Antipsiquiatria, movimento que se opõe ao psicodiagnóstico e à psicoterapia, que são as escolas predominantes. Surgiu na década de 1960 e levou ao aparecimento de novas teorias sobre as causas e o tratamento das doenças mentais, como a esquizofrenia. Os defensores da antipsiquiatria, como Ronald D. Laing, se opõem às teorias que limitam a origem da psicose (ver Distúrbios mentais) a causas somáticas. Eles acreditam que é necessário prestar mais atenção às influências nocivas que a sociedade e a família exercem sobre o doente. Laing afirmou em sua obra Saúde mental, loucura e família (1964) que as causas da esquizofrenia se encontram nas relações familiares deterioradas. Muitos representantes da antipsiquiatria (ver Psiquiatria) se opõem, de modo geral, à existência dos hospitais psiquiátricos, já que, segundo eles, o doente mental deve ficar em contato com a sociedade. Esta teoria teve muita influência na Itália, país que, em 1978, decretou o fechamento de todas as clínicas psiquiátricas, apesar de algumas delas continuarem funcionando até hoje. De acordo com o modelo italiano, os doentes devem ser tratados por suas famílias ou em hospitais públicos. No entanto, segundo a maioria dos médicos e psiquiatras, esta situação, na prática, é prejudicial. Ainda que a antipsiquiatria tenha servido, em muitos casos, como fundamento eficaz para a psicopatologia, ela fracassou. Tanto as famílias dos doentes quanto os funcionários dos hospitais públicos reclamam do esforço exigido para cuidar de um doente mental. Apesar disto, na Itália, ainda se exige o fechamento das últimas clínicas psiquiátricas existentes.