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domingo, dezembro 22, 2024

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL DE GADO BOVINO LEITEIRO

Autor: Rodrigo Garziera

1. INTRODUÇÃO

Inseminação artificial é uma prática que consiste na introdução de sêmen no útero da vaca, feito pelo homem.

Visando a melhor produção leiteira, os produtores pecuaristas estão cada vez mais aplicando fortunas pra terem melhores animais e com maior produção de leite/dia, tendo como objetivo, a obtenção de maiores lucros.

Com o declínio da agricultura, a maioria dos pecuarista e agricultores estão recorrendo ao leite, pois é uma fonte de renda diária. Muitos desses (em torno de 60.000), pequenos produtores, estão usando desse recurso para a própria subsistência.

Mas a maioria desses animais não apresentam o mínimo de qualidade genética, tendo como produção 7 l/dia. Esse dado é considerado extremamente baixo, e, para melhorá-lo há necessidade de boas inseminações, que muitas vezes, são consideradas caras. Ao fazer uma inseminação artificial, pode-se escolher a raça do touro, sendo que esse pode corrigir os defeitos da fêmeas, nascendo assim uma terneira com boas formas estáticas, boa produção de leite e principalmente, com uma raça bem definida.

Esse trabalho visa os favores da inseminação artificial, sendo que no primeiro capítulo discute-se as vantagens econômicas, sanitárias e sociais. Já no segundo capítulo trata-se da apresentação do próprio inseminador. No terceiro, a composição do aparelho genital de uma vaca. No quarto capítulo, visa-se os métodos de melhor eficiência de inseminação. O quinto capítulo implica no reconhecimento do cio e o horário de inseminar. O sexto e o sétimo capítulo abrange a apresentação do sêmen, como armazenar e descongelar o mesmo, e a sua disposição no aparelho genital. E por último, o oitavo capítulo apresentará o modo de limpeza do material utilizado na inseminação.

2. CONHEÇA A MELHOR FORMA DE QUALIFICAR O REBANHO

A inseminação artificial é um método de reprodução normal, e, por isto mesmo, o termo “artificial” talvez não seja dos mais apropriados, uma vez que o material fecundado (sêmen) é natural, provindo de reprodutores masculinos. Somente a sua deposição nos órgãos genitais femininos é que é feita com a participação do homem e de instrumentos. Inseminação artificial é “um método de reprodução que consiste na deposição do sêmen através de instrumental próprio, nas proporções mais adequadas no aparelho genital feminino”.

Após anos de análises, Adyr Soares Becker conclui que se a inseminação artificial for precedida de critérios rigorosos, principalmente escolha de reprodutor e higiene do manjo, poupa tempo e dinheiro em melhoramento genético.

2.1 Vantagens Zootécnicas

A inseminação artificial é um meio que tem como fim o melhoramento zootécnico dos rebanhos. Através dela, consegue-se uniformizar os rebanhos a partir de um único pai.

Permite organizar-se extremos programas de cruzamento; usar o sêmen de uma só ejaculada para centenas de vacas, aproveitando melhor a energia genética dos reprodutores; encurtar a estação de reprodução, conseguindo-se períodos de nascimento e desmama bem definidos com a terneira mais uniforme; melhorar o rendimento (carne, leite, lã, etc.). “a congelação de embriões (crioconservação) tem, além do significado científico, grande importância econômica e zootécnica” (Rodrigues, 1991, p 26), além de que , um reprodutor continue reproduzindo mesmo depois de morto. Além disso, um programa de inseminação artificial, no gado de corte, recomenda a adoção de determinadas técnicas de manejo, fazendo com que a reprodução mereça maior atenção, dentro de uma fazenda. O próprio sistema de identificação individual, através de brincos e fichários, facilita o controle, permitindo identificar e eliminar os animais com problema de reprodução.

