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terça-feira, novembro 19, 2024

CISTO EM PREGA VOCAL

Autor: Luana

Resumo

Cisto em prega vocal é o tema revisado neste estudo, a fim de melhorar o entendimento desta patologia, visto que, existem diversas nomenclaturas para se referir à mesma patologia que é tida como uma lesão benigna e que produz alteração no mecanismo da fonação, resultando em disfonia e fadiga vocal. É através de exames clínicos e estudos histopatológicos que os diversos autores apoiam-se para determinar as diversas nomenclaturas.

A maior incidência desta patologia dá-se no sexo feminino, na idade entre 20 e 50 anos, geralmente, localizando-se no terço médio ou médio anterior da prega vocal, e encontrando-se na camada superficial da lâmina própria.

O tratamento na maioria dos casos é o cirúrgico, acompanhado de terapia vocal e o resultado anatômico é, em geral, satisfatório. Já em relação à voz, esta quase sempre volta à padrões normais.

A fala é um pré-requisito fundamental para o desenvolvimento intelectual e a integração social do homem, e para sua produção, o meio utilizado é a voz. Esta apresenta uma característica individual, sendo uma das extensões mais fortes de nossa personalidade.

Ela nos oferece dados sobre a idade, sexo do indivíduo, além de refletir o estado emocional de cada pessoa, como também, dados relacionados à maturação biológica e aspecto social.

A voz é utilizada pelo ser humano logo ao nascer, como via de comunicação para expressar dor, prazer, desprazer e fome.

Quando falamos sobre voz ou patologia que possa estar interferindo sobre esta, é impossível iniciar algum trabalho sem mesmo se referir, sucintamente, onde e como a voz é produzida.

Cisto em prega vocal é uma patologia benigna que produz uma alteração funcional da voz, caracterizada por disfonia e fadiga vocal. Normalmente, a maior incidência dá-se no sexo feminino na idade entre 20 e 50 anos. Basicamente, são duas as hipóteses para a etiologia do cisto: adquirido ou de mal formação congênita, consideradas por especialistas como Bouchayer e col.-1985. Dentre outras patologias existentes em relação à voz, esta se diferencia pelo fato de necessitar de um minucioso e atencioso procedimento de diagnóstico clínico, evitando dentro do possível, alguma confusão com outra patologia.

Para o diagnóstico, os especialistas utilizam , laringoscopia indireta com magnificação, estroboscopia e levantamento do histórico. Cada um oferece indícios e dados para levar a uma conclusão diagnóstica. Mesmo com todo esse aparato, podem persistir dúvidas que só serão solucionadas no momento do exame histopatológico. Pode-se ainda acrescentar que para a realização da laringoscopia e da estroboscopia, o profissional deverá estar devidamente preparado, pois um olhar menos atento e pouco treinado poderá deixar- se enganar principalmente porque em geral esta patologia costuma apresentar uma reação contra lateral na corda vocal oposta não acometida, simulando nódulos.
As diversas nomenclaturas encontradas para se referir a estes cistos, foram determinadas através de suas formas, tamanhos, aspectos e achados histopatológicos. pode-se constatar que existem basicamente três principais tipos de cistos a serem considerados: cisto epidermóide, cisto de retenção e pseudocisto, que foram colocados pelos diversos autores.

Sendo assim, cisto epidermóide, cisto intracordal verdadeiro epidermóide, cisto tipo epidérmico e cisto fechado foram os diferentes nomes encontrados para se referir ao cisto que se apresenta envolto por um epitélio estratificado de multicamadas, de diversas espessuras alargando-se centripetamente, como cristais de colesterol acumulados e queratina este apoia-se na membrana basilar, podendo apresentar uma forma arredondada ou achatada. Este cisto pode ser encontrado na camada superficial da lâmina própria, também, chamada de espaço de Reinke, sendo o único encontrado próximo ao ligamento vocal. Sua localização na prega vocal dá-se no terço médio, e em geral é unilateral. Existem duas hipóteses a serem consideradas para a origem deste cisto: adquirida ou mal formação congênita, sendo esta última a mais fortemente considerada pelos autores. Sua incidência é predominante no sexo feminino, na idade entre 20 a 40 anos.

