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quarta-feira, novembro 13, 2024

grafologia

Autoria: Cleiton Cerutti

Grafologia

ÍNDICE : INTRODUÇÃO – HISTÓRICO – PRINCIPAIS USOS DA GRAFOLOGIA – AVALIAÇÃO GRAFOLÓGICA

INTRODUÇÃO

A Grafologia é uma ciência que visa fazer uma correspondência entre a grafia (letra) do sujeito e as suas características de personalidade. Os princípios básicos da grafologia são três:

1) Princípio neurológico:

Quando uma pessoa está começando a aprender a escrever ela tem que pensar nas formas de cada letra que ela irá representar graficamente. As crianças treinam a coordenação motora fina . Lembram do: ondinha vai – ondinha vem, quando passávamos o lápis sobre os pontilhados das mimeografias que a professora do pré-primário pedia pra gente fazer? A professora queria que nós automatizássemos o movimento da escrita. E foi isto que aconteceu. Hoje quando você escreve, você não precisa pensar em cada letra de cada palavra, você não precisa pensar na forma da letra “a” para poder escrevê-la. Então escrever entra na categoria dos “automatismos secundários” assim como andar, tocar instrumentos musicais, etc… Você faz sem ter que pensar, ou seja você não tem controle racional sobre escrever, pois isto é automático. Portanto existe uma relação neurológica com o processo da escrita.

2) Princípio Projetivo

Quando você escreve você “desenha” letras em um papel, portanto todo o simbolismo gráfico utilizado pelos psicólogos nas avaliações de personalidade através de desenhos também são utilizados em grafologia.

3) Social

Quando aprendemos a escrever temos um padrão previamente estabelecido que deve ser adotado. Tanto que quando a criança consegue reproduzir o padrão desejado (letra caligráfica, ou a letra da professora) ela é elogiada: – Parabéns! Muito bem! Que letra linda!, etc… E quando ela não consegue reproduzir o padrão desejado ela é critica: Que letra feia! Que caderno porco! Que letra suja! Você precisa treinar mais! Etc…
Com a passar dos anos cada um vai reeditando a própria letra, ou seja, vai criando a “sua letra”. Alguns se afastam muito do padrão e outros nem tanto. E estes dados são levados em conta na hora de uma avaliação grafológica.
E juntado tudo, ou seja: princípio neurológico, projetivo e social, nós temos um instrumento muito completo, profundo e confiável para a avaliação de personalidade de uma pessoa

A grafologia pode ser considerada uma ciência, tanto que na Itália há até um curso superior de Grafologia. Aqui no Brasil a grafologia não é ensinada em faculdades, portanto podemos ter falhas na formação de alguns grafólogos. A grafologia é uma ciência séria, porém corre-se o risco de termos grafólogos que não sejam sérios devido a dificuldade de controlar o uso profissional da grafologia no Brasil.

A Grafologia pode trazer muitos benefícios para uma pessoa, o principal ganho é o autoconhecimento, pois uma avaliação grafológica oferece dados claros e estruturados sobre aspectos de personalidade, potencial e sociabilidade. O sujeito que conhece os seus pontos fortes e fracos pode investir mais energia no primeiro e tentar trabalhar melhor o segundo.

HISTÓRICO

A ciência grafológica é mais antiga do que a Psicologia. Quanto aos seus primeiros estudos, não há registros para precisar, mas o estudo da escrita como ciência teve suas origens no século XVII na Itália, em 1628, com Camilo Baldi, que escreveu: ´Trattado Come Di Una Lettera Miseiva Si Conosccano La Natura e Qualitá Dello Escrittore.

Em 1871, o abade Jean Hipolito Michon, sistematizou um pouco mais a análise da Grafologia e foi um marco, escrevendo seu livro mais analítico: Systeme de Graphologie. Foi ele quem observou o princípio da universalidade das relações entre o cérebro e a escrita.

Em 1880 o Médico e Biólogo Francês e estudioso do assunto, Jean Jacques Cripieux-Jamin, retomando os estudos de Michon, estabaleceu os princípios da grafologia, classificando a escrita em gêneros e espécies grafológicas. A partir de então grandes nomes de outras ciências corroboraram com a ampliação e enriquecimento da análise grafológica, tais como: Ludwig Klages, Filósofo, Psicólogo alemão contribuiu com o estudo do nível de forma da escrita, descobrindo a ambivalência na grafia; Max Pulver, Psicólogo e Filósofo suiço discípulo de Jung, contribuiu com o simbolismo do espaço gráfico; W. Hegar, Grafólogo alemão contribuiu com o estudo do elemento de base o traço gráfico; Ania Teillard, Psicanalista francesa, discípula de Jung e de Klages, contribuiu com seus estudos sobre o indivíduo consciência e a escrita; Pophal, Médico Psiquiatra alemão especialista em doenças cerebrais, contribuiu com os estudos sobre as correlações entre a grafia e as partes cerebrais.

