20.6 C
Sorocaba
quinta-feira, dezembro 26, 2024

Álcool

Para grande parte das pessoas, droga é somente aquela substancia cujo consumo é ilícito, no entanto, é importante lembrar que existem as drogas licitas como o álcool. O álcool é uma substância depressora do sistema nervoso central, ou seja, ele atua no cérebro diminuindo, lentificando seu funcionamento.
Seus efeitos podem ser divididos em 2 momentos distintos:
No 1º momento o álcool age como um estimulante, deixando a pessoa eufórica, desinibida, falante e com sua auto – crítica diminuída.
No 2º momento o álcool age como um depressor da atividade cerebral, acarretando com isso, falta de coordenação motora, fala pastosa, lentificaçao dos reflexos, sonolência e prejuízos na capacidade de raciocínio e concentração.
Estes efeitos dependem da quantidade de álcool que o individuo bebe. Doses moderadas de álcool podem provocar sensação de bem estar, relaxamento e desinibição. Mas com o aumento das doses, os reflexos ficam prejudicados e você pode se envolver em acidentes.
No organismo humano, o uso crônico de álcool provoca diversos problemas tais como: aumento da pressão arterial, pancreatite, hepatite e cirrose alcoólica alem de distúrbios neurológicos graves, alterações de memória e lesões no sistema nervoso central.
O uso regular de álcool faz com que o individuo se torne “tolerante” a muito de seus efeitos. A tolerância é a necessidade de quantidades cada vez maiores para se ter o mesmo efeito, esta é uma característica de onde começa o alcoolismo.
Aspectos históricos:
Toda a historia da humanidade esta permeada pelo consumo de álcool. Registros arqueológicos revelam que os primeiros indícios sobre o consumo de álcool pelo ser humano datam de aproximadamente 6000 A.C., sendo portanto, um costume extremamente antigo e que tem persistido por milhares de anos. A noção de álcool como uma substancia divina, por exemplo, pode ser encontrada em inúmeros exemplos na mitologia, sendo talvez um dos fatores responsáveis pela manutenção do habito de beber ao longo do tempo. Inicialmente, as bebidas tinham conteúdo alcoólico relativamente baixo, como por exemplo o vinho e a cerveja, já que dependiam exclusivamente do processo de fermentação. Com o advento do processo de destilação, introduzido na Europa pêlos árabes na Idade Média, surgiram novos tipos de bebidas alcoólicas, que passaram a ser utilizadas na sua forma destilada. Nesta época, este tipo de bebida passou a ser considerado como um remédio para todas as doenças, pois ”dissipavam as preocupações mais rapidamente do que o vinho e a cerveja, além de produzirem um alivio mais eficiente da dor”, surgindo então a palavra whisky (do gálico “usquebaugh”, que significa “água da vida”). A partir da Revolução Industrial, registrou-se um grande aumento na oferta deste tipo de bebida, contribuindo para um maior consumo e, conseqüentemente, gerando um aumento no número de pessoas que passaram a apresentar algum tipo de problema devido ao uso excessivo de álcool.

