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sexta-feira, novembro 8, 2024

ADAPTAÇÕES DOMICILIARES PARA A TERCEIRA IDADE

1. INTRODUÇÃO

O principal indicador do risco de quedas são as dificuldades com o equilíbrio e com a mobilidade e esses problemas são mais freqüentes nas pessoas debilitadas da terceira idade que apresentam mobilidade ao lado de instabilidade, além da fraqueza e falta de condicionamento muscular. As quedas podem causar desde lesões leves, como contusões e torsões, até muito graves, como danos cerebrais e fraturas, além de efeitos psicológicos negativos, tais como medo de cair de novo e falta de confiança, que repercutem sobre a autonomia e independência funcional e, em conseqüência disso tudo, diminuição na qualidade de vida. Por isso se faz necessário o uso de adaptação no lar.

2. IDOSO

O idoso caracteriza-se pelo processo de envelhecimento por modificações na estrutura fisiológicas, sendo heterogêneo no seu âmbito geral (meio social, estilo de vida, situação sócio-econômica,…).

3. ADAPTAR

O objetivo de adaptar é proporcionar segurança e melhor qualidade de vida.

Frente ao envelhecimento da população à atenção domiciliar surge como uma nova alternativa, que beneficia especialmente os idosos e ou incapacitados crônicos. A manutenção da capacidade funcional do paciente, não é um a tarefa singular, exige uma pluridade de profissionais, integrados visando à elaboração de um plano com metas que considere tanto suas capacidades e limites funcionais, quanto próprios objetivos.

4. ADAPTAÇÕES DOMICILIARES

a. Domicílio

Este ambiente conhecido impregnado de histórias pode, no entanto, ter problemas em sua manutenção e ou oferecer barreiras arquitetônicas, que limitem ou impossibilitem a mobilidade do idoso, além de expô-lo a situação de risco, agravando ou desencadeando processos patológicos.

O contexto ambiental e suas variáveis devem ser um dos pilares de sustentação dos programas de atenção à saúde do idoso. Todavia cuidados devem ser tomados para que esta atenção não favoreça uma situação de confinamento ou “asilamento domiciliário”.

O ambiente domiciliar é construído do longo de toda a vida levando-se em conta as expectativas pessoais, normas sociais e culturais, padrões estéticos, funcionalidade e condições econômicas.

Algumas situações ambientais adversas podem levar um idoso à queda, acidentes, dependência, depressão e desuso e inatividade, devido às alterações ocorridas no processo de envelhecimento, pois há uma diminuição na sua capacidade visual, auditiva, perceptiva, motoras entre outras.

b. Habitação Compatível

Com a observação das barreiras e riscos que o ambiente domiciliar apresenta procura-se obter através de adaptações uma casa funcional capaz de proporcionar segurança e melhor qualidade de vida.

Com a alta incidência de quedas entre os idosos nos seus domicílios sugere adequações em casa:

Nas superfícies molhadas e escorregadias opta-se por uma colocação de piso antiderrapante em toda a casa e tapetes de boa aderência ao piso; Corrimãos junto a escadas, rampas, portas de vias de acesso; localização de interruptores com sinais luminosos durante a noite e censores de movimentos em vias de acesso para diferentes áreas da casa para ajudar nos deslocamentos. A intensidade da iluminação tanto natural quanto artificial deve ser aumentada nas áreas de trabalho e transição devido à gradativa perda de visão que ocorre com o passar dos anos; Um aparador junto à porta da sala para guardar as chaves para facilitar sua localização em casos de emergência e evita a sua perda, pois se sabe que a diminuição do número de neurônios leva a uma possível diminuição da memória;

c. No banheiro

Devem-se colocar bancos de transferências, chuveiros manuais, barras de apoio lateral e paralelo ao vaso, no box são sugeridos barras de segurança, assento fixo para lavar os pés, portas toalhas e suporte para xampu fixo e de fácil acesso, bucha com cabo alongamento para auxiliar lavar as costas.