A utilização da Grafologia estendeu a várias partes do mundo e continuou a receber contribuições de outros profissionais como: Neurologistas, Psiquiatras, Pedagogos, Psicólogos, Caracteriologistas, oriundos da Alemanha, Itália, Suiça, Inglaterra, França, Espanha, Estados Unidos.

A Grafologia no Brasil teve sua primeira obra publicada em 1900, uma tese de doutoramento da Escola de Medicina da Bahia. A partir de 1930 foi aplicada na área clínica médica psiquiátrica. Somente a partir de 1960 iniciou-se sua utilização nas empresas como um dos meios para selecionar pessoas, mas com pouca divulgação.

A ciência grafológica tem seu valor internacionalmente reconhecido, sendo utilizada em larga escala pelas maiores empresas européias e norte-americanas nas áreas de recursos humanaos para selecionar pessoas, para desenvolver equipes, aconselhamento de carreira, consultorias. No Brasil começamos a assistir sua maior utilização a partir de 1985. A análise Grafológica nos fornece dados estruturais e situacionais do apreciado tais como: inteligência, traços de personalidade, habilidades, liderança, iniciativa, tomada de decisão, caráter, problemas de saúde, dependência de substâncias tóxicas, tendência a apropriação indébita, etc, etc.

A contribuição da Grafologia no mundo é reconhecida é lembrarmos a Société de Graphologie na França, fundada em 1871 por Michon e que foi reconhecida pelo governo francês como entidade de utilidade pública.

A Grafologia ou o estudo do grafismo é citada no livro ¨Manual de Psiquiatria¨ de Henri Ey, P. Bernard e C. Brisset, como ¨um fenômeno projetivo¨.

Hoje a Grafologia é usada em Recursos Humanos (em grandes empresas nacionais e transnacionais); na área Médica, Psiquiatria, Psicologia Clínica; área Criminal; na área de Orientação e Aconselhamento (Profissional, Vacocional, Matrimonial, Pré-nupcial).

PRINCIPAIS USOS DA GRAFOLOGIA

Orientação profissional e educacional.
Orientação matrimonial.
Autoconhecimento.
Falsificações
Grafoterapia
Diagnósticos médicos.
Na psiquiatria, é utilizada para o diagnóstico e acompanhamento do tratamento de diversas enfermidades, inclusive tendências suicidas e consumo de drogas.

Na criminologia, também é muito utilizada, para o conhecimento das tendências dos indivíduos, falsificações, etc.

Seleção de Pessoal, Promoções, Identificação do potencial :
As grandes, médias e pequenas empresas de todos os países desenvolvidos solicitam os serviços da grafologia para o estudo das aptidões e da idoneidade, a fim de promoverem seus empregados a cargos qualificados e selecionarem os candidatos a emprego. No Brasil, há alguns anos que foram substituídas as cartas de recomendação por informações grafológicas.

Vantagens da aplicação da grafologia nas empresas

1- Alto grau de acertos das conclusões tiradas; Um grafólogo experiente, sério e com um excelente conhecimento da grafologia, psicologia, psicopedagogia, cultura geral e específica, tem a probalidade de 90% de acertos, desde que a amostra (redação) seja feita conforme as exigências.
2 – Permite detectar traços da personalidade, não identificáveis em outros métodos;
3 – Comparativamente, apresenta um custo baixo e utiliza poucos recursos;
4 – O material utilizado pelo Grafólogo é muito simples. O avaliado só precisa fazer uma redação;
5 – A pessoa avaliada não precisa, necessariamente, estar presente para ser analisada. É até melhor fazer a Avaliação sem conhecer o candidato, para que não haja nenhuma influência subjetiva. A entrevista será feita depois.
6 – Exige pouco tempo do avaliado; O tempo necessário para a elaboração de uma redação.
7 – Seus resultados são autênticos pois é impossível ” preparar-se” para fazer um bom teste.
8 – Permite detectar, com profundidade, alguns traços da personalidade, não identificáveis por outros métodos.

Tais como:

Sinais de Desonestidade: mentira, cleptomania, mitomania, tendências suicidas, consumo de drogas, falsificações;

Aspectos Emocionais: auto-imagem, equilíbrio, autocontrole, administração das emoções e atitudes, impulsividade ou prudência, clareza de julgamento, paciência ou impaciência, auto- estima;

Aspectos da Inteligência: Inteligência viva, profunda, superficial, agilidade, flexibilidade de idéias, abstrata/concreta. Tipo de raciocínio: lógico- dedutivo (matemático), intuitivo ou os dois, se possui abertura intelectual para apreender atividades novas, reciclar os seus conhecimentos e usar a sua criatividade para adaptá-los à vida profissional, se a atenção é concentrada ou dispersa.

Postura profissional : Autoconceito, autocrítica; sabe se impor diante dos demais; sabe fazer seu “marketing pessoal”, é exigente consigo mesmo e com os outros; procura efetuar um trabalho de qualidade. Tem automotivação; iniciativa; esforço pessoal.

