O termo corporativismo tem diferentes significados, dependendo do período histórico estudado. Se considerarmos a Idade Média, o corporativismo descrevia a forma como a sociedade daquele período passou a se organizar social e economicamente, a partir do século 12.
As chamadas “corporações de ofício” eram associações tipicamente urbanas, integradas por grupos de artesãos que se dedicavam a um mesmo tipo de atividade produtiva. Por meio das corporações de ofício os preços, a qualidade, a quantidade de mercadorias produzidas e até a margem de lucro obtido com as vendas eram determinados no âmbito dessas entidades.
O trabalho artesanal assim regulamentado eliminava quase que por completo a concorrência e a competição econômica entre aqueles que desempenhavam uma mesma atividade produtiva (ofício), devido ao controle sobre tudo o que era produzido e vendido em determinada região.
Corporações de ofício e coesão social
Outra importante característica das corporações de ofício era a forma como eram estabelecidas as relações de trabalho. Rígidos códigos disciplinares permeavam as relações entre mestres, jornaleiros e aprendizes.
Os mestres eram donos da oficina, ou seja, eram proprietários dos meios de produção (ferramentas e matérias-primas). Os aprendizes se subordinavam aos mestres, que lhes forneciam os meios materiais e o conhecimento necessário para uma boa formação profissional (as vocações). Na fase avançada do aprendizado, os jovens aprendizes se transformavam em jornaleiros, para depois alcançarem o status de mestres.
De modo geral, as corporações de ofício da Idade Média expressavam a sociabilidade e a coesão social características dos costumes e da tradição medieval. O advento do modo de produção capitalista ocasionou a completa destruição das corporações de ofício.
Fonte: Uol
Autor: Renato Cancian