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domingo, dezembro 22, 2024

A FOTOGRAFIA COMO DOCUMENTO HISTÓRICO

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
HISTÓRIA – 6º SEMESTRE
LUIS ANTONIO NUNES DE OLIVEIRA
PROJETO DE PESQUISA
TEMA: A FOTOGRAFIA COMO DOCUMENTO HISTÓRICO
Jacobina
2009

SUMÁRIO

A FOTOGRAFIA COMO DOCUMENTO HISTÓRICO

INTRODUÇÃO

Este trabalho pretende compreender o uso da fotografia como documento histórico, assim com a sua utilização em sala de aula. A fotografia surgiu no século XIX, de sua criação até os dias atuais, a mesma vem acompanhando o mundo contemporâneo. Desde a primeira metade do século XX com o surgimento da Escola dos Ranales em 1929 que critica o apego aos documentos escritos até então predominante no conhecimento histórico, propondo introduzir o aluno na compressão de documento iconográfico, fontes como cinema, fotografia, oralidade etc. A História vem promovendo sua independência em relação aos textos escritos, em oposição à história tradicional, a indisponibilidade de problematizar o conhecimento histórico levou por parte dos historiadores, estimulou os mesmos a buscar novas fontes de pesquisa.
Com a introdução de novos temas como objeto de estudo do historiador, como vida privada, as práticas alimentares dos povos, as diferentes classes sociais, as suas escolhas, suas prática culinárias, os gostos as aversões, influência da religião em fim as relações interpessoais diante desse contexto a iconografia imagética se tornou indispensável na construção do processo histórico. Nessa perspectiva a fotografia se torna um documento histórico fundamental e exige um posicionamento critico e imparcial por parte do historiador ou professor de história.
A fotografia segundo o historiador Francês Jacques Le Goff (1990, P. 1990) deve ser entendida como imagem documento e imagem monumento. No Estágio Supervisionado I e II realizado nas séries do Ensino Fundamental, constatei que o professor não explora com objetividade o recurso da fotografia durante as aulas, mesmo quando o próprio livro didático induz a isso. Observa-se que vários conteúdos nos livros de história modernos, vêm acompanhados de imagens que servem para complementar o sentido do texto. Ao trabalhar a fotografia em sala de aula deve-se ter em mente, tanto o professor quanto o aluno, que as imagens retratam fragmentos da realidade, ou seja, um testemunho visual e material dos fatos.

JUSTIFICATIVA

Considerando que a fotografia tem sido cada vez mais valorizada, por pesquisadores e estudiosos do Ensino de História, sua presença cada vez mais contundente nos livros didáticos. Todos nós professores e futuros professores de História, torna-se de extrema importância aprofundarmos nossos conhecimentos também na utilização dos recursos imagéticos fotográficos no campo da pesquisa da pesquisa histórica, assim como em sala. Boris Kossoy afirma que
as fontes fotográficas são uma possibilidade de investigação e descoberta que promete frutos na medida em que se tentar sistematizar suas informações, estabelecer metodologias adequadas de pesquisa e análise para decifração de seus conteúdos, e por conseqüência, da realidade que os originou. (KOSSOY, 2001: 32) .
Com a proposta da Escola do Annales e a Nova História, que propõe uma história total com o envolvimento de todas as classes, a Fotografia como documento se torna essencial para a o desenvolvimento da prática do pesquisador, pois a fotografia é a memória das pessoas e dos fatos preservadas para o tempo futuro.
Para o uso da fotografia como documento aqui proposto pretende-se, orientar a prática de forma técnica e pratica, fazendo as devidas ponderações levando em conta o contexto histórico no qual está inserida a imagem, a fim de evitarmos às conclusões precipitada, fazendo juízo de valor injusto e equivocado.
A tecnologia disponível no mundo contemporâneo nos oferece inúmeras possibilidades de exploração dos recursos imagéticos em sala de aula, por isso precisamos adequar e praticar nossos professores para a utilização desses recursos. Por outro lado a maioria dos nossos alunos fazem parte da geração digital isso deve ser levado em consideração e valorizado pelo projeto pedagógico da escola, nesse sentido o trabalho com fotografia se torna ainda mais significativo para esses alunos, pois os mesmo convive no cotidiano com imagem seja ela nas próprias câmeras digitais, os aparelhos de celulares, computador ou até mesmo na TV hoje são meios bastante populares acessível a maiorias da pessoas. Assim o desenvolvimento das imagens documentais do passado pode torna-se bastante significativo na sala de aula.

