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terça-feira, novembro 5, 2024

ANEURISMAS CEREBRAIS

Os aneurismas cerebrais são dilatações saculares ou fusiformes de artérias encefálicas (geralmente em suas bifurcações) que quando rompem, causam hemorragias cerebrais que variam desde sangramento subaracnóide (¨sangue espalhado no cérebro¨) até formação de hematomas cranianos (coágulos de volumes variados). Atualmente a maioria dos aneurismas cerebrais são considerados como patologias adquiridas sobre uma suscetibilidade vascular subjacente nem sempre bem definida (apesar de várias doenças do tecido conjuntivo e vasculopatias hereditárias e adquiridas já terem sido muito bem identificadas).
Os aneurismas da circulação cerebral são lesões na grande maioria das vezes de pequenos milímetros (3 à 7 mm) e exceto nos casos de aneurismas ¨gigantes¨(maiores que 25 mm) geralmente não são diagnosticados em exames como Tomografia Computadorizada ou Ressonância Nuclear Magnética encefálicas padrões. O exame ¨padrão-ouro¨ é a Angiografia cerebral (¨cateterismo cerebral¨) porém a Angiotomografia e a Angioresonância estão progredindo como exames não-invasivos e podem diagnosticar aneurismas cerebrais maiores.
O diagnóstico clínico se baseia na presença de sintomas que variam desde cefaléia explosiva até o coma, sendo muito importante a concepção de que a dor de cabeça em decorrência de um aneurisma cerebral ocorre quando o aneurisma rompe e causa uma hemorragia cerebral, antes disso a doença costuma ser assintomática (menos comumente, os aneurismas cerebrais podem dar sintomas antes de romper, quando eles exercem compressão sobre alguma estrutura intracraniana e assim o paciente desenvolve algum sinal clínico que pode ser visto no exame neurológico, pelo médico ou pelo próprio paciente).
Uma vez feito o diagnóstico, o tratamento deve ser realizado através da obliteração do aneurisma, ou seja, a sua exclusão da circulação cerebral. Isto pode ser feito com um dos dois métodos: Cirurgia ¨aberta¨ convencional (microcirurgia vascular intracraniana) ou Cirurgia ¨fechada¨ (embolização do aneurisma através de procedimentos neuroendovasculares).

A escolha do método vai depender de uma série de variáveis como:

1-Morfologia,tamanho,colo e localização do aneurisma cerebral.

2-Circulação colateral,presença de ramos perfurantes.

3-Idade e comorbidades do paciente.

4-Hunt-Hess do paciente (¨gravidade em que o paciente chegou ao hospital¨)

5-Disponibilidade de método, entre outras.

Mesmo com o melhor tratamento empregado as complicações decorrentes da ruptura de um aneurisma cerebral continuam sendo gravíssima. Até hoje (mesmo nos melhores centros especializados do mundo) cerca de 50% do pacientes morrem no primeiro mês e apenas um terço dos sobreviventes terão ¨um bom resultado¨. Desta forma é imperativo que a avaliação de um neurocirurgião seja o mais precoce possível em todo paciente que apresente uma hemorragia cerebral sugestiva de causa aneurismática.

(Dr. Darley Paulo é Neurologista clínico – Título de especialista pela Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Neurocirurgião – Título de especialista pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), especialização em Neurocirurgia Vascular e Neuroradiologia Intervencionista Endovascular. E-mail – [email protected])

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