Alcoolismo

O individuo que ingere bebidas alcoólicas, de modo excessivo, pode desenvolver ao longo do tempo a dependência do álcool. Abaixo seguem alguns sinais que demonstram quando o consumo está evoluindo para a dependência.
• Aumento da freqüência de consumo e da quantidade consumida.
• Tolerância.
• Forte desejo de beber.
• Dificuldade para controlar o consumo.
• Abandono de outros interesses em favor do uso.
• Aparecimento de sintomas desagradáveis após ter ficado horas sem beber (síndrome da abstinência).
Hepatites relacionadas ao álcool
Mais de 2 milhões de americanos sofrem de doenças do fígado relacionadas ao álcool. Alguns desenvolvem hepatite alcoólica ou inflamação do fígado, como resultado de bebida intensa por longo – prazo. Seus sintomas são febre, icterícia (amarelamento exagerado da pele, olhos e urina escura) e dor abdominal. A hepatite alcoólica pode levar à morte se o individuo continuar a beber. Se ele parar de beber, esta situação é frequentemente reversível. Cerca de 10 a 20 % de bebedores pesados desenvolvem cirrose alcoólica ou degeneração do fígado. A cirrose alcoólica pode levar à morte se continuar a beber. Embora a cirrose não seja reversível, em se parando de beber, a chance de sobrevivência e a qualidade de vidada pessoa melhoram consideravelmente. Os acometidos de cirrose, frequentemente, sentem – se melhor e o funcionamento do fígado pode ate melhorar caso não bebam nada. Embora o transplante de fígado seja necessário como um ultimo recurso, muitas pessoas com cirrose que param de beber talvez nunca precisem fazer transplante. E ainda, existe o tratamento para as complicações caudas pela cirrose.
Cardiopatias 
Beber moderadamente pode trazer efeitos benéficos ao coração, especialmente entre aqueles com maior risco para ataques cardíacos, como homens acima de 45 anos e mulheres após a menopausa. Entretanto, quantidades maiores que as moderadas, consumidas por anos, aumentam o risco de hipertensão, cardiopatias e alguns tipos de derrame.
Câncer
Quantidades maiores de bebidas alcoólicas a longo prazo aumentam o risco do desenvolvimento de certos tipos de câncer, especialmente no esôfago, boca, garganta e cordas vocais. As mulheres tem um risco ainda maior de desenvolver câncer de mama se beberem dois ou mais drinques por dia. A bebida também pode aumentar o risco de câncer de intestino.
Pancreatite
O pâncreas é o órgão que ajuda a regular os níveis de açúcar no corpo, produzindo insulina. O pâncreas também desempenha papel importante na digestão de diversos alimentos. Bebida intensa no longo – prazo pode levar à pancreatite. Os sintomas são dor abdominal aguda e perda de peso, podendo até ser fatal.

Abuso de álcool

O abuso de álcool é diferente do alcoolismo porque não inclui uma vontade incontrolável de beber, perda do controle ou dependência física. E ainda, o abuso de álcool tem menos chances de incluir tolerância do que o alcoolismo. O abuso de álcool está definido como sendo o padrão de beber acompanhado por uma ou mais destas situações ( dentro de um período de 12 meses) :
• Fracasso nas responsabilidades no trabalho, na escola ou em casa;
• Beber em situações fisicamente perigosas, como enquanto dirige ou opera maquinas; 
• Ter problemas legais devido ao álcool, como ser preso por dirigir alcoolizado ou por ter causado lesões em alguém enquanto alcoolizado;
• Continuar a beber apesar de ter problemas de relacionamento causados ou agravados pelos efeitos do álcool.
Enquanto o abuso de álcool é basicamente diferente do alcoolismo, é importante notar que muitos efeitos do abuso de álcool também são demonstrados por dependentes de álcool.

Álcool e Trânsito

O consumo de álcool, mesmo que em pequenas quantidades, diminui a coordenação motora e os reflexos. Vários estudos indicam que grande parte dos acidentes são provocados por motoristas que estavam alcoolizados.
Mesmo que você preste muita atenção e tome cuidado, seu organismo estará funcionando com os reflexos retardados, quer dizer, sua reação para brecar ou desviar o carro vai ser mais lenta.
De acordo com o nosso Código de Trânsito será penalizado o motorista que apresentar mais de 0,6 gramas de álcool por litro de sangue, isto equivale a 2 doses de uísque ou 2 copos de vinho ou 2 copos ou 2 latas de cerveja de 
300 ml. A alcoolemia é o teor de álcool no sangue que varia dependendo da altura, peso e sexo de quem bebeu. Os mesmos dois copos de cerveja podem significar alto risco acidente e multa para uma pessoa e não muito problema para outra. A infração, neste caso, é considerada gravíssima com uma multa de R$ 865,00 alem de perder 7 pontos na carteira de habilitação e dependendo da situação, apreensão do veiculo e suspensão do direito de dirigir. A checagem da infração é feita através do bafômetro que é a maneira mais eficaz de detectar a alcoolemia.

