A inflação é causa de sérios distúrbios econômico-sociais que prejudicam certas classes de pessoas na medida em que beneficiam outros, seu principal efeito é redistribuição da renda das pessoas que recebem formas físicas de remuneração. É a categoria predominante de variação do valor da moeda.
A inflação provoca também a desvalorização da moeda e dos depósitos à vista emitidos pelos bancos aos seus clientes o que prejudica o indivíduo na medida em que beneficia o governo e os bancos, pois, o prejuízo dos possuidores dos meios de pagamentos corresponde aos lucros dos seus emitentes. Quando ela chega a uma alta taxa, o aumento ou diminuição dos preços ocorre com tal freqüência que as pessoas perdem a noção exata dos preços dos bens e serviços prevalecentes no mercado.
Palavras – chave: Inflação; Mercado, Pessoas.
1 – INTRODUÇÃO
A inflação é o processo de aumento generalizado dos preços dos bens e serviços transacionados na economia, resultado de uma contínua perda do poder aquisitivo da moeda.
A inflação é relativa, pois cada pessoa sofre uma taxa de inflação diferente em determinado período de tempo, os preços de produtos idênticos ou semelhantes variam de forma distinta em cada ponto de venda.
A inflação é causa de sérios distúrbios econômico-sociais que prejudicam certas classes de pessoas na medida em que beneficiam outras. O principal efeito da inflação é o da redistribuição da renda das pessoas que recebem formas fixas de remuneração (trabalhadores assalariados, aposentados e pensionistas) cujos rendimentos são corroídos diariamente pela inflação por aqueles que recebem rendas variáveis ou ajustáveis às alterações dos preços (empresários, rendeiros, profissionais liberais e trabalhadores autônomos) que com isso acabam provocando ou realimentando a inflação.
Outro efeito importante da inflação é a redistribuição da riqueza decorrente da perda de valor dos ativos financeiros face aos aumentos dos preços. Tal processo flui do devedor para o credor, pois durante o período da dívida, o valor real (poder aquisitivo) do débito diminui com a inflação. Para evitar que os valores reais dos títulos sejam menores na data de pagamento é necessário uma correção monetária plena do valor expresso em moeda.
A inflação provoca também a desvalorização da moeda e dos depósitos à vista emitidos pelos bancos aos seus clientes o que prejudica o indivíduo na medida em que beneficia o governo e os bancos, pois, o prejuízo dos possuidores dos meios de pagamentos corresponde aos lucros dos seus emitentes.
Quando a inflação atinge altas taxas (caso das inflações no Brasil e em outros países latinos americanos) as remarcações de preços ocorrem com tal freqüência que as pessoas perdem a noção exata dos preços dos bens e serviços e, especialmente, dos preços relativos prevalecentes nos mercados.
A inflação mantém normalmente uma relação com a estrutura do mercado, quer seja, oligopolista, monopolista, monopsonista, etc., e são preponderantes em uma determinada economia.
2 – CONCEITO
É a categoria predominante de variação do valor da moeda. Trata-se de um fenômeno universal, comum a praticamente todos os países, porém em alguns se tornou uma ocorrência crônica com intensidade variada, que modifica estruturas, padrões de comportamento e regras transacionais. Correspondem a uma alta generalizada dos preços dos bens e serviços, expressos pelo padrão monetário corrente. A alta, que varia de intensidade de país para país e de época para época, implica desvalorização da moeda em relação aos demais ativos.
É o desequilíbrio econômico caracterizado por uma alta geral de preços e que se origina de diversos fatores, como, por exemplo, no excesso de poder aquisitivo da massa de consumidores (particulares, empresas, Estado) em relação ao volume de bens e dos serviços postos a sua disposição, excesso de emissão de moeda, deficiência de produção, etc.
A inflação deve ser distinguida de uma alta momentânea de preços que atinge certos serviços ou bens em determinados períodos do ano (por exemplo, quando há uma demanda de alojamento devido ao período de férias), alta que traduz apenas um desequilíbrio temporário e uma depreciação localizada do valor da moeda. A inflação real tem como sintoma – para todos os artigos constitutivos do custo de vida e durante um dado período – uma elevada taxa de erosão monetária.
A inflação no Brasil é um fenômeno antigo, persistente e recorrente, embora brando no passado: “num período de 58 anos, de 1829 a 1887, os preços teriam se multiplicado por 2,31, o que corresponde a uma taxa média de 1,5% ao ano” (SANDRONI, 1989, p. 46).
