Universidade de Brasília
2011
A palavra estratégia deriva do grego “strátegos”, que significa general, sendo assim estratégia significa literalmente “a arte do general”. Porém, após a era de Napoleão o conceito de estratégia estendeu-se e passou a abranger movimentos políticos e econômicos visando melhores mudanças para a vitória militar. E é dessa forma que a estratégia é utilizada pelas organizações. Esse paralelo entre guerra e mercado competitivo é uma boa forma de se entender a necessidade de uma política estratégica, de forma que há sempre que se preocupar com o inimigo/concorrente, respeitando a inteligência e capacidade de provocar mudanças no cenário assim.
Ansoff (1997), citado por Oliveira (2007), define bem estratégia: “É quando a munição acaba, mas continua-se atirando, para que o inimigo não descubra que a munição acabou”. Fazendo um paralelo entre a guerra e o mercado competitivo ao qual está inserido a empresa essa definição leva a crer que a estratégia é um movimento inteligente, sagaz. O momento de agir é tão importante, ou mais, do que o movimento em si.
Entra-se dessa forma em outro conceito: a tática. Essa é habitualmente confundida com estratégia. Estratégia são movimentos fora do “campo de batalha”, definição do que fazer e quando fizer. Tática são os movimentos no “campo de batalha”, executando os princípios estabelecidos pela estratégia.
Estabelecer o destino da empresa é o que o administrador deve ter em mente para estabelecer suas estratégias. Para isso consideram-se o passado, tortuoso ou não, o ambiente ao qual está inserida a empresa, seus pontos fortes, neutros e fracos. Será dessa forma que o futuro será projetado. Manipulam-se informações, por isso estratégicas, para imaginar possíveis passos e quais reações derivariam dessa ação. Dois dispositivos são utilizados para tanto:
•Dispositivos políticos – externos à empresa, referentes ao ambiente;
•Dispositivos técnico-econômicos – transações dos insumos em produtos e serviços, por isso internas à empresa.
Esses dispositivos estão estritamente ligados à eficácia e a eficiência, respectivamente.
Definições de estratégia
As definições são das mais variadas, porém todas deixam claro que objetivo é o sucesso da organização e a manutenção do sucesso, portanto projetos para o futuro. Abaixo algumas definições encontradas na literatura:
1. Regras e diretrizes para decisão que orientem o processo de desenvolvimento de uma empresa (Ansoff, 1990);
2. Modo pelo qual a empresa procura distinguir-se de maneira positiva da concorrência, usando seus pontos fortes para atender melhor às necessidades dos clientes (Ohmae, 1985);
3. Plano ou curso de ação vital, intensa e continuada importância para a empresa em sua totalidade (Sharplin, 1985);
4. Busca de uma posição competitiva favorável em uma indústria, a arena fundamental onde ocorre a concorrência; e a escolha desta estratégia competitiva está baseada no nível de atratividade da indústria e nos determinantes da posição competitiva relativa dentro desta indústria (Porter, 1985);
5. Futuridade das decisões correntes (Steiner, 1979);
6. Determinação de normas básicas em longo prazo e dos objetivos de uma empresa, e a adoção das linhas de ação e aplicação dos recursos necessários para alcançar essas metas (Chandler Jr., 1962);
Define-se então, para fins de compreensão, estratégia como sendo conjunto de princípios, subsidiados por informações do passado e do presente, para alcançar no futuro a melhor posição no mercado competitivo. Deixando a cargo do nível tático detalhes de ação.
Classificação das estratégias
As estratégias podem ser classificadas das mais diferentes formas:
• Quanto à amplitude
o Macroestratégias – correspondem à ação perante o ambiente, de acordo com a missão, os propósitos da empresa e o diagnóstico estratégico;
o Estratégia funcional – corresponde à forma de atuação e uma área funcional da empresa, relacionada ao nível tático;
o Microestratégia – corresponde à forma de atuação operacional.
• Quanto à concentração
o Estratégia pura – desenvolvimento específico de uma ação numa área de atividade;
o Estratégica conjunta – conjunto de estratégias.
• Quanto à fronteira
o Estratégias internas à empresa;
o Estratégias externas à empresa;
o Estratégias internas e externas – preferidas pelo fato de uma ação quase sempre necessitar de ações interna e externas à empresa.
• Quanto à qualidade dos resultados
o Estratégias fortes – provocam grandes mudanças;
o Estratégias fracas – provocam resultados mais amenos.
• Quanto ao enfoque
o Estratégias pessoais – valores, motivações, proteções contra o ambiente hostil, métodos de mudar o ambiente, técnicas para lidar com o pessoal e execução de tarefas pelo executivo.
o Estratégias empresariais – ação da empresa perante o ambiente. Confunde-se com macroestratégia.
Importância da estratégia
“A empresa é como a guerra, em certos aspectos, pois, se a estratégia adotada for correta, muitos erros táticos podem ser cometidos e a empresa ainda sairá vitoriosa” (Chandler Jr., 1962), citado por Oliveira (2007).
Estratégia é o que a empresa tenta ser, dessa forma, se ela não tenta ser algo ou obter algo, ela provavelmente não vai conseguir. Contudo, algumas estratégias são implícitas, as empresas nem sempre sabem que as empregam. Até certo ponto é bom, porém se empresa expande e diversifica sua atuação no mercado a antiga estratégia não será mais suficiente e uma nova deverá ser formulada, mas se a empresa que antes era bem sucedida sem saber o motivo, como saber que dera estabelecer novas regras de atuação.
É necessário saber o ambiente de inserção da organização, clientes os quais deseja atender e a forma que quer atuar nessas áreas. É preciso tentar ser, para então no futuro, sê-lo. Em um sistema de informação isto se aplica na delimitação do perfil dos usuários que devem ser atendidos, suas necessidades informacionais e a forma como estas informações devem ser disponibilizadas. Para atender seus usuários com eficiência, eficácia e sucesso.
Referências bibliográficas
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia, práticas. 23. ed. atual. e amp. São Paulo: Atlas, 2007. 331 p.
ANSOFF, H. Igor; McDonnell, Edward J. Implantando a administração estratégica. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 1993. 587 p.