Álcool e Gravidez

O consumo de álcool durante a gravidez expõe o feto aos efeitos do álcool, principalmente no inicio da gravidez. Mulheres que consomem 2 a 3 doses de bebida alcoólica por dia tem 11% de chance de ter uma criança com Síndrome Fetal pelo álcool, ou seja, com deformidades faciais e da cabeça, anormalidades labiais, deficiência de crescimento, problemas cardíacos, retardo ou déficit mental gerando problemas de aprendizado no futuro. O consumo de 4 ou mais doses diárias, aumenta o risco para 20%.

Álcool e envelhecimento

Pesquisas sugerem que adultos mais velhos bebem menos e são menos propensos a abusar de álcool do que adultos mais jovens ( National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism [NIAAA], 1998). Como em outras faixas etária, homens de idade são mais propensos a beber regularmente do que as mulheres de idade, mas as mulheres que bebem regularmente tendem a beber em demasia tanto quanto os homens( Wattis e Seymour, 1994).
Além dos danos que o álcool pode causar em qualquer idade ele é especialmente perigoso para os adultos mais velhos. A sensibilidade ao álcool e a suscetibilidade à intoxicação parecem aumentar com a idade; assim, pessoas de mais idade podem ser incapazes de tolerar a quantidade de bebida que costumavam consumir. O álcool pode ter interações danosas com as medicações. Ele aumenta os riscos de depressão e de suicídio, alem de aumentar o risco de colisão para o motoristas mais velhos.
O uso intenso de álcool pode acelerar os efeitos normais do envelhecimento e causar perda prematura ou redução do tecido cerebral. Alterações no cerebelo relacionadas com o álcool podem contribuir para a instabilidade no equilíbrio. 
O álcool também pode aumentar o risco de quedas e de fraturas nos quadris, diminuindo a densidade óssea ( NIAAA,1998). Adultos mais velhos com problemas com álcool respondem ao tratamento ao menos tão bem quanto adultos mais jovens, especialmente se o consumo problemático começou em idade avançada ( Atkinson, Ganzini e Bernstein, 1992; Horton e Fogelman, 1991; NIAAA, 1998).

Miopia Alcoólica

O míope é aquele que consegue enxergar muito bem de perto, mas tem dificuldade de enxergar de longe.
O termo miopia alcoólica foi criado exatamente para descrever os efeitos do álcool no raciocínio ou no processo de aprendizagem de quem bebe: sob o efeito do álcool, as pessoas tendem a enxergar muito bem a realidade imediata, mas tem muita dificuldade de enxergar longe, ou seja, de antecipar conseqüências futuras de suas reações no presente.
A “miopia alcoólica” explica muitas relações sexuais sem proteção para prevenir a gravidez ou doenças sexualmente transmissíveis. Sob efeito de bebidas, a realidade imediata da atração física predomina e as conseqüências futuras de uma gravidez indesejada ou contaminação de doenças não são processadas mentalmente como algo significativo. 

Teor alcoólico

As bebidas variam quanto à quantidade de álcool puro que contêm. Segue abaixo o teor alcoólico aproximado de cada tipo de bebida:

Cerveja e Chope – 4% a 6%
Vinho – 12%
Licores – 15% a 30%
Destilados – 45% a 50%. 
Recursos Comunitários
Centro de informações/ orientação/ atendimento

•SENAD – Secretaria Nacional Antidrogas
Palácio do Planalto – Anexo ll – Sala 267
CEP: 70.150-901 – Brasília – DF
Central de atendimento – 0800-614321
www.senad.gov.br
• Conselhos Estaduais de Entorpecentes/ Antidrogas
– CONEN’s/ CEAD’s
• Conselhos Municipais de Entorpecentes/ Antidrogas
– COMEN’s/ COMAD’s
www.obid.senad.gov.br
• Conselhos Tutelares
• Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente – CEDCA
• Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA 
• Conselho Nacional dos Diretos da Criança e do Adolescente – CONANDA
www.presidencia.gov.br/sedh
• Secretaria Estadual de Saúde
Conselho Estadual da Saúde
Secretaria Municipal de Saúde
Conselho Municipal de Saúde
www.conselho.saude.gov.br
• Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas – CAPSad
Disque Saúde: 0800 61 1997
www.saude.gov.br
• Agencia de Noticias dos Direitos da Infância
www.andi.org.br
• Alcoólicos Anônimos
Central: Av. Senador Queiroz, 101, 2º andar, cj 205
Caixa Postal 3180 São Paulo CEP 01060-970
Tel: (11) 3315-9333
www.alcoolicosanonimos.org.br
• Al-Anon e Alateen (Grupos Familiares do Brasil)
www.al-anon.org.br
• Narcóticos Anônimos
Central: (11) 5594-5657
www.na.org.br
• Amor – Exigente (para pais e familiares de usuários de drogas)
Para todo o Brasil: (0xx19) 3252-2630 (Secretaria Nacional – Febrae)
www.amorexigente.org.br 

