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segunda-feira, dezembro 23, 2024

CATARATAS

Afecção ocular que compromete gravemente a função visual, sobretudo nos idosos, caracterizada pela opacificação do cristalino devida a um processo degenerativo do tecido que o compõe.

As cataratas podem ser congénitas ou adquiridas. Esta classificação, além de considerar o momento do aparecimento da doença (neonatal, a primeira, em diferentes idades, a segunda) é também justificada por algumas diferenças clínicas.

Na verdade, a catarata congénita é, na maioria dos casos, estacionária e parcial, enquanto a adquirida é geralmente progressiva e total (ou quase). Um outro grupo de opacidades do cristalino é constituído pelas cataratas complicadas, na qual a opacidade se associa a afecções actuais ou anteriores de partes do globo ocular (cataratas por uveíte e por descolamento da retina). Existem ainda as cataratas relacionadas com doenças gerais: são os casos das cataratas diabéticas, por exemplo.

As opacidades do cristalino como consequência de traumatismos contundentes ou perfurantes formam o grupo das cataratas traumáticas, às quais se pode juntar as de origem física (calor, raios x) e química (galactose, naftaleno, etc…).

Finalmente, uma entidade clínica particular é a catarata secundária, consecutiva a resíduos capsulolenticulares mais ou menos abundantes, sequela da operação de extracção de catarata ou de uma catarata traumática que não foi totalmente extirpada.

Na maior parte dos casos, as cataratas são adquiridas e aparecem na idade adulta ou senil, manifestando-se sob duas formas fundamentais: a catarata lenticular estacionária e a catarata progressiva.

A primeira ocorre em idade variável, não tem tendência evolutiva e não ocasiona uma redução apreciável da acuidade visual, já que a opacidade é parcial: entre as diversas variedades clínicas estão a cerúlea ou punctata e a catarata coronária de Vogt, que aparece normalmente na puberdade.

As cataratas progressivas manifestam-se mais frequentemente por volta dos 50 anos. A opacificação apresenta tendência para se estender a todo o cristalino, começando nos estados corticais (catarata cortical) ou no núcleo lenticular (catarata nuclear) ou, ainda, simultâneamente em ambos (catarata corticonuclear).

À medida que o progresso progride, a opacificação aprofunda-se e estende-se a câmara anterior. Tem tendência a reduzir-se devido à absorção hídrica do cristalino (fase entumecente). Todavia, com a progressão da opacificação, as fibras lenticulares perdem água e, portanto, o edema regride. Assim, passamos da fase entumecente à fase de catarata madura, que se caracteriza pela opacificação completa dos estratos corticais até aos mais superficiais, subcapsulares.

O tempo necessário para que uma catarata se torne madura varia: em geral é de 2-3 anos. Existem, porém, excepções, como são os casos das cataratas diabéticas, que pode chegar à maturação em poucos meses.

Se não se intervém cirurgicamente na fase de maturação, segue-se a fase da hipermaturidade, na qual o processo de degenerescência das fibras lenticulares progrediu acentuadamente, complicando-se com degenerescência e proliferação do epitélio capsular.

O tratamento da catarata adquirida é essencialmente feito por cirurgia.

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