Autoria: Adilson Souza de Deus
A identidade pode ser definida como sendo um conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma determinada pessoa. Este conceito, entretanto, está ligado às atividades da pessoa, à sua história de vida, ao futuro, sonhos, fantasias, características de personalidade e outras características relativas ao indivíduo. A identidade permite que o indivíduo se perceba como sujeito único, tomando posse da sua realidade individual e, portanto, consciência de si mesmo. Este conceito sempre tem preocupado o homem, desde os gregos antigos. A identidade não é só o que a pessoa aparenta, ela agrupa várias idéias como a noção de permanência, de pontos que não mudam com o tempo. Algumas destas características imutáveis são o nome da pessoa, parentescos, nacionalidade, impressão digital e outras coisas que permitem a distinção de uma unidade. A identidade depende da diferenciação que fazemos entre o “eu” e o “outro”. Passamos a ser alguém quando descobrimos o outro porque, desta forma, adquirimos termos de comparação que permitem o destaque das características próprias de cada um. As diversas abordagens têm opiniões diferentes a respeito da possibilidade de mudança da identidade ao longo da vida de uma pessoa. Para a psicanálise, o sujeito só pode se definir a partir de sua relação com os pais. O sujeito é produto da relação de amor e identificação com os pais. A criança disputa o amor de um dos pais, buscando identificação com o modelo que o outro representa. Segundo esta abordagem, o sujeito introjeta as identificações infantis e, através delas, vai formando sua identidade, diferenciando-se dos outros e possibilitando que a sociedade possa reconhecê-lo como alguém. Outra importante concepção de identidade é a psicossocial, descrita por Antonio da Costa Ciampa. Nesta linha, a identidade tem o caráter de metamorfose, ou seja, as mudanças ocorrem constantemente, o que, entretanto, não aparece. A aparência da identidade é de algo que não muda. A identidade, para a psicossocial, pressupõe a realidade social na qual o indivíduo está inserido. Revela uma condição de vida, estrutura familiar, religião e costumes da pessoa. No entanto, sabemos quem é a pessoa, não apenas por sua definição, mas por suas atividades. Esta é a principal construção da identidade. Um ponto importante a ser considerado é que fazemos parte de diversas organizações e, portanto, nossa ação é fragmentada. Somos o que fazemos naquele momento, em cada papel que desempenhamos, o de aluno, filho, amigo, irmão, e uma coisa não inclui necessariamente a outra. Cada atividade toma forma a partir de um personagem, que temos nas diversas situações de nossas vidas. Identidade é, para a psicossocial, movimento constante.