Leituras recomendadas

•Doces Venenos: Conversas e desconversas sobre drogas. Lídia Rosenberg Arantangy. São Paulo: Olho D’ Água, 1991.

•123 Respostas Sobre Drogas – Coleção Diálogo na Sala de Aula. Içami Tiba. São Paulo: Editora Scipione, 2003.

•Liberdade é poder decidir. Maria de Lurdes Zemel, FTD, 2000.

•Depois Daquela Viagem. Valeria Piassa Polizzi. Editora: Àtica, 2003.

Filmes

•A corrente do bem, 2000.
Direção: Mini Leder

•Diário de um adolescente, 1995.
Direção: Scott Kalvert

•28 dias, 2000.
Direção: Betty Thomas

•Quando um homem ama uma mulher, 1994.
Direção: Luis Mandoki

Curiosidades

Existe um padrão sensato para se beber, o ideal é você beber de modo que isto não afete sua saúde, suas ocupações diárias e sua segurança ou a dos outros.
Não é aconselhável você beber para enfrentar situações desagradáveis, para fazer coisa que considera difícil ou para se embriagar. O aconselhável é você regular sua bebida para evitar a intoxicação servindo – a em forma de doses, diluindo – a ao invés de bebê – la pura, beber pausadamente, alternar bebidas alcoólicas com não alcoólicas, evitar beber de estomago vazio e não beber diariamente.
O álcool mata mais do que todas as drogas ilegais juntas pois ele causa desde de cirrose hepática a ataques cardíacos.
A bebida aumenta o desejo sexual mas estraga o desempenho. É importante lembra que um “drink” pode te ajudar a relaxar e / ou sentir –se mais desinibido, mas não é um afrodisíaco ou uma poção mágica. 
Depois da bebedeira nem o café ou o banho frio ajudarão a fazer você ficar sóbrio, isto é uma questão de tempo. Sendo o fígado o órgão responsável pela modificação do álcool em outras substancias, o café e o banho frio somente vão te manter acordado, molhado porém ainda bêbado.
As mulheres costumam ser menos resistentes a bebidas alcoólicas do que os homens pois ela possuem maiores concentrações de gorduras e menos quantidade de água no corpo, do que os homens. E como o álcool é amplamente distribuído para os compartimentos aquosos do organismo, com menos água no corpo para diluir o álcool , a níveis de álcool no sangue e seus efeitos são maiores nas mulheres.

Entrevista com a profissional da área

Nome da profissional: Mara Cristina Ferreira Plati
Idade: 34 anos
Formação: Psicóloga, especialista na área de álcool e drogas na Universidade de Guarulhos – UNG
Tempo de carreira: 2 anos
Tempo de atuação na área: 1 ano
Instituição em que atua: Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP.
Departamento de Psicologia/ Departamento de Psiquiatria/ Departamento do Sol: UDED – Unidade de Dependência de Drogas.

