O filho que ele não teve. O autor questiona durante todo o poema lugares e coisas que poderia ter realizado, se assim tivesse tido um filho.
Um poema de linguagem simples e clara, sem muitos rebusca mentos da língua, é direto em suas idéias.
Começa o poema dizendo que se tivesse um filho, pelos anos passado e ele já seria um homem, Imagina-o apenas dentro de si por isso alega “ele corre na brisa, sem carne, sem nome” Na 2°estrofe ele continua nesse pensamento, como se ele acreditasse “as vezes o encontro/ num encontro de nuvem”. Mas logo depois seu sonho é quebrado, por não ter o filho “Apóia em meu ombro/seu ombro nenhum”.
Mostra o desejo do eu-lírico com a paternidade, mas ao mesmo tempo uma tristeza, por não ter conseguido tal feito.
Na 3ª estrofe, há um questionamento do eu-lírico, da localidade de seu filho “em que gruta ou concha quedas abstrato?”, traz um sentimento mais forte, de acordo com o dicionário Sacconi,- quedar 4. diminuição, perda, abstrato – que não tem existência material.
Portanto em que gruta, poderá encontrar seu filho na sua existência, não sendo apenas mais, algo sem existência no material.
Na 4ª estrofe, o eu-lírico começa com uma lembrança, da qual diz, que onde ele se deitavam questionava sobre seu filho. E pergunta para ele “não me percebeste/contudo chamava-te/como ainda te champ/(além do amor)/onde nada, tudo/ aspira a criar-se.”
É o ultimo verso dessa estrofe “aspira a criar-se” que confirma a não existência do filho que é apenas um desejo do seu coração.
Termina dizendo: “o filho que não fiz/ faz-se por si mesmo”. O filho que ele não teve, em seu pensamento, ele cria, ele faz por si mesmo, ele o imagina, como seria bom ter um filho, dependente dele, do qual ele pudesse estender a mão quando houvesse necessidade.