Autor: Norberto Carone Castro Junior
Discorra sobre os componentes celulares do testículo (localização e função). Explique a espermatogênese.
Os componentes celulares são: Dentro dos Túbulos Seminíferos encontramos as células da linhagem germinativa, que começam na espermatogônia e terminam em espermatozóides, que ficarão na luz tubular. Temos tb as células intersticiais ou células de Sertoli, que produzem proteína que eleva a afinidade das células germinativas à testosterona, além da função de sustentação das células do túbulo e de proteção ao espermatozóide contra o estroma evitando um processo inflamatório. Fora dos Túbulos Seminíferos encontramos as células de Leydig, que possuem a função de produzir testosterona, que possui liberação controlada pelos hormônios LH e FSH.
OBS: O indivíduo XY possui ducto de Volfe, que irá dar origem ao sistema reprodutor masculino.
A espermatogênese nada mais é do que a maturação das células germinativas em espermatozóides.
Explique a estrutura e a função da bolsa escrotal e comente sobre os processos inflamatórios mais freqüentes.
Composição da Bolsa: Pele (fina e s/ pêlo, com exceção dos felinos), Camada Fibromuscular (Túnica de Dartus, que é importante para termorregulação), Túnicas Vaginais (Parietal e Visceral), Túnica Vascularizada e Testículos.
Função: Termorregulação através do músculo cremaster e proteção.
Processos Inflamatórios: Os processos mais freqüentes são as Dermatites, que são causadas por 3 agentes em especial: Dermatophitus congolensis (bactéria), Besnoitia besnoti (bactéria) e Chorioptis ovis (larva de mosca). Essas dermatites estão mais comumente associadas à traumatismos de bolsa escrotal. As conseqüências das dermatites são: Perda das funções da bolsa e como conseqüência o aparecimento de degeneração com morte celular da linhagem espermatogênica.
Inicialmente há um aumento de volume do testículo (edema) e com o passar do tempo teremos fibrose do testículo como resultado da fase crônica (atrofia testicular marcada por diminuição das céls germinativas e aumento das céls intersticiais).
Conceitue Criptorquidismo. Cite os fatores predisponentes para o seu desenvolvimento e caracterize as lesões macro/microscópicas.
Quando a descida dos testículos, da cavidade abdominal para o escroto não se processa normalmente durante o período fetal temos um caso de Criptorquidismo que pode ser Uni/Bilateral, e é extremamente freqüente no cão.
Os testículos ficam mantidos em temperaturas altas podendo haver a inibição da espermatogênese.
Fatores predisponentes: Basicamente podem ser classificados em 4 fatores: Distúrbios cromossômicos, como a Trissomia dos 13; Exposição da fêmea prenhe à estrógenos; Partos Distócitos, principalmente quando o animal nasce em posição posterior (acredita-se que a pressão exercida à esse animal é contrária à pressão exercida se este nascesse em posição anterior, e isto acaba causando a não descida do testículo); Animais que desenvolvem Onfaloflebite (como a pressão dentro da cavidade é alterada, acredita-se que esse fator dificulta a descida testicular).
Micro/Macroscopicamente: Interrupção no desenvolvimento das céls germinativas associado c/ hialinização e espessamento acentuado da membrana basal dos túbulos espermáticos. Os túbulos terminam por adotar o aspecto de densos cordões de tecido conjuntivo hialino delineado por mebranas basais proeminentes. Ocorre aumento do estroma intersticial.
O testículo criptorquídico possui dimensões pequenas e consistência firme secundária às alterações fibróticas (devemos o quadro ao Processo Degenerativo).
Obs: A descida é comandada pela testosterona.
Conceitue Barreira Hematotesticular e explique a sua relação c/ o desenvolvimento das Orquites.
A Barreira Hematotesticular é feita principalmente pelas células de Sertoli e componentes fibrosos (fibroblastos). Essa barreira impede o contato dos espermatozóides c/ o estroma (q é ctituido por linfócitos). Como o espermatozóide não é reconhecido como célula do organismo, o seu contato com o estroma formará uma resposta inflamatória (Orquite Auto-Imune).
O Rompimento dessa barreira pode ocorrer por neoplasias, vasectomias e traumatismos mecânicos, por exemplo.
Comente sobre as diversas formas de Orquites nos animais domésticos.
Orquite Auto-Imune: caracterizada pela formação de granulomas do tipo corpo estranho. Ocorrerá qndo houver quebra da barreira hematotesticular.
Orquite Intra-Tubular: decorrente de processos inflamatórios que acometem o túbulo. Geralmente é ascendente. Podemos ter um infiltrado neutrofílico (abscessos), granulomas do tipo corpo estranho (por rompimento da barreira hematotesticular) – Granuloma Espermático.
