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segunda-feira, dezembro 23, 2024

INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO

Autor: Rosilma Guerra Reis

PARTE 1

INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO

“O mundo atual é uma sociedade institucionalizada e composta de organizações. Todas as atividades voltadas para a produção de bens […] ou para a prestação de serviços […]. A vida das pessoas dependem das organizações e essas dependem do trabalho daquelas[…]. Existem organizações lucrativas (chamadas empresas ) e organizações não lucrativas (como o Exército, Igreja, serviços públicos, entidades filantrópicas, organizações não-governamentais etc.) […], as organizações, ao atingirem um certo porte precisam ser administradas e sua administração requer todo um aparato de pessoas estratificadas em diversos níveis hierárquicos[…] (p.1)

Em cada nível e em cada especialização da administração, as situações são muito diversificadas […]. Cada organização tem seus objetivos, seu ramo de atividade, seus dirigentes e seu pessoal, seus problemas internos e externos, seu mercado, sua situação financeira, sua tecnologia, seus recursos básicos, sua ideologia e política de negócios etc.

Um administrador bem sucedido em uma organização pode não sê-lo em outra.[…] Mesmo que o executivo tenha profundos conhecimentos de Administração e apresente um invejável currículo profissional, ele não é julgado pelo que sabe a respeito das funções que exercem em sua especialidade, mas principalmente pela maneira como realiza seu trabalho e pelos resultados […] “. (p.2)

“Existem três tipos de habilidades necessárias para que o administrador possa trabalhar com sucesso: a habilidade técnica, a humana e a conceitual”. (p.3)

“a combinação dessas habilidades é importante para o administrador […]”. (p.4)

CAPÍTULO 1

A ADMINISTRAÇÃO E SUAS PERSPECTIVAS

“Em uma época de complexidades, mudanças e incertezas como a que atravessamos hoje, a Administração tornou-se uma das mais importantes áreas da atividade humana. […] E a tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas por meio das pessoas de maneira eficiente e eficaz.” (p.05)

“Peter Drucker, autor neoclássico, afirma que não existem países desenvolvidos e países subdesenvolvidos, e sim países que sabem administrar a tecnologia e os recursos disponíveis e potenciais […]. O mesmo ocorre com as organizações.” […] (p.05,06)

“[…]. Qualquer que seja a posição ou o nível que ocupe, o administrador alcança resultados através da efetiva cooperação dos subordinados. A tarefa de administrar se aplica a qualquer tipo ou tamanho de organização, […]. Toda organização, seja ela industrial ou prestadora de serviços, precisa ser administrada para alcançar seus objetivos com a maior eficiência e economia de ação e de recursos alcançar objetivos. […]. Onde quer que a cooperação de pessoas no intuito de alcançar um ou mais objetivos comuns se torne organizada e formal, o componente essencial e fundamental dessa associação é a Administração – a função de conseguir fazer as coisas por meio das pessoas, com os melhores resultados.”(p.06)

Conteúdo e Objeto de Estudo da Administração.

“A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência, para) e minister (subordinação ou obediência) e significa […], aquele que presta um serviço a outro […]. A tarefa da Administração é a de interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional, […]. Assim, a Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos”. (p.06,07)

“[…]. O conteúdo do estudo da Administração varia de acordo com a teoria ou escola considerada. Cada autor da Administração tende a abordar as variáveis e assuntos típicos da orientação teórica de sua escola ou teoria.

A Teoria Geral da Administração começou com a ênfase nas tarefas […], através da Administração Cientifica de Taylor. A seguir, a preocupação básica passou para a ênfase na estrutura com a Teoria Clássica de Fayol e com a Teoria da Burocracia de Weber, seguindo-se mais tarde a Teoria Estruturalista. A reação humanística surgiu com a ênfase nas pessoas, por meio da Teoria das Relações Humanas, mais tarde desenvolvida pela Teoria Comportamental e pela Teoria do Desenvolvimento Organizacional. A ênfase no ambiente surgiu com a Teoria dos Sistemas, sendo completada pela Teoria da Contingência. Esta, posteriormente, desenvolveu a ênfase na tecnologia. Cada uma dessas cinco variáveis – tarefas, estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia. Cada uma dessas cinco variáveis – tarefas, estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia – provocou a seu tempo uma diferente teoria administrativa, marcando um gradativo passo no desenvolvimento da TGA”. ( p.08)

O Estado Atual da Teoria Geral da Administração.