3 – TIPOS BASICOS DE INFLAÇÃO
A inflação normalmente pode resultar de fatores estruturais (inflação de custos), monetários (inflação de demanda) ou de uma combinação de fatores. Além de ser tradicional na teoria econômica, esta classificação de inflação, baseada no modelo de oferta e procura agregada é a mais adequada a analise da complexa inflação brasileira.
– Inflação de Custos: Processo inflacionário gerado pela elevação dos custos de produção, especialmente dos salários e/ou dos preços das exportações.
– Inflação de Oferta: Processo de elevação persistente do nível de preços, provocada por retração da oferta agregada (insuficiência de oferta) e por retrações persistentes da oferta de bens e serviços, acompanhada de recessão e queda do nível de emprego.
– Inflação Híbrida: Consiste de um aumento persistente no nível de preços provocado pela interação dos mecanismos de inflação de demanda e de oferta, em função da tentativa dos agentes econômicos de recuperar rendas corroídas pela inflação dos períodos anteriores.
– Inflação Estrutural: Baseada na hipótese de inelasticidade ou rigidez da oferta de bens e serviços, especialmente nos setores de produção de alimentos e de importação, característica dos países subdesenvolvidos.
– Inflação Inercial: O processo inflacionário é auto-alimentado, causado pelas expectativas de comportamento dos preços e/ou pelos mecanismos de reajustamento de renda desenvolvidos pelos agentes econômicos a fim de se protegerem contra os efeitos de uma inflação crônica.
– Inflação de Demanda: Processo inflacionário gerado pela expansão dos rendimentos ocorre quando os meios de pagamento crescem além da capacidade de expansão da economia, ou antes, que a produção esteja em plena capacidade. Aumentando os preços e, por extensão, os salários e os rendimentos em geral dando origem a um espiral inflacionário.
4 – PRINCIPAIS ÍNDICES DE INFLAÇÃO
Embora os índices de preços mais antigos que se conhecem tenham surgido na Europa, na época dos Grandes Descobrimentos Marítimos, somente por volta de 1920 se iniciou o cálculo sistemático de índices de inflação no Brasil.
Existem, no entanto, maneiras indiretas, baseadas em registros históricos, de se estimar os índices para os anos anteriores a 1920.Buescu (3), por exemplo, fez um levantamento dos índices brasileiros de 1560 até 1889.
Os índices que começaram a ser calculados em 1920, com retroação até 1912, eram divulgados pela Fazenda Nacional e vigoraram até 1939.Tratava-se, na realidade, da indexação dos gastos com a manutenção da família de Leo Affonseca Jr., pertencente à alta classe média, que era o responsável pelo seu cálculo e envio ao governo, para publicação.
4.1 – ÍNDICE GERAL DE PREÇOS DO IBGE (IGP)
Começou a ser calculado em 1947, comparando preços do mês anterior com os do mês corrente, coletados em 18 capitais. Há três grupos de preços: os de produtos no atacado, baseado numa mostragem de cerca de 500 mercadorias, com 60 por cento de peso no índice final; os de preços ao consumidor, com base nas compras de famílias com renda de 1 a 33 salários mínimos, entra com 30%; preços da construção civil, com 10% de peso, baseado em planilhas de custo de empresas de engenharia. Um dos menos precisos índices, justamente pela sua abrangência, num quadro muito dispersivo de inflação. É divulgada em duas versões uma contendo apenas os preços do que é produzido internamente, (disponibilidade interna) e outra incluindo preços de importações.
4.2 – ÍNDICE GERAL DE PREÇOS DO MERCADO (IGPM) DA FGV
Criado a pedido da Federação dos Bancos com uma cláusula que impede sua modificação pelo governo e tinha como função, servir de corretor de contratos bancários aplicáveis já no dia 30 do mês em curso. É o primeiro a ser divulgado e tem como base os mesmos preços e a mesma ponderação do IGP, mas do dia 20 do mês anterior ao 20 do mês em questão.
4.3 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR (INPC), DO IBGE
Para rendas de 1-8 salários mínimos, foi o índice oficial de inflação de 1979 a 1986.
4.4 – ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR (IPC)
Sucedeu ao INPC como índice oficial, até 1990 e difere apenas no período de coleta dos preços.
