Enquanto Atenas consolidava o regime democrático, os persas, que já eram senhores de grandes domínios no Oriente, avançavam em direção ao Oeste. Sob o comando do Imperador Dario I, chegaram à Ásia Menor, onde atacaram Mileto, Éfeso e as ilhas de Samos e Lesbos.
Após algum tempo de submissão, essas regiões rebelaram-se e solicitam auxílio à Atenas que enviou apoio militar; porém esses reforços foram insuficientes permitindo que os persas destruíssem Mileto e avançassem sobre a Grécia. Estavam começando as Guerras Médicas…
A primeira expedição enviada por Dario I foi desbaratada em Maratona em 490 a.C., numa batalha em que os gregos, apesar da inferioridade numérica, venceram o conflito.
Nos anos seguintes, Atenas reforçou o seu poder marítimo, ao mesmo tempo em que modernizou o exército, preparando as cidades gregas para enfrentar os novos ataques dos persas. Quando Xerxes, sucessor de Dario I, deu início à segunda investida contra o território grego, os persas quase conseguiram dominar a Grécia, quando o exército espartano chegou a invadir e incendiar Atenas, porém, os persas foram derrotados na batalha naval de Salamina.
Sem suprimentos e reforços, as forças persas recuaram para a Ásia Menor, sendo derrotados na batalha de Platéia em 479 a.C., por forças atenienses e espartanas.
O período compreendido entre os anos 461 a.C. e 429 a.C. é considerado a “Idade de Ouro” de Atenas, quando a cidade viveu o seu auge econômico, militar, político e cultural. Durante esses trinta anos, sob o governo de Péricles, Atenas tornou-se a cidade mais importante da Grécia. Historicamente, esse período é chamado de “O Século de Péricles”.
Péricles também se empenhou na reconstrução e no embelezamento de Atenas, tendo construído o Parthenon – templo dedicado à deusa Atena e as novas muralhas em torno da cidade.
Nessa época, Atenas tinha quarenta mil cidadãos que, somados às suas famílias, totalizavam um total de 150 mil pessoas; os estrangeiros chegavam a 50 mil, e os escravos chegavam perto de 120 mil pessoas; assim, de uma população estimada em 320 mil pessoas, apenas 40 mil participavam do sistema democrático.
Com o decorrer do tempo, a presença ateniense na Confederação de Delos, assumiu um caráter imperialista. Atenas interferia na política e na sociedade dos demais aliados. Após pressões atenienses, o tesouro da Confederação de Delos, foi transferido para Atenas.
Por causa desse fato, alguns Estados-membros da Confederação quiseram se retirar, porém Atenas obrigou-os a permanecer por meio da força, transformando-os de aliados que eram, em Estados pagadores de tributos ao tesouro central da Confederação, localizado em Atenas.
Em Atenas, Péricles era democrata, mas em relação a outros Estados tinha uma postura imperialista.
Foi com os recursos advindos da dominação interna, da escravidão e do imperialismo externo que os atenienses ostentavam o status de cidadãos e garantiam o esplendor econômico e cultural do Século de Péricles, porém, as demais cidades-Estado que haviam adotado a aristocracia, representadas, especialmente por Esparta, se opunham ao expansionismo ateniense, considerando-o um perigo econômico e político.
Perante esse quadro e sob liderança Espartana, essas cidades-Estado, organizaram a sua própria liga, a Confederação de Peloponeso.
Em 431 a.C., as duas cidades rivais (Atenas e Esparta) entraram em conflito, devido a uma disputa comercial entre Atenas e Corinto, antiga aliada de Esparta. Esparta tinha um exército forte, ao passo que o poderio ateniense estava no poderio marítimo; inicialmente, Esparta conseguiu predominar, arrasando os campos de Ática, obrigando os seus habitantes a se refugiarem dentro das muralhas atenienses; a superpopulação ajudou na propagação de uma epidemia que atingiu inclusive Péricles.
A partir daí, foi declarada uma guerra, que desgastou ambos os lados, pois os conflitos duraram dez anos, sem nenhum vencedor ou derrotas decisivas.
Em 421 a.C., foi assinada a Paz de Nícias, rompida por Atenas sete anos depois, reiniciando os conflitos, que só se encerraram com a vitória espartana na batalha de Egon Potamos, em 404 a.C., obrigando Atenas a entregar a sua marinha, a demolir as suas fortificações e a renunciar ao seu imperialismo.
Com o encerramento das hostilidades, iniciou-se o período da hegemonia espartana, com a ascensão dos governos oligárquicos, acarretando o fim do regime democrático em Atenas que foi substituído por um Conselho formado por trinta cidadãos atenienses, formando o Governo dos Trinta Tiranos, ocorrendo o mesmo em outras cidades gregas, onde existia a democracia, porém o domínio espartano durou pouco tempo; assim, encerrou-se o ciclo imperialista ateniense, gerando as condições para a deflagração de futuro conflito, que seria iniciado mais tarde, a Guerra do Peloponeso, que traria o desfecho final da situação.
Nessa época, quando se iniciou o período da hegemonia espartana, a cidade de Tebas projetava-se como uma grande potência militar da Grécia; Tebas se opôs à Esparta e, graças à tática militar de dois excelentes generais, Epaminondas e Pelópidas, os tebanos venceram a batalha de Leutras, ocorrida em 371 a.C. . Encerrado o conflito, Tebas iniciou um curto período de supremacia.
Essas guerras constantes enfraqueceram os gregos e, a partir de meados do século IV a.C., nenhuma cidade grega tinha condições de se sobrepor às demais. Durante esse período de desagregação grega, a região da Macedônia, localizada do norte da Grécia, se fortalecia e se expandia, tornando inevitável o domínio sobre a Grécia enfraquecida.
Contudo, apesar da ocorrência de constantes conflitos regionais, os gregos legaram uma herança cultural muito rica que incentivou a cultura renascentista e influenciou toda a civilização ocidental, até os nossos dias.
As concepções dos gregos sobre beleza, retratadas nas esculturas, na pintura e na arquitetura foram tidas como clássicas, por seu equilíbrio e harmonia; a produção teatral, filosófica e científica grega, foi muito fecunda, delineando as linhas do pensamento, até a Idade Moderna.
A GUERRA DO PELOPONESO
A rivalidade político-econômica entre Atenas e Esparta, provocou a deflagração do conflito conhecido como Guerra do Peloponeso, entre 431 a.C. e 404 a.C.
Atenas, democrática, mercantil e imperialista baseava a sua força no poderio marítimo e no apoio dos aliados, membros da Confederação de Delos.
Esparta, mais conservadora, apoiava-se em um exército forte e bem treinado; graças a esse poderio, Esparta liderou a Confederação do Peloponeso, marcando o fim da hegemonia ateniense.
Uma das principais causas da Guerra do Peloponeso, foi o imperialismo ateniense, que controlava dezena de cidades, membros da Confederação de Delos, explorando-as pelo pagamento de pesados tributos; além disso, Atenas procurava implantar regimes democráticos nas cidades, provocando o temor da unificação grega em torno de si.
Os conflitos comerciais e marítimos entre Atenas e Corinto serviram como estopim ao conflito. Corinto era aliada de Esparta.
Durante a guerra, os camponeses atenienses refugiaram-se na cidade; a falta de higiene, somada às péssimas condições alimentares, causou uma epidemia, que matou um terço da população, inclusive Péricles, o maior dirigente democrata ateniense.
Em 421 a.C., atenienses e espartanos assinaram a Paz de Nícias, porém, em 431 a.C., dez anos mais tarde, Atenas e Esparta voltaram a se enfrentar, até o desfecho final do conflito, com a vitória de Esparta na batalha naval de Egospótamos, em 404 a.C.
Atenas foi invadida e passou a ser apenas um satélite de Esparta. E a Confederação de Delos foi dissolvida.
A Grécia saiu dessa guerra completamente devastada e mergulhou em um período de profunda decadência, da qual custaria a se recuperar.