O estrabismo é um defeito de visão que consiste numa alteração de paralelismo entre os dois eixos oculares. Manifesta-se com o desvio de um dos globos oculares para dentro, ou seja, para a base do nariz (estrabismo convergente) ou para fora (estrabismo divergente). Distinguem-se duas formas principais: paralítica e funcional.
A forma paralítica é causada pela paralisia de um ou mais músculos oculares, e manifesta-se com a impossibilidade de mover o olho para o lado do músculo paralisado e com diplopia (visão dupla). O olho estrábico fica desviado para o lado oposto àquele em que se encontra o músculo ocular paralisado, devido à força de tracção que o músculo antagonista do paralisado exerce. Assim, a paralisia do músculo recto interno provoca um estrabismo divergente, enquanto a paralisia do recto externo provoca um estrabismo convergente.
A causa mais frequente da paralisia adquirida dos músculos oculares são as perturbações vasculares (em indivíduos com doenças cardiovasculares ou diabetes), mas pode também ser originada por traumatismos, hemorragias cerebrais, doenças infecciosas locais agudas ou crónicas, esclerose com placas, sífilis, etc…
A forma funcional não está ligada a lesões paralíticas, mas sim à falta de coordenação do movimentos dos dois globos oculares. Esta forma não provoca diplopia e pode ser congénita ou adquirida, contínua ou intermitente.
Além das formas precedentes, existem outros tipos de estrabismo, em que o olho está desviado em sentido vertical. São os estrabismos ascendentes e os estrabismos descendentes.
A terapêutica dos estrabismos, conforme a gravidade dos casos, pode ser cirúrgica ou médica, com a aplicação de lentes apropriadas que corrijam os defeitos de refracção e exercícios ortópticos.