4.5 – ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLIADO (IPCA) IBGE
Para rendas até quarenta salários mínimos.
4.6 – ÍNDICE DE CUSTO DE VIDA DO DIEESE
Para três classes de renda, 1-3 salários mínimos, 1-5 e 1-30. Esse índice se distingue dos demais por incluir como itens essenciais do custo de vida, despesas com recreação, comunicação, cultura e lazer.
4.7 – ÍNDICE DA CESTA BASICA (PROCON / DIEESE)
Pesquisado em 70 supermercados em São Paulo, englobando 31 produtos essenciais para famílias com renda até 10,3 salários mínimos; mede a variação ponta a ponta.
5 – CONSEQUÊNCIA DA INFLAÇÃO
Várias são as conseqüências advindas de taxas de inflação elevada. Pode-se citar três efeitos básicos de um processo inflacionário.
O primeiro efeito é provocar distorções na alocação de recursos da economia, uma vez que os preços relativos deixem de ser sinalizadores da escassez.
Um segundo efeito é sobre a distribuição de renda, uma vez que com inflação todos os contratos nominais fixos vão deteriorando-se, como, por exemplo, os salários, aluguéis, etc.
Um terceiro efeito é sobre o sistema financeiro em que os agentes passam a buscar apenas aplicações pós-fixadas, ou aplicações de curto prazo com taxas de juros nominais elevadas para se protegerem da inflação. Todas essas conseqüências, têm relação com as causas básicas da inflação Brasileira, já citada anteriormente.
O processo inflacionário também pode gerar efeitos negativos sobre o Balanço de Pagamentos por obscurecer o valor da moeda nacional e da taxa de câmbio. Pode inclusive levar a uma busca da moeda estrangeira como reserva de valor e provocar fugas de capitais.
Outro efeito pode dar-se sobre o incentivo a investir, uma vez que os agentes terão dificuldades para prever o retorno do investimento.
Outros impactos podem dar-se sobre as finanças públicas. Segundo o chamado Efeito Olivera-Tanzi, a inflação tende a corroer o valor da arrecadação fiscal do governo, pela defasagem entre o fato gerador e o recolhimento dos impostos.
Apesar de já ter sido citados vários desses efeitos e impactos ao longo deste trabalho, foi importante ter frisado nesse item, as principais conseqüências inflacionárias, de maneira que é importante saber estas, para saber a magnitude dos problemas. Assim, podendo tentar achar uma solução para a inflação, pois ela, pode levar a uma desaceleração e desajustes econômicos.
6 – CONCLUSÃO:
Observou-se que combater a inflação em um país de economia instável sensível às oscilações do mercado interno e externo, e ainda com uma longa história de inflação como o Brasil, torna-se difícil, pois as variáveis determinantes da inflação são as mais diversas possíveis e influenciam de forma exógena e endógena na economia como um todo, quão importante o conhecimento dos processos de inflação na economia, onde necessariamente em algum momento econômico do país, somos envolvidos e nos deparamos em situações econômicas capazes de reformular toda a estrutura financeira que construímos.
As possíveis saídas são até previsíveis, mas as atitudes são difíceis de serem tomadas. É preciso melhorar a balança de transações correntes, melhorar o desempenho exportador, diminuir as importações e melhorar o desempenho fiscal dos estados. Trabalhando nesse esquema, é possível ter expectativas melhores.
Portanto, conter a inflação, obviamente não é uma tarefa fácil, porém, importante para um bom funcionamento da economia, por isso, tivemos ao elaborarmos este trabalho, o objetivo de esclarecer passo a passo toda a sistemática inflacionária.
Entretanto, para possibilitar um bom crescimento na economia, as autoridades econômicas têm que utilizar todos os mecanismos monetários, entre outros, para que se possa manter a inflação em um nível baixo e estável.
7 – BIBLIOGRAFIA
LEITE, José Alfredo A. Macroeconomia: teoria, modelos e instrumentos de política econômica. São Paulo: Atlas, 1994.
SECRE/SUREL, Relatório de Inflação, BACEN, Distrito Federal: DEMAP/DISUD, 1999.
SANDRONI, Paulo. Dicionário de Economia, São Paulo: Best Seller, 1989.
BENJAMIN, César. A Opção Brasileira. Rio de Janeiro: Contraponto, 1998.