Atualmente várias são as escolas de Educação Infantil que agregam atributos extremamente pesados ao desenvolvimento infantil visando apenas à formação escolar da criança contribuindo dessa forma na morte prematura do melhor momento de sua vida, a infância. Por isso a importância de se trabalhar também dentro da escola a continuação da infância por mais subjetiva que seja e, dar a criança à possibilidade dela estar em contato com aquilo que a satisfaz, o brinquedo a brincadeira, jogos e, a convivência com os colegas. Sendo assim, este é o ponto chave, empreender o lúdico dentro da Educação Infantil de forma segura e contribuindo de maneira significativa no desenvolvimento geral das crianças.
BRINCAR TAMBÉM FORMA CIDADÃOS
Podemos ressaltar que a construção da capacidade de ação simbólica sobre o mundo social e natural, possibilita às crianças representarem esse mundo através de símbolos. Elas nascem com um código num nível elementar biológico e progressivamente, através das interações com sujeitos da cultura, vão incorporando esses sistemas de símbolos e signos, utilizando-os, transformando-os e desenvolvendo essa função mental superior.
Desse modo, são os adultos e outros que interagem com a criança que atribuem significado a um movimento seu, tornando-o gesto; dão significados aos seus balbucios, tornando-os fala; aos seus rabiscos e garatujas tornando-os desenhos ou escrita. Estruturam-se, assim, o pensamento verbal e as múltiplas linguagens, que, funcionam de forma interdependente e sedimentando outra forma de as crianças, como sujeitos sociais, se relacionarem com a cultura.
O brincar, a imitação, a repetição, a imaginação, a interação com os colegas, a exploração e a experimentação são características da ação infantil, utilizadas para compreender e transformar o mundo em que estão imersas. É necessário enfatizar o brincar como forma privilegiada de as crianças dessa faixa etária se conhecer, se expressarem, bem como de compreenderem, significarem e transformarem o mundo.
Entretanto, suas possibilidades de aprender e se desenvolver são determinadas pelo tipo de experiência e pela qualidade das interações que estabelecem com a sua cultura. Nesse sentido, os espaços educativos coletivos, como as creches e pré-escolas, desempenham um papel fundamental para possibilitar esse desenvolvimento.
Precisam, para tanto, conhecer as crianças concretas que vêm paras essas instituições, isto é, conhecer os saberes, valores e práticas nos quais elas estão se constituindo, bem como conhecer as especificidades e necessidade das crianças da educação infantil, levando em conta esses conhecimentos na organização de suas propostas pedagógicas. Além disso, para contribuir com a aprendizagem de todo e qualquer objeto de conhecimento, é necessário que conheçam objeto as ser ensinado.
O papel da instituição passa a ser determinante, ajudando a criança a inserir na cultura, compartilhando com a família a responsabilidade pela formação humana de seus filhos. Assumir essa nova dimensão das creches e pré-escolas é promover os cuidados necessários à preservação da vida, contribuindo efetivamente para o aprendizado do autocuidado, ligado às necessidades básicas de alimentação, sono, higiene e saúde.
Esse aprendizado se estende até o conhecimento das leis mais gerais que regem a natureza e a cultura, passando essencialmente pelo aprendizado do brincar, exercitado cotidianamente nos jogos de faz de conta, que possibilitam a ela a compreensão e a transformação dos demais aspectos. Além disso, nesse processo, é papel das instituições de Educação Infantil, fazendo a mediação entre a criança e a cultura e possibilitando seu acesso às fontes de conhecimento.
BRINCADEIRAS FAIXA ETÁRIA DE 5 À 6 ANOS.
CAXINHA SURPRESA
As crianças deverão estar sentadas em círculo. Ao som de uma música, passa-se uma caixinha de mão em mão. Quando a música pára, quem estiver com a caixa irá retirar uma ficha, sem olhar, indo ao centro do círculo para falar sobre a palavra e a figura correspondente através da intervenção da professora (Que figura é esta? Começa com que letra? Termina com que letra? Quantas letras têm a palavra?…) Termina a brincadeira quando todas as crianças tiverem recebido a caixa.
BRINCADEIRA COM AS FICHAS DOS NOMES
Organizam-se as crianças sentadas no chão. A professora mostra a ficha coberta com outra branca e vai puxando de modo a mostrar de uma a uma as letras da palavra escrita, instigando as crianças a reconhecerem o nome do coleguinha escrito na ficha. Repete-se com todas as fichas dos alunos da turma.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim, temos de dar prioridade aos trabalhos voltados para a construção da autonomia da criança, na perspectiva do autocuidado; para a vivência dos movimentos no espaço, estruturando sua corporeidade; para a exploração do mundo físico e social, compreendendo e ampliando a cultura na qual está imersa; para o desenvolvimento do brincar, das linguagens oral, corporal, visual, musical, que, juntamente com a linguagem escrita, e de modo interdependente, contribuem para a estruturação do pensamento e possibilitam a relação da criança com a cultura. Portanto, as ações pedagógicas relacionadas à linguagem escrita deveriam ser consideradas como mais uma das múltiplas dimensões a serem levadas em conta na organização das rotinas diárias e dos planejamentos mensais e anuais das creches e pré-escolas.
REFERÊNCIAS
FREIRE,Paulo.Pedagogia da Autonomia:saberes necessários à práticaeducativa.2ª edição.São Paulo:Paz e Terra,1997.
FERREIRO, Emília. Reflexão sobre alfabetização. Editora Cortez. São Paulo. 2001.