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quinta-feira, dezembro 26, 2024

HISTÓRIA DA ANATOMIA VETERINÁRIA

HISTÓRIA DA ANATOMIA VETERINÁRIA

Os estudos de Anatomia começaram nos primórdios da história humana.

O homem pré-histórico já observava à sua volta a existência de seres diferentes de seu corpo, os animais. Com isso, passou a gravar nas paredes das cavernas e fazer esculturas das formas que via. Com isso passou a notar detalhes, que hoje nos permite identificar as espécies animais descritas. Foram os gregos que denotaram um maior avanço no estudo da anatomia, com Asclépio.

Depois de Asclépio, vieram sucessores, constituindo escola, como por exemplo: Hipócrates; Aristóteles; Herófilo; Erasístrato; Celso; Rufus; Galeno.

Os Anatomistas estudaram sempre às escondidas, pois era proibido o uso da dissecação. Considerava-se abuso a violação de um cadáver, de forma especial, o humano. Os estudos provenientes nessa época e nas seguintes, dependiam da autorização expressa do rei, ou corria-se o risco de ser preso e condenado.

Galeno, por exemplo, estudou muito animais e fez alusão ao ser humano, cometendo desta maneira, grandes erros, descobertos depois por anatomistas de outras épocas. Suas descobertas foram ainda utilizadas por 1400 anos.

As dissecações eram feitas em porões, adentrando as madrugadas.

Como não havia um curso de medicina ou de anatomia, os discípulos deviam acompanhar os grandes cirurgiões – anatomistas.

Com o passar dos anos, viu-se a necessidade de se criar faculdades de medicina veterinária, e com isso, instituíram-se os laboratórios.

A primeira escola de Anatomia a se destacar na Europa foi a Escola de Salerno, onde era feita a dissecação de forma efetiva em animais, acompanhando os livros de Galeno.

Normal, Variação, Anomalia, Monstruosidade

Normal em medicina veterinária e humana, do ponto de vista clínico, significa sadio. Em Anatomia pode representar conotações diferentes: do ponto de vista estatístico – normal é a estrutura mais freqüente, ocorrendo em mais de 50% dos casos; do ponto de vista idealístico – normal é a estrutura mais adequada para realizar com perfeição uma função; Variação é uma disposição diferente daquela geralmente encontrada, mas que não determina alteração do ponto de vista funcional; Anomalia é uma alteração morfológica que pode alterar e mesmo impedir a função normal;

O que pode influenciar na variação anatômica?

Anatomia Veterinária

1. Anatomia Sistemática/ Dirigida sucessivamente para grupos de órgãos com atividades intimamente relacionadas, que constituem sistemas orgânicos com uma evidente função comum.

2. Anatomia Topográfica/ Preocupa-se com a forma e as relações de todos os órgãos existentes em uma determinada região do organismo.

3. Osteologia/Estudo dos ossos, mas também das cartilagens.

Os tubarões apresentam cartilagens no lugar dos ossos propriamente ditos.

Então podemos chamar de esqueleto, toda estrutura que der forma a um componente do corpo, como o esqueleto fibroso que sustenta o fígado, o esqueleto ósseo que sustenta a musculatura para dar movimentos, o esqueleto cartilaginoso que forma a laringe, dá forma ao pavilhão auricular.

1. Proteção

Órgãos mais frágeis situados nas cavidades são protegidos por estruturas ósseas como por exemplo: medula neural, coração e pulmões.

A figura representa uma estrutura mais rústica protegendo uma muito mais frágil.

Podemos considerar os ossos como essa estrutura mais rústica e o neném os frágeis, fundamentais à vida…

2. Sustentação

Assim como os prédios, os corpos dos animais também precisam de fortes bases estruturais de sustentação…

Senão, onde estariam os monumentos tão antigos que perduram até os dias de hoje?

Assim é com os animais… cada um tem um esqueleto diferente para adaptar-se ao meio e sustentar, como nas girafas, a cabeça, para a boca ficar o mais próximo possível de brotos de árvores.

4. Dar formato ao corpo

Se não fosse esse formato promovido pelo esqueleto, suínos não teriam tanta mobilidade do focinho…devido ao osso rostral.

5. Armazena minerais e íons

Durante a vida e manutenção da mesma, os animais necessitam de mobilizar minerais, que se encontram nos ossos.

