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quarta-feira, novembro 20, 2024

A HISTÓRIA DO RÁDIO

Introdução

O objetivo desse trabalho foi traçar uma linha na história do Radio, não só no Brasil, mas no mundo, desde o seu surgimento, até os dias de hoje.

Na pesquisa sobre o tema, me deparei com milhares de textos, um com mais conteúdo que o outro, mas todos sempre valorizando a importância que o rádio teve e tem para a nossa sociedade.

Nessa pesquisa tentei mostrar as fases do rádios e sua diferentes aplicações, como o radioteatro, a radionovela, e as influencias que essas características, tão peculiares a esse veículo, deu não só para os artistas, mas para o meio em geral.

A História do Rádio

O rádio entre os meios de comunicação de massa pode ser considerado o mais popular e o de maior alcance do público, não só no Brasil, mas no mundo. Um exemplo que ilustra muito, bem essa afirmação, foram os serviços prestados pela rádio inglesa BBC, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Ela manteve os aliados informados sobre as batalhas contra o Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e monopolizou a voz do mundo livre com transmissões para países inválidos pelos alemães.

Esse destaque é dado ao rádio basicamente por dois fatores: a capacidade que o homem tem em ouvir a mensagem sonora e a falada simultaneamente e não ter de interromper as suas atividades e se dedicar exclusivamente à audição e, à descoberta do transmissor.

A História dos meios de comunicação está estreitamente ligada à efervescência industrial experimentada no século XIX e que foi provocada pela Revolução Industrial (aproximadamente 1750-1850). As necessidades humanas levaram o homem do campo, que tradicionalmente sobrevivia da agricultura para as cidades. O sistema de transporte se aperfeiçoou e a locomotiva tornou-se realidade. Para tornar seguro e eficiente o tráfego de trens nas grandes aglomerações humanas que se formavam, os Ingleses inventaram o telégrafo eletrônico, em 1837, Samuel F.B. Morse foi quem desenvolveu o equipamento e, em 1844, instalou a primeira linha operacional de telégrafo nos EUA, ligando cidades de Washington e Baltimore.

Com a evolução tecnológica, a comunicação à distância se tornou realidade. Em 1866 os cabos submarinos atravessaram o Oceano Atlântico ligando os Estados Unidos à Europa. A troca de informações tornou-se bem mais eficaz e rápida, sendo que os maiores beneficiários foram às empresas jornalísticas da época. As agências de informações começam a se estruturar e surge a inglesa a Reuters e a norte-americana Associated Press. O telefone foi descoberto por Alexander Graham Bell, que o patenteia em 1876.

Há mais de cem anos, o físico alemão Heinrich Hertz mostrou existirem as ondas do rádio, foi em 1887. Ele verificou que essas ondas viajavam com a mesma velocidade da luz: trezentos mil quilômetros por segundo. Em reconhecimento ao seu trabalho – o nome de Hertz, foi adotado para significar a freqüência das ondas de rádio. O símbolo tornou-se Hz e representa a medida de um ciclo por segundo.

Em 1895, apareceu Guglielmo Marconi. Assistindo, um dia,na cidade de Bolonha, na Itália, a repetição da experiência de Hertz, veio-lhe a genial idéia de transmitir sinais através do éter.Utilizando o dispositivo do físico alemão, entregou-se pacientemente ao estudo das “ondas hertzianas”.Dois anos mais tarde, ele descobriu o princípio de funcionamento da antena.Estava resolvido um grande problema: guiar bem ondas através do espaço. É na Itália, com Guglielmo Marconi que a comunicação pelo rádio vai ser definitivamente descoberta.Estimulado pelos escritos de Hertz e com equipamento similares, dedicação absoluta, com o dinheiro da família, Marconi produziu o primeiro aparelho de rádio da história.

