A Importância das Descobertas Arqueológicas em Central e sua Repercussão Social
1. Justificativa
O motivo pelo qual escolheu –se o tema. – A importância das descobertas arqueológicas em Central e sua repercussão social – foi por tratar de assuntos de interesse da comunidade centralense, pouco difundido na região, pois o Projeto Central (nome dado às pesquisas arqueológicas) já é conhecida mundialmente, pois foi divulgado em vários países como: Canadá, Bolívia, Argentina, França, Estados Unidos, etc, sendo publicado em revistas destes mesmos países, e no Brasil, na revista globo ciência. Com isto atraiu vários pesquisadores europeus, que estiveram no município estudando os sítios arqueológicos e suas respectivas descobertas.
A partir desta, a arqueólogo Maria Beltrão, implantou na cidade um museu.
Museu Arqueológico de Central onde encontra-se painéis com pinturas rupestres, fotos, ossos, etc. – situado na praça do mercado, inaugurado em 1995. com a instalação deste, verificou-se grandes mudanças sociais na comunidade:
Conscientização da importância dos estudos arqueológicos;
Incentivo da comunidade, auxiliando na localização e achados rupestres;
Início de conscientização da preservação ambiental;
Valorização do município.
Como foi visto anteriormente, é necessário levar ao conhecimento geral (regional e estadual) as descobertas ocorridas no município de Central. E a comunidade acadêmica centralense – que cursam Pedagogia, Geografia, História, etc – resolveram tomar iniciativa da divulgação.
2. Objetivos
Geral
Realização do trabalho acadêmico a pedido da Professora Maria de Fátima, da disciplina Metodologia do Trabalho Científico, do curso História
Específico
2.1 Divulgação das descobertas arqueológicas, a nível regional, a nível regional e estadual, e por conseguinte, o Museu Arqueológico sediado no município.
2.2 Expandir a conscientização da preservação ambiental, incluindo os sítios arqueológicos.
2.3 Despertar o interesse pelos estudos arqueológicos, sobretudo na classe estudantil.
2.4 Atrair turistas, a fim de conhecer os sítios e o museu, gerando empregos, aumentando a renda do município.
3. Metodologia
O “Projeto Central” é um projeto de pesquisas arqueológicas, liderada pela profº Maria Beltrão (UFRJ), desde dezembro de 1982. Seu nome foi dado em homenagem ao município de Central, localizado na planície calcária integrante da Chapada Diamantina, na Bahia. A região arqueológica de Central abrange 270.000KM2. As descobertas registradas na região vão desde a pré-história, até inscrições feitas no período histórico, ou seja, feita nos últimos quinhentos anos, e muito tem contribuído para recompor a pré-história brasileira, principalmente do município de Central.
À medida que os trabalhos evoluem e desenvolvem-se, depara-se também com um grande desafio: conter a destruição ambiental, verificada a cada dia. A presença de lixo, a fuligem deixada pelas queimadas, a retirada indiscriminada do calcário (base das pinturas rupestres), são indícios de que este processo destrutivo começa a ser instalado.
Portanto, através deste pré – projeto, tenta-se conscientizar de sua importância, valorizando os estudos arqueológicos, possibilitando a sua continuidade. E para tanto, é necessária a preservação da natureza.
4. Problematização
A divulgação das descobertas arqueológicas na região é quase inexistente, embora as pesquisas aconteçam desde 1982, ou seja, há aproximadamente 22 anos. Enquanto o mundo sabe o que acontece na regiões, esta desconhece os seus acontecimentos, pois, se alguém indagar outrem a respeito delas, conseqüentemente a resposta será uma simples pergunta: “mas, o que é isto? Isso aconteceu aqui?”, ou seja, não haverá diálogo, pois estes não detém conhecimento.
A falta de divulgação também contribui para a perda de muitos materiais, através da retirada de ossos do lugar, bem como outros materiais. Isso acarreta uma série de problemas, pois segundo Lígia – arqueólogo, componente da excursão ao município, em julho de 1999 – ao retirar o material do local encontrado, perde-se outros que poderiam existir no mesmo. Há também, por desinformação a destruição através de desmatamentos, retirada de calcário, pixações, falta de conhecimento de sua importância. Tudo isso são acontecimentos que, se as pessoas soubessem, realmente, seu valor e importância tentariam ajudar e não destruir, pois de desconhecem os fatos, como ajudarão a preservar?. Somente quem ama, preserva e valoriza o que se conhece.