Uma lactação por exemplo, expolia muito a fêmea quanto aos minerais cálcio e fósforo, pois o leite é muito rico nestes.

Como o osso tem muito desses minerais, a retirada é expressiva, retornando depois conforme o filhote for sendo desmamado.

Outro fator é a contração muscular, que demanda Cálcio para ocorrer, pois encontra-se circulante no sangue.

5. Funciona como alavanca para a movimentação

Age como componente passivo de um movimento, sendo os músculos a parte ativa.

6. Produz células sangüíneas (hematopoiese)

As extremidades dos ossos mais longos produz sangue.

Lá a osteoarquitetura é trabeculada, onde células pluripotenciais (stem cells) se inserem e acabam povoando o osso para produzirem células sanguíneas.

7. Auto – remodelamento

Os ossos também têm a capacidade do auto-remodelamento, para que seja possível a adaptação da postura ao meio que é exigido.

Mulheres por exemplo, ao usarem por muito tempo salto baixo, vão em uma festa com salto alto, não demora muito, começam a sentir dores nas pernas.

Esse é um sinal de que seu aprumo não está correto, ou seja, os ossos não se adaptaram ainda e não se remodelaram para uma melhor distribuição de peso.

O mesmo ocorre no inverso. Outro exemplo são os desvios de coluna, por vícios de posição e postura, causando a escoliose, lordose ou cifose.

Zoologia – Quanto à zoologia e cronologia evolutiva, os animais podem ser invertebrados ou vertebrados.

Entre os invertebrados podemos Ter alguns animais com tecido rico em queratina, como os besouros, formando assim o exoesqueleto.

O besouro Hypocephalus sp. é um invertebrado com exoesqueleto.

O polvo é um invertebrado sem exoesqueleto.

Entre os vertebrados, temos alguns animais com exoesqueleto também, associado com o endoesqueleto, como por exemplo o tatu, jacaré e a tartaruga.

Outros vertebrados apresentam somente o endoesqueleto, como os mamíferos de forma geral.

Divisão do esqueleto ósseo:

1. esqueleto axial = representado pela coluna vertebral, cabeça e tórax;

2. apendicular = representado pelos membros torácico e pélvico;

3. visceral = representado por ossos situados em vísceras, como o osso do clitóris da cadela, osso peniano do cão e osso cardíaco do bovino.

Número de ossos:

Varia conforme a idade, devido à fusão de certas junções, as vértebras lombares e caudais variam muito em algumas espécies.

Há autores que desconsideram os ossos sesamóides como partes constituintes do esqueleto ósseo, assim como não contam os ossos do orelha interno (martelo, bigorna e estribo). A patela é considerada um osso sesamóide, notamos na primeira figura; na figura do meio, uma pelve de filhote, notam-se áreas mais escuras sobre o acetábulo. É onde os ossos se juntam, constituindo um único osso no adulto. A terceira figura apresenta o crânio de um filhote de cão, onde as junturas ainda não se consolidaram.

Classificação dos ossos:

Os ossos apresentam variações no seu formato, dependendo da sua função. Assim, podemos compará-los a formas geométricas e classificá-los:

Longos – ossos que apresentam um comprimento sobressaindo sob as outras medidas, apresenta também uma câmara medular.

Forma geométrica similar a um paralelepípedo. Exemplo: tíbia, fêmur, rádio, úmero, metatarsos e metacarpos.

Curtos – ossos que apresentam o comprimento, largura e espessura mais ou menos homogêneos, não sobressaindo nenhuma medida sobre as outras, não apresenta uma câmara medular.

Forma geométrica similar a um cubo. Exemplo: carpos, tarsos, falange média e proximal.

Planos – ossos que apresentam um comprimento e uma largura sobressaindo sobre a espessura, pode apresentar uma parte totalmente maciça, onde as camadas ósseas compactas se encontram. Forma geométrica similar a uma tábua, é laminar. Exemplo: Escápula, ossos planos do crânio, pelve.

Há um tipo de osso plano, ossos do crânio, que não apresentam o periósteo em uma de suas faces, sendo substituído diretamente pela dura máter.

Pneumáticos – ossos que estão localizados na cabeça dos mamíferos e no corpo das aves. É caracterizado, não por um formato geométrico, mas sim por ser oco e apresentar câmaras de ar internamente.

Isso tem a função de dar leveza à cabeça ao mesmo tempo de proteção e aumentar a área de inserção dos músculos faciais.

Esse espaço preenchido por ar denomina-se seio paranasal, pois estes ossos tem comunicação com o aparelho respiratório.

Exemplo: osso frontal, maxilar, nasal.

Irregulares – ossos que não se encaixam em nenhuma descrição anterior, com vários processos (pontas) para fixar ligamentos, fáscias e músculos.

Não possuem forma definida. Exemplo: ossos da coluna vertebral, falange distal.

Constituição básica de um osso longo:

Os ossos longos apresentam duas extremidades chamadas epífises. Unindo as epífises encontramos a diáfise. Entre a diáfise e as epífises, há uma região de crescimento ósseo, formada por tecido cartilaginoso nos jovens.

Essa região apresenta-se como uma linha denominada metáfise.

O osso longo apresenta ainda uma cavidade, chamada cavidade ou câmara medular.

É nessa câmara que encontra-se a Medula óssea vermelha e medula óssea amarela. A medula óssea amarela apresenta um espaço mais livre, preenchido com tecido adiposo, delimitado nas paredes pela camada óssea compacta.

Já a medula óssea vermelha apresenta as chamadas trabéculas ósseas, constituindo a camada óssea esponjosa.

É nessa camada esponjosa que há a formação de células sanguíneas.

Essa cavidade onde se encontra a medula óssea amarela, apresenta o endósteo, que nada mais é do que uma lâmina fibrosa com células de crescimento ou reabsorção óssea interna.

A estas células denominamos: osteócitos, osteoclastos e osteoblastos.

Externamente, há ainda uma lâmina denominada periósteo, com dois folhetos:

1ª) folheto fibroso, composta por fibras de colágeno (tecido fibroso), células nervosas e vasos sangüíneos.

2ª) folheto osteogênico ou celular, composto por osteócitos, osteoclastos e osteoblastos.

Quanto à vascularização óssea, basicamente teremos:

Ossos curtos: suprimento pelo periósteo;
Ossos planos: suprimento pelo periósteo e forame nutrício;
Ossos longos: suprimento pelo forame nutrício, periósteo, epífises e endósteo.
Aparelhos e Sistemas

Há muita controvérsia neste âmbito. Alguns professores preferem utilizar o termo APARELHO para denominar o conjunto de órgãos de um complexo com finalidade comum.

Outros utilizam-se do termo SISTEMA.

Não quero criar discordância entre os profissionais da Anatomia.

Somente desejo esclarecer, principalmente aos alunos de Medicina Veterinária, que as duas formas estão corretas.

O que devemos ter bem claro em mente, é o fundamento de adotarmos um conceito.

Existem os conceitos embasados na:

Embriologia;
Histologia;
Morfologia;
Fisiologia…
Por exemplo: O Sistema Nervoso é o único que não é motivo de atrito, pois tanto embriologica, morfológica, fisiológica ou histologicamente, é homogêneo.

Já o Aparelho Digestório, pode ser assim denominado se nos embasarmos na :

Embriologia = Temos como constituintes o ectoderma (lábios e dentes) e o endoderma (todo o trato digestório);

Histologia = o tecido constituinte do esôfago difere grandemente do fígado, do intestino, e da língua;

Morfologia = composição macroscópica de cada porção do trato gastrointestinal é diferente;

Fisiologia = se analisarmos cada unidade digestória, veremos que são diferentes, mas se analisarmos como um todo, teremos uma finalidade comum: a digestão, e aí sim cabe utilizarmos o termo Sistema.

Semelhante modo ocorre com o Sistema ou Aparelho circulatório.

Se considerarmos que o tecido sangüíneo é heterogêneo e o endotélio um tecido totalmente diferente, assim como a função dos vasos ser diferente do coração, ou a morfologia de vasos, sangue e coração, então teremos um APARELHO.

Mas se considerarmos que o coração embriologicamente é originado do dobramento dos vasos, então teremos um SISTEMA.

Esse assunto é um certo tabu entre os Anatomistas, pois ainda não se entrou em consenso, apesar da Nômina trazer SISTEMA.

Isso foi adotado como padronização: todos falarem Sistema para tudo e não ter brigas.

Introdução

Veremos aqui, alguns aspectos da Anatomia no decorrer da história.

