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domingo, dezembro 22, 2024

Brasil Colônia

*Pompa

As dominações em Portugal deveriam-se fazer pela transmissão de valores comuns. Era preciso estabelecer uma identidade entre os súditos. Por isso a colônia e a metrópole tinham a mesma cultura. Mas isso não era possível, os bandeirantes, tinham costume indígena.

Para o português a cultura brasileira era ao mesmo tempo familiar e estranha.

A colônia possuía miscigenação. As caravelas transmitiram valores e formas de ver e compreender o mundo.

Na colônia havia muita corrupção nos cargos administrativos e dissolução de costumes morais, sociais e econômicos. Escândalos, roubos, crimes e privilégios.

Mas isso era comum por causa da forma de estrutura monárquica européia. Existia na França, Espanha e Holanda.

Para se fazer representar em cada uma das regiões do império, o rei dispunha dos símbolos de seu poder. Edifícios, documentos públicos, selos, armas e escudos reais.

Os lugares que cada um ocupava, nos bancos da igreja, por exemplo, revelavam sua posição social.

Todo o poder vinha do rei que solucionava disputas entre os moradores do império. A colônia era espaço privilegiado de identificação cultural.

Os senhores de engenho também chamados homens-bons eram os únicos que podiam ocupar cargos públicos.

Pela enorme riqueza que provinha da colônia a não metrópole não podia descuidar de nada. Os colonos eram ensinados que todos participavam de valores comuns. Pela distancia regras a sociedade não era fácil.

*Religião

A religião marcava muitos aspectos da cultura portuguesa… A busca do lucro trazia ações contrarias ao costume dos valores religiosos.

Os católicos afirmavam que tudo era graça de Deus. Para eles não havia diferença entre o divino e a vida terrena. O diabo servia para explicar o desconhecido aqui na colônia.

O tempo da religião era o tempo da eternidade, transcendia a vida terrena e dominava. As esferas celeste e divina estavam interligadas.

No século XV e XVIII, a Igreja tentava reformar a cultura popular. No caso de Portugal, Estado e vaticano dividiam as responsabilidades sobre a Igreja. Por causa do padroado.

Na colônia havia o despreparo do baixo clero, padres mal preparados muitas vezes davam os piores exemplos. Eram agiotas, amancebavam-se, tinham filhos, provocavam discórdias entre o rebanho.

A inquisição tentava homogeneizar a fé e os ritos católicos na colônia. Existiam homens leigos que podiam denunciar os transgressores.

Havia sincretismo religioso que a inquisição tentava impedir. Quando um milagre se realizava ofertava. se dinheiro a igreja do santo protetor.

As ordens que existiam no Brasil era a dos franciscanos, dominicanos, jesuítas e beneditino. Os jesuítas foram importantes pela difusão da religião entre os índios e ensinado os filhos dos colonos.

A disposição dos colonos em instituir os ritos oficiais revelou-se na proliferação das irmandades, congregações de fieis.

*Arte

Quando um povoamento era estabelecido, construía-se uma capela para realização de cultos religiosos. Quando o arraial prosperava a capela era demolida ou ampliada, dando lugar a uma igreja maior.

Os jesuítas foram responsáveis pelas construções dos primeiros templos, de inspiração italianas. Ou seja, o estilo era europeu. E muitos mestres ensinavam isso para seus aprendizes. Aleijadinho porem criou um estilo próprio.

Uma das grandes obras de aleijadinho é a igreja de Bom Jesus de matosinho.

O estilo predominante no período colonial foi o barroco e a partir de meados do século XVIII o rococó.

Um exemplo do estilo barroco é a igreja de São Francisco de Assis, na Bahia.

As igrejas barrocas imprimiam sensações que deveriam ser absorvidas por todos os sentidos.

*Festas

As festas transmitiam valores, construíam e reforçavam relações.

Nas festas haviam cavalhadas, comédias, danças, e as touradas, e o governador e a nobreza ocupavam lugares especiais para assistir.

As danças populares eram em sua maioria junção de tradições indígenas, negras e portuguesas.

As festas tornavam públicas as diferenças sociais. Podemos chamá-las de festa barrocas, pois expressavam as contradições entre o sagrado e o profano.

Por meio das festas públicas é possível conhecer muito da sociedade colonial.

Havia dois tipos de festas as oficiais e as populares. As primeiras eram organizadas pela igreja, as segundas eram manifestações espontâneas das classes sociais populares e dos escravos.

As festas eram válvulas de escape das tensões presentes na sociedade.

As festas públicas, civis ou religiosas culminavam ou se resumiam em procissões e em desfiles dos grupos.

As festas oficiais duravam vários dias e desenrolavam-se em vários atos.

Podia-se através das festas descobrir os níveis sociais das pessoas.