Questionário feito a profissional

Geralmente qual idade as pessoas começam a abusar do álcool?
“Hoje em dia as pessoas começam a beber na adolescência em conseqüência das “baladas”, porém o alcoolismo só começa a se manifestar de 10 a 15 anos depois pois o álcool é uma droga que demora a se instalar no organismo.
Os profissionais dividem o abuso do álcool, dependência e abuso de drogas em critérios do DSN4, que é um código que lida com doenças onde eles pegam um nº de série e vêem o que a pessoa tem e depois eles dividem o tratamento entre as pessoas que abusam e as que são dependentes.”
Qual o tipo de bebida que é mais utilizado?
“Os adolescentes de classe média – alta usam muito a mistura de bebidas destiladas com energético, mas o tipo de bebida utilizado depende muito da classe social a qual a pessoa pertence.”
Qual o motivo para a pessoa começar a abusar do álcool?
“O motivo é biopsicossocial, BIO – Genética, que é quando os pais já eram alcoólatras e o filho também se torna alcoólatra pois o alcoolismo já está no “sangue”, PSICO – Psicológica, que é quando usam o álcool como fuga dos problemas e SSOCIAL – Social, que é quando a pessoa sofre influencia dos pais, amigos ou o ambiente onde vive.”
Qual a maneira mais eficaz para não ser dependente do álcool?
“ A maneira mais eficaz é identificar os fatores de risco para a pessoa abusar do álcool. Exemplo: A pessoa está triste e usa mais quantidade de álcool, então o fator de risco é a tristeza ou a pessoa bebe sempre aos sábados em um bar com os amigos, portanto o fator de risco nesse caso é a rotina da pessoa sair sempre aos sábados para beber. A partir daí formamos estratégias para a pessoa diminuir a quantidade de álcool consumido.” 
O seu objetivo como psicóloga é fazer os indivíduos regenerarem suas vidas em relação a dependência do álcool?
“O uso do álcool é um comportamento aprendido então o meu objetivo como psicóloga é fazer a pessoa “desaprender” a usar o álcool, ou substituir a função do álcool na vida da pessoa por outra coisa ou eliminar a função dele.”

Quais os casos mais importantes da sua carreira?
“Um dos casos que mais marcou minha carreira foi o de um senhor de 52 anos que estava em um padrão de não ser dependente mas quando ele tinha problemas pessoais se entregava a bebida, mas só se intensificou quando sua namorada terminou um relacionamento de 6 anos, suas crises eram geralmente de 2 em 2 meses onde ele ficava 4 dias bebendo, se machucava, brigava, pois já não tinha consciência de seus atos. Bastava ele se sentir só que essa crise acontecia novamente, e ele era uma pessoa de boa aparência e condição monetária estável, outro caso foi de uma mulher de 40 anos que era rica e desde sua adolescência acostumou – se a beber todos os dias com seus pais, depois que se casou ela teve consciência de que estava dependente do álcool então ela perdeu o marido e sua fortuna, hoje ela mora em um cortiço, está desempregada, com problemas no fígado, pressão alta e síndrome do pânico, porém está em tratamento e já está abstinente a 3 meses.” 
Você espera algo surpreendente ao decorrer do seu trabalho como psicóloga nessa área?
“Eu espero que todos os meus pacientes se recuperem, como uma forma de conquista pessoal, onde já tive alguns sucessos como o caso de um rapaz de 22 anos que aprendeu a usar o álcool com o pai e após o tratamento comigo ele já está a 1 ano sem abusar do álcool, então isso é como uma vitória para mim.”
Qual o tratamento mais adequado para quem possui a dependência do álcool?
“A mais adequada é a terapia comportamental, onde eu escolhi essa área por este motivo e nela trabalhamos em conjunto com um psiquiatra pois é ele quem administra os remédios para o tratamento das pessoas dependentes pois ela geralmente tem problema de pressão, ansiedade e entre outros sintomas causados pela abstinência e outra forma eficaz para o tratamento é a terapia comportamental coletiva – TCC, porém na psicologia nada é genérico porque o tratamento varia de pessoa para pessoa.”