Os anos de ouro do rádio americano coincidem com a época de recessão (1929-1937) e a Segunda Guerra Mundial (1938-1945). Mas o sucesso inicial impulsionava as pesquisas e as descobertas de novos e mais eficientes equipamento que visavam atender à crescente industrialização da área e as novas demandas de entretenimento que meio trouxe consigo. O veículo propiciava aos ouvintes também escapar da realidade e da objetividade das tristes notícias daquele período, que revelavam um mundo de radicais e contínuas transformações.

A primeira imagem de TV nos EUA acontece em 1929, com o gato Félix, transmitido com 60 linhas de definição. Em 1939, estas linhas aumentam para 441, na primeira demonstração ao vivo, feita em Nova York para 200 receptores. A declaração da política para a televisão é feita em 1941. Os relógios Bulova são o primeiro comercial veiculado na NBC, em 11/07/41, a um custo de 4 dólares.

O aparecimento da televisão está ligado ao trabalho de dois engenheiros: Philo T. Farnsworth, que descobriu o sistema de varredura de imagens, patenteando em 1939 pela RCA por um milhão de dólares, e Vladimir Zworynkin, que descobriu o icnoscópio.

Após a Segunda Guerra Mundial, duas novidades alavancam o desenvolvimento da televisão: o tubo de imagem orticon: e a AT&T instala cabo cabos axiais, criando as redes. A primeira ligação foi feita entre Nova York e Washington, em 1946. O sistema de cores é mostrado pela primeira vez na CBS em 1946. Em 1948, aumenta de 17 para 48 estações, instaladas de para 23 cidades. Em janeiro de 1947, a abertura do Congresso norte americano é transmitido para 12 canais. Entre os anos de 1948-1952, a venda de aparelhos de televisão salta de 250 mil para 117 milhões de unidades. Em 1951 surgem as redes, com aparelhos de TV em 60% das residências americanas.

As grades fixas de programação surgem em 1948, quando muitos programas de rádio foram transferidos para a televisão. No final deste ano, já havia 19 programas, sendo transmitidos por 04 redes: NBC, CBS, DuMonte ABC.

Em 1956, surge o videoteipe, facilitando e barateando a produção na TV. Em 62, começa a corrida espacial, é lançado o primeiro satélite iniciam-se as transmissões ao vivo.

O rádio é um meio de comunicação baseada na difusão de informações sonora por meio de ondas eletromagnéticas (hertzianas) em diversas freqüências.

As ondas de rádio compõem-se de oscilações rápidas dos campos magnéticos e elétricos. A taxa de oscilações é chamada de freqüência da onda, medida em hertz (Hz). Um hertz eqüivale a uma oscilação por segundo e um quilohertz (kHz) corresponde a 1.000 hertz. Cada faixa de freqüência é utilizada para transmitir tipos distintos de informação:

As ondas longas (30 a 300 kHz) podem atingir cerca de 1.000 km. Elas são utilizadas, por exemplo, para transmitir dados meteorológicos a embarcações.
Programas transmitidos por canais de média freqüência, ou ondas médias (300 a 3.000 kHz), podem percorrer algumas centenas de quilômetros. Muitas estações de rádio utilizam essas faixas.
As ondas curtas (3.000 a 30.000 kHz) podem alcançar grandes distâncias. Elas circundam o planeta, refletidas entre a ionosfera (uma camada da atmosfera) e a superfície da Terra. Estações de rádio internacionais e radioamadores utilizam essas faixas.
As ondas de VHF (very high frequency) movem-se em linha reta e por isso não podem propagar-se além do horizonte. A polícia, o corpo de bombeiros e as estações de rádio locais usam as ondas VHF (30.000 a 300.000 kHz).
Os satélites de comunicação captam e retransmitem programas de rádio usando ondas de altíssima freqüência (mais de três bilhões de Hz).
Além da radiodifusão, as ondas eletromagnéticas também são usadas nas transmissões de telefones, de televisão, de radar, nos sistemas de navegação e nas telecomunicações.

Início da Radiodifusão

Samuel Morse (1791-1872) inventou em 1837, um código composto de sinais sonoros. As primeiras transmissões de rádio foram realizadas nesse código. A partir da descoberta das ondas de Rádio e da invenção da antena para recebê-las, Guglielmo Marconi conseguiu emitir sinais e captá-los a centenas de metros, criando o telégrafo sem fios (1896).