d. No quarto

A altura da cama é verificada quando o idoso está sentado na beira da cama e consegue colocar facilmente os dois pés no chão variando 45 a 50 cm. Guarda roupa portas leves, cabideiro baixo, puxadores do tipo alça, com altura favorável.

e. Cozinha

Pia e bancada altura média de 85 a 90 cm com torneira de fácil manuseio (alavanca, meia-volta), gaveta de fácil abertura, com trava de segurança e divisões para talheres; engrossamento de cabos de talheres e facas para ajudar na preensão. Tanque e tábua de passar para serem utilizados com a pessoa na posição sentada, à altura adequada são de 75 cm. Já o ferro deve ter um fio espirado com suporte fixo e controle automático de temperatura. É importante um carro móvel para levar utensílios da cozinha ou da área de serviço para outros ambientes. A tábua de preparar alimento: é colocada uma preensão cilíndrica na borda da mesma, pois facilita a ficção do alimento sem estressar tanto à articulação da mão; prolongamentos dos cabos das panelas com o objetivo de favorecer a preensão.

f. Sala

Estantes com prateleiras fixadas ao piso ou na parede, poltronas e sofás confortáveis e com braços altura e assento em torno de 50 cm e fáceis de sentar e levantar; tem que proporcionar uma sala bem ampla para a locomoção para os idosos; Usar relógio de visor grande, calendários de tamanho satisfatório; As janelas devem ser sempre para dentro ou de correr.

As adaptações feito no lar devem ser feitas com a participação de uma equipe especializada no assunto como arquitetos, terapeutas ocupacionais, engenheiros visando a autonomia do idoso e verificando se as adaptações foram favoráveis à ele.

5. PAPEL DO TERAPEUTA OCUPACIONAL

O processo de avaliação das necessidades de modificação ambiental é composto por: classificação funcional do cliente e avaliação ambiental. O terapeuta ocupacional tem que avaliar o idoso em seu ambiente e também o seu desempenho nas atividades da vida diária e em cuidados pessoais básicos, solicitando que o paciente descreva os problemas encontrados nas tarefas e que ele, visualize fazendo as atividades, para obter resultados favoráveis, ou seja, buscar melhor forma de adaptação e auto-estima e eficácia. Levando em consideração a escolaridade, a cultura, a religião, e a situação sócio-econômica do paciente. Observando também se o paciente possui algumas deficiências cognitivas ou perceptivas, má visão e englobando a falta de apoio familiar. Deve garantir que o paciente possa usar cada adaptação e que usará com segurança. As atividades são treinadas na postura mais adequada possível de acordo com o quadro físico-funcional do paciente.

Caso haja rejeição pelo paciente o terapeuta tem que trocar ou aperfeiçoar a adaptação buscando melhores materiais, cores adequadas, peso compatível, pois são importantes para um resultado positivo.

6. CONCLUSÃO

O ambiente onde vive o idoso deve ser adaptado para que ele mantenha a máxima autonomia e a mínima dependência. Sinalizações (riscos no chão e marcas nas paredes), iluminação, desobstrução de passagens, remoção de degraus, relógios e calendários de tamanho satisfatório, etc., tudo deve ser planejado para maior autonomia do idoso. Além do ambiente, também objetos como as roupas, calçados, objetos de higiene pessoal e toucador devem ser idealizados no sentido do mais fácil manuseio.

7. REFERÊNCIA

YEDA, Aparecida de Oliveira Duarte; DIOGO, Maria José D’Ellow Atendimento Domiciliar: Um Enfoque Gerontológico. 1ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu.

NETTO, Matheus Papaleo. Gerontologia: A Velhice e o Envelhecimento em Visão Globalizada. 1ª ed. Atheneu.

TROMBLY, Catherine A.; RADOMSKI, Mary Vining. Terapia Ocupacional para Disfunções Físicas. 5ª ed. São Paulo: Santos Livraria editora, 2005.

Acesso: www.sbggrj.org.br;

www.insegurança.no.sapo.pt

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