista de Ingredientes de um produto alimentício para animais de estimação:

Lista de Ingredientes

Análise Garantida:

Proteína bruta: não menos de 31,5%
Gordura bruta: não menos de 8,0%
Fibra bruta: não mais de 4,5%
Umidade: 12,0%
Cálcio (Ca): não menos de 1,2%
Fósforo (P): não menos de 1,0%
Sal (NaCl): não mais de 1,5%
Taurina: não menos de 0,125%
Ingredientes: Milho amarelo moído, farinha de glúten de milho, farinha de soja, farinha de subprodutos de aves, gordura animal preservada com BHA, trigo moído, farinha de peixe, farinha de carne e osso, ácido fosfórico, carbonato de cálcio, dried animal digest*, sal, cloreto de potássio, soro seco de leite, cloridrato de colina, levedura de cerveja seca, leite desnatado seco, taurina, L-lisina, óxido de zinco, sulfato ferroso, niacina, suplementos de vitaminas (A, D-3, E, B-12), pantotenato de cálcio, ácido cítrico, sulfato de manganês, suplemento de riboflavina, biotina, ácido fólico, sulfato de cobre, mononitrato de tiamina, cloridrato de piridoxina, complexo bissulfito sódico de menadiona, (fonte de atividade de vitamina K), iodato de cálcio.

Aditivos

Dois tipos de aditivos são incluídos nos produtos alimentícios para animais de estimação: aqueles que são nutricionais e aqueles que acrescentam outros benefícios ao alimento, como por exemplo, conservantes.

Os aditivos nutricionais incluem vitaminas, minerais, gorduras e aminoácidos. Muitos são adicionados na forma pura, o que pode ter vantagens de custo, disponibilidade e estabilidade. Eles também permitem a suplementação de um produto a fim de aumentar os níveis de determinados nutrientes sem afetar os níveis de outros nutrientes na dieta.

O organismo de um animal não pode distinguir entre vitaminas que ocorrem em ingredientes naturais e aqueles que são produzidos sinteticamente. O uso de nutrientes sintéticos ajuda a conseguir o alto grau de equilíbrio nutricional encontrado nos alimentos de animais de estimação, de boa qualidade.

O rótulo dos alimentos de animais de estimação apresenta uma lista de alguns ingredientes que não proporcionam, necessariamente, benefícios em termos de nutrientes, mas que têm uma finalidade específica na dieta. Estes tipos de aditivos são detalhados a seguir:

Antioxidantes – Ingredientes, tais como BHA, BHT ou tocoferóis mistos são adicionados às gorduras dos alimentos para animais de estimação em níveis extremamente baixos a fim de evitar ranço e, assim, evitar o odor desagradável, a perda da palatabilidade e a destruição de vitaminas que podem ocorrer quando as gorduras ficam rançosas.
Conservantes Químicos – Conservantes são utilizados em alimentos para animais de estimação, do tipo semi-úmido, a fim de evitar que se deteriorem devido ao desenvolvimento de mofo e bactérias. Os conservantes incluem ingredientes tais como propilenoglicol (não para uso em alimentos para gatos), ácido sórbico e sorbato de potássio. Todos os ingredientes deste tipo devem ter sua utilização aprovada pela FDA (Administração de Alimentos e Drogas).
Agentes Flavorizantes – Os flavorizantes constituem uma forma conveniente de tornar os produtos mais atraentes para os cães e gatos. Alguns podem ter nomes químicos complicados, mas outros, tais como alho e cebola, também são utilizados como agentes flavorizantes.
Colorização – Cores são acrescentadas a alguns alimentos para animais de estimação para ajudar a manter uma aparência consistente do produto, uma vez que a cor dos ingredientes naturais pode variar, ou para permitir distinguir entre os sabores em um alimento de múltiplas partículas. As cores artificiais usadas nos alimentos para animais de estimação são as mesmas aprovadas para utilização em alimentos para seres humanos.

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