Cárie Dentária
A Cárie Dentária é um processo destrutivo dos tecidos duros dos dentes, caracterizado pela desagregação da estrutura mineralizada e pela transformação do tecido dentário em substância mole.
O nervo do dente é atingido e descoberto pelo processo da cárie só numa segunda fase, provocando então dores de dentes fortes; no primeiro estádio estas não aparecem, ou são leves, limitando-se quase sempre a uma acentuada sensibilidade térmica ou mecânica.
É por isso que é bom não esperar pela dor para tratar do dente, uma vez que então se torna necessário extrair o nervo, o que enfraquece a estrutura dentária.
O tratamento do dente cariado consiste na extirpação de toda a zona amolecida atingida pelo processo degenerativo, mas não é suficiente. Deve-se também extirpar a parte do dente (como os sulcos da superfície de mastigação dos molares e pré-molares) que a experiência mostrou estar sujeita a cáries.
Quando a um dente atingido pela cárie não se faz a extirpação de toda a área susceptível além da já cariada, é frequente, a curto prazo, o aparecimento de recaídas.
Com a finalidade de prevenir a cárie, é necessário, antes de mais, intervir na vida intra-uterina, não deixando que faltem à mãe as condições de higiene e os suplementos medicamentosos, especialmente as vitaminas, indispensáveis a uma boa calcificação dos dentes no nascituro.
No recém-nascido, deve intervir-se até aos 2-3 anos, pois nessa idade a calcificação dos dentes, mesmo a dos definitivos, já terminou. Os maxilares da criança nesta idade têm inclusos todos os dentes que mais tarde nascerão e a calcificação dos dentes, mesmo a dos definitivos, é já completa.
Outra medida profilática é a da limitação máxima do uso de alimentos com açúcar, especialmente nas crianças, mas também nos adultos. É preciso dar às crianças alimentos duros, que asseguram uma auto-limpeza dentária melhor e exercitam o órgão dentário para a sua função.
As fases da Cárie
A cárie possui várias fases, com diferentes características e estágios de comprometimento do dente:
1) Inicialmente, os ácidos provocam perda de mineral no esmalte dentário, gerando manchas brancas: o aspecto fica esbranquiçado, rugoso e opaco. A prevenção consiste em aplicação de flúor; caso contrário, pode causar a destruição do dente. Quando os ácidos atacam o mineral do dente, é necessário fazer obturação.
2) Início das cavidades: Também podem ocorrer diferentes tipos de lesões, tanto em superfícies lisas livres, a parte visível dos dentes da frente por exemplo, como nos sulcos e fissuras dos dentes, que são de difícil higiene. Há lesões também entre os dentes, no local onde se passa o fio dental, área de difícil visualização e limpeza.
3) Cavidade no esmalte (primeira “barreira” rompida): Pode ocorrer cárie no esmalte do dente, que é constituído de cristais mineiras e é bastante duro.
4) Cavidade na dentina (segunda “barreira” rompida): Quando já houve perda do esmalte, ocorre a cárie de dentina, uma superfície com alta concentração de minerais.
5) Últimas barreiras (estágio avançado): Em estágios avançados, a cárie atinge o cemento e a raiz dos dentes, área de difícil acesso e com rápida progressão da doença.
6) Comprometimento do suporte do dente (osso alveolar e ligamento periodontal): A última fase é o amolecimento e a perda do dente.