Autoria: Renan Roberto Bardine
A destruição de florestas em grande escala já atinge 46% das matas originais do planeta. Do total de 62.200.000 km² de mata nativa, apenas 33.400.000 km² ainda cobrem a superfície terrestre.
Cerca de 170.000 km² de floresta desaparecem anualmente. Entre as principais formas de desmatamento estão as queimadas de extensas áreas para a prática de agricultura e pecuária. A expansão dos centros urbanos, a construção de estradas e a implantação de grandes projetos minerais e hidrelétricos também motivam as devastações. Outras causas importantes são a comercialização de madeira e o extrativismo de inúmeras espécies de interesse econômico.
Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), 1997 foi um dos anos em que mais se queimaram florestas no mundo. Calcula-se que essa forma de devastação tenha atingido uma área de 50.000 km² em todo o planeta. Um dos maiores incêndios começou em agosto: madeireiras da Indonésia deram início a queimadas nas florestas, que, em conseqüência da longa estiagem que atinge o país, se alastram por 6.000 km² e duram mais de dois meses. A gigantesca nuvem de fumaça gerada pelo incêndio encobriu os céus da Indonésia e se espalhou por Malásia, Filipinas, Cingapura e Brunei. Em setembro, 32 mil pessoas apresentaram graves problemas respiratórios na região.
O Brasil é o recordista em desmatamento no mundo, de acordo com o WWF. Cerca de 15.000 km² de floresta são derrubados anualmente na Amazônia. Nessa região, as queimadas em 1997 foram 50% mais extensas que as do ano anterior.
Impactos ambientais-Os desmatamentos provocam sério impacto no meio ambiente. Sendo as florestas o ecossistema mais rico em espécies animais e vegetais, sua destruição constitui grave risco à biodiversidade. A perda da cobertura vegetal causa a degradação do solo e, em decorrência, a desertificação. O extermínio das florestas também afeta o clima, pois elas regulam a temperatura, o regime de vento e de chuva. A redução da camada vegetal e a conseqüente diminuição da chuva levam ainda ao aquecimento da Terra.O desmatamento e a erosão do solo nas nascentes e nas margens dos cursos de água comprometem a rede hidrográfica, à medida que grande quantidade de terra e areia se deposita no fundo de rios e lagos, diminuindo sua profundidade. Esse fenômeno, conhecido como assoreamento, aliado à escassez de vegetação nativa, que antes absorvia a água, intensifica a incidência de enchentes