2.2 Vantagens Econômicas

Entre outras, a possibilidade de pequenos e grandes criadores disparem de reprodutores de alto valor zootécnico, por preços bastante acessíveis. Além disso elimina-se os gastos de manutenção de touros (alimentação, tratador, medicamentos, etc.) e evita-se riscos de prejuízos por morte ou doenças. Também a ausência de touros permite, ao fazendeiro, aumentar a concentração de vacas.

Diante da situação evolutiva de todos os ramos comerciais e culturais, Mauro S. Ribeiro (1992), afirma que a utilização de técnicas na área rural faz-se na medida em que o homem evolui culturalmente. Portanto, não pode-se esperar objetivos amplos e abrangentes de uma população rural com escassos acessos ao que denomina-se vida moderna. Ainda faltam várias etapas para que se possa utilizar as biotécnicas de reprodução animal de forma correta, econômica, objetiva e geradora de benefícios ao homem rural. Devido a técnica de congelamento de sêmen, o criador pode usar sêmen de touros estrangeiros, sem se preocupar com o preço ou importação bastante acessível, tenso, como ônus, apenas a dose do material fecundado. “Proprietários de reprodutores de alto valor zootécnico podem congelar e comercializar o sêmen de seus reprodutores, obtendo, com isso, bons lucros, bastando, para tal, cumprir as exigências legais” (Becker, 1985, p 20)

Já está provado que o índice de fecundação, através de inseminação artificial, é bem superior ao da monta natural e, com isto, representa um menor custo de produção. Para comprovar-se, basta apenas fazer os cálculos do índice de produção de um terneiro, produzido através de inseminação artificial, e de outro, produzido através de monta natural, levando-se em conta o índice de fecundação, o preço de sêmen, o preço de touros (compra r manutenção), percentagem de nascimento, etc.

2.3 Vantagens Sanitárias

Existe, nos animais, a exemplo com o que acontece com a espécie humana, a ocorrência de doenças venéreas, de transmissão exclusiva pela cópula. São chamadas doenças de reprodução. Na monta natural, a presença de apenas uma vaca ou touro contaminado representa um perigo muito grande, devido a grande facilidade de disseminação de doenças.

Nos programas de inseminação artificial, são usados touros comprovadamente livres de tais doenças, e, mesmo que exista num rebanho uma vaca doente, não há perigo de transmissão paras as outras, pois o material de aplicação de sêmen é individual. A inseminação artificial age como um meio profilático, no rebanho, por não existir o contato direto macho x fêmea.

2.4 Vantagens Sociais

O trabalhador rural, ao concluir um curso de inseminação artificial, é valorizado profissionalmente, obtendo, assim, um mercado de trabalho mais amplo e melhores oportunidades salariais. Além disso, a participação no curso lhe dá a oportunidade de conviver com elementos de zonas diferentes e ter uma maior aproximação com os técnicos.

3. LIMITAÇÕES DA IA

Assim como se pode disseminar as boas características de um reprodutor, pode-se multiplicar características indesejáveis se o reprodutor escolhido possuir defeitos zootécnicos. A questão da higiene do inseminador também é um risco, pois diversas doenças podem ser por ele transportadas (aftosa, brucelose, mamite, tuberculose) . Os órgãos genitais dos animais são muito sensíveis, e se os instrumentos empregados na inseminação estiverem contaminados, o inseminador provocará infecções que podem resultar em abortos, ou mesmo mortes.

4. APARELHO GENITAL DA VACA

O aparelho reprodutor feminino é composto dos seguintes órgãos: ovários, trompas ou ovidutos, útero, vagina e vulva.

Ovários – São duas glândulas localizadas no interior do abdome, que podem variar um pouco em cada espécie animal e também com o estado de prenhez. Possuem a forma ovóide, ligeiramente achatados e medem, em média, 4 x 2, 5 cm. Os ovários produzem os óvulos e hormônios: estrogênio, progesterona e relaxina.

Trompas – Também chamadas de ovidutos, são condutos que unem os ovários aos cornos uterinos, e é o local onde ocorre a fecundação ( encontro do espermatozóide com o óvulo) medem de 15 a 30 cm.

Útero – É um órgão oco, de paredes musculosas e apresenta as seguintes partes: cornos uterinos, corpo do útero e colo do útero. Os cornos uterinos são em número de dois: o direito e o esquerdo e é onde se desenvolve o feto, durante a gestação. O corpo do útero é um cilindro oco, achatado, que se comunica, pela frente, com ambos os cornos e posteriormente com o colo uterino. O colo uterino é a porção mais posterior do útero. Possui as paredes espessas, no seu interior, existe o canal cervical que põe o útero em comunicação com a vagina. O canal cervical possui uma porção de anéis (2 a 4), que são bastante desenvolvidos em vacas que já tiveram muitas crias. A identificação deste órgão é de grande importância para o inseminador, pois o final do canal é onde deverá ser depositado o sêmen, sendo, por isso mesmo, chamado de “alvo do inseminador”. O colo uterino mede mais ou menos 10cm de comprimento, e tanto a sua consistência quanto o seu tamanho variam de acordo com a idade do animal (nas novilhas ele é fino e mole). Varia também com raça.

Vagina – É um órgão tubular, que vai do útero até próximo ao meato urinário. Mede de 25 a 30 cm.

Vulva – É a porção externa do parelho genital feminino. Possui a forma de uma fenda vertical ou oblíqua. É composta das seguintes partes: dois lábios vulvares, duas comissuras, um clitóris e os vestítulo.

5. TÉCNICAS DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

Existem diversos métodos conhecidos, muitos dos quais já fora de uso: inseminação vaginal – consiste na deposição do sêmen no interior da cavidade vaginal. Inseminação uterina – deposição no colo uterino. Inseminação intraperitonial – deposição do sêmen no ovário (método usado em aves). Inseminação cervical – consiste na deposição do sêmen no final do canal cervical (exatamente onde termina o colo uterino e inicia o corpo do útero). Esta técnica é, atualmente, a mais usada por apresentar um índice de fecundação superior aos demais. Uma grande vantagem desta técnica é a de eliminar o prejudicial contato do sêmen com a vagina, que pode causar retornos.

4.1 Preparo para a inseminação

A inseminação artificial, por ser um método de reprodução que conta com a participação do homem e de instrumentos, está sujeita a erros por desatenção ou falta de esclarecimento. Em todas as fases, devem ser observados os mínimos detalhes, pois apenas um pequeno descuido pode ser fatal. O preparo das vacas deve ser criterioso, levando-se em conta o seguinte:

Os animais deverão ser preparados com bastante antecedência;
Após reunidos em um mangueira, deverão ser classificados pelo tipo zootécnico e pela idade, devendo ser descartados os velhos e os que reunam condições de promover o melhoramento do rebanho;
O diagnóstico de gestação também deve ser feito;
A tarefa seguinte é a colocação de brincos;
A seguir, faz-se a aplicação de tuberculina e coleta de sangue para o exame de brucelose, eliminando-se da reprodução os que reagirem positivamente para ambos os testes;
Nos restantes, ou seja, os que forem considerados aptos, aconselha-se fazer uma aplicação de ADE e colocá-los em um potreiro com bastante pasto.
Sal mineral e farinha de osso devem ficar à disposição dos animais, permanentemente, e em quantidades que satisfaçam às exigências.

6. CIO

O ciclo sexual é composto de quatro períodos: proestro, estro, metaestro e diaestro. O período de estro é o cio propriamente dito. O cio, na maioria das espécies, é o melhor momento para fecundação, porque nele ocorre a ovulação.

” O sincronizador de cio, controla o ciclo estral, para saber de forma exata qual é o momento de começar o tratamento com hormônios, pra que ocorra a superovulação. Como a natureza animal produz normalmente um óvulo, que corresponderia a um filho, é necessário provocar a ocorrência de vários óvulos em um mesmo cio”. (Becker, 1985, p 26)

A vaca é exceção. Nela, a ovulação ocorre num período de mais ou menos 12 horas após o final do cio, que dura, em média, 18 horas, e se repete a cada 21 dias. Na monta natural, o touro possui instintos que permite reconhecer uma vaca em cio. Em inseminação artificial, o inseminador tem um papel semelhante ao touro para o reconhecimento do cio. Um mau reconhecimento do cio pode levar um trabalho de inseminação a um fracasso total, ocasionando, ao criador, grandes prejuízos (valor do sêmen, material de aplicação, pequena quantidade de terneiros nascidos noa no seguinte, etc.)

6.1 Reconhecimento do cio

O reconhecimento do cio pé de capital importância, pois não basta que uma vaca esteja em cio para ser inseminada. Existe, dentro do período de cio, um momento que é o mais apropriado para a inseminação. Quando uma vaca entra em cio, apresenta uma série de modificações, tanto no seu comportamento, como no aspecto de seus órgãos genitais.

Mudanças no comportamento: inquietação, perda do apetite, monta e deixa-se montar; quando se toca nos órgãos genitais, levanta a cauda; pode emitir sons freqüentes. Outras mudanças: vulva inchada e avermelhada, corrimento de muco, que pode ser abundante em alguns animais e escasso em outros. Este muco deverá ser limpo, sem estrias de sangue ou pus. Na vaca leiteira, pode haver uma queda na produção de leite.

A presença de sangue na vulva, ancas ou cauda é sinal indicativo que o cio já passou. Vaca não menstrua. Este sangue indica que a vaca esteve no cio há três ou quatro dias.

Nos animais estabulados, ou semiestabulados, não há dificuldades em se fazer a identificação do cio. Devido ao contato diário do tratador com o animal, basta apenas a observação individual de cada um. Então, só serão observados os sinais de vulva, perda do apetite, diminuição do leite. Para os animais de campo, geralmente rebanhos com muitos animais, existe um esquema que facilita muito o trabalho, já que é impraticável a observação direta e individual.

O inseminador, acompanhado de dois ou três campeiros, deverá fazer duas recorridas diárias ao rebanho, para identificar apartar as vacas em cio. A primeira pela manhã, das seis às nove horas e, a segunda, das 16h 30 min às 18h 30 min. O sinal que indicará o animal em cio, no campo, é o “deixar-se montar” por outro animal. Este outro animal pode ser uma vaca, um rufião previamente preparado, ou até mesmo um boi manso. Normalmente, a vaca que entra em cio fica inquieta, não pasta e se aproxima de uma companheira, tentando montá-la. Se esta outra não está no cio, ela não aceita a monta, ma, num determinado momento, ela salta sobre a que está em cio, que aceita, tomando as atitudes como se fosse receber a monta de um touro.

Há outro meio de reconhecer animais em cio. Existem dispositivos que são adaptados na garupa das fêmeas. Ao receber a monta, estes dispositivos são comprimidos e mudam de cor, passando do branco para o vermelho. Outro método é o de usar espingardas que lançam cápsulas que, ao contato com o animal, rebentam e derramam uma tinta, marcando.

Ao final de cada período de inseminação o inseminador deverá separar as vacas em cio e colocá-las num potreiro de espera, próximo ao tronco de inseminação. Caso o inseminador e campeiros tenham que separar somente um animal, tarefa esta muito difícil, que provoca muito movimento no gado, em geral, aconselha-se a usar duas ou três vacas mansas que irão servir de sinuelo. isto facilita o trabalho de aparte evitando aquela intensa movimentação, muito prejudicial as vacas que irão ser inseminadas.

Os animais deverão ser conduzidos com calma, sem gritos ou correrias. Em fim, devem ser evitadas quaisquer situações que poderão deixar os animais inquietos. A presença de cachorro é altamente prejudicial ao bom andamento do trabalhos.

A vaca que vai ser inseminada deverá ser contida, de modo que ofereça segurança tanto para ela quanto pra o inseminador. Se ela estiver se negando a entrar no brete, aconselha-se a meter, na sua frente, uma vaca mansa, de modo que quando ela estiver presa veja a que está a sua frente. Caso o tronco de contenção não possua tesoura, aconselha-se a não prender a cabeça do animal com corda, pois deixa-o inquieto.