Ao contrário do que muitos pensam, a Anatomia não é uma ciência morta.

Digamos que você tivesse que ser operado às pressas por um médico.

Só há duas alternativas: um médico que dissecou trezentos cadáveres e outro que dissecou trezentos ratos.

Qual você escolhe para abrir sua barriga?

Certamente quem dissecou os cadáveres.

Então vemos neste exemplo, que Anatomia, além de não ser uma ciência

A utilização dos animais mortos é UM dos artifícios mais tradicionais que a Anatomia lança mão.

Hoje em dia, a anatomia veterinária se modernizou, e só não vê quem não quer.

Um exemplo é a existência deste e outros sites sobre o assunto.

Há projetos em escolas de primeiro grau, onde estimula-se a criança a ter maior contato com os animais, usam-se modelos em acrílico… Algumas Faculdades, como a nossa, estão promovendo uma maior integração de disciplinas, como por exemplo, professores de anatomia, fisiologia, patologia, cirurgia trabalhando juntos em prol da educação.

Acredita-se assim, que o aluno tenha contato mais prolongado com a disciplina, que o acompanhará até a conclusão do curso.

Quando começou o estudo da Anatomia?

Começou nos primórdios da história humana.

O homem pré-histórico já observava à sua volta a existência de seres diferentes de seu corpo. Com isso passou a notar detalhes, que hoje nos permite identificar as espécies animais descritas.

Primeiros cientistas

Na verdade, torna-se impossível distinguir a história da Anatomia Humana, Anatomia Veterinária, Medicina e Medicina Veterinária, visto que estas áreas cresceram se e se desenvolveram em “parceria” durante séculos.

A importância do médico que cuidava dos animais era tão grande para os Mesopotâmios, que o exercício da atividade ganhou destaque até no “código de Hamurabi”. Essa importância era devida aos cavalos, pois estes eram: o meio de transporte, máquina de guerra e moeda de escambo.

Outros povos que estudaram muito a anatomia veterinária nessa época foram os chineses.

Sabemos que a medicina oriental desde os primórdios é muito diferente da ocidental. Isso é devido ao contínuo estudo da anatomia para localização de pontos de pressão.

Na Antigüidade

Foram os que denotaram um maior avanço no estudo da anatomia, com Asclépio.

Depois de Asclépio, vieram sucessores, constituindo escola, como por exemplo:

Herófilo; Erasístrato; Celso; Rufus;

Os Anatomistas estudaram sempre, pois era proibido o uso da dissecação.

Considerava-se abuso a violação de um cadáver, de forma especial, o humano. Os estudos provenientes nessa época e nas seguintes, dependiam da autorização expressa do rei, ou corria-se o risco de ser preso e condenado.

Galeno, por exemplo, estudou muito animais e fez alusão ao ser humano, cometendo desta maneira, grandes erros, descobertos depois por anatomistas de outras épocas. Suas descobertas foram ainda utilizadas por 1400 anos.

Idade Média

Foi quem contribuiu muito para a anatomia. Estudando com finalidade de buscar a perfeição em suas formas artísticas, acabou por contribuir com a descrição de partes do corpo. Michelangelo também estudou o corpo humano a fundo.

Foi um inovador, mudando a metodologia de ensino da época. Mostrou com as próprias mãos como se fazia uma cirurgia. Insistia para que seus alunos também dissecassem.

Dissecações

As dissecações eram feitas em, adentrando as madrugadas. Como não havia um curso de medicina ou de anatomia, os discípulos deviam acompanhar os grandes

Laboratórios Com o passar dos anos, viu-se a necessidade de se criar faculdades de medicina veterinária, e com isso, instituíram-se os

A primeira escola de Anatomia a se destacar na Europa foi a Escola de Salerno, onde era feita a dissecação de forma efetiva em animais, acompanhando os

METODOLOGIA E EQUIPAMENTOS (Parte 1)

Todo o material utilizado neste atlas, seja ele visualizado através de microscopia de luz ou eletrônica, teve que ser fixado logo após a sua obtenção.

O processo de fixação varia um pouco, dependendo do propósito e do equipamento a ser usado para a análise, mas de maneira geral, o material visualizado em microscopia de luz é fixado em solução de formaldeído a 10% em solução tamponante. Já o material observado em microscopia eletrônica é fixado em Glutaraldeído a 2,5% e paraformaldeído a 4% também em solução tamponante. O material foi mantido nestas soluções por períodos que variavam de 1 a 24 horas à 4 0C.

Após o processo de lavagem, desidratação e inclusão em resina, (que também varia se a preparação for para a visualização em microscopia de luz ou eletrônica de transmissão) o material é cortado.

Na microscopia de luz, utiliza-se um aparelho conhecido como micrótomo e são obtidos cortes com espessura variável, em torno de alguns micrômetros (6-10mm). Depois do processo de microtomia, o material destinado a microscopia de luz é, após ser coletado em uma lâmina, desparafinizado e corado.

Diversas colorações foram utilizadas no preparo deste Atlas.

A coloração mais usada nos estudos Histológicos é a Hematoxilina & Eosina, conhecida como H&E.

Nesta coloração, o núcleo celular cora-se normalmente em roxo pela Hematoxilina e o citoplasma em rosa pela Eosina.
Após um período de secagem a lâmina deve ser montada. Sobre o corte se deposita uma gota de bálsamo e posteriormente a lamínula.

A lâmina assim, está pronta para ser observada em microscópio de luz.

O material a ser observado na microscopia eletrônica de transmissão(MET) também deve ser cortado.

O aparelho onde se realiza este trabalho é conhecido como Ultramicrótomo.

Os cortes realizados pelo ultramicrótomo são de algumas dezenas de nanômetros (1nm= 10-3mm) para que possam ser atravessados pelo feixe eletrônico e observados ao MET. O material cortado pelo ultramicrótomo é coletado em pequeníssimas grades e deve ser contrastado antes de ser observado.

Para este fim, utilizam-se substâncias contendo metais de grande número atômico como chumbo, urânio e ósmio

METODOLOGIA E EQUIPAMENTOS (parte II)

As lâminas coradas são observadas em um microscópio de luz.

As grades, depois de contrastadas, são inseridas no microscópio eletrônico.
Novas imagens estão sendo feitas com a mais nova aquisição da UERJ – um microscópio de varredura de vácuo variável, LEO 1450VP, que não necessita dos processos de eliminação de água. Isto é, após a coleta do material só será necessária a fixação para a posterior observação direta no microscópio.

As imagens geradas são digitalizadas pelo próprio aparelho em alta resolução.
Os microscópios utilizados neste trabalho estavam conectados a câmaras de vídeo, e suas imagens eram gravadas em fitas ou digitalizadas.

Neste último modo, um computador com uma placa de conversão analógico-digital transformava as imagens em arquivos, para que pudessem ser posteriormente manipulados.

Porém, para poderem ser visualizadas de forma mais eficiente pela Internet, as imagens foram comprimidas e salvas em formato JPEG.

Isto significa que, em alguns casos, a resolução que originalmente era boa, foi em parte perdida no processo de compressão. Isto é particularmente notório nas imagens obtidas por microscopia eletrônica de transmissão.

Um outro recurso utilizado foi a montagem de vários quadros para obtenção de uma imagem de boa resolução de um amplo campo.

Estas imagens geralmente são apresentadas na página inicial de cada tecido e sistema estudado.

Introdução:

Por que estudar Anatomia no curso de Zootecnia e Agronomia?

A zootecnia é uma profissão que atende basicamente o setor comercial da criação de animais. Para podermos criar bem um animal e comercializá-lo de forma efetiva e com o maior rendimento, necessitamos ter o conhecimento básico da sua normalidade, de seus aspectos anatômicos, de suas adaptações e possibilidades de mudanças de hábito, visto que uma grande maioria de animais domésticos é mantida em cativeiro, sejam pastagens, baias, gaiolas ou galpões.

A anatomia é essencial para que o zootecnista conheça os princípios da digestão, reprodução e desempenho destes animais. O mesmo serve para os Agrônomos, onde o manejo de pastagens, seleção de alimentos para a nutrição animal exigem conhecimentos de Anatomia. Um exemplo claro é o de que um agrônomo não pode recomendar uma soja como exclusiva fonte de alimentação de uma vaca. Mesmo que a soja possua o maior nível nutricional, pois sabe-se que alimentos como a soja causam distúrbios gastrintestinais em ruminantes e eqüinos.

Por que tantos nomes difíceis?