“[…] Todas as teorias administrativas são válidas, embora cada qual valorize uma ou alguma das cinco variáveis básicas. Na realidade, cada teoria administrativa surgiu como uma resposta aos problemas empresariais mais relevantes de sua época. […]

Na realidade, a adequação e integração entre essas cinco variáveis constituem o desafio da Administração.

À medida que a Administração se defronta com novas situações […], as doutrinas e teorias administrativas precisam adaptar suas abordagens ou modifica-las para continuarem úteis e aplicáveis.[…]. ” (p. 09)

A Administração na Sociedade Moderna

“A administração é um fenômeno universal no mundo moderno. Cada organização e cada empresa requerem a tomada de decisões, a coordenação de múltiplas atividades, condução de pessoas, avaliação do desempenho dirigido a objetos previamente determinados, obtenção e alocação de recursos etc. […] por essa razão, profissionais – como engenheiros, economistas, contabilistas, ou médicos […], quando são promovidos em suas empresas – como construtoras, consultorias ou hospitais – ao nível de superior, gerente ou diretor, […]. A partir daí, precisam aprender a administrar e adquirir novos conhecimentos e posturas que suas especialidades não lhes ensinou em momento algum […]. É isso o que leva muitos profissionais de nível superior a retornarem mais tarde aos bancos universitários para cursarem Administração […]. O administrador é um profissional cuja formação é ampla e variada: precisa conhecer disciplinas heterogêneas (como Matemática, Direito, Psicologia, Sociologia, Estatística etc.). […], mas é ele um agente cultural na medida em que, com seu estilo de Administração, modifica a cultura organizacional existentes nas empresas. […], o administrador deixa marcas profundas nas vidas das pessoas, à medida que lida com elas e com seus destinos dentro das empresas.[…]” (pág. 10 e 11)

“A Administração tornou-se importante na condução da sociedade moderna. Ela não é um fim em si mesma, mas um meio de fazer com que as coisas sejam realizadas da melhor forma, com o menor custo e com a maior eficiência e eficácia.” (pág. 11)

Perspectivas Futuras da Administração

………………………………………………………

A tarefa administrativa nas próximas décadas será incerta e desafiadora, pois deverá ser atingida por uma infinidade de variáveis, mudanças e transformações carregadas de ambigüidades e de incertezas. […], essas exigências, desafios e expectativas sofrem mudanças que ultrapassam a capacidade de compreensão do administrador. Essas mudanças tendem a aumentar, em face da inclusão de novas variáveis, à medida que o processo se desenvolve […]. Vários fatores deverão provocar profundos impactos sobre as organizações e empresas, como:

1. Crescimento das Organizações: […] Na medida em que a organização cresce, ocorre uma subdivisão interna (divisão do trabalho) e especialização dos órgãos e, em decorrência, maior necessidade de coordenação e integração das partes envolvidas para garantir a eficiência e eficácia. “(p. 12,13)

2.” Concorrência mais aguda: À medida que aumentam os mercados e os negócios, crescem também os riscos da atividade empresarial. O produto ou serviço que demonstre ser superior ou melhor será o mais procurado. […]

3. Sofisticação da tecnologia: […] A tecnologia proporciona uma eficiência maior, uma precisão maior e a liberação da atividade humana para tarefas mais complicadas e que exijam planejamento e criatividade. A tecnologia introduzirá novos processos que causarão impactos sobre a estrutura e comportamento das organizações.

4. Taxas elevadas de inflação: […] A inflação exigirá, cada vez mais, maior eficiência da administração das organizações para que estas possam obter melhores resultados com os recursos disponíveis e programas de redução de custos operacionais. […]

5. Globalização da economia e internacionalização dos negócios: […] A globalização e o intercâmbio planetário fazem com que a competição se torne mundial.