O aproveitamento das ondas eletromagnéticas para a propagação de informação sonora acontece no início do século XX, graças à invenção da válvula radioelétrica (tríodo), criada em 1906, nos EUA, por Lee De Forest. A válvula tríodo permite a ampliação dos sinais elétricos, viabilizando a audição de sons complexos transmitidos por ondas hertzianas. No Natal de 1906, a radiodifusão é inaugurada no mundo: De Forest e Reginald Aubrey Fessenden transmitem, nos EUA, números de canto e solos de violino. Outras transmissões pioneiras são realizadas nos anos seguintes.

É comum nos filmes de guerra destacarem a importância do rádio para manter o contato entre a patrulha avançada e o quartel-general. Instalado em qualquer veículo ou levado às costas, o rádio é um aparelho portátil que funciona em altas freqüências e inclui o que há de mais moderno e sofisticado no campo das telecomunicações.

As emissoras de rádio desenvolvem-se de fato após a 1ª Guerra Mundial. Durante o conflito, a transmissão de ondas eletromagnéticas fica sob o controle do governo dos países em guerra. Esse atraso na implantação da radiodifusão para o grande público, no entanto, é compensado pelos avanços feitos no período, que facilitam o crescimento das estações de rádio no pós-guerra.

Em apenas uma década, a radiodifusão espalha-se por todo o mundo. Em 1919 é criada a primeira empresa norte-americana de telecomunicações, a Radio Corporation of America (RCA), seguida da National Broadcasting Company (NBC), em 1926, e da Columbia Broadcasting System (CBS), em 1927. Na Europa, são implantadas várias empresas de grande porte, entre as quais a italiana Radiotelevisione Italiana (RAI), em 1924; a inglesa British Broadcasting Corporation (BBC), em 1927; e a francesa Radio France Internationale ( RFI ), em 1931. O número de receptores também aumenta drasticamente: nos EUA, por exemplo, os aparelhos de rádio sobem de 50 mil, em 1922, para mais de quatro milhões, em 1925.

Rádio no Brasil

O Brasil possui 2.826 emissoras comerciais de rádio licenciadas, segundo dados de 1997 do Ministério das Comunicações. A Região Sudeste tem o maior número de emissoras (1.051) – 526 só no estado de São Paulo -, seguida das regiões Sul (760), Nordeste (611), Centro-Oeste (245) e Norte (159).

A primeira emissão radiofônica brasileira acontece em 7 de setembro de 1922, nas comemorações do centenário da independência. A Westinghouse Eletric International Co. instala no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro, uma estação de 500 watts, inaugurada com discurso do presidente Epitácio Pessoa. Seguem-se emissões de música lírica e conferências, captadas nos 80 aparelhos de rádio dispersos pela cidade. No fim das festividades, a rádio sai do ar, e outra transmissão só acontece no ano seguinte com a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada pelo antropólogo Roquette Pinto e por Henry Morize, diretos do Observatório Nacional. A emissora, com programas educativos e culturais influencia várias rádios amadoras que aparecem no país na década de 20, como a Rádio Clube Paranaense, em Curitiba. Todas nascem como clubes ou sociedades e, como a legislação proibia a publicidade, são sustentadas pelos associados.

O rádio comercial desponta a partir da legalização da publicidade, no início da década 30. Com o crescimento da indústria e do comércio, o número de propagandas aumenta e o rádio transforma-se em um negócio lucrativo. Surgem os anúncios cantados, os jingles, que revolucionam a propaganda radiofônica. Na década de 30 são criadas várias rádios, entre elas a Rádio Record, de São Paulo (1931), a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro (1936) – a primeira grande emissora do país -, e a Rádio Tupi (1937), de São Paulo.