6.2 Horário de Inseminar

A finalidade da inseminação é promover o encontro do espermatozóide com o óvulo, objetivando a fecundação. Por isso, ela deve ser realizada no momento apropriado, para que se dê realmente o encontro. Sabe-se que a vaca ovula mais ou menos doze horas após o término do cio; que o óvulo dura, aproximadamente 6 horas e que o espermatozóide dura 24 horas. Está comprovado que o melhor momento para inseminar uma vaca é nas última dez horas do período de receptividade e nas 10 primeiras após o término do cio. Porém, como não se pode precisar o início do período de receptividade, adota-se a seguinte regra prática:

As vacas identificadas em cio, pela manhã, serão inseminadas na tarde do mesmo dia;
As vacas identificadas em cio pela tarde serão inseminadas na manhã seguinte.
As vacas de leite devem ser inseminadas antes da ordenha. Sempre que houver necessidade de banhos carrapaticidas ou vacinas deve se evitar faze-los no mesmo dia da inseminação. Também todos os trabalhos preparativos (colocação de brincos, teste de brucelose e tuberculose) deverão ser feitos com bastante antecedência.

7. APRESENTAÇÃO DO SÊMEN

O sêmen após coletado, é especialmente preparado para ser congelado. Os métodos de congelamento são quase perfeitos e os espermatozóides não são prejudicado. Após congelado, o sêmen é armazenado a uma temperatura de –196°C. A apresentação do sêmen congelado é maneira como ele está acondicionado. Existem atualmente, quatro formas: pellets, palhetas, ampola e minitubo.

Pellets: é o sêmen, não possuindo embalagem. Este tipo está sendo substituído por outros três tipos, que serão vistos a seguir. A vantagem que apresenta é o baixo custo de produção e simplicidade no método de congelamento, que pode ser feito até mesmo nas fazendas. Apresenta as seguintes desvantagens: não possui embalagem, o que dificulta a identificação e facilita a contaminação; dificulta acondicionamento, pois, para uma pequena quantidade de sêmen é necessário um canister inteiro para guardá-lo; necessita de esterilização de tubos de hemólise e outros instrumentos, prática esta muito difícil de se conseguir com perfeição; nas fazendas, necessita-se de diluidor. Sua aplicação é feita com pipeta e bulbos plásticos.

Ampolas: como o próprio nome diz, vêm acondicionado em ampolas, cujos dados de touro e sêmen vêm impressos na própria ampola. Também é aplicado com pipeta e bulbos plásticos.

Palhetas: O sêmen em palhetas é o que vêm acondicionado em canudinhos plásticos, semelhante a um carga de caneta esferográfica. A palheta também contém impressos os dados do sêmen. Sua aplicação é feita com pistola metálica, protegida com uma bainha plástica. É o melhor método. Não há perigo de contaminação. O sêmen sai da palheta diretamente para o útero da vaca. A sua grande vantagem é a cor da palheta, identificando a raça.

7.1 Armazenamento do sêmen

Todo o sêmen congelado, seja ele em palhetas, pellets, ou ampolas, deverá ser armazenado em recipientes especiais, denominados botijões. Estes botijões deverão conter nitrogênio líquido, cuja temperatura normal é de –196° C. Estes aparelhos são construídos com material especial, possuem parede dupla e entre elas, existe vácuo e um material isolante térmico. Qualquer batida poderá quebrar o equilíbrio entre a s duas paredes do aparelho.

7.2 Descongelação de ampolas

Coloque água e pedras de gelo num recipiente de isopor, aguardando alguns minutos pra a água ficar numa temperatura em torno de zero graus centígrados.

Retire a ampola da haste e coloque rapidamente dentro d’água. Em seguida formará uma crosta de gelo em torno da ampola, que deverá ser removida com as unhas sem retirar a ampola da água.

Em aproximadamente cinco minutos a ampola estará descongelada; retire-a da água e seque com papel toalha.