OBJETIVO GERAL

Compreender o uso da fotografia como documento histórico, estudar a sua utilização e eficiência em sala de aula, verificar as considerações dos autores e correntes historiográficas que defendem o emprego da fotografia como fonte de pesquisa histórica.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Entender o posicionamento de professores, pesquisadores e alunos diante da fotografia como documento.
Debater sobre o uso da fotografia como fonte para pesquisas em História.
Demonstrar a eficiência do uso da fotografia como recurso documental em sala de aula.
Mensurar a relação do recurso imagético fotográfico com a atual conjuntura tecnológica.

METODOLOGIA

Essa pesquisa foi embasada na análise da prática de utilização da fotografia como fonte documental para historiadores e professores de História, a mesma abrange a coleta de informações e conceitos sobre a utilização desse recurso, abordando as corretes historiográficas e autores que defendem a sua aplicação. Para a elaboração do projeto foram realizadas as seguintes ações: visita a biblioteca onde fiz um levantamento de literatura sobre o tema que fosse útil para auxiliar na construção da proposta; releitura dos relatórios de Estagio Supervisionado I e II, realizados nos Ensino Fundamental a fim de recorda o cotidiano da sala de aula, pontuando as possíveis deficiências no desenvolvimento das atividades propostas pelo professor. Diante da inexistência de um museu na cidade, foi realizadas visitas às casas de alguns moradores antigos, para verificarmos o acervo fotográfico dessas pessoas, acompanhando do testemunho oral das mesmas, assim tive a experiência prática do funcionamento da fotografia como fonte documental de pesquisa. Essa é uma experiência que pode ser aplicada perfeitamente para alunos do Ensino Fundamental.
Uma das ferramentas mais utilizadas para a elaboração desse projeto foi a internet, onde foi pesquisado diversos artigos e livros de autores que defende a fotografia como documento, também visitei alguns museus virtuais, constatei que o professor pode utilizar esses sites para propor trabalhos com a interpretação de fotografias históricas para seus alunos. Após ler diversos artigos e alguns livros sobre a aplicação da fotografia como documento histórico, podemos comprovar a sua eficiência no auxílio no trabalho dos historiadores de modo geral.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O debate em ralação ao uso da fotografia como de pesquisa histórica foi estabelecido a muito tempo atrás, mais foi aprimorado a partir do surgimento da corrente historiográfica da Escola do Annales na primeira metade do século XX, que propôs uma história emancipadora, sem exclusão das massas populacionais, em oposição a corrente positivista que tinha o foco nos grandes heróis e nos documento escritos. Para os Annales a pesquisa histórica deveria ampliar o leque de documental, além dos escritos, os orais, monumentais, vestígios e ícones imagéticos foi nesse contexto que a fotografia passou a ser compreendida como documento histórico. Segundo Jaques Le Goff
a fotografia é uma das manifestações importantes ou significativas da memória coletiva. Para ele, a fotografia,revoluciona a memória: multiplica-a e democratiza-a, dá-lhe uma precisão e uma verdade visuais nunca antes atingidas, permitindo, assim, guardar a memória do tempo e da evolução cronológica (2003: p.460).
Nesse sentido podemos considerar que o uso da fotografia como documento é crucial para compreensão de uma história universal, como propões a Nova História através de uma análise minuciosa na imagem por parte do historiador, pode se verificar inúmeros fatores relacionados ao contexto histórico representado, como vestuários, costumes, utensílios domésticos, meios transportes, mobiliários etc. ou seja, alinhada a vestígios e a outras fontes iconográfica, com a fotografia pode-se ter a representação material mais conclusiva do passado.
Além de autores e correntes historiográficas defenderem a utilização da imagem como documento, a atual conjuntara da sociedade reforça esse procedimento, Com a grande evolução do meio tecnológico e cientifico vê-se a fotografia ganhar tanto em quantidade como em qualidade, hoje temos imagens dos mais diversos lugares podendo ser imagens aéreas, de satélites ou simplesmente imagens locais que retratam nosso espaço o nosso lugar num passado distante ou recente. Cabem pesquisadores e professores de história aperfeiçoarem, sua técnica de trabalho e aproveitar as inúmeras possibilidades que esse recurso oferece. Com relação ao trabalho do professor a tendência é que o trabalho com fotografia em sala de aula seja bastante receptivo por parte dos alunos, em virtude da maioria dos mesmos terem nascido em uma sociedade tecnológica e estão em contato constante, com uma gama de equipamentos eletrônicos reprodutores e produtores de imagens fotográficas.