6. Visibilidade maior das organizações: Enquanto crescem, as organizações […] chamam mais a atenção do ambiente e do público e passam a ser mais visíveis e percebidas pela opinião pública. […], a organização jamais será ignorada pelos outros:consumidores, fornecedores, imprensa, sindicatos, governo etc.,e isso influenciará seu comportamento.” (p.13)

PARTE 2

OS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO

“A história mostra que a teoria dos empreendimentos militares, sociais, políticos, militares, sociais, políticos, econômicos e religiosos teve uma estrutura orgânica piramidal que retrata uma estrutura hierárquica[…]. A teoria da estrutura hierárquica não é nova: Platão, Aristóteles e Hamurabi já tratavam dela. A bíblia relata os conselhos de Jetro, sogro de Moisés e sacerdote de Mídia, que, notando as dificuldades do genro em atender o povo e julgar suas lides, disse a Moisés: Eu te aconselharei, e Deus seja consigo. Representa o povo perante Deus […]. Põe-nos sobre elas, por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez, para que julguem esse povo em todo tempo. Toda causa grave trá-la-ão a ti, mais toda causa pequena eles mesmo a julgaram […] (p.21)

” O texto bíblico conta que Moisés seguiu os conselhos do sogro e construiu sua pirâmide humana: escolheu homens capazes de toda Israel e delegou-lhes autoridade como se fossem seus representantes […].

[…]. Os papiros egípcios atribuídos à época de 1300 a.C. Já indicam a importância da burocracia publica no antigo Egito. Na China, as parábolas de Confúcio sugerem praticas para a boa administração publica.[…]” (p.22)

CAPÍTULO 2

ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO

“[…] No final do século XIX , […] , a sociedade era completamente diferente. As organizações eram poucas e pequenas: predominavam as pequenas oficinas, artesãos independentes, pequenas escolas, profissionais autônomos (como médicos, advogados, que trabalhavam por conta própria), o lavrador, o armazém da esquina etc.[…]” (p.25,26)

Influência dos Filósofos

“A administração recebeu influência da Filosofia desde os tempos da Antiguidade. O filósofo grego Sócrates (470 a.C, -399 a.C.), em sua discussão com Nicomaquides, expõe seu ponto de vista sobre a Administração como uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da experiência.

Platão (429 a.C.-347 a.C.), filósofo grego, discípulo de Sócrates, analisou os problemas políticos e sociais decorrentes do desenvolvimento social e cultural do povo grego. […]

Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), discípulo de Platão, deu impulso inicial à Filosofia, Cosmologia, Nostalgia, Metafísica, Lógica, e Ciências Naturais, abrindo as perspectivas do conhecimento humano.[…]

Francis Bacon (1561-1626) filósofo e estadista inglês, fundador da Lógica Moderna baseada no método experimental e indutivo, mostra a preocupação prática de se separar experimentalmente o que é essencial do que é acidental ou acessório. Bacon antecipou-se ao princípio conhecido em Administração como princípio da prevalência do principal sobre o acessório.

René Descartes (1596 –1650), filósofo, matemático e físico francês, considerado o fundador da Filosofia Moderna, criou as coordenadas cartesianas e deu impulso à Matemática e à Geometria da época. Na Filosofia celebrizou-se pelo livro O Discurso do Método, no qual descreve seu método filosófico denominado método cartesiano […]. (P.26)

“Thomas Hobbes (1588 – 1679), filósofo político inglês, defende o governo absoluto em função de sua visão pessimista da humanidade. […] No livro Leviatã, assinala que o povo renuncia a seus direitos naturais em favor de um governo que […] impõe a ordem, organiza a vida social e garante a paz. […]

Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778) desenvolve a teoria do Contrato Social: o Estado surge de um acordo de vantagens. […]

Karl Marx (1818 – 1883) e Friedrich Engels (1820 – 1895) propõem uma teoria da origem econômica do Estado. O poder político e do Estado nada mais é do que o fruto da denominação econômica do homem pelo homem. […] No Manifesto Comunista, afirmam que a história da humanidade é uma história da luta de classes. […]” (pág.27)

Influência da Organização da Igreja Católica

“Através dos séculos, as normas administrativas e os princípios de organização pública foram se transferindo das instituições dos Estados […] para as instituições da Igreja Católica e da organização militar.[…] A estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo para as organizações que, ávidas de experiências bem-sucedidas, passaram a incorporar os princípios e normas administrativas utilizados pela Igreja Católica.” (pág.28)

Influencia da Organização Militar

“A organização militar influenciou o aparecimento das teorias da Administração. […]. O princípio da unidade de comando (pelo qual cada subordinado só pode ter um superior) é o núcleo das organizações militares. A escala hierárquica – ou seja, os escalões hierárquicos de comando com graus de autoridade e responsabilidade – é um aspecto típico da organização militar utilizado em outras organizações.[…] (pág. 28)

………………………………………

“Outra contribuição da organização militar é o princípio de direção, que preceitua que todo soldado deve saber perfeitamente o que se espera dele e aquilo que ele deve fazer. Mesmo Napoleão, o general mais autocrata da história militar, nunca deu uma ordem sem explicar seu objetivo e certificar-se de que o haviam compreendido corretamente, pois estava convencido de que uma obediência cega jamais leva a uma execução inteligente.