Com um cortador de ampolas, arranha o gargalo da ampola após quebre-o . a seguir com a pipeta e o bulbo aspire o sêmen contido na ampola e imediatamente inicie a inseminação.

8. DEPOSIÇÃO DO SÊMEN NO APARELHO GENITAL

Na execução da inseminação artificial deve ser obedecida a seguinte ordem:

Introduza a mão no reto e localize o colo do útero; agarre-o firme, mas em apertar com muita força.
O auxiliar limpa a vulva com papel toalha.
Com o auxiliar abrindo os lábios vulvares, introduza na vagina a pipeta ou o pistolete com a ponta anterior levemente dirigida para cima.
Distenda o colo para frente (em direção a cabeça da vaca) para desmanchar as pregas vaginais, bem como o fundo do saco vaginal.
Sempre distendendo o colo para frente, vá introduzindo a pipeta ou o pistolete procurando localizar sua ponta anterior na abertura do colo.
Faça pressão com a pipeta ou o pistolete para a frente enquanto traz o colo para trás com leves movimentos para facilitar e entrada da pipeta no canal do colo.
A seguir, ultrapasse os anéis do colo, exercendo uma pressão constante, para frente, da pipeta enquanto traciona o colo para trás com leves movimento rotativos.
A seguir puxe um pouco para trás a pipeta, pois o local de deposição do sêmen situa-se no final do colo.

9. LIMPEZA DO MATERIAL

Os tubos de hemólise devem ser lavados com água corrente após o término de cada inseminação.

Quando tiver diversos tubos já usados, lavar novamente com água corrente e sabão de coco ou glicerina. Enxaguar com água limpa em abundância (se tiver água destilada, melhor). Usar escovas próprias para lavar os tubos.

Enrolar cada tubo, individualmente em papel toalha, levar ao forno ou estufa e deixar secar até que o papel toalha fique bem quebradiço (no mínimo 20 minutos).

Jamais use duas vezes um mesmo tubo sem lavar e esterilizar.

10. CONCLUSÃO

Com a apresentação deste trabalho, pode-se concluir que a inseminação artificial apresenta somente vantagens como, evitar doenças, maior proporção de fecundação, qualidade em raça e muitas outras.

Todas essas vantagens englobam em um complexo que, só tende a lucros para os criadores de médio e alto porte. Já os pequenos não têm acesso à maioria delas, o que faz cair muito a qualidade de mercado.

As técnicas de inseminação apresentadas devem ser analisadas, pois alguns descuidos do inseminador podem causar prejuízos ao pecuarista. Dentre as técnicas, a introdução do sêmen no útero da vaca, como visto, só tende a trazer vantagens, como eliminar o contato do sêmen com a vagina, podendo causar retornos.

Com a evolução e o crescimento da criação do gado leiteiro, esse mercado de inseminação tende a aumentar ainda muito; isso só vem a trazer benefícios, como o declínio do preço de inseminações de boa qualidade.

Conclui-se então, que boas inseminações são serão mais privilégios de poucos, mas sim necessidade de muitos que visam uma cabanha com melhoramento genético e uma alta produção de leite.

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, Olavo. Investimento em Genética. A Granja, São Paulo, nº 526, p.32-8, jun. 1992.

BECKER, Adyr Soares. Pesquisas mostram quais os melhores cruzamentos. A Granja, São Paulo, nº449, p.16-23, jun. 1985.

MEINCKE, Werner. Vantagens e limitações da IA. A Granja, São Paulo, nº456, p.30, dez. 1985.

RIBEIRO, Mauro Santos. Como se produz leite de primeiro mundo. A Granja, São Paulo, nº 543, p.45-8, jun. 1992.

RODRIGUES, José Luiz. Conheça a melhor forma de qualificar o rebanho. A Granja, São Paulo, nº 453, p. 20-9, out. 1985.

MULTIPLICAÇÃO sem milagres nem mistérios. A Granja, São Paulo, nº520, p.22-6, nov.

1991.

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