A ação de uma estrategista política e fascinante mulher mescla-se a um mundo antigo em transição. Naquele tempo (final do século I a.c) a vida no mediterrâneo era um dualismo político e econômico: guerra e comercio. O sonho de dominar o mundo antigo através da união da coroa egípcia com a romana torna-se a meta de Cleópatra VII (69-30 aC), filha de Ptolomeu XII.
Se nome quer dizer “gloria para a descendência”. Ela ascendeu ao trono egípcio aos dezoito anos. Cleópatra vai a Julio César embrulhada num tapete para impressioná-lo, o que não tardou a acontecer, pois teve o filho Cesarion ou Cesarino (pequeno César). O suicídio da rainha ainda é visto com ressalvas quanto ao uso de serpentes para sua execução.
Plutarco registrou os relacionamento de Cleópatra com César e Antonio de modo a inspirar Shakespeare em suas peças. Estava ela cheia de adjetivos como: mulher fatal, sedutora, encantadora, enigmática, habilidosa, sutil, ágil, impetuosa e maliciosa, alem de outros.
Ela era mestra na arte da conquista. Segundo historiadores Cleópatra era versada em oito ou nove línguas, dominava ainda o latim, o aramaico, o hebraico, o fenício e até o idioma egípcio que acabou identificando-o com o povo. Fazia cálculos de taxas de juros, conhecia sobre astronomia e de geometria, era atriz nata.
Cleópatra guardava dentro de si o sonho de dominar o mundo antigo unificando a coroa egípcia com a romana, mesmo com o incêndio da biblioteca de Alexandria pelos romanos. Cleópatra conquista Julio César e tem dele um filho chamado Cesarion, futuro Ptolomeu.
Historiadores discordam em suas opiniões quanto ao reconhecimento público da paternidade por parte de Júlio César, relegando-o a um ato particular, mas são unânimes em perceber o empenho em transformar Cesarion seu sucessor em Roma, o que desagradava grande parte da elite local que achava que Julio César havia se tornado arrogante sob influencia de Cleópatra.
No ano 44 a.c, com cinqüenta e seis anos de idade, Julio César foi assassinado com vinte e três punhaladas, por uma coligação do senado da qual faziam parte cinqüenta senadores, Cássio, e seu filho de criação, Julio Brutus, ao adentrar no recinto do Senado.
Antonio que era soldado audaz toma o papel de vingador de César, Cleópatra volta com sua corte para Alexandria. Nesse momento Cleópatra cria uma nova estratégia: envolver Marco Antonio e incitá-lo a tornar-.se o único chefe do mundo Romano, fazendo Alexandria sua capital e depois efetivar uma aliança política com o Egito, sendo ela sua rainha. No inicio amor calculado após o amor verdadeiro é o que diz muitos estudiosos sobre o assunto.
Em 40 ac deu a luz um casal de gêmeos, filhos de Antonio, que receberam o nome de Cleópatra Selene (lua) e Alexandre Hélio (sol): Cleópatra cada vez mais apaixonada por Antonio queria vê-lo mas este se mantinha com Otavia, irmão de Otávio, uma mulher dedicada.
Antonia se irrita com o jeito de Otavia e vai para Antioquia e pede que Cleópatra o acompanhe. Otávio, em Roma, tenta livrar-se de Antonio e denuncia ao Senado Romano e ao povo o testamento de Marco Antonio; esse órgão despoja-o do poder triunfal e dá a Otávio o titulo de imperador, declarando guerra à rainha egípcia.
Em 31 ac inicia-se a batalha naval travada perto de Accio, no extremo sul das costas do Egito. Essa batalha significou a maior submissão de marco Antonio à vontade da rainha egípcia.
Otávio possuía mais rápidas naus no manejo e sabia furar os bloqueios e armar outros. Após um bom tempo de combate, naufragaram duzentas e setenta naus de Cleópatra que estavam encurraladas. Era o auge da batalha. Marco Antonio se suicida pensando que Cleópatra estava morta. O difícil, para Cleópatra, era aceitar a derrota para Otavio. Foi então que soube das intenções de Otávio, que a queria viva. Compreendeu que era melhor morrer que ser exposta como troféu.
Relatos históricos registram que em seguida, Cleópatra pegou uma cesta de figos onde havia serpentes escondidas, deixando se envenenar, fato este repetido também por suas fiéis escravas e que continua um mistério para historiadores. Alguns chegam a mencionar que Cleópatra previa o que iria acontecer, mostrando que havia experimentado diversos tóxicos em pessoas que estavam condenadas à morte, observando seus resultados e quais eram mais rápidos e menos dolorosos. Para outros, ela descobre a eficácia do veneno da áspide, que provocava o entorpecimento, o sono, ligeira transpiração da face e por fim a síncope.
O corpo mumificado de Cleópatra nunca foi encontrado. Em meio a tais descobertas permanece a duvida sobre a fisionomia de Cleópatra, que teria sido enterrada vestida de Isis ao lado de seu amado Antonio. Após a morte de Cleópatra, os poetas romanos para caírem nas graças do vendedor, começaram a espalhar o mito de uma perversa e libertina rainha do Egito.
Seja como for, essa musa continuara incentivando novas representações e busca de entendimento sobre os mistérios, belezas e significados que circundam sua existência e historia que é unânime em entender que o governo de Cleópatra VII representou a tentativa de sobrevivência de um império egípcio em crise diante da nova potencia do mediterrâneo: Roma.