A origem do idioma espanhol é o latim popular (falado pela população), difundido na Espanha a partir do final do século III a.C. Entre os séculos III e VI, a língua espanhola incorporou germanismos através do latim falado pelos povos bárbaros que haviam invadido a Península Ibérica. A influência do árabe foi decisiva na formação das línguas ibéricas (os árabes permaneceram por quase oito séculos na Península Ibérica) entre as quais estão incluídas o espanhol e o português.
O primeiro passo para converter o castelhano em língua oficial do reino de Castela e León foi dado por Afonso X. Foi ele quem mandou compor em romance, e não em latim, as grandes obras históricas, astronômicas e legais. O espanhol era a língua dos documentos notários e da Bíblia traduzida sob as ordens de Afonso X. Graças ao Caminho de Santiago, entraram na língua escassos galicismos que foram propagados pela ação dos trovadores da poesia cortesã e provençal.
ÁRABE
A influência do árabe no espanhol foi decisiva. Os muçulmanos estiveram mais de sete séculos em terras hispânicas. O vocabulário espanhol contém umas quatro mil palavras de origem árabe. Algumas delas: adalid (caudilho militar na idade média), atalaya (atalia, sentinela, torre de vigia), zaga (retaguarda), tambor (tambor de revolver ou de freio; cilindro), alférez (alferes), acicate (incentivo, estímulo, impulso), alazán (alazão), acémila (mula ou macho de carga), acequia (valeta ou canal pequeno por onde vai a água, geralmente para a rega de plantaçã0, aljibe (depósito, geralmente subterrâneo, que recolhe a água da chuva ou de algum rio), alberca (depósito artificial de água, geralmente para o rio), noria (atração de férias formada por uma roda que gira verticalmente com cabinas onde sobem as pessoas), alcachofra (alcachofra; panela de chuveiro ou ducha), zahahoria (cenoura)… e expressões como: ojalá (Oxalá). Cabe assegurar que ingressou na gramática castelhana a preposição árabe hatta, que se transformou na preposição espanhola hasta (até, memso).
No sul, sob domínio árabe, as comunidades hispânicas que conviviam com as comunidades judaica e árabe falavam moçárabe (Grupo de dialetos românicos falados pelos moçárabes que ocuparam a região meridional da Península Ibérica). Em quase oito séculos de interação (711-1492), os povos falantes de Árabe deixaram no castelhano um rico vocabulário.
PRIMEIRA GRAMÁTICA MODERNA EUROPÉIA
A publicação da primeira gramática espanhola foi em 1492, ano do descobrimento da América, escrita por Elio Antonio de Nebrija. O castelhano adquire grande quantidade de neologismos, pois, o momento coincidiu com o crescimento de Castela que, pela força política, conseguiu fortalecer seu dialeto como língua dominante.
O léxico incluiu palavras originárias de tantas línguas quantos contatos políticos possuía o Império: italianismos, galicismos e americanismos.
Foi fundada em 1713 a Real Academia Espanhola. Como primeiro trabalho, a Academia fixou as mudanças feitas pelos falantes do idioma, o que permitiu grande variedade de estilos literários: da liberdade das alterações sintáticas do barroco, no século XVII, às contribuições dos poetas da geração de 1927. No primeiro terço do século XX, apareceram novas modificações gramaticais que, ainda hoje, estão em processo de ajustamento. Igualmente, é contínua a criação de neologismos provenientes das novidades tecnológicas e dos avanços científicos.
No século XIX, os Estados Unidos da América compram a Louisiana da França e a Flórida da Espanha, e conquistam do México os territórios que atualmente formam o Arizona, a Califórnia, o Colorado, Nevada, Novo México, Texas e Utah. Desta forma, o espanhol passou a ser uma das línguas dos Estados Unidos em uma faixa que se estende do norte do Novo México ao sul de Colorado.
Depois da guerra hispano-americana de 1898, os Estados Unidos se apoderaram também de Cuba, Porto Rico e Filipinas. No arquipélago asiático, impuseram um sistema de ensino para substituir o espanhol pelo inglês como veículo de comunicação dos filipinos.
No século XX, milhões de mexicanos, cubanos e porto-riquenhos emigraram aos Estados Unidos, convertendo-se na minoria mais numerosa do país: 34.207.000 pessoas, em novembro de 2001.
ESPANHOL OU CASTELHANO?
A Real Academia Espanhola aceita os dois termos. Porém, considera mais recomendável o termo espanhol por carecer de ambigüidade, já que se refere de modo uníssono à língua falada por cerca de quatrocentos milhões de falantes. Do mesmo modo, é a denominação utilizada internacionalmente (spanish), dificilmente será encontrado “castilian”.
Já o vocábulo castelhano seria utilizado para referir-se ao dialeto romântico nascido no Reino de Castilha durante a idade média (por este motivo castelhano), ou ao dialeto do espanhol que se fala atualmente nesta região peninsular.
Na Espanha, é utilizada também a expressão castelhano quando se refere à língua do Estado em relação às outras línguas cooficiais em seus respectivos territórios autônomos, como o catalão, o galego ou euskera.
Fontes:
ZAMORA, Sergio. La evolución en los últimos cinco siglos. Disponível em acessado em 13 ago. 2005.
http://www.glosk.com/RP/Basco/-3329161/pages/L%C3%ADngua_castelhana/1954_pt.htm. acessado em 13 ago. 2005