A fotografia deve ser entendida como uma espécie de linguagem não verbal, mas não por isso deixam de expressar inúmeras informações e transmitirem sentimentos ao seu observador. O professor ao propor atividades com imagens deve agir como um mediador entre as informações intrínsecas na fotografia e o conhecimento dos educandos, nunca promover apenas a sua transmissão/opinião pessoal sobre o documento em questão, ou seja, assim como qualquer outra atividade pedagógica o trabalho com fotografia exige do docente planejamento e uma leitura previa do documento. (MOLINA, 2007: 24). Propões que:
(…) as imagens usadas em sala de aula não devem sê-lo gratuitamente, mas é necessário conhecer seus componentes semânticos para adequá-los aos objetivos propostos. Assim o desafio e o limite imposto ao professor de história serão o de redimensionar e explorar as competências específicas da imagem, não somente para motivar e envolver, mas re-elaborar, recodificar, ordenar e organizar conceitos, transformando uma relação sócio-afetiva com a imagem em uma situação de cognição. (MOLINA, 2007: 25).
Hoje o Ensino de História no mundo globalizado busca fazer com o aluno adquira um conhecimento contextualizado com realidade local e ao mesmo tempo interligado com a atual dinâmica social do resto do planeta, sujeitos capazes de analisar e agir criticamente na sociedade. Para isso é importante a seleção de conceitos básicos na História que permitam ao aluno a extrapolação do que aprendeu na escola, a busca de novos conhecimentos com a sua vivência sócio-temporal. As imagens fotográficas são de fundamental impotência para auxiliar professores e alunos nessa tarefa, não só para História, mas para outras disciplinas considerando que é impossível ir a todos os lugares, conhecer a todas as civilizações, reviver o passado reconstruir cenas marcantes etc. a imagem ajuda na compressão do tema, na complementação da interpretação dos textos dos livros didáticos.
Com relação à docência o desenvolvimento de atividades com imagens como fonte documental deve sempre começar abordando a história da realidade na qual vive o educando, abrangendo a identidade cultural local, levando em consideração todos os aspectos do cotidiano da cidade e a história da própria escola pode ser abordada, assim o aluno terá oportunidade de pesquisar também a história da sua própria família, por exemplo, no caso de pesquisa de campo ter a oportunidade em alguns casos de conversar com personagens vivos que foram retratados, esse procedimento aprimora a capacidade de análise de imagens dos alunos e os mesmos passam a entender o sentido da memória fotográfica. Dessa forma o professor está trabalhando a temática da micro-história propostas pelas correntes historiográfica contemporâneas a exemplo da Nova História, o historiador Luís Reznick (2002, p. 3): analisa que:
Ao eleger o local como circunscrição de análise, como escala própria de observação, não abandonamos as margens (…), as normas, que, regra geral, ultrapassam o espaço local ou circunscrições reduzidas. A escrita da história local costura ambientes intelectuais, ações políticas, processos econômicos que envolvem comunidades regionais, nacionais e globais. Sendo assim, o exercício historiográfico incide na descrição dos mecanismos de apropriação adaptação, resposta e criação às normas que ultrapassam as comunidades locais. Reznick (2002, p. 3).
Apos trabalhar a história local facilita para os aluno o desenvolvimento de trablhos voltados para temas como as antigas civilizações, revolução industrial, Grande Guerra Mundial etc.
Podemos afirmar que as imagens constituem hoje as narrativas do mundo contemporâneo, trazendo novos elementos para buscarmos uma compreensão mais abrangente do próprio conceito de narrativa. Com isso a compreensão do que é hoje o domínio da leitura e da escrita mudou radicalmente, desafiando a escola a penetrar no universo dos signos que permeiam a experiência das crianças, dos jovens e adultos a partir da criação de novos códigos de interpretação e construção de sentidos. A fotografia representa uma das invenções mais extraordinários e criativa do homem moderno, através dela pessoas de todos já registram ações pessoais, familiares, monumentos, eventos etc. pesando em perpetuar o momento para a properidade, cabe nós históriadores, professores e alunos usufluir desse legado, em nossas pesquisas e estudos e ao mesmo contunuar esse processor de registro fotografico e assim contribundo para os futuros pesquisadores.