Nessa época, a rádio vai abandonando seu perfil educativo e elitista para firma-se como um meio popular de comunicação. A linguagem torna-se mais direta e de fácil entendimento. A programação diversifica e é mais bem organizada, atraindo o grande público. Nos anos 30 e 40 aparecem os programas de música popular, que lançam ídolos como Carmem Miranda e Orlando da Silva. Surgem também os programas de humor, de auditório – que contam com a participação do público -, e as novelas. A primeira delas é Em Busca da Felicidade (1941), da Rádio Nacional. A mesma rádio lança o Repórter Esso (1941), que inaugura o radiojornalismo brasileiro. As técnicas introduzidas por ele – frases curtas e objetivas, agilidade, instantaneidade e seleção cuidadosa de notícias – são usadas ate hoje na maioria dos jornais falados.

Com a popularização da televisão, no final da década de 50, o apogeu do rádio chega ao fim e as emissoras são obrigadas a redefinir seus objetivos. Nessa reestruturação passam a dar mais espaço ao radiojornalismo e aos serviços à comunidade. A primeira rádio a divulgar notícias durante toda a programação é a Bandeirantes, de São Paulo, inaugurada em 1954. A partir de 1968 surgem as emissoras de freqüência modulada (FM). A maioria delas apresenta programas musicais, como a Rádio Cidade (1977), líder de audiência na década de 80. A primeira rádio FM só de notícias é a CBN, criada em 1996.

O primeiro transmissor de ondas de rádio no Brasil que se tem notícia, foi instalado no ano de 1913 por Paul Forman Godley, um dos fundadores da Adams-Morgan/Paragon, na região amazônica, a pedido do governo brasileiro. A primeira transmissão de rádio realizada oficialmente no Brasil ocorreu no dia 7 de setembro de 1922, durante a inauguração da Exposição do Centenário da Independência na Esplanada do Castelo onde o público ouviu o pronunciamento do Presidente da República, Epitácio Pessoa, a ópera “O Guarani”, de Carlos Gomes, transmitida diretamente do Teatro Municipal, além de conferências e diversas atrações. Muitas pessoas ficaram impressionadas, pensando que se tratava de algo sobrenatural.

Desde 1922 as experiências com rádio-clubes vinham sendo realizadas, entretanto, foi somente em 1923, que Roquette Pinto inaugurou a primeira emissora de rádio AM, a Rádio Sociedade. No ano seguinte, foi inaugurada a Rádio Clube do Brasil, marcando o início da expansão.

A década de 30 marcou o apogeu do rádio como veículo de comunicação de massa, refletindo as mudanças pelas quais o país passava. O crescimento da economia nacional atraia investimentos estrangeiros, que encontravam no Brasil um mercado promissor. A indústria elétrica, aliada à indústria fonográfica, proporcionaram um grande impulso à expansão radiofônica.

O rádio trouxe inovações técnicas e modificou hábitos, transformando-se na maior atração cultural do país. Desde 1932 a Rádio Philips investia no programa Casé, que representou uma revolução na forma de apresentar programas de rádio. Foi Adhemar Casé, juntamente com Nássara, que criou os primeiros jingles publicitários. As empresas multinacionais foram as primeiras a utilizar o rádio na publicidade. Os programas de auditório e as rádio-novelas tinham o patrocínio de marcas com Philips, Gessy e Bayer. Na política, o rádio também exerceu enorme influência: a propaganda eleitoral, os pronunciamentos do presidente e a Hora do Brasil faziam parte da programação e alcançavam milhares de ouvintes/eleitores. A partir de 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial, o rádio se transformou num importante veículo para difundir fatos diários e notícias do front. Surgia o radiojornalismo, sendo o Repórter Esso um marco dessa época.

A Rádio Nacional, inaugurada em 1936, marcou a radiofonia no Brasil. Em seus quadros, brilhavam os talentos de Iberê Gomes Grosso, Luciano Perrone, Almirante, Radamés Gnattali e Dorival Caymmi.

O norte americano Edwin Howard Armstrong era um amante da música e se sentia insatisfeito com a qualidade das rádios AM. As ondas desse tipo de rádio se propagam para lugares distantes, mas estão sujeitas a interferências. Por isso, em 1912, Armstrong produziu o primeiro transmissor de freqüência modulada, inventando a rádio em FM.