Os seus potenciais: segurança, autoconfiança; organização; observação de detalhes, visão geral, se é perfeccionista, qual é o nível de energia, eficiência; dinamismo, força de vontade ativa ou passiva; ritmo em suas atividades.

Aspectos da Comunicação e dos Relacionamentos Interpessoais

Inibição ou espontaneidade nos contatos e nas atitudes;
expressão verbal,
clareza de idéias,
fluência,
persuasão,
agressividade introversão/extroversão;
consideração às pessoas a sua volta;
sociabilidade,
diplomacia;
fácil/difícil adaptação;
maturidade;
ingenuidade/perspicácia;
Outros Aspectos: Lealdade, comprometimento; visão de conjunto; exigências, críticas, assertividade, planejamento, improvisação, autoridade; se estabelece contatos; cumpre prazos; aprecia desafios; se tem atitudes reativas ou pró-ativas; senso de oportunidade; se é combativo, tenaz para enfrentar os problemas; iniciativa; audácia e arrojo profissional. Autonomia, independência, como reage às regras da empresa, se tem poder de decisão, se gera receita para a empresa, se tem sentido prático, perseverança em suas ações, seu nível de eficiência;

Temperamentos: Quais os cargos ou profissões mais indicados para o temperamento do autor; as combinações dos temperamentos e Compatibilidade de gênios entre chefias, pares, parcerias ou sócios. Como conviver, o que mais irrita, quais as ocupações, sugestões, comportamentos e lazer adequados para o tipo.

A grafoterapia pode ser aconselhada nos seguintes casos:

Correção da auto-imagem negativa ou do fracasso
Correção de estados de angústia, depressão ou ansiedade
Correção dos defeitos de atenção e memória
Correção da vontade (instável, indecisa…)
Correção de certos defeitos de conduta moral
Correção de tendências hipocondríacas
Por exemplo:

Imaginemos uma pessoa “correta” moralmente, mas com traços de baixa energia interna, vontade geral e segurança pessoal frágeis.

O traçado de sua escrita será: letra pequena, falta de pressão, pequeno espaço entre as letras e as palavras, hesitação, lentidão, inclinação para a esquerda, traços finais regressivos, espaçamentos desproporcionais, letras maiúsculas pequenas, zonas inferiores curtas, linhas descendentes, barras do ” t “quase inexistentes etc.

É muito difícil uma pessoa ter tudo isto, é apenas um exemplo.

Para se modificar os traços desfavoráveis do seu temperamento, pode-se recomendar:
que ela começasse, colocando uma pontuação mais alta, que fizesse predominar as curvas nas letras e que tornasse sua escrita mais ligeira, mais espaçada, mais aberta etc.

Num segundo momento, quando já tiver uma significativa mudança no traçado e adquirido um automatismo na execução da escrita, poderíamos recomendar: que mudasse ainda mais produzindo uma escrita mais arredondada, estruturada, rápida, nutrida, apoiada, alinhada, com as letras normalmente prolongadas para baixo e com as barras dos “t” mais firmes…

A AVALIAÇÃO GRAFOLÓGICA

O sujeito a ser avaliado deve escrever um texto de próprio punho com no mínimo vinte linhas em um papel sulfite branco sem pauta e sem margens. O texto deve ser uma criação espontânea do sujeito e não uma cópia. Ao final o sujeito deve assinar e se tiver por sua rubrica.

A avaliação grafológica é na verdade uma avaliação psicológica. Nela teremos dados sobre: personalidade (como o indivíduo é), sociabilidade (como o indivíduo se relaciona com as pessoas) e potencial (os talentos e os adjetivos que o indivíduo possui que podem ser usados como ferramenta de trabalho e de resolução de problemas)

Abaixo segue alguns itens que podem ser identificados através de uma avaliação grafológica:

Adaptação a normas e valores
Afetividade e Sensibilidade
Autenticidade
Auto-imagem
Capacidade crítica
Capacidade de análise e síntese
Capacidade de planejamento e organização
Clareza ou confusão mental
Comunicabilidade
Controle emocional
Criatividade
Dinamismo
Estabilidade e constância de caráter
Ideais
Impulso Vital ( energia produtiva)
Indícios patológicos
Iniciativa ou passividade
Inteligência
Interesses e preocupações
Liderança
Maturidade
Necessidade de auto-afirmação
Necessidade de contato
Originalidade
Perseveração
Qualidade e precisão
Relacionamento Interpessoal
Rendimento no trabalho
Resistência à frustração
Ritmo produtivo
Sinceridade ou dissimulação
Sociabilidade
Tipo de raciocínio
Pode-se aplicar a avaliação grafológica em qualquer pessoa que saiba escrever e faça isso de forma automática, ou seja, que não precise “pensar” para escrever. Pessoas analfabetas ou que foram alfabetizadas, porém tem muita dificuldade em escrever, pensando na forma de cada letra e fazendo isso muito lentamente não podem ser submetidas a uma avaliação grafológica.

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