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sexta-feira, novembro 8, 2024

Futurismo

Autoria: Patrícia Abe

O futurismo foi um movimento fundado pelo poeta italiano Filippo Tomasso Marinetti, que redigiu um manifesto e tentou espalhá-lo em 1909. Nesse manifesto, já proclamava o fim da arte passada e a ode à arte do futuro (futurismo, daí o nome do movimento). Com implicações políticas, buscava tornar a Itália livre do peso de sua história e inserí-la no mundo moderno. Ao poeta juntaram-se outros artistas – principalmente poetas e pintores – como Umberto Boccioni (1882 – 1916), Carlo Carrá (1881 – 1966), Giacomo Balla (1871 – 1958), Luigi Russolo (1885- 1947) e Gino Severeni (1883 – 1950) e em abril de 1910 era lançado um manifesto da pintura futurista, seguido por um manifesto da escultura futurista em 1912 e um livro sobre seus objetivos em 1914 (Pinttura,Scultura Futurista, Milão) os dois últimos escritos por Boccione. O movimento, a velocidade, a vida moderna, a violência, as máquinas e a quebra com a arte do passado eram as principais metas do futurismo.

Somente a forma e a cor não mais bastavam para representar o dinamismo moderno. “Deve ser feita uma limpeza radical em todos os temas gastos e mofados a fim de se expressar o vórtice da vida moderna – uma vida de aço, febre, orgulho e velocidade vertiginosa“, declaram no manifesto de 1910. Até 1912, as influências maiores na maneira como davam formas artísticas às suas idéias era a dos impressionistas e pós-impressionistas, artistas que já apresentavam certa preocupação em representar o dinamismo. Após 1912, uma exposição em Paris marca a hegemonia da influência cubista sobre a arte do grupo. Os artistas futuristas deparavam-se com o sério problema de representar a velocidade em objetos parados. As soluções normalmente foram a representação de seres humanos ou animais com múltiplos membros dispostos radialmente e em movimento triangular. Forças mecânicas ou físicas eram fontes temáticas bastante freqüentes, em especial nos primeiros trabalhos futuristas. “Automóvel e Ruído“, de Balla ou “O que o Bonde me contou“, de Carrá, são bons exemplos desses quadros. Talvez Boccioni, uma das principais forças do futurismo, tenha sido o artista mais bem-sucedido na representação da velocidade. “Formas Únicas de Continuidade no Espaço“ transmite o efeito de projeção no espaço (diferenciando-se, de acordo com Herbert Read, em História da Pintura Moderna, do vigor dinâmico barroco, por não mais gravitar em torno de si). A Primeira Grande Guerra Mundial e a morte de Boccioni em 1916 (havia sido ferido no conflito) foram golpes decisivos no movimento futurista que acabou se dissolvendo. Entretanto, os futuristas deixaram contribuições importantes para a arte do século XX, seja no futurismo russo (composto por artistas como Malevitch) ou no dadaísmo. Também teve grande influência para artistas importantes como Marcel Duchamp e Delaunay em atentá-los para a representação do movimento que acabaria marcando os estilos característicos dos artistas. De qualquer forma, foram um dos pioneiros a chamar a atenção para a nova vida que se punha à frente do a essa nova vida (como as máquinas).

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