Orquite Necrotizante: É a mais importante de todas. Tem como principal agente a Brucella, que provoca processo inflamatório exuberante (inf. Aguda + edema q comprimem vasos no local provocando Isquemia, que levará a necrose de coagulação). Temos associado a essa inflamação, o granuloma por corpo estranho.
Orquite Granulomatosa: Teremos a formação do granuloma caseoso. Acomete animais c/ tuberculose (o agente da tuberculoso provoca a formação do granuloma caseoso). Teremos tb, granulomas por corpo estranho.
Orquite Inspecífica (Inter-Tubular): Descrita em bovinos e eqüinos. Microscopicamente teremos um infiltrado linfocítico entre os túbulos (Não há acomentimento dos túbulos). A causa é desconhecida. Macroscopicamente não há alterações.
Diferencie a partir do aspecto macroscópico as principais Neoplasias Testiculares em cães.
Sertolinomas: Neoplasia das células de Sertoli. Macro: Massa de coloração branca de crescimento acelerado.
Ladigomas: Neoplasia das células de Leydig. Macro: Massas que não causam deformidade testicular. Geralmente são de cor laranja.
Seminomas: Neoplasia de células Germinativas. Macro: Possuem coloração branca e se parecem com linfomas.
Teratomas: Neoplasia de células Toti ou Pluripotentes (que dão origem a qqer tipo tecidual). Macro: Podemos encontrar pêlo, dente, cartilagem, osso e etc …
Obs: O diagnóstico é fechado por exame histopatológico; todas são consideradas malignas e podem metastatizar (principalmente para linfonodos inguinais); diminuem ou inibem a fertilidade do animal.
Obs: Síndrome da Feminilização: Ocorre principalmente em Sertolinomas. O animal passa a apresentar quadro de ginecomastia, áreas de alopecia (estrógeno é tóxico ao folículo piloso); distribuição da gordura corpórea parecida com a da fêmea e pode apresentar aumento das infecções (estrógenos são tóxicos à medula óssea).
Discorra sobre Hiperplasia Prostática e Prostatite aguda e crônica em cães.
Hiperplasia Prostática Benigna
Em um certo grau, tanto a hipertrofia (aumento no tamanho), como a hiperplasia (aumento do nº de céls) de céls prostáticas respondem por um aumento de volume da glândula em todos os cães não castrados de meia idade e idosos.
Constitui o distúrbio + comum da próstada. As causas incluem desequilíbrio na proporção de andrógenos e estrógenos, aumento do nº de receptores andrógenos e aumento da sensibilidade tecidual à andrógenos.
A Diidrotestosterona é o principal andrógeno que promove hiperplasia prostática.
Obs: O animal apresenta disquesia e disúria.
Obs: A palpação fecha o diagnóstico
Obs: Pode ser neoplásico.
Prostatite Bacteriana (Crônica)
A prostatite bacteriana ocorre qndo se altera a resistência normal do hospedeiro.
As causas predisponentes incluem destruição da arquitetura glandular normal (hiperplasia benigna, metaplasia escamosa e neoplasia), uretropatias, infecções do trato urinário, alterações no fluxo urinário, alteração nas secreções prostáticas e disfunção imune do hospedeiro.
A infecção ocorre geralmente através da via ascendente, embora possa ocorrer propagação hematógena das bactérias. Os patógenos mais comuns são: E. coli, Staphylococcus, Proteus mirabilis, Streptococcus e Mycoplasma.Os isolados menos comuns incluem: Klebsiella, Brucella canis, Pseudomonas e Ureaplasma. As infecções anaeróbicas são mais raras.
A próstada se encontra reduzida de tamanho (devido a fibrose), o infiltrado presente é o mononuclear.
Prostatite Não Bacteriana (Aguda)
A próstada se encontra aumentada de tamanho devido ao edema. Há presença de infiltrado neotrofílico e áreas de necrose.
Normalmente é extensão de um processo urinário, cistite principalmente.
Acometidas por agentes bacterianos, e que se originam de infecções urinárias (idem aos da Crônica).
Considerações ao Pênis e ao Escroto
Balanite: Processo inflamatório peniano
Postite: Processo inflamatório prepucial
Obs: Normalmente temos Balanopostite, e como agentes principais temos: Herpes Vírus, Corinium bacterium renal.
Fimose: Dificuldade de exposição do pênis. Relaciona-se ao estreitamento do prepúcio por inflamação ou alterações cromossômicas.
Parafimose: Dificuldade no retorno do pênis ao prepúcio.
TVT: Tumor de Sticker ou Tumor Venéreo Transmissível. Fica na base do pênis como lesões verrucosas.
Neo de céls escamosas: Comum em eqüinos. Fica na glande do pênis (área + apical).