Informações da Instituição

Histórico
A UDED (Unidade de Dependência de Drogas), setor da Disciplina de Medicina e Sociologia do Abuso de Drogas (DIMESAD) do Departamento de Psicobiologia da UNIFESP, coordenado inicialmente pela Profa. Dra. Jandira Masur, iniciou suas atividades de pesquisa clínica em 1988. A UDED foi criada com a finalidade de promover pesquisas básicas e clínicas na área de abuso e dependência de drogas e assistência a usuários com problemas. Os projetos de pesquisa visam, fundamentalmente, avaliar a efetividade de diferentes técnicas empregadas no diagnóstico e tratamento de dependentes de álcool e/ou outras drogas, aperfeiçoamento e/ou desenvolvimento de novas metodologias e instrumentos e promoção da formação de recursos humanos, através da capacitação e do suporte técnico aos profissionais da área.
A partir de 1990, a UDED passou a ser coordenada pela Profa. Dra. Maria Lucia O. Souza Formigoni. A UDED, juntamente com o CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas), outro setor da DIMESAD do Departamento de Psicobiologia da UNIFESP, foi considerada Centro de Excelência do CONFEN (Conselho Federal de Entorpecentes) em 1989. Em 1999, com a extinção do CONFEN e a criação da Secretaria Nacional Antidrogas – SENAD, o Departamento de Psicobiologia (UDED e CEBRID) passou a ser considerado um dos Centros de Excelência da SENAD.
O primeiro projeto desenvolvido na UDED, “Avaliação da Efetividade da Técnica de Intervenção Breve”, foi realizado em parceria com o Addiction Research Foundation, centro de pesquisas ligado à Universidade de Toronto, Canadá, atualmente CAMH (Centre for Addiction and Mental Health). A finalidade era testar e avaliar, no Brasil, a efetividade daquele tipo de intervenção no tratamento de dependentes de álcool e outras drogas. O projeto foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar que incluía médicos, psicólogos, biomédicos, enfermeiras e outros profissionais da área de saúde.
O histórico detalhado do projeto, assim como seus resultados e conclusões, foram publicados no livro “A Intervenção Breve na Dependência de Drogas – A Experiência Brasileira”. Os resultados dessa primeira avaliação levaram ao desenvolvimento de vários projetos no sentido de se fazerem adaptações da técnica inicial à realidade de nossa população e avaliar sua efetividade. 

Filosofia
A equipe da UDED considera a dependência de álcool e outras drogas um comportamento aprendido, que sofre influências biológicas, psicológicas e sociais, e que é passível de modificação. Este processo de mudança é facilitado pela intervenção de profissionais de saúde devidamente treinados, sendo essencial a participação ativa do paciente. No tratamento, é proposta uma abordagem dos problemas relacionados ao uso de álcool e/ou outras drogas, com a utilização de técnicas cognitivas e comportamentais. Como a inclusão da família no tratamento é considerada importante no processo de recuperação, ela é convidada a participar, tanto na fase de diagnóstico como durante o tratamento. Essa participação se dá em sessões de orientação, nos casos de terapia individual, ou em psicoterapia familiar.

Assistência: 
É oferecida a pessoas com abuso ou dependência de drogas, que se disponham voluntariamente a participar de tratamento ambulatorial. Inclui acompanhamento psiquiátrico e terapêutico, individual ou familiar. 

Tratamento 

Seleção telefônica: primeiro contato do paciente com a instituição. 


Admissão: após a seleção telefônica, os pacientes, juntamente com seus familiares, são convidados para participar dos Grupos de Acolhimento para falar de suas expectativas, receber informações sobre todo o processo de tratamento e orientações.
Em seguida, são agendadas a entrevista com o Serviço Social e as consultas para diagnóstico clínico psiquiátrico e desintoxicação. Posteriormente, é feito o diagnóstico familiar e iniciado o tratamento, que pode ser intervenção breve, terapia cognitiva breve individual ou familiar. 

Fases do tratamento: Avaliação inicial: A fase inicial de diagnóstico e desintoxicação dura cerca de 1 mês e é constituída por duas entrevistas semanais, com 1 hora de duração cada uma, com um psiquiatra. Nessa fase também é realizada uma entrevista social para avaliação sócio-econômica, orientação para procura de trabalho e lazer, de acordo com as necessidades e condições do paciente. Também é elaborado um diagnóstico familiar, pela equipe de terapeutas. Este se constitui de entrevistas específicas e da aplicação de instrumentos para avaliação do funcionamento familiar. Os resultados são discutidos posteriormente com as famílias e servirão como diretrizes para o planejamento do tratamento. A proposta de tratamento, individual ou familiar, é baseada nos resultados da avaliação e na disponibilidade de paciente e familiares em participar. Também são realizadas duas sessões de orientação aos familiares para que exponham suas percepções do problema e de que forma poderão colaborar com o tratamento.
Terapia: O foco do tratamento é a mudança de hábitos relacionados ao consumo de álcool e/ou drogas. O tratamento tem a duração de 16 sessões, distribuídas em 5 meses: 12 sessões semanais (3 meses) e 4 sessões quinzenais (2 meses). As sessões individuais têm duração de 1 hora cada e as de terapia familiar, 1h30min. 

