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segunda-feira, dezembro 23, 2024

ARISTÓTELES

1.1 A metafísica

O termo “Metafísica” não é aristotélico; o que hoje chamamos de metafísica era chamado por Aristóteles de filosofia primeira. Esta é a ciência que se ocupa com realidades que estão além das realidades físicas que possuem fácil e imediata apreensão sensorial.

Para Aristóteles a metafísica é a ciência mais elevada, suprema, pois ir às causas das causas terá que se chegar numa causa improvável necessariamente, que só pode ser admitida pela existência de um Deus supremo, que pensa e contempla a si mesmo. E a admiração, fonte do filosofar, é uma atitude metafísica.

O conceito de metafísica em Aristóteles é extremamente complexo e não há uma definição única. O filósofo deu quatro definições para metafísica:

– a ciência que indaga causas e princípios;
– a ciência que indaga o ser enquanto ser;
– a ciência que investiga a substância;
– a ciência que investiga a substância supra-sensível.

Os conceitos de ato e potência, matéria e forma, substância e acidente possuem especial importância na metafísica aristotélica.

1.2 A lógica

Em sua lógica, Aristóteles estabeleceu um conjunto de regras, as quais deveriam ser seguidas para que uma conclusão fosse aceita e logicamente válida. A linha de raciocínio lógico é baseada em premissas e conclusões. O ponto de partida do procedimento lógico não está em opiniões contrárias, mas sim em leis universais do pensamento.

A lógica de Aristóteles possui seis características básicas, quais sejam:

– Instrumental – a lógica é utilizada como um instrumento, não é propriamente uma ciência, mas seve como uma técnica a ser utilizada nas ciências;
– Formal – estuda a estrutura das proposições e do raciocínio dedutivo, ignorando o conteúdo da preposição;
– Propedêutica – o conhecimento da lógica deve ser anterior, serve como afinação do raciocínio. Deve ser conhecida antes de se iniciar uma investigação filosófica ou científica;
– Normativa – estabelece meios de conformação ao raciocínio, o raciocínio coreto deve obedecer a regras, princípios e Leis. Essa normatização pode ser contestada;
– Doutrina da Prova – fundamentos necessários de todas as demonstrações, deve existir uma base, algo que sustente a veracidade de uma conclusão ou proposição;
– Geral – constatação de que esses princípios, regras e leis de raciocínio são universais e imutáveis.

Para Aristóteles, a Lógica é um instrumento, uma introdução para as ciências e para o conhecimento

1.3 A antropologia

Aristóteles (384-322 a.C.) também deu o seu contributo à antropologia, através da sua concepção de Estado. Para ele, o Estado seria uma criação da Natureza e como tal o homem não era mais do que um animal político.

1.4 A psicologia

Objeto geral da psicologia aristotélica é o mundo vivente, que tem por princípio a alma e se distingue essencialmente do mundo inorgânico, pois, o ser vivo diversamente do ser inorgânico possui internamente o princípio da sua atividade, que é precisamente a alma, forma do corpo. A característica essencial e diferencial da vida e da planta, que tem por princípio a alma vegetativa, é a nutrição e a reprodução. A característica da vida animal, que tem por princípio a alma sensitiva, é precisamente a sensibilidade e a locomoção. Enfim, a característica da vida do homem, que tem por princípio a alma racional, é o pensamento.

Todas estas três almas são objeto da psicologia aristotélica. Aqui nos limitamos à psicologia racional, que tem por objeto específico o homem, visto que a alma racional cumpre no homem também as funções da vida sensitiva e vegetativa; e, em geral, o princípio superior cumpre as funções do princípio inferior.

O homem é uma unidade substancial de alma e de corpo, em que a primeira cumpre as funções de forma em relação à matéria, que é constituída pelo segundo. O que caracteriza a alma humana é a racionalidade, a inteligência, o pensamento, pelo que ela é espírito. Mas a alma humana desempenha também as funções da alma sensitiva e vegetativa, sendo superior a estas. Assim, a alma humana, sendo embora uma e única, tem várias faculdades, funções, porquanto se manifesta efetivamente com atos diversos.

1.5 A epistemologia

De acordo com Aristóteles, a filosofia é principalmente teorética: deve decifrar o enigma do universo, em que a atitude inicial ao espírito é o assombro do mistério. O seu dilema fundamental é o problema do ser, não o problema da vida. O objetivo próprio da filosofia, em que está a solução do seu problema, são as essências imutáveis e a razão ultima das coisas, isto é, o universal e o necessário, as formas e suas relações. Porém, as formas são imanentes na experiência, nos indivíduos de que pertencem a essência.

1.6 A ética

No sistema aristotélico, a ética é a ciência das condutas. Ela não se ocupa com aquilo que no homem é essencial e imutável, mas daquilo que pode ser obtido por ações repetidas, disposições adquiridas ou de hábitos que constituem as virtudes e os vícios. Seu objetivo último é garantir ou possibilitar a conquista da felicidade. A ética aristotélica continua sendo uma das bases fundamentais do pensamento humano; com ela, Aristóteles opera uma genial e sistemática re-laboração das pesquisas dos filósofos que o precederam, particularmente de Sócrates e Platão, distinguindo-se deles, porém, ao criar uma intuição moral completamente nova.

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