O general prussiano Karl von Clausewitz (1780-1830) é considerado o pai do pensamento estratégico.[…] Clausewitz considerava a disciplina um requisito básico para uma boa organização. Para ele, a organização requer um cuidadoso planejamento, no qual as decisões devem ser científicas e não apenas intuitivas.[…]” (p.29)

Influência da Revolução Industrial

“Com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e sua aplicação à produção, surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social […]. É a chamada Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra e que pode ser dividida em duas épocas distintas.

1780 a 1860: 1ª Revolução Industrial ou revolução do carvão e do ferro.

1860 a 1914: 2ª Revolução Industrial ou do aço e da eletricidade.

1ª fase: Mecanização da industria e da agricultura, em fins do século XVIII, com a máquina de fiar (inventada pelo inglês Hargreaves em 1767), do tear hidráulico (inventado por Arwright em 1769), do tear mecânico (criado por Cartwright em 1785) e do descaroçador de algodão (criado por Whitney em 1792), que substituíram o trabalho do homem e a força motriz muscular do homem, do animal ou da roda de água. […]

2ª fase: A aplicação da força motriz à industria. A elástica do vapor descoberta por Denis Papin no século XVII ficou sem aplicação até 1776. […] Com a aplicação do vapor às máquinas, iniciam-se grandes transformações nas oficinas (que se converteram em fabricas), nos transportes, nas comunicações e na agricultura.

3ª fase: O desenvolvimento do sistema fabril. […]. Surgem novas industrias em detrimento da atividade rural. A migração de massas humanas das áreas agrícolas para as proximidades das fabricas provoca a urbanização.” (p.30)

“4ª fase: Um espetacular aceleramento dos transportes e das comunicações. A navegação a vapor surgiu com Robert Fulton (1807) e logo depois as rodas propulsoras foram substituídas por hélices. A locomotiva a vapor foi aperfeiçoada por Stephenson, surgindo a primeira estrada de ferro na Inglaterra (1825) e logo depois nos Estados Unidos (1829) e no Japão (1832). Esse novo meio de transporte propagou-se vertiginosamente. Outros meios de comunicação apareceram com rapidez surpreendente: Morse inventa o telégrafo elétrico (1835), surge o selo postal na Inglaterra (1840), Graham Bell inventa o telefone (1876).[…] (p.30,31)

A partir de 1860, a Revolução Industrial entrou em sua segunda fase.[…]

As características da 2ª Revolução Industrial são as seguintes:

– Substituição do ferro pelo aço como material industrial básico.

– Substituição do vapor pela eletricidade e derivados do petróleo como fontes de energia.

– Desenvolvimento da maquinaria automática e da especialização do trabalhador.

– Crescente domínio da industria pela ciência.

– Transformações radicais nos transportes e nas comunicações. As vias férreas são ampliadas. A partir de 1880, Daimler e Benz constroem automóveis na Alemanha, Dunlop aperfeiçoa o pneumático em 1888 e Henry Ford inicia a produção do seu modelo “T” em 1908. Em 1906, Santos Dumont faz sua primeira experiência com o avião.

– Desenvolvimento de novas formas de organização capitalista. As firmas de sócios solidários […] deram lugar ao chamado capitalismo financeiro, que tem quatro características principais:

a) Dominação da industria pelas inversões bancárias e instituições financeiras e de crédito, como na formação da United States Steel Corporation, em 1901, pela J.P.Morgan & Co.

b) Formação de imensas acumulações de capital, provenientes de trustes e fusões de empresas.

c) Separação entre a propriedade particular e a direção das empresas.

d) Aparecimento das holding companies para coordenar e integrar negócios.