*Vestuário

O vestuário era um sinal de hierarquia, indicava o nível social. Deixava claro quem era quem.

Fazer uso de roupas que não indicavam usa condição era proibido. Havia leis pragmáticas contra isso.

Nas cerimônias publicas deveria-se usar roupas mais adequadas para demonstrar dignidade.

Pelos estoques das lojas era possível saber sobre o gosto da época.

Havia o desejo exagerado no vestir-se, principalmente nas ocasiões publicas, como a missa dominical.

Havia uma diferença entre a roupa de casa e a roupa usada para sair.

Nem toda a roupa vinha de fora, muitos a compravam na Bahia e as vendiam nas Minas. As roupas que vinham de fora tinham o endereço do oriente, olhas atlânticas e da África.

Os escravos vestiam-se com roupas rústicas, simples e de mal estado, como chita.

*Família

A organização familiar dos nativos tornou-se um dos alvos a serem ordenados e corrigidos, pois os costumes deles teriam de ser eliminados para tornar possível se compartilhar os mesmos códigos culturais.

A igreja tentava instituir a família patriarcal e monogâmica e para isso reprimia o convívio

informal entre homens e mulheres.

Para incrementar a produção, garantir a segurança e a posse da terra, era necessária a formação de famílias.

Havia dificuldade em assegurar o controle do duplo casamento, devido à vastidão da colônia, um dos castigos desse fato era a morte. Mas este castigo na era aplicado.

Havia famílias ilegítimas.

*Casamento

O habito de conceder dote a moças órfãs era uma maneira de os ricos demonstrarem sua caridade para com os mais pobres.

A maioria dos homens que vinham para a colônia não desejavam o casamento, pois só queriam enriquecer rapidamente.

O casamento trazia estabilidade e era favorável aos negócios particulares.

O casamento podia inda ser resultado de interesses econômicos.

A legitimação do casamento estava ancorada em regras e condições. O processo de casamento iniciava-se com uma longa investigação para certificar-se do estado civil dos noivos.

Era preciso pagar as cerimônias e ainda as moças traziam um dote.

As multas pelo concubinato (casamento não oficializado) eram altas e severas.

Aconteciam casamentos mesmo entre escravos. O casamento desestimulava fugas e mesmo alforrias, revertendo sempre no interesse do próprio senhor.

*Concubinatos

A igreja tentava reprimir o concubinato através da visitação do santo oficio, pela inquisição e as visitas eclesiásticas.

O testamento e registro de batismo revelavam o numero constante de filhos naturais, frutos de uniões ilegítimas. No testamento também o corria legitimação de bastardos.

*Frotas e caminhos

Devido à dificuldade em se penetrar no interior o povoamento, nos primeiros tempos, se limitou ao litoral.

A navegação litorânea era chamada de cabotagem e realizada em barcos de pequeno porte.

O oceano atlântico era a principal rota comercial portuguesa.

As frotas de Portugal garantiam a segurança dos navios contra os piratas mouros, franceses, ingleses e flamengos.

Durante o séc XVIII três frotas anuais ligavam a metrópole a Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, ale, de uma frota secundaria que se destinava ao Maranhão.

Os naufrágios provocavam grandes transtornos, pois significavam a perda dos investimentos e a interrupção das comunicações.

À medida que se penetrava para o interior faziam-se estradas que abriam caminhos para os viajantes. As autoridades procuravam manter os caminhos em boa condição, pois a cidade necessitava disto.

As estradas ainda permitiam manter-se a vigilância sobre a população, pois as pessoas

Evitavam o mato ou usar picadas clandestinas.

Ao longo dos caminhos a coroa construía os registros, onde eram feitas as cobranças de impostos.

*Moradia

Os espanhóis tinham cidades geométricas os portugueses tinham cidades marcada pela fantasia, pois as casas ficavam em desalinho.

As casas locais não diferiam das casas da metrópole no estilo barroco.

Na zona rural nordestina havia construções imponentes como a casa-grande e a senzala, engenhos e capelas.

O mobiliário era escasso e sóbrio, feito de madeira e quase sempre destinado ao uso. Havia mesas, cadeiras, bancos, caixas, camas.

No interior as residências eram de arquitetura simples, sem uniformidade e precárias. Feitas de taipas ou pau-a-pique, palhas e folhas de bananeiras.

Em recife a cidade foi construída entre um rio e o mar e era de influencia era holandesa. As casas de lá chegavam até seis andares.

Salvador possuía a maior diversidade arquitetônica da colônia. Possuía um conjunto harmonioso.

No interior desenvolveu-se uma arquitetura chamada de bandeirante. Usava-se a taipa, barro outras coisas. A ordenação das casas era espanhola.

Cabia às câmaras municipais zelar pelo bom alinhamento das ruas e casas e pela conservação das pontes pela limpeza e pelo fornecimento de água.