As primeiras transmissões confirmaram que ela exibia uma fidelidade muito melhor, porém com menor alcance. As grandes redes americanas reagiram, temerosas de que a FM fosse uma ameaça. Depois de uma demorada briga na Justiça e com suas patentes ameaçadas, Armstrong se suicidou em 1954. A FM estabeleceu-se no mercado radiofônico quase três décadas depois.

O rádio foi um dos instrumentos de propaganda do governo; ao lado, as “Rainhas do Rádio”: Emilinha Borba e, à esquerda, Ângela Maria, em 1954.

Radioteatro

O veículo rádio tem um largo potencial para converter as idéias, palavras e ações em “imagens auditivas” na mente do ouvinte, mediante o emprego das técnicas de radioteatralização / radiodramatização.

E isto não apenas para a produção de radionovelas e peças de radioteatro, mas também “spots” publicitários, vinhetas, chamadas, programas educativos e até programas noticiosos, entre outros.

É claro que ao percorrermos os quase 80 anos de estória da radiofonia no Brasil, vamos encontrar o uso das técnicas de radiodramatização concentrado na chamada “Fase de Ouro” do rádio nacional, nas décadas de 40 e 50. Então, essas técnicas eram aplicadas principalmente na produção de grandes radionovelas. E naquela sua forma original, as radionovelas tinham a estrita finalidade de entretenimento.

Com o surgimento da televisão, as radionovelas, aos poucos, foram desaparecendo das ondas do rádio. Mas, isoladamente e numa quantidade e qualidade tão reduzidas à ponte de passarem quase despercebidas, as técnicas de radioteatralização continuaram a ser utilizadas em inovadoras maneiras de fazer rádio. Por isso, é possível dizer que estas técnicas não servem apenas para produzir radionovelas e peças de radioteatro, como também para a confecção de qualquer outro formato radiofônico.

Afinal, é através da radioteatralização /radiodramatização que encontramos espaços para utilizarmos todos os recursos do veículo e explorarmos todas as suas características.

Destacamos, a seguir, as principais destas características que são consideradas vantagens na comunicação com o ouvinte:

O uso de uma única linguagem – a sonora – e o fato de o rádio trabalhar, no caso do ouvinte, com um único sentido – a audição. Cabe ressaltar que uma das grandes vantagens do rádio, decisiva na atribuição do seu potencial de meio de comunicação de massa mais popular e de maior abrangência, é justamente este fato. Isto o torna o único meio de massa que dispensa totalmente a necessidade de o público saber ler para que a comunicação com ele realmente se complete. A televisão também poderia lançar mão deste potencial, mas usa legendas, principalmente para identificação de entrevistados, o que obriga o telespectador a ser alfabetizado para conseguir decodificar integralmente a mensagem.

A mobilidade: uma característica que o rádio possui tanto do ponto de vista do emissor quanto do receptor. Pelo lado do emissor, o rádio pode estar presente, com grande facilidade, no local dos acontecimentos, tendo, também, condição de transmitir as informações com enorme rapidez. Em comparação com a televisão, por exemplo, é menos complexo tecnicamente. Pelo lado do receptor, a mobilidade é uma das principais características porque, pela facilidade de ter tamanho reduzido ,e massa em termos geográficos, pois consegue transmitir para todos os pontos, inclusive os mais remotos. Tem alcance nacional, mundial, levando sua mensagem a qualquer parte do mundo. E ao mesmo tempo, tem a possibilidade de ser regional, já que funciona sem grande complexidade tecnológica, permitindo a fácil instalação de emissoras locais.

O rádio também conta com a vantagem do baixo custo. Um aparelho receptor de rádio pode custar bem pouco em comparação, por exemplo, com uma televisão ou com o jornal diário. Sua aquisição, portanto, está ao alcance de uma parcela maior da população.

