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sábado, dezembro 21, 2024

ANTOINE LAURENT LAVOISIER

ANTOINE LAURENT LAVOISIER


Químico, filósofo e economista francês
26/08/1743, Paris, França
8/05/1794, Paris, França

“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Com essa frase Lavoisier definiu, baseado em reações químicas, a famosa lei da conservação da matéria.

Com suas pesquisas e obras, o cientista francês revolucionou a imagem da química moderna – suas contribuições foram fundamentais. Ao publicar, com Claude-Louis Berthollet e outros estudiosos, o “Método de Nomenclatura Química”, provocou uma reforma radical na linguagem desse ramo da ciência – a terminologia criada por ele para as substâncias químicas é semelhante à que se usa nos dias atuais.

Seu “Tratado Elementar da Química” nivelou a química com a física, como ciência específica e quantitativa, distanciando-a definitivamente da alquimia. A obra tornou-se um clássico e logo foi traduzida para vários idiomas – isso em pleno século 18.

Antoine Lavoisier foi o primeiro a observar que o oxigênio, em contato com uma substância inflamável, produz a combustão. Pertence a ele a constatação de que a água é uma substância composta, formada por hidrogênio e oxigênio. Foi uma comprovação surpreendente para uma época em que a água era tida e aceita como substância simples, ou seja, impossível de se decompor.

Nessa pesquisa ele completou os estudos de John Priestley (1733-1804), químico inglês autor de experimentos pioneiros com gases, em especial o que hoje chamamos de oxigênio, e de Henry Cavendish (1731-1810), outro químico inglês, famoso por ter reconhecido o gás que atualmente é denominado hidrogênio.

Embora fosse brilhante, Lavoisier por vezes seguia os passos bem-sucedidos de outros pesquisadores e tentava englobar para si todo o mérito das descobertas. Quando estudante, ele declarou: “Sou jovem e ávido por glória”.

Filho de família nobre, foi educado de forma tradicional. Formado em Direito, nunca exerceu a profissão: era fascinado pela ciência. Ganhou um prêmio, ainda na escola, ao iluminar as ruas de Paris. Criou um novo método para preparar salitre, um dos ingredientes da pólvora, além de descobrir que o diamante é uma forma cristalina do carbono.

Casou-se com Marie-Anne, uma garota belíssima, de apenas 13 anos – ela traduzia textos do inglês para o marido poder estudá-los e também ilustrou seus livros.

Uma das principais características do trabalho de pesquisa de Lavoisier era a freqüente utilização da balança: ele pesava tudo, todo o tempo. Isso o levou à descoberta da importância fundamental da massa da matéria em estudos químicos. Ao concluir que a soma das massas dos reagentes é igual à soma das massas dos produtos de uma reação, o cientista estabeleceu a Lei de Conservação das Massas.

Pesquisador convicto, Lavoisier acreditava na verdade testada e obtida em laboratório, não em suposições ou teorias. A revolução que ele causou na química foi resultado de um esforço consciente de provar várias experiências sob o enfoque de uma única teoria. Ele declarou: “Tentei chegar à verdade ligando fatos, seguindo o mais possível o rumo da observação e do experimento, suprimindo o mais possível o uso de deduções, o qual não costuma ser um instrumento digno de confiança e que nos decepciona”.

Membro da Academia de Ciências na França e reconhecido como pai da moderna química, Lavoisier também era deputado, representante da nobreza de Blois, na região de Orléans. Em 1768, associou-se à Ferme Générale, organização de financistas que possuía um convênio com o rei francês para recolher impostos sobre um grande número de produtos comerciais.

Como o clero e a nobreza estavam isentos, isto é, não eram obrigados a pagar impostos, estes eram cobrados em triplo sobre as classes sociais inferiores, que viviam esmagadas com o peso das taxas e tributos, num sistema opressivo e corrupto.

O clima político e social da França era conturbado, antecipando a revolucão que viria depois. A ligação de Lavoisier com a Ferme Générale e seu envolvimento com os nobres e a Monarquia eram malvistos pela população e lhe trouxeram a fama de corrupto. Caiu em desgraça na Revolução Francesa, iniciada em 1789. Lavoisier foi preso e acusado de desvio de dinheiro público. Julgado culpado, foi guilhotinado, aos 51 anos de idade.

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