FONTE

Para o desenvolvimento e aplicação desse projeto de pesquisa mantiveram-se como base análise e estudos de fontes históricas escritas, orais e imagéticas, as fontes orais permeiam e complementam todas as outras fontes históricas, é na conversa com o morador mais antigo da cidade, o professor de história relatando sua experiência, o depoimento de historiadores através de vídeos na TV ou internet etc. como escrita destaca se o livro História e Memória de Jaques Le Goff. Unicamp, 2003, obra de um dos membros da Escola dos Annales, que entre outras considerações propõe a ampliação dos meios documentais para a pesquisa histórica, entre as quais se destaca os recursos imagéticos. Outra fonte é o livro Fotografia e História. São Paulo: Ática,1989 de Boris Kossoy, que aborda a co-relação entre o documento fotográfico e as informações que ele traz do passado, fonte também bastante enriquecedora trata-se do artigo Ensino de história e Imagem: Possibilidades de Pesquisa, UCDB, Campo Grande MT, n.21, jan/jun. 2006 de Ana Heloisa Molina, que debate a temática das imagens utilizadas em sala de aula.
Com relação a fontes imagéticas destaca-se o museu virtual da Fundação Getulio Vargas FGV/CPDOC- Centro de pesquisa e documentação histórica, onde encontramos um arquivo de fotos e imagens completo dos principais fatos da nossa história, temos também a Galeria virtual da Folha Oline que apresenta uma diversificada coleção de imagens contemporâneas, muito útil como fonte de pesquisa, ainda no campo virtual temos o site Domínio Público uma excelente fonte de pesquisa que engloba tanto fontes históricas escritas como imagéticas. Ressaltando que para se trabalha com fotografia no Ensino de História as fontes de pesquisas são inúmeras vai do museu mais sofisticada ao álbum familiar de cada pessoa.

RECURSOS

Os recursos utilizados para o desenvolvimeto desse projeto a maioria se classificam na categoria permanente tais como: livros adquiridos, caderno para rascunho, televisão e dvd para exibição de vídeos sobre o tema, impressora para reproduzir artigos para estudo e notebook conectado a internet para realizar pesquisar e digitação do trabalho.

REFERÊNCIAS

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário da Língua Portuguesa. RJ: Ed. Nova Fronteira, 2001.KOSSOY, Boris. Fotografia & História. São Paulo:
Ateliê Editorial, 2001. Edição revista.
LE GOFF, Jacques. História e Memória. 5ª Ed. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2003.
MOLINA, Ana Heloisa. Ensino de história e Imagem: possibilidades de pesquisa. In. Domínios da Imagem, n MOREIRA, Marco A. Aprendizagem Significativa Subversiva. In: Série Estudos, Periódico do Mestrado em Educação da UCDB, Campo Grande MT, n.21, jan/jun. 2006.
AUAD, Ana Maria. Através da Imagem: Fotografia e História Interfaces. In.: Revista Tempo. Rio de Janeiro, Vol. 1, nº2, 1996.
REZNIK, L. ; GONÇALVES, Marcia de Almeida . História e fotografia: uma pedagogia do olhar. Interagir (UERJ), Rio de Janeiro, n. 3, p. 77-85, 2003.
Sites e paginas da web utilizada para pesquisa:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp . Acesso em: 02/11/2009.
http://www.cpdoc.fgv.br/comum/htm/. Acesso em: 02/11/2009.
http://www.partes.com.br/. Acesso em: 09/11/2009.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_dos_annales. Acesso em: 08/11/2009.
http://bndigital.bn.br/redememoria/fotografia.html. Acesso em: 11/11/2009.
http://www.revistamuseu.com.br/default.asp. Acesso em: 10/11/2009.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/galeria/galeriavirtual/caio_vilela.shtml. Acesso em: 01/11/2009.

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