Portanto, urge divulgar as descobertas, para que desta forma, as pessoas tomem como patrimônio histórico e desfrute de seu valor e importância, tornando possível a preservação do meio e a continuidade das pesquisas.
“Conhecer para Preservar”
5. Arqueologia e seus Estudos
Arqueologia é o estudo do passado do homem, através de seus vestígios materiais (indícios de atividade humanas em determinados locais). Ela age em conjunto com:
5.1 Paleontologia
É a ciência que se dedica ao estudo de restos e vestígio de animais (paleozoologia) ou vegetais (paleobotânica) fósseis com o objetivo de conhecer a vida do passado. Os fósseis são restos de animais ou vegetais que surgiram até o período passado (Pleistoceno). No caso dos animais, normalmente preservam as partes duras (conchas, ossos, etc.), pegadas, coprólitos (fezes), etc.
5.2 Geociências
É divididas em geologia, geografia, meteorologia, oceanografia e astrologia.
5.2.1 Geologia: È a parte da geociência que estuda o planeta terra, como sua rochas e minerais, suas evoluções e seus recursos minerais. A geologia divide-se em:
Mineralogia: É a parte da geologia que estuda e classifica os minerais.
Petrologia: É a parte da geologia que estuda e classifica as rochas. Divide-se em petrologia ígnea, metamórfica e sedimentar.
Sedimentologia: É a ciência que estuda os sedimentos como argila, areias, e conglomerados.
Estratigrafia: É a parte da geologia que estuda as sucessões de rochas (empilhamento ou sobreposição das rochas).
Geologia Histórica: É o estudo da história das eras geológicas. Trata da divisão do tempo geológico e da história evolutiva do planeta terra.
Geologia Econômica: É a parte da geologia que pesquisa e estuda os recursos minerais para fins econômicos.
5.3 Arqueoastromonia
Estuda os conhecimentos deixados pelos grupos pré-históricos (sem escrita) e por povos antigos (Mesopotâmios, Egípcios, Gregos, Maias, etc.). Esses conhecimentos eram utilizados na caça, pesca, agricultura, arquitetura, religião, cosmologia, mitologia e artes. As evidências astronômicas são encontradas nas artes rupestres, em construções como blocos rochosos, etc.
Como foi visto, a arqueologia juntamente com outras ciências, estuda fósseis, pinturas rupestres, etc.
6. Pinturas Rupestres
Na região de Central (BA) verificou-se o registro de uma enorme qualidade de pinturas rupestres em abrigos ou lapas abertas. Nem sempre essas pinturas pré-históricas são encontradas em grutas e cavernas, mas em rochas com faces reentrantes exposta a luz do dia, e, abrigadas das chuvas. O presente trabalho focaliza em ângulo do problema que nos parece extremamente importante, a possibilidade de uma relação da pintura com espécies animais extintas.
Pinturas desta natureza comprovam a presença do homem pré-histórico na região. Estas pinturas eram feitas de pigmentos naturais (sangue, terra, rochas trituradas e plantas). Os homens da época, utilizavam como pincéis, os dedos, os galhos das árvores, pêlos e penas de animais.
7. A importância das Descobertas
As descobertas feitas nos sítios arqueológicos no município de Central, muito contribuíram para sua valorização e enriquecimento cultural. Como foi visto anteriormente – na justificativa – Central já é conhecido mundialmente, atraindo pesquisadores europeus e americanos, a fim de pesquisar e divulgar as descobertas em seus países. Além de, valorizar o município, pois o povo local nada sabia sobre suas riquezas, e a importância destas na história do homem pré-histórico brasileiro.
Estas descobertas arqueologias podem mudar o rumo da história do homem americano. Através delas, os arqueólogos tentam provar que a vida na América começou bem antes do que se imagina, e que o Brasil, com enfoque nesta região, foi o habitat do homem pré-histórico brasileiro.
Com isso, a importância destas descobertas no contexto histórico é de valor incalculável. E também, as pessoas locais passaram a acreditar no progresso do município.
8. Sítios Arqueológicos
São locais onde são encontradas as figuras, desenhos, ossos, etc.
Em Central, o nível de conhecimento astronômico do homem pré-histórico brasileiro, alcança surpreendente complexibilidade. Através das pinturas rupestres há uma tentativa de medir uma duração dos eclipses, feita através de uma espécie de “marcador do tempo”, construído por duas linhas paralelas ligadas por uma sucessão de traços, formando retângulos que compreenderiam as “horas”.