Marcação de Consulta: O paciente deve procurar o serviço, por telefone, e marcar a participação no Grupo de Acolhimento. Considera-se que já há um envolvimento do paciente com sua recuperação quando é ele quem tem a iniciativa para buscar o tratamento. Telefone: (11) 5549-2500, horário comercial

Consultoria e Supervisão:

A UDED conta com profissionais capacitados para fornecer consultoria e supervisão a escolas e empresas interessadas em desenvolver projetos de prevenção às drogas. 
Os projetos são propostos a partir de um levantamento das demandas características de cada local e se desenvolvem com a formação e instrução de equipes multiplicadoras, que são constituídas por indivíduos das comunidades. O serviço também é oferecido a grupos de profissionais atuantes na área de dependência, que desejam orientação ou capacitação para avaliação do trabalho desenvolvido ou para elaboração de novos serviços de assistência, em seus locais de origem.

Colaboração com outras instituições:
A UDED desenvolve pesquisas em parceria com outros órgãos, no Brasil e no exterior, tais como:
• Departamento de Farmacologia da Universidade Federal do Paraná
Dra. Roseli Boerngen de Lacerda [email protected]

• CAMH – Centre of Addiction and Mental Health – Toronto, Canadá
Dr. Saulo Castel [email protected]

• OMS/PSA – Program on Substance Abuse – Organização Mundial da Saúde
Dra. Maristela Goldnadel Monteiro [email protected]

• SENAD – Secretaria Nacional Antidrogas – www.senad.gov.br

Bibliografia

– Folheto desenvolvido pela Unidade de Dependência de Drogas (UDED) do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
– www.unifesp.br/dpsicobio/uded 
– www.al-anon.org.br
– www.senad.gov.br
– www.obid.senad.gov.br
– www.presidencia.gov.br/sedh
– www.conselho.saude.gov.br
– www.saude.gov.br
– www.andi.org.br
– www.alcoolicosanonimos.org.br
– www.na.org.br
– www.amorexigente.org.br

Álcool
Ir e vir… mas não a cair!
Diga não ao álcool!
Álcool, não! Porque é uma intoxicação.
A noite não se esgota numa bebida.
Agarra a vida. Não bebas.
Antes de beber, pense no que vai fazer!
Conduzir ou beber, há que escolher!
Se conduzir, não beba.
Diga não ao álcool.
Não penses que o álcool te vai ajudar e aos problemas deixar!
Álcool é uma droga!

Álcool
Ir e vir… mas não a cair!
Diga não ao álcool!
Álcool, não! Porque é uma intoxicação.
A noite não se esgota numa bebida.
Agarra a vida. Não bebas.
Antes de beber, pense no que vai fazer!
Conduzir ou beber, há que escolher!
Se conduzir, não beba.
Diga não ao álcool.
Não penses que o álcool te vai ajudar e aos problemas deixar!
Álcool é uma droga!

Outros trabalhos relacionados

Validação de Metodologia Analítica para Quantificação de Cápsulas de Norfloxacino

As farmácias com manipulação têm representado alternativa ao cumprimento de esquemas terapêuticos proporcionando à população o acesso a fórmulas oficinais e fórmulas personalizadas, manipulando...

Avaliação para mascarar o sabor amargo do Xarope de Ranitidina

Por ser um fármaco muito utilizado no tratamento de pacientes pediátricos, a preparação da ranitidina na forma de xaropes se faz necessária. Seu sabor...

TRATAMENTO IMUNOTERÁPICO DE ALERGIA

Tratamento Imunoterápico de Alergia A dessensibilização para o tratamento das doenças alérgicas tem evoluído nesses últimos 60 anos. Começou com os pioneiros Noon e Freeman,...

ANÁLISES CLÍNICAS

INTRODUÇÃO As instalações nas quais se fazem os exames químicos e microscópios do sangue, outros líquidos do organismo e tecidos são chamados de laboratórios clínicos....