ACIDOSE METABÓLICA
A acidose metabólica é redução primária no HCO3 plasmático para menos de 17mEq/L em cães e 15mEq/L em gatos. O aporte de um ácido fixo consome bicarbonato e outros tampões, desloca a reação (1) para a direita, e provoca acidemia, segundo a Equação (1).
A acidose metabólica pode dever-se a adição de um ácido forte ao LEC, a perda de HCO3 do LEC, ou expansão do LEC com solução de acidose metabólica.
Em casos de Diabete Mellitos, uma carência absoluta ou relativa de insulina pode levar a hiperprodução dos ácidos acetoacético e beta-hidroxibutírico a partir do acetil-CoA derivado de precursores ácidos graxos. O aumento na produção de ácido leva a acidose metabólica e a acidemia. Uma hiperglisemia/glicosúria concomitante causa deplação de K, e os níveis corporais totais deste eletrólitos poderão ficar diminuídos. Entretanto, a concentração plasmática de K geralmente permanece normal, devido a troca de H por K, entre o LEC e o LIC. Em geral a acidose láctica resulta do aumento da produção de ácido lático durante a hipoxia dos tecidos, como nos casos de choque. A azotemia está associada a acidose metabólica, devido a redução na capacidade tubular de produção de amônia e, assim, de secretar H. Nos casos de insuficiência renal, a retenção dos ácidos leva a leve aumento do intervalo aniônico, mas estes intervalos em geral não é muito grande. A ingestão de etileno glicol favorece a produção de diversos ácidos glicólicos, glicoxílico, e exálico, levando a acidose metabólica razoavelmente grave, acompanhada de grandes intervalos aniônicos e osmolares.
Diarréias agudas e crônicas graves podem levar a perda simultânea de Na, K e HCO3, havendo acidose metabólica com intervalo anômico normal. A acidose tubular renal (ATR), tanto proximal quanto distal, leva a acidose metabólica, devido a secreção tubular de H prejudicada. Comunmente a ATR proximal está associada a outros defeitos do transporte para a glicose, fosfato e aminoácidos, como na síndrome de Fanconi dos cães Basenji. A excessiva administração de cloreto de amônio para a acidificação urinária em gatos causa leve acidose metabólica, e determinados gatos podem mesmo sofrer acidose metabólica grave (HCO3 <12mEq/L) acompanhada de hipocalcemia.
CAUSAS DADE ACIDOSE METABÓLICA
ACIDOSE RESPIRATÓRIA
A acidose respiratória ocorre quando a PaCO2 eleva-se acima do nível normal de 40 mmHg. Ocorre hipercapnia em decorrência de redução na ventilação alveolar efetiva, de modo que a produção de CO2. A PaCO2 eleva-se até que seja atingido um novo estado de equilíbrio, em que a excreção se iguala a produção. A PaCO2 elevada desloca a reação (1) para a direita e provoca o surgimento de acidemia, segundo a Equação (1).
CAUSAS DE ACIDOSE RESPIRATÓRIA
ACIDOSE
RESPIRATÓRIA
Distúrbios Neuromusculares
Paralisia por picada de carrapato
Polirradiculoneurite
Hiperdosagem de narcóticos,sedativos, ou tranquilizantes
Miastenia grave
Intoxicação por organofosforado
Hipotiroidismo grave
Distúrbios respiratórios
Obstrução das vias respiratórios
Pneumotórax
Derrame pleural
Pneumonia grave
Edema pulmonar grave
Moléstia pulmonar grave
Edema pulmonar grave
Moléstia metastática difusa
Embolia pulmonar maciça
Parada cardiopulmonar
ALCALOSE METABÓLICA
O acúmulo de HCO3 no LEC consome H, desloca a reação (1) para a esquerda, e causa alcalemia, segundo a Equação (1). A alcalose metabólica se deve ao aumento no HCO3 plasmático para os valores superiores a 24 mEq/L
Vômito, uso de diurético ou administração de excesso de álcali são as causas mais comuns de alcalose metabólica. O vômito associado a obstrução do fluxo pilórico causa a perda de H do organismo, com adição de HCO3 ao LEC. Como o vômito está associado a depleção no volume do LEC, fica reforçada secreção de H em troca da reabsorção de Na no túbulo distal, e assim é mantida a alcalose metabólica. O tratamento com diuréticos de alça, como a furosemia e os diuréticos do grupo das tiazidas, causa a depleção de Cl em quantidades desproporcionadas a perda de HCO3. Assim, a depleção no volume do LEC ocorre em face de relativa retenção de HCO3. Ainda uma vez, a reabsorção distal ávira de Na em face do volume do LEC faz com que seja mantida a alcalose metabólica
ALCALOSE RESPIRATÓRIA
Alcalose respiratória refer-se a reduzida PaCO2, abaixo do nível normal, ocorrente quando a excreção de CO2 pelos pulmões exerce a produção deste gás pelos tecidos. A hiperventilação reduz a PaCO2, deslocando a Ração (1) para a esquerda, e causando alcalemia, segundo a Equação (1).
CAUSAS DA ALCALOSE RESPIRATÓRIA
ALCALOSE RESPIRATÓRIA
Estimulação Central
Ansiedade
Afecção do SNC
Febre
Dor
Estimulação Periférica
Pneumonia
Afcção pulmonar periférica
Outros
Septicemia Gram-negativa
Hiperventilação mecânica
BIBLIOGRAFIA
ETTINGER. J. S; FELDMAN. C. E; Tratado de Medicina Veterinária Interna;4º ed; editora Manole; São Paulo 1991.