CAPACIDADE EMPRESARIAL
Capacidade Empresarial: A Energia Mobilizadora
Com a capacidade empresarial complete-se o quadro dos fatores de produção de que as economias dispõem. Demais fatores de produção pressupõem a existência de determinada capacidade de empreendimento. É através dela que os recursos disponíveis são reunidos, organizados e acionados para o exercício de atividades produtivas.
Na realidade, a existência de recursos humanos aptos para o exercício de atividades produtivas e a capacidade tecnológica acumulada só gera fluxos de produção,quando mobilizados. Isoladamente não é o suficiente para que se desencadeie o processo de produção.
Adquirem importância efetiva. É de seu emprego em torno do empreendimento que resultam os fluxos de produção. Por todo esse esforço é que é atribuída ao quinto fator de produção, a capacidade empresarial.
O Conceito de Empreendedor : Uma Resenha da Literatura
O termo empreendedor é de origem francesa, entrepreuner. Abrangia as funções do inventor, mas não as de provedor de capital. Somente com o surgimento do capitalismo liberal é que se estabelece uma distinção clara entre aqueles que executam funções técnicas e aqueles que se ocupavam de funções empresariais.
Foi Richard Cantillon que empregou pela primeira vez o conceito e forma especifica, atribuindo-lhe um conteúdo econômico preciso. Trata-se de uma atividade ousada e fundamentada no interesse próprio, mas de importantes conseqüências sociais.
Outros autores franceses da época, como Quesnay, Turgot e o abade Baudeau também descreveram essa peça do mercado fazendo avaliações sobre a natureza e seus atributos.
No inicio do séc. XIX, Jean Baptiste Say deu um passo à frente, ao dividir o processo em três estágios:
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- Pesquisa
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- Inovação
- Produção
No final do séc. XIX historiadores e sociólogos alemães com Schmoller, Sombart e Weber destacaram que o espírito empresarial é que dava animo a toda economia através de inovação criativa. E Weber foi além evidenciou o empreendedor como um agente que se desviava dos padrões normais e se destacava nas criações de novos métodos de produção.
No início do séc. XX, novas contribuições teóricas ajudaram a definir melhores os papeis do empreendedor . Os papéis centrais dos empreendedores passaram então a fazer-se em três bases:
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- Inovação
Assunção de riscos
Permanente exposição desequilibrando, rompendo paradigmas estabelecidos.
Transparece nitidamente nessa resenha que a caracterização desse fator é condicionado por concepções ideológicas, porém, das concepções envolvidas nenhuma economia pode prescindir da capacidade empresarial como fator de produção.
As motivações do Estado, de grupos empresariais e do empreendedor não são iguais. Mas sejam quais for os propósitos ou resultados, a capacidade empresarial,estará presente quando se mobilizam fatores de produção.
O fator mobilizador é a capacidade empresarial.Os agentes dotados de capacidade empresarial reúnem contingentes economicamente mobilizáveis. As principais:
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- Ter visão estratégica, orientada para o futuro, capaz de antever novas realidades e seus desdobramentos.
Ter baixa aversão aos riscos inerentes ao ambiente de negócios.
Ter espírito inovador, quebrando paradigmas, abrindo às ilimitáveis necessidades humanas.
Ter sensibilidade para farejar oportunidades de investimento ou de reunir e processar informações que os levam a descobri-las.
Ter energia suficiente para implantar projetos de empreendimento, animando tantos investidores quantos sejam necessários para sua execução.
Ter acesso aos outros quatro fatores de produção, bem como capacidade para combiná-los e motivá-los, levando adiante os projetos implantados.
Ter a capacidade de organizar o empreendimento, adquirindo ou contratando os fatores necessários, transferindo subseqüentemente a gestores competentes a coordenação permanente das operações.
Hailtones destaca a capacidade empresarial como o “mais importante dos fatores de produção”. A empresariedade seria, assim, a energia mobilizadora da economia. Em contrapartida, nações dotadas de energia empreendedora mobilizam as potencialidades existentes, desenvolvem esforços de complementação de suas eficiências naturais e emergem em pouco tempo como potencias competitivas.
Em economias de desenvolvimento tardio, apesar das oportunidades de investimento existentes, a falta de espírito empresarial é uma das oportunidades barreiras para a promoção do crescimento. As atitudes que conduzem a empresariedade ocorrem e sistemas avançados; são mais escassas em sistemas tardios.
Fatores culturais adversos, associados á baixa mobilidade social, podem dificultar a emergência e o desenvolvimento do espírito empreendedor. Contrariamente, quando se criam motivações sociais suficientemente fortes para impulsionar agentes dotados de capacidade empreendedora, remove-se uma das barreiras institucionais a ocorrência e a atuação desse fator. A ambição que move empreendedores justifica-se socialmente à medida que contribui para gerar empregos e dotar economia de uma das precondições relevantes para o bem-estar social – a expansão da produção.