A característica da sensorialidade igualmente confere ao rádio uma especificidade vantajosa na comunicação. O rádio consegue, principalmente através da empatia, envolver o ouvinte com muita facilidade. Também faz com que ele crie uma espécie de “diálogo mental” com o emissor. O rádio não tem, por exemplo, o recurso da imagem que a televisão dispõe para, no caso Por isso, é possível dizer que, no rádio, o limite da capacidade de provocar a imaginação do ouvinte só existe, mesmo, na mente de quem produz a comunicação radiofônica.

Entre as características do rádio que não podem ser classificadas como vantagens, mas também são definidoras das possibilidades para sua técnica de produção e sua linguagem, estão: a velocidade da emissão da mensagem, o cansaço e a distração do receptor e, ainda, a sua ausência.

A velocidade da mensagem ou a instantaneidade faz com que a comunicação precise ser recebida no momento em que é transmitida. Portanto, o ouvinte necessita estar exposto ao meio de comunicação que, por contato, não há diálogo direto, não é possível saber como os receptores reagem às mensagens, pelo menos no momento em que são transmitidas e com exceção do chamado rádio interativo. Por isso, diz-se que o ouvinte está ausente.

Os elementos e recursos da linguagem do rádio

A linguagem do Rádio tem suas bases em quatro elementos: a palavra, a música, os efeitos sonoros e o silêncio. Estes elementos podem ser utilizados em qualquer comunicação radiofônica, independente do seu tempo de duração, seu formato, tipo de texto ou seu conteúdo. A escolha de quais e quantos destes elementos vão integrar a comunicação radiofônica – e também o momento em que devem aparecer – depende, exclusivamente, do resultado que se pretende. Para se fazer um Rádio de qualidade, tanto informativo, quanto de entretenimento, serviço…, é preciso passar ao ouvinte uma mensagem clara. O ouvinte deve entender, captar. Então, a escolha dos elementos se dá justamente em cima deste objetivo: fazer-se entender pelo ouvinte.

Assim ocorre em qualquer comunicação radiofônica, e com a radioteatralização nada é diferente. Na verdade, com a radioteatralização se vai ainda mais adiante, pois o radioteatro é o formato que, tradicionalmente, mais tem explorado todos os elementos e recursos da linguagem radiofônica, além das características que lhe são adequadas. Mas não adianta produzir através de um uso indiscriminado e sem critérios destes elementos. É preciso saber equilibrar, equalizar, pra usar um termo bem radiofônico. E o equilíbrio só consegue quem conhece profundamente todas as características do veículo, suas funções, objetivos, os elementos e os recursos da sua linguagem.

Roteiro de Radioteatro: do Argumento à Pós-Produção

As radionovelas, peças de radioteatro ou outro formato radiofônico que utilize a radiodramatização começam na concepção de um argumento com uma criação original ou com uma adaptação. Nesta primeira fase, também se faz uma sinopse com a estruturação dos personagens através de perfis detalhados, definição dos cenários/locais onde vão se desenvolver as ações. E somente após esta fase é que se passa ara a redação do roteiro.

A redação do roteiro é feita dentro das normas técnicas aplicadas a qualquer espécie de redação radiofônica. O essencial é que se utilize a linguagem clara, objetiva e coloquial do rádio para a construção dos diálogos ou qualquer tipo de fala. Quanto aos personagens, deve-se levar em conta que a expressão integral se dá praticamente apenas pelo que dizem, a forma como dizem e o ambiente (sonoro) onde dizem. Ou seja, pelos diálogos e climas de sonoplastia que caracterizem os personagens é que se consegue passar para o ouvinte o caráter, a personalidade, o tipo físico e o perfil psicológico deles. Os cenários – que no rádio não são vistos e, sim, sentidos/ouvidos – são transmitidos aos ouvintes também através de falas (narrações ou explicações de personagens), mas principalmente pelos efeitos sonoros e músicas.

O ritmo, através da duração das cenas, da troca de ambientes e dos próprios diálogos, também é um dos principais recursos para provocar o ouvinte a criar a sua “imagem auditiva” e compreender a mensagem. Não se deve esquecer que o roteiro precisa prever ainda a abertura e o encerramento da peça de radioteatro ou radionovela.