Demorou algum tempo para que as cidades crescessem, as edificações se diversificasse, e o traço urbano se tornasse mais complexo.

*Doenças e medicina

Foi também função da câmara municipal zelar pelo saneamento do espaço urbano.

Tudo contribuía para uma vida insalubre: os animais, o lixo a inexistência de esgoto.

Na seca a falta de pavimento fazia com que a poeira aumentasse, agravando as doenças respiratórias.

Animais e escravos, pela falta de espaço nas casas, compartilhavam do mesmo espaço.

Havia muitas epidemias naquele tempo, como a varíola, malária e gripe.

Os escravos eram os que mais padeciam por causa das doenças, pois recebiam alimentação ruim e trabalhavam muito.

Os negros também trouxeram doenças da África, como o mal-de-luanda. Também havia o escorbuto.

Nas regiões de Minas gerais e de São Paulo desenvolvia-se o papo que vinha das águas insalubres. Hoje essa doença é conhecida como Bócio, causada pela falta de iodo, que faz aumentar a tireóide.

Médicos aprenderam com os índios e negros a utilização das plantas nativas como remédios.

Os conhecimentos médicos estavam impregnado de práticas e crenças religiosas e mágicas. Os médicos acreditavam que as doenças eram provocadas por feitiçaria e pela descrença.

Os jesuítas criaram a Triaga Basílica que curava grande numero de doenças, inclusive de origem mágica.

A medicina era dominada pela teoria dos humores. Na qual o corpo era formado pelos quatros elementos: ar, terra, fogo e água. De quatro qualidades quente, seco, frio e úmido, e de quatro humores: sangue, fleuma, bile e melancolia. Todos eles se relacionavam entre si.

*Alimentação

A alimentação deficiente era origem de varias doenças na América.

A cozinha brasileira se caracterizou pela diversidade regional e pela fusão das influencias portuguesas, africanas e indígenas. Do reino vinham azeite, aguardente, bacalhau, vinho manteiga.

Na colônia, como a alimentação era em geral deficiente e ruim, havia crises de fome.

No interior do país a base da alimentação era a carne bovina.

O alimento básico tanto da população livre como dos escravos era a farinha, feita de mandioca ou de milho, cujo cultivo foi aprendido com os índios.

Em suas incursões pelo sertão, os tropeiros criaram uma comida que mais tarde se tornaria a base da culinária mineira: feijão, carne-seca, farinha, angu couve, alimentos que poderiam ser estocados.

*Nascimento

O nascimento sempre foi um momento importante, pois trazia a renovação e perpetuação da vida.

Devido à medicina atrasada o numero de crianças mortas no nascimento era grande.

A alimentação da gestante era reforçada procurava-se satisfazer seus desejos e evitava-se expô-las a grandes traumas e agitações.

As mulheres casavam-se muito cedo entre os 12 e 15 anos e uma gravidez se seguia da outra. O que aumentava o risco no parto.

Havia muitos abordos naturais. O risco no parto aumentava devido à falta de médicos e pelo fato de serem realizados por parteiras ou cirurgiões práticos.

As parteiras deviam ser licenciadas pelas câmaras, das quais recebiam a carta da usança, que lhes permitia exercer o oficio.

Quando a criança corria risco de vida, era comum que fosse batizada pela própria parteira, que tinha esse privilégio.

Se a mãe corria risco, chamava-se o padre para ministrar o sacramento da extrema-unção.

A criança era batizada em terra idade e o batismo marca a entrada dela na religião católica, deveria ser dado até os oito meses de vida.

Entre as obrigações do senhor de escravo estava a difusão do catolicismo. O batismo era o momento em que a se tomava conhecimento da religião, a qual era forçosamente convertido.

*Infância

As condições da criança na colônia eram de risco, pois as condições de higiene no parto eram ruins.

A mortalidade infantil era alta e as crianças eram mais suscetíveis a doenças e epidemias.

Medalhas de santos e outros objetos de cunho sagrado eram usados para proteção. Pois se acreditava que as mães eram alvos de invejas alheias. Acreditava-se ainda que as crianças eram mais suscetíveis aos poderes dos astros e das bruxas.

As escravas, desde muito cedo, levavam as crianças para o trabalho, carreando-as nas costas com tiras.

As brincadeiras infantis refletiam a rudeza da vida das crianças, eram muitas vezes agressivos.

*Mortes

Quanto mais importante uma pessoa mais pomposo era seu funeral isso indicava também seu nível na hierarquia social.

Por meio de ritos se concedia o perdão aos pecados e a salvação da alma, ao mesmo tempo em que se preservavam e reafirmavam as hierarquias sociais.

As sepulturas ficavam no interior da igreja, os velórios se arrastavam durante dias e quanto mais demorado mais importante era o morto.

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