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quinta-feira, dezembro 26, 2024

BOCA DO INFERNO – Gregório de Matos

Romance narrado em 3a pessoa – linguagem histórica com expressões chulas – (vulgar) referentes à sátira mordaz do poeta Gregório de Matos Guerra.

Dividido em seis capítulos, a saber:

A cidade
Descrição da Bahia do século XVII – “imagem de um paraíso natural – mas onde os demônios aliciavam almas para proverem o inferno” – há também a apresentação do poeta sátiro Gregório – o boca do inferno – (estilo barroco).

O Crime
Francisco Teles de Menezes é emborrado por 8 homens encapuzados, tem sua mão arrancada do braço e é morto por Antônio de Brito -o motivo se deu por perseguição política – estarão envolvidos no crime: Ravasco – irmão do Pe Vieira e Moura Rolim – primo de Gregório. Os homens fogem para o Colégio dos Jesuítas, mas o governador da Bahia – Antônio de Sousa Menezes, O Braço de Prata, será avisado e começará uma terrível perseguição contra todos envolvidos.

A Vingança
Antônio de Brito será torturado e delatará os envolvidos – Viera será perseguido – mas por representar a igreja e o poder papal o governador releva mas quer o irmão Bernardo Ravasco preso e destituído do cargo de Secretário do Estado.
Ao tentar proteger a filha Bernardina Ravasco – Gregório conhece Maria Berco que será presa ao saber que ela possuía a mão e o anel do Alcaide, o anel será penhorado.
São confiscados de Bernardo documentos escritos e os poemas de Gregório. Bernardina é presa para pressionar Ravasco a se entregar.

A Devassa
Rocha Pita é nomeado desembargador para investigar a morte do Alcaide. Palma, também desembargador, nega a vingança planejada pelo governador e por falta de provas, exige a soltura dos envolvidos, mas para soltar Maria Berco – Gregório teria que pagar uma fiança de 600 mil réis.

O Destino
Bernardino é libertado e expatriado – O governador é destituído do cardo e o marquês de Minas nomeado para substituí-lo e restituir o cargo de secretário a Bernardo Ravasco e se apresentar imediatamente ao Rei de Portugal, mesmo assim sai do Brasil com muitas riquezas.
O próximo governador – Antônio Luís da Câmara Coutinho também será satirizado pelo poeta Gregório que terá sua morte encomendada, mas só o próximo governador – João de Lancastre é que conseguirá prendê-lo e expatriá-lo para Angola, volta mais tarde para Pernambuco mas será proibido de escrever suas sátiras. Volta a advogar e morre em 1695 aos 59 anos.
– Pe Vieira lutará por justiça social através de seus sermões – morre cego e surdo em 1697.
– Bernardo Ravasco – recebe sentença favorável ao crime contra o Alcaide e é substituído pelo filho Gonçalo Ravasco.
– Maria Berco – ficará rica mas deformada, rejeita pedidos de casamento à espera do poeta Gregório que se casa com uma negra viúva – Maria de Povos – mas não se afasta da vida de devassidão pelos bordéis da cidade. – “se eu tiver que morrer, seja por aqui mesmo. E valha-me Deus, que não seja pela boca de uma garrucha, mas pela cona de uma mulher”.
– A cidade da Bahia cresceu, modificou-se o cenário de prazer e pecado – cidade onde viveu o poeta Boca do Inferno.

Personagens
Gregório de Matos Guerra – poeta do Barroco. O boca do inferno – genial canalha – fazia críticas mordazes aos políticos da Bahia do século XVI.
Padre Antônio Vieira – em seus sermões e cartas, atacava o clero brasileiro e políticos, revelando a seus fiéis as contradições sociais.
Antônio de Sousa Menezes – governador da Bahia – O Braço de Prata.
Gonçalo Ravasco – inimigo de Antonio S Menezes
Bernardo Ravasco – irmão
Bernardina Ravasco – filha de Bernardo
Maria Berco – empregada dos Ravasco e amante de Gregório.
Tele de Menezes – secretário do governador
Donato Serotino – mestre de esgrima
Antonio de Brito – mata Francisco Teles de Menezes
Anica de Melo – cafetina

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