Todo mundo tem um nome pelo qual é chamado. Os detalhes anatômicos também. Isto serve para padronizarmos e facilitarmos a comunicação entre pessoas quando se referirem a um assunto, por exemplo, para explicar de uma secreção do prepúcio num boi doente, como diríamos?

Caso fujamos dos termos mais técnicos, por termos um curso superior, tornaríamos vulgares, e até o funcionário da fazenda pode perder o crédito em nossa capacidade profissional. É uma questão de postura.

Para isso, existe uma Nomina Anatômica, onde os nomes são padronizados por uma equipe internacional, e atualizada a cada década.

Como padronização, os nomes são grafados em latim e seguem algumas normas técnicas. Isso evita os chamados EPÔNIMOS, ou seja, um detalhe anatômico ser chamado de “detalhe do fulano” em um lugar e em outro chamar de “estrutura do cicrano ainda jovem”. Posso abreviar alguns nomes?

Sim. Nomes que se repetem e explicam o tipo de estrutura em referência, podem ser abreviados, conforme a seguinte tabela:

Divisão do corpo dos animais:

Dividido em fundamentais:

1. Cabeça;

2. Pescoço;

3. Tronco – três regiões: torácica, abdominal, pelvina;

4. Membros – em número de quatro: um par torácico e um par pelvino;

5. Cauda.

Para toda a descrição, usamos considerar o animal em estação, em pé, com os quatro membros apoiados ao solo, pescoço formando um ângulo de 145º com o dorso do animal, cabeça e olhar dirigidos para a frente.

A – dois planos horizontais: um tangente ao dorso (plano dorsal); um tangente ao ventre (plano ventral)

B- quatro planos verticais:

um tangente ao lado esquerdo – plano lateral esquerdo
um tangente ao lado direito – plano lateral direito
um tangente à cabeça – plano cranial
um tangente à cauda – plano caudal
Eixos São formados por linhas imaginárias.

Eixo craniocaudal – estende-se do ponto de interseção das diagonais do plano cranial ao ponto correspondente do plano caudal;
Eixo dorsoventral – estende-se do ponto de interseção das diagonais do plano dorsal ao ponto correspondente do plano ventral;
Eixo laterolateral – estende-se do ponto de interseção das diagonais dos planos laterais entre si.
Deslizando-se o eixo craniocaudal sobre o eixo dorsoventral, obtém-se o plano sagital mediano. As duas metades resultantes são denominadas antímeros.

Deslizando-se o eixo laterolateral sobre o eixo dorsoventral, obtém-se o plano transversal.

As duas metades resultantes são denominadas metâmeros.

Deslizando-se o eixo laterolateral sobre o eixo craniocaudal, obtém-se o plano frontal.

As duas metades resultantes são denominadas paquímeros.

Termos indicativos de posição e direção

a) Cranial e Caudal: estruturas próximas ou voltadas para o plano cranial ou caudal;

b) Dorsal, Ventral e Médio: estruturas próximas ou voltadas para o plano dorsal ou ventral, médio é usado para designar estruturas entre estas duas;

c) Lateral, Medial, Intermédio e Mediano: posição da estrutura em relação ao plano mediano. Próximo ao plano lateral ou mediano designamos lateral e medial, exatamente sobre o plano mediano denominamos mediano, entre um lateral e um medial, denominamos de intermédio;

d) Externo e Interno: significam respectivamente mais próximo ou mais distante do centro de um órgão ou de uma cavidade;

e) Superficial e Profundo: indicam mais próximo ou mais afastado da superfície do corpo respectivamente;

f) Proximal e Distal: para membros e órgãos apendiculares. Indicam mais próximo e mais distante da raiz ou inserção;

g) Palmar e Plantar: referem-se à face caudal do carpo, metacarpo, tarso, metatarso e dedos;

h) Axial e Abaxial: são utilizados para as espécies cujo eixo funcional do membro passe entre o III e o IV dedos, como nos suínos e ruminantes.

A face do dedo voltada para o eixo é chamada axial e aquela voltada para a face oposta é chamada abaxial;

Rostral, Superior e Inferior = rostral substitui o termo cranial para as estruturas localizadas na cabeça.

Superior e inferior são termos pouco utilizados em animais, servindo para designar somente os lábios e pálpebras superior e inferior.

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