Autor: Jacira Maria Santos de Sousa
1. Tema
A aprendizagem da leitura
2. Problema
As dificuldades encontradas pelas crianças no desenvolvimento da leitura na educação Infantil
3. Justificativa
Nas duas últimas décadas a pesquisa a respeito dos processos de aprendizagem da leitura vem mostrando as dificuldades encontradas nas crianças no desenvolvimento da leituras na idade infantil. Essa constatação pôs em xeque uma antiga crença, na qual a escola apoiava suas práticas de ensino, e desencadeou uma revolução conceitual, uma mudança de paradigma. Estamos passando por esse momento, com as vantagens e prejuízos que caracterizam um período de transição, de transformação de idéias e práticas cristalizadas ao longo de muitos anos.
Baseada nestas abordagens procuro refletir e buscar encontrar possibilidades de novas alternativas, visamos apresentar orientações metodológicas que possam garantir momentos prazerosos para a criança no contato com os textos literários, pois é inegável a importância da literatura na formação completa do ser humano, nesse processo, busca-se equilíbrio entre o desenvolvimento da inteligência e a afetividade, entre a reação e a emoção, entre o útil e o agradável.
É de conhecimento de todos os educadores que a escola é o caminho certo quando se fala em processo ensino-aprendizagem, tendo em vista o compromisso que ele exerce perante a sociedade, por isso temos o compromisso de apresentar um plano que vá proporcionar aos educandos mais maturidade no exercício da escrita e leitura. Somente com análise profunda do problema que vamos ter bons resultados.
Precisamos exercer um papel mediador, daí a necessidade de conhecermos os mecanismos, para daí tornar fácil a caminhada dos nossos alunos.
4. Objetivos
Refletir sobre os problemas de aprendizagem procurando compreender a forma como os alunos estão utilizando os elementos do seu sistema cognitivo e emocional para aprender.
Reconhecer as relações que se estabelecem entre aluno e conhecimento, as quais são interpostas pelo professor e pela escola e pelo meio ambiente.
5. Fundamentação Teórica
Atingir o sucesso na aprendizagem exige que a criança alcance e supere determinadas integridades básicas, através de oportunidades adequadas. Convém lembrar, porém, que, quando “problemas” interferem, este processo não é algo catastrófico e sem solução. Trata-se de evidenciar o caminho que o aluno está percorrendo sem as frustrações e condenações que se referem à não-aprendizagem.
O problema de aprendizagem é entendido como uma patologia, considerada em dois sentidos: um amplo, pouco estudado e explorado; e um sentido mais estrito, o qual é mais comum nos consultórios e escolas, não tão profundo e mais aceitável para um sujeito que aprende. Existem quatro fatores que atuam sobre os problemas de aprendizagem: os orgânicos, os específicos, os psicógenos e os ambientais. Tais fatores devem ser levados em consideração no momento do diagnóstico, pois quase sempre mais de um destes estão comprometidos.
Os fatores orgânicos tratam o indivíduo é um todo e não partes que trabalham isoladas, é necessária, uma integração entre anatomia, bom funcionamento de todos os órgãos, bem como do sistema nervoso central.
Os fatores específicos são desordens específicas ligadas a determinadas áreas também específicas, as quais perpassam questões cognitivas e motoras. Quanto aos fatores psicógenos, subsidia-se na teoria psicanalítica, levando-se em consideração as disposições orgânicas e ambientais do sujeito.
Nos fatores ambientais, encontram-se os elementos que muitos professores vêm levando em consideração com prioridade, ou seja, as questões de moradia, bairro, escola e oportunidades de lazer. O ambiente é mais gerador de problemas escolares do que de aprendizagem. Somado a outros fatores, contribuem para dificuldades de aprendizagem, mas considerados isoladamente são eles geradores de problemas escolares como a evasão.
O processo da aquisição da leitura precede e excede os limites escolares, sendo, por isso, o próprio aluno o ponto de partida de toda aprendizagem. Este vive num mundo onde a escrita é fator presente nas ruas, permitindo que já se reflita sobre o processo. Enquanto a escrita é um sistema de representação da linguagem, a leitura é a interpretação.
São quatro as habilidades da linguagem verbal: a leitura, a escrita, a fala e a escuta. Destas, a leitura é a habilidade lingüística mais difícil e complexa. A leitura é dos um processo de aquisição da lectoescrita e, como tal, compreende duas operações fundamentais: a decodificação e a compreensão.
A decodificação é a capacidade que temos como escritores ou leitores ou aprendentes de uma língua para identificarmos um signo gráfico por um nome ou por um som. Esta capacidade ou competência lingüística consiste no reconhecimento das letras ou signos gráficos e na tradução dos signos gráficos para a linguagem oral ou para outro sistema de signo.
Um dos grandes obstáculos ao processo de aprendizagem é o encaminhamento metodológico usado pelo professor. As complexas relações entre som/grafia, na retenção, na integralização dessas experiências, na compreensão e na interpretação da leitura e da escrita precisam ser bem asseguradas, pois, para que o domínio da linguagem pela criança aconteça, o professor precisa intervir no momento certo, fazendo o aluno elaborar suas hipóteses para que mais tarde possa reelaborar sozinho suas hipóteses.
Concluindo, os problemas de aprendizagem constituem uma situação real presente nas instituições escolares. Portanto, é necessário que todos os envolvidos com questões educacionais realizem pesquisas que possibilitem conhecer cada vez melhor as relações entre linguagem oral e escrita.
6. Referência Bibliográfica
LEMLE, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. 9ª ed. São Paulo: Ática. 1994.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Lingüistica. São Paulo: Scipione, 2002.
FERREIRO, Emília. Reflexão sobre alfabetização. 24. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
FRANCHI,Eglê Pontes. Pedagogia da Alfabetização da Oralidade à escrita. São Paulo: Cortez, 1988.
GROSSI, Esther Pillar & BORDIN, Jussara. Paixão de aprender. 3ª ediçãoSão Paulo: Editora Vozes, 1993