Cronologia

1892 – Primeiras experiências de radiodifusão no Brasil. Pe. Roberto Landell de Moura, transmitiu e recebeu a palavra humana através do espaço.

1894 – Aos 20 anos de idade, Guglielmo Marconi montou um aparelho na fazenda de seu pai. Com este aparelho, enviou e recebeu sinais através de ondas elétricas.

1894 – A experiência de Landell de Moura foi repetida na Capital de São Paulo. A demonstração foi feita do alto da avenida Paulista para o alto de Santana, numa distância aproximada de oito quilômetros em linha reta.

1895 – Guglielmo Marconi construiu um sistema prático de telegrafia sem fio.

1896 – Marconi patenteou seu telégrafo na Inglaterra. Um aparelho que permitia a transmissão de mensagens telegráficas a distância, sem a utilização de fios.

1900 – O governo brasileiro concedeu ao Pe. Roberto Landell de Moura, a patente de número 3.279 para “um aparelho apropriado à transmissão da palavra a distância, com ou sem fios, através do espaço, da terra e da água”.

1901 – Marconi realizou a primeira transmissão transatlântica sem fio de sinais telegráficos, no dia 12 de outubro.

1906 – Primeira transmissão radiofônica do mundo é feita nos Estados Unidos.

1908 – Lee de Forest realizou do alto da torre Eiffel uma emissão ouvida nos postos militares da região e até por um técnico em Marselha. Um ano depois, a voz do tenor Enrico Caruso era transmitida do Metropolitan Opera House.

1916 – Inauguração do jornalismo falado, nos EUA, com os boletins da eleição presidencial vencida por Woodrow Wilson.

1919 – Inauguração da primeira emissora popular de rádio em Roterdã, na Holanda.

– Criação da empresa americana de telecomunicações Radio Corporation of America (RCA).

1922 – Surgiu no dia 2 de novembro, a primeira emissora de rádio comercial do mundo, a WEAF de Nova Iorque, pertencente a Telephone and Telegraph Company.

– Primeira transmissão radiofônica no Brasil, no Rio de Janeiro.

1923 – Primeira transmissão em cadeia envolvendo a WEAF, de Nova Iorque e a WNAC, de Boston.

– A emissora KDKA, de Pittsburg (EUA), transmite para Londres o primeiro programa a atravessar o oceano, em ondas curtas.

– Fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.

– Fundação de radioamadores como a Rádio Clube Paranaense, em Curitiba, a Rádio Clube de Pernambuco, em Recife, a Rádio Sociedade Rio-Grandense, a Rádio Clube do Maranhão, a Rádio Sociedade Educadora Paulista e a Rádio Clube de Ribeirão Preto.

1924 – Fundação da emissora estatal italiana Radiotelevisione Italiana.

1925 – Fundação da União Internacional de Radiodifusão, encarregada de distribuir as faixas de freqüência entre os diversos países.

1926 – Fundação da rede americana The National Broadcasting Company (NBC).

1927 – A British Broadcasting Company transforma-se na estatal inglesa British Broadcasting Corporation (BBC).

– Fundação da rede americana The Columbia Broadcasting System (CBS).

1931 – Fundação da emissora estatal francesa Radio France Internationale (RFI).

– Comprimindo um botão, em Roma, Marconi ligou a iluminação da estátua do Cristo Redentor, momumento localizado no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro.

– Inauguração da Rádio Record, de São Paulo.

– A dupla Manezinho e Quintanilha inicia os programas humorísticos na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.

1932 – A Liga das Nações inicia transmissões em ondas curtas em inglês, francês e espanhol.

– Waldo de Abreu cria os primeiros anúncios improvisados no Esplêndido Programa, na Rádio Clube do Brasil do Rio de Janeiro.

1934 – Inauguração da Rádio Mayrink Veiga.

1935 – Inauguração da Rádio Jornal do Brasil.

– Instituição do programa oficial do governo Vargas, A Voz do Brasil.

– A Rádio Kosmos(Rádio América), de São Paulo, cria o primeiro programa de auditório, que permite transmissões com a participação do público.

– Aparecem as primeiras cantoras de samba: Linda Batista e Araci de Almeida.

1936 – Inauguração da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a primeira grande emissora brasileira, líder de audiência durante duas décadas.

1937 – Assis Chateaubriand inaugura a Rádio Tupi, de São Paulo.

– A cantora Linda Batista é eleita a Rainha do Rádio.

1938 – Orson Welles causa pânico nos Estados Unidos ao irradiar em formato jornalístico uma radionovela sobre a descida de marcianos na Terra.

– A BBC começa a veicular programas em espanhol e português para América Latina.

1940 – Ary Barroso compõe jingles para os remédios Urodonal e Fandorine, cantados por Orlando Silva e Silvio Caldas.

1941 – A Rádio Nacional lança o Repórter Esso, primeiro radiojornal brasileiro.

– Em Busca da Felicidade, primeira novela radiofônica, vai ao ar pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

1942 – Inauguração da emissora do governo americano A Voz da América.

1944 – Inauguração da Rádio Globo, do Rio de Janeiro.

1947 – Fundada a primeira rádio do sul de Santa Catarina, na cidade de Tubarão por Edgar Lemos, Antônio Nuemberg, João Orlandi Correa, Edgar Cunha e Antônio Dácio Farias, Sociedade Rádio Tubá Ltda.

1954 – Inauguração da Rádio Bandeirantes, de São Paulo, primeira a divulgar notícias durante toda a programação.

1958 – Inauguração da Rádio Eldorado, de São Paulo.

1961 – Fundada em Santa Catarina, na cidade de Tubarão, pelo ex-senador Evelásio Vieira, a Rádio Tabajara AM.

1964 – Surgem, na Inglaterra, as primeiras rádios livres.

1965 – Criação da Wins, primeira rádio americana de notícias 24 horas.

1968 – Fim do Repórter Esso, primeiro programa jornalístico do rádio.

– Surgimento das emissoras FM (Freqüência Modulada).

1972 – Fim do monopólio do rádio pela BBC na Inglaterra.

1977 – Grupo ecológico cria a primeira rádio livre da França, a Verde.

– Inauguração da Rádio Cidade FM, no Rio de Janeiro, líder de audiência na década de 80.

1987 – Criação da estatal France Info, única emissora francesa com 24 horas de notícias.

1990 – A Rádio Bandeirantes forma a primeira rede nacional de rádio via satélite.

– Fundada em Santa Catarina, na cidade de Capivari de Baixo, por Epitácio Bitencourt Neto, Jacopo Teixeira Tasso, Lucio Faust e Pedro Bitencourt, a Rádio 102 FM.

1991 – O Sistema Globo de Rádio inaugura a CBN AM, emissora só de notícias.

1995 – Início da campanha pelo fim da obrigatoriedade de transmissão do programa oficial A Voz do Brasil.

– A Igreja Católica forma a Igreja-Sat, maior rede de rádio do país.

1996 – Legalizada a rádio pirata inglesa Kiss FM, uma das mais importantes da Inglaterra.

1996 – Lançamento da CBN FM, primeira rádio FM só de notícias.

– Governo brasileiro envia ao Congresso projeto de lei que regulamenta o funcionamento das rádios piratas.

1998 – Inauguração da primeira rádio digital universitária do Brasil, WEB Rádio Unisul.

Conclusão

Com o trabalho finalizado, podemos notar a importância que o meio Rádio teve na nossa sociedade, e no trajeto evolutivo da comunicação.

Não tive nenhum tipo de problema para pesquisar sobre o assunto, se tratando de um tema tão valorizado e tão explorado em forma de estudos e teses.

Bibliografia

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www.microfone.jor.br

www.sunrise.com.br/amoradio/index.php?id=1

Enciclopédia Ilustrada da Folha

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