Principais sítios arqueológicos encontrados no município:
Toca do Cosmos: Aparece uma figura de cometa, segundo a qual a mais longa representada pelo homem pré-histórico em todo mundo.
Os cometas são colocados de modo a nunca serem banhados pelo sol.
Toca da Lua: Está registrado uma possível conjunção da lua com júpiter, poderia haver uma correlação entre conjunção de astros mitos e ritos.
As estações do ano eram marcadas pela observação da via Láctea, não só porque muda de posição no decorrer do ano como porquê diversos astros passam por ela.
Toca dos Búzios: Nota-se a representação da lua nova ladeada por um conjunto de traços verticais, em um número de oito, ligados por um traço horizontal que se repete sob a representação da lua.
Márcio Campos (astrônomo da UNICAMP), em 1985, foi o primeiro a admitir a existência de calendários, a partir das representações e trajetórias lunares.
Na toca dos búzios parece ter havido uma espécie de escrita cifrada (que seria restrita as pajés), semelhante á usada ainda hoje em cerimônia, rituais feitos pelo grupo lingüístico Tuicano (Colômbia) – fatos rituais segundo Reichel Dalmatoff 1978.
Toca da Velha: Na Toca da Velha, encontram-se figuras que parecem representar celebrações, rituais ligadas á caça e conotação mítica.
Há representações pictóricas de animais que podem representar visões alucinatórias.
Toca dos Ossos: Toca dos ossos humanos, localizada na fazenda Solom Ribeiro de propriedade Antonio Carlos Manuel.
Nessa toca foram encontrados ossos humanos pertencentes ao mesmo individuo, do sexo masculino pertencentes ao mesmo e foi datado emmais ou menos 1330 anos. Nesse local foram recuperados 65 peças, entre ossos inteiros e fragmentos e 5 dentes. Isso permitiu ainda mais estudos para confirmação da tese da existência de vida humana a 1300 anos atrás, em nossa região.
Toca da Esperança: Graças a pesquisa desenvolvida na toca da esperança, os mamíferos pleistocênicos brasileiros foram pela primeira vez datados de 22.000 – 295.000 anos.
Foram encontrados ossos de tatus gigantes (Propacopus sucatos + Panochtus sp + Panpalherium humboldite), que não eram capazes de subir nesta, explicando então a presença da ação humana, que possivelmente levara os animais até a sua toca, aonde se abrigavam ou fazendo desta sua moradia, mesmo porquê alguns ossos encontrados estavam bastante fraturados, sem o tutano, também existiam até alguns artefatos de ossos. Segundo os arqueólogos essa toca poderá fornecer registros arqueológicos ainda mais antigos do que até agora obtidos.
Abrigo da Lesma: O abrigo da Lesma que se situa ao norte do município de Central, em um aglomerado isolado de calcário de aproximadamente 12m de altura. Esse trabalho dará inicio a uma série de pesquisas em sítios até agora datados como holocénicos. Objetiva registrar o paleoclima e paleoambiente em que o homem pré-histórico viveu. A presença do homem é registrada neste sitio através de artefatos líticos, fragmentos de cerâmicas e moluscos, uma fogueira, pinturas e ossos humanos
Conclusão
Diante dos dados em anexos dos temas abordados anteriormente , soluções viáveis a médio e logo prazo, que possibilitam melhorias e mudanças no município e região.
Soluções
Viabilizar um projeto entre universidades estaduais e o museu arqueológico de Central para oportunizar pesquisas e estudos em antropologia bem como, a divulgação da pesquisa dos resultados na comunidade.
Produção de folhetos informativos, slides, filmes para estudos.
Inclusão da matéria no currículo das Escolas de 1º e 2º grau da região.
Elaboração de seminários para estudantes, professores e toda comunidade.
Treinamento de professores para aplicação da matéria nas escolas.
Incentivo ao turismo ecológico .
Realização de palestra nas escolas, instituições públicas, etc. que busquem conscientizar a nossa população a cerca da preservação ambiental e valorização das nossas riquezas arqueológicas
Bibliografia
BELTRÃO, Maria e LOCKS, Martha. SIARB,boletim nº 7, páginas 28 a 37
http://www.geocitus.com/Rainforest/Canopy/8061
Pesquisa de Campo