Quando foi revisado, o cisto acima descrito, alguns autores relataram ter encontrado cistos que desenvolvem uma abertura externa, em geral, logo acima da borda livre da corda afetada, permitindo que o conteúdo esvazie-se espontaneamente, denominando-os como sendo os cistos abertos. Acrescentam ainda que estes cistos apresentam um impacto de disfonia menos acentuado, devido ao fato destes apresentarem margem livre para poder vibrar. Já o cisto epidermóide, que se encontra no espaço de Reinke, aumenta a massa e consequentemente atinge de maneira mais efetiva a voz.

Ainda durante os estudos realizados sobre a cisto epidermóide, pode-se constatar que estão associados a sulcos e pontes mucosas. O sulco poderia ser um estágio de desenvolvimento do cisto epidermóide, e estes se formam na parte mais interna do sulco.

Cisto de retenção mucosa, cisto de retenção, cisto do tipo anexial e cisto intraepitelial foram os nomes dados ao cisto considerado submucoso, glandular, contento material mucoso, causado pela obstrução do ducto excretor, no qual a secreção é retida dentro da glândula afetada. Este tipo de cisto encontra-se na camada superficial da lâmina própria, e à medida que cresce, aumenta a distância entre a cobertura e a lâmina própria, mas não se estende para as demais camadas. É maior que os cisto epidermóide, entretanto, apresentando um impacto vocal menos severo que este, devido ao fato de ser constituído de um fluido. Localiza-se no terço médio com anterior da prega vocal e a incidência também é predominantemente feminina, na idade entre 25 e 54 anos.

Pseudocisto e cisto de inclusão mucosa falsa são as nomenclaturas utilizadas para se referir ao cisto que apresenta um mecanismo de formação diferente dos cistos acima citados. Este tipo de formação não foi bem esclarecida, porém foi dito que o pseudocisto forma uma cavidade de líquido que sai de dentro dos vasos. Sua parede é completamente fina e translúcida contendo líquido viscoso. Este cisto pode assemelhar-se a um cisto de retenção, por localização, e costuma ser unilateral apresentando aspecto translúcido e forma variável, e encontrando-se na submucosa. O pseudocisto, por seu conteúdo, altera de forma menos significante o padrão vibratório, ocasionando uma disfonia menos acentuada com relação ao cisto de retenção mucosa, sendo muitas vezes quase imperceptível auditivelmente.
Através da análise perceptual, em geral, constata-se que os pacientes portadores de cistos apresentam disfonia caracterizada por rouquidão, associada à fadiga vocal, “loudness” rebaixado, “pitch” grave e diplofonia.

O tratamento é cirúrgico associado à fonoterapia na maioria dos casos, resultando um bom prognóstico para os pacientes, que na maior parte obtiveram padrão vocal normal ou quase perto do normal. Pode-se ainda levantar uma hipótese que quando os autores referem-se ao padrão vocal quase normal, eles possam estar se referindo ao cistos epidermóides, pois sabe-se que são os únicos mais próximos ao ligamento vocal e que quanto mais a lesão se estende na estrutura de camada, mais o cirurgião pode interferir em tecidos cicatriciais e consequentemente pode interferir na qualidade vocal.

Com relação à terapia, que inicialmente motivou os estudos sobre cisto, pouco se encontrou efetivamente para atuação terápica, a não ser uma colocação feita por Pontes e col.-1994, na qual os objetivos da terapia são: diminuir as compensações negativas, cuidando em especial a hipercinesia muscular, melhorar a resistência vocal, cuidar das lesões secundárias e preparar o paciente para a realização cirúrgica. Mesmo sendo citada nos trabalhos, a atuação da terapia vocal juntamente com tratamento cirúrgico pouco foi destacada e, algumas vezes, pouco valorizada. Isto pode ser percebido no trabalho de Steffen-1995, foi colocado que apenas 60% dos casos foram acompanhados por terapia vocal, levando-se a pensar que ainda não existe a conscientização do seu benefício.

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