– Expansão da industrialização desde a Europa até o Extremo Oriente.”(p.31)

“[…]. Em função disso, houve uma súbita transformação provocada por dois aspectos a saber:

Transferências de habilidade do artesão para a máquina, para produzir com maior rapidez, em maior quantidade e com melhor qualidade, permitindo a redução nos custos de produção.
Substituição da força animal ou do músculo humano pela potencia da maquina a vapor (e depois pelo motor), permitindo maior produção e economia.[…]
“Com a nova tecnologia dos processos de produção, de construção e funcionamento das maquinas, […] a administração e a gerência das empresas industriais passaram a ser a preocupação maior dos proprietários […]. Os produtos

passaram a ser fabricados em operações parciais que se sucediam, cada uma delas entregue a um grupo de operários especializados em tarefas especificas. […] A preocupação dos empresários se fixava na melhoria dos aspectos mecânicos e tecnológicos da produção, com o objetivo de produzir quantidades maiores de produtos melhores e de menor custo.[…] (pág.32,33)

Influência dos Economistas Liberais

Ao término do século XVIII, os economistas clássicos liberais conseguem aceitação de suas teorias […]. As idéias liberais decorrem do direito natural: a ordem natural é a ordem mais perfeita. Os bens naturais, sociais e econômicos são os bens que possuem caráter eterno. Os direitos econômicos humanos são inalienáveis e existe uma harmonia preestabelecida em toda coletividade de indivíduos. Segundo o liberalismo, a vida econômica deve afastar-se da influência estatal, pois o trabalho segue os princípios econômicos e a mão-de-obra está sujeita às mesmas leis da economia que regem o mercado de matérias-primas ou comércio internacional. […]. A livre concorrência é o postulado principal do liberalismo econômico. (p.34)

Influência dos Pioneiros e Empreendedores

“Nos Estados Unidos, ao redor de 1820 o maior negócio empresarial foram as estradas de ferro, empreendimentos privados e que constituíram um poderoso núcleo de investimentos de toda uma classe de investidores […]. (p.36)

…………………………………………….

Em 1871, a Inglaterra era a maior potência econômica mundial. Em 1865. John D. Rockefeller (1839-1937) funda a Standard Oil. Em 1890, Carnegie funda o truste de aço,ultrapassando rapidamente a produção de toda Inglaterra. Swift Armour formam o truste das conservas. Guggenheim forma o truste do cobre e Mello, o truste do alumínio […]. Logo apareceram os gerentes profissionais, os primeiros organizadores que se preocupavam mais com a fábrica do que com vendas ou compras. As empresas manufaturavam, comprando matérias primas e vendendo produtos por meio de agentes comissionados, atacadistas ou intermediários […].

Na década de 1880, a Westinghouse e a General Eletric dominavam o ramo de bens duráveis e criaram organizações próprias de vendas com vendedores treinados, dando início ao que chamamos hoje de “marqueting”. […] (p.36)

…………………………………….

“Entre 1880 e 1890, as indústrias passaram a controlar as matérias primas através de seus departamentos de compras, adquirindo firmas fornecedoras e controlando a distribuição para vender seus produtos diretamente ao varejista ou consumidor final. Procurava-se maior eficiência na produção, compras, distribuição e vendas […]. (p.37)

………………………………………

A etapa seguinte foi o controle de mercado de distribuição, eliminando os intermediários para vender mais barato ao consumidor final e deixando de depender dos atacadistas. Entre 1890 e 1900 , ocorreu uma onda de fusões de empresas – a mais famosa foi a criação de U.S. Steel Corporation, […]” (p. 37)

…………………………………….

“Os grandes capitães de indústrias – como John D. Rockefeller, Gustavus Swifit, James Duke, Wrstinghouse, Daimler e Benz, Henry Ford e outros – não tinham condições de sistematizar seus vastos negócios com eficiência, pois eram empreendedores e não organizadores. […]

Na virada do século XX, grandes corporações sucumbiram financeiramente. […]. Estavam criadas as condições para o aparecimento dos grandes organizadores da empresa moderna.[…] Estava chegando a era da competição e da concorrência como decorrência de fatores como:

Desenvolvimento tecnológico,[…]
Livre-comércio.
Mudança dos mercados vendedores para mercados compradores.
Aumento da capacidade de investimento de capital e elevação dos níveis de ponto de equilíbrio.
Rapidez do ritmo de mudança tecnológica que rapidamente torna obsoleto um produto ou reduz drasticamente seus custos de produção.
crescimento dos negócios e das empresas.
Todos esses fatores iriam completar as condições propícias para a busca de bases científicas para a melhoria da prática empresarial e para o surgimento da teoria administrativa.” (p.38)

FICHAMENTO DE COMENTÁRIO

Com o avanço tecnológico e o desenvolvimento do conhecimento humano, a Administração está sendo considerada a principal chave para a solução dos mais graves problemas que afligem o mundo moderno, tornando-se uma das mais importantes áreas da atividade humana pois, tanto nas industrias, comércios, organizações de serviços públicos, hospitais, universidades, etc… as pessoas trabalham em conjunto para conseguir os objetivos comuns da função administrativa.

A Teoria Geral da Administração está sempre se expandindo e ampliando, levando varias pessoas a retornarem às universidades para cursarem Administração. O administrador é um profissional que precisa conhecer as disciplinas heterogêneas (como Matemática, Direito, Sociologia, Psicologia, Estatísticas etc.), estando atento aos eventos passados e presentes, bem como às previsões futuras, pois seu horizonte é amplo. O administrador é um agente não só de condução mas também de mudanças e transformações das empresas levando-as a novos rumos, novos processos, novos objetivos, novas estratégias. Ele modifica a cultura organizacional existente nas empresas, e as empresas bem administradas, modificam os rumos de uma nação.

PARTE 1

INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO

“O mundo atual é uma sociedade institucionalizada e composta de organizações. Todas as atividades voltadas para a produção de bens […] ou para a prestação de serviços […]. Existem organizações lucrativas (chamadas empresas ) e organizações não lucrativas (como o Exército, Igreja, serviços públicos, entidades filantrópicas, organizações não-governamentais etc.)” […] (p.1)

“Em cada nível e em cada especialização da administração, as situações são muito diversificadas […]. Cada organização tem seus objetivos, seu ramo de atividade, seus dirigentes e seu pessoal, seus problemas internos e externos, seu mercado, sua situação financeira, sua tecnologia, seus recursos básicos, sua ideologia e política de negócios etc. […[. “(p.2)

CAPÍTULO 1

A ADMINISTRAÇÃO E SUAS PERSPECTIVAS

“[…],a Administração tornou-se uma das mais importantes áreas da atividade humana. […] E a tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas por meio das pessoas de maneira eficiente e eficaz.” (p.05,06)

“[…].A tarefa de administrar se aplica a qualquer tipo ou tamanho de organização, […]. Toda organização, seja ela industrial ou prestadora de serviços, precisa ser administrada para alcançar seus objetivos com a maior eficiência e economia de ação e de recursos alcançar objetivos. […]”. (p.06)

Conteúdo e Objeto de Estudo da Administração.

“A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência, para) e minister (subordinação ou obediência) e significa […], aquele que presta um serviço a outro […]. A tarefa da Administração é a de interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional, […]. Assim, a Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos”. (p.06,07)

“[…]. O conteúdo do estudo da Administração varia de acordo com a teoria ou escola considerada. Cada autor da Administração tende a abordar as variáveis e assuntos típicos da orientação teórica de sua escola ou teoria.

A Teoria Geral da Administração começou com a ênfase nas tarefas […], através da Administração Cientifica de Taylor. A seguir, a preocupação básica passou para a ênfase na estrutura com a Teoria Clássica de Fayol e com a Teoria da Burocracia de Weber, seguindo-se mais tarde a Teoria Estruturalista.

O Estado Atual da Teoria Geral da Administração.

À medida que a Administração se defronta com novas situações […], as doutrinas e teorias administrativas precisam adaptar suas abordagens ou modifica-las para continuarem úteis e aplicáveis.[…]. ” (p. 09)

A Administração na Sociedade Moderna

“A administração é um fenômeno universal no mundo moderno. […] por essa razão, profissionais – como engenheiros, economistas, contabilistas, ou médicos […], quando são promovidos em suas empresas – como construtoras, consultorias ou hospitais – ao nível de superior, gerente ou diretor, […]. A partir daí, precisam aprender a administrar e adquirir novos conhecimentos e posturas que suas especialidades não lhes ensinou em momento algum […]. É isso o que leva muitos profissionais de nível superior a retornarem mais tarde aos bancos universitários para cursarem Administração […]. “A Administração tornou-se importante na condução da sociedade moderna. Ela não é um fim em si mesma, mas um meio de fazer com que as coisas sejam realizadas da melhor forma, com o menor custo e com a maior eficiência e eficácia.” (pág. 11)

Perspectivas Futuras da Administração

…………………………………..

“A tarefa administrativa nas próximas décadas será incerta e desafiadora, […]. Vários fatores deverão provocar profundos impactos sobre as organizações e empresas, como:

1. Crescimento das Organizações: […] “(p. 12,13)

2. Concorrência mais aguda: […]

3. Sofisticação da tecnologia: […]

4. Taxas elevadas de inflação: […].

5. Globalização da economia e internacionalização dos negócios: […]

6. Visibilidade maior das organizações: […].

PARTE 2

OS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO

A história mostra que a teoria dos empreendimentos militares, sociais, políticos, militares, sociais, políticos, econômicos e religiosos teve uma estrutura orgânica piramidal que retrata uma estrutura hierárquica[…]. A teoria da estrutura hierárquica não é nova: Platão, Aristóteles e Hamurabi já tratavam dela. A bíblia relata os conselhos de Jetro, sogro de Moisés e sacerdote de Mídia, […] (p.21)

” O texto bíblico conta que Moisés seguiu os conselhos do sogro e construiu sua pirâmide humana: escolheu homens capazes de toda Israel e delegou-lhes autoridade como se fossem seus representantes […].

[…]. Os papiros egípcios atribuídos à época de 1300 a.C. Já indicam a importância da burocracia publica no antigo Egito. Na China, as parábolas de Confúcio sugerem praticas para a boa administração publica.[…]” (p.22)

CAPÍTULO 2

ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO

“[…] No final do século XIX , […] , a sociedade era completamente diferente. As organizações eram poucas e pequenas: predominavam as pequenas oficinas, artesãos independentes, pequenas escolas, profissionais autônomos (como médicos, advogados, que trabalhavam por conta própria), o lavrador, o armazém da esquina etc.[…]” (p.25,26)

Influência dos Filósofos

“A administração recebeu influência da Filosofia desde os tempos da Antiguidade. O filósofo grego Sócrates (470 a.C, -399 a.C.), […]

Platão (429 a.C.-347 a.C.), […].

Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), […].

Francis Bacon (1561-1626) […]

René Descartes (1596 –1650), […]. (p.26)

“Thomas Hobbes (1588 – 1679), […].

Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778) […].

Karl Marx (1818 – 1883) e Friedrich Engels (1820 – 1895) […]” (pág.27)

Influência da Organização da Igreja Católica

” […] A estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo para as organizações que, ávidas de experiências bem-sucedidas, passaram a incorporar os princípios e normas administrativas utilizados pela Igreja Católica.” (pág.28)

Influencia da Organização Militar

“A organização militar influenciou o aparecimento das teorias da Administração. […]. O princípio da unidade de comando (pelo qual cada subordinado só pode ter um superior) é o núcleo das organizações militares.[…] (pág. 28)

………………………………………..

“Outra contribuição da organização militar é o princípio de direção, que preceitua que todo soldado deve saber perfeitamente o que se espera dele e aquilo que ele deve fazer. […]” (p.29)

Influência da Revolução Industrial

“Com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e sua aplicação à produção, surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou completamente a estrutura social e comercial da época, […]. É a chamada Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra e que pode ser dividida em duas épocas distintas.

1780 a 1860: 1ª Revolução Industrial ou revolução do carvão e do ferro.

1860 a 1914: 2ª Revolução Industrial ou do aço e da eletricidade.

1ª fase: […].

2ª fase: […].

3ª fase:[…] ” (p.30)

“4ª fase:.[…] (p.30,31)

A partir de 1860, a Revolução Industrial entrou em sua segunda fase.[…]

As características da 2ª Revolução Industrial são as seguintes:

1. Substituição do ferro pelo aço como material industrial básico.

2. Substituição do vapor pela eletricidade e derivados do petróleo como fontes de energia.

3. Desenvolvimento da maquinaria automática e da especialização do trabalhador.

4. Crescente domínio da industria pela ciência.

5. Transformações radicais nos transportes e nas comunicações.

6. Desenvolvimento de novas formas de organização capitalista.

7. Expansão da industrialização desde a Europa até o Extremo Oriente.”(p.31)

Influência dos Economistas Liberais

“Ao término do século XVIII, os economistas clássicos liberais conseguem aceitação de suas teorias […]. As idéias liberais decorrem do direito natural: a ordem natural é a ordem mais perfeita. Os bens naturais, sociais e econômicos são os bens que possuem caráter eterno. Os direitos econômicos humanos são inalienáveis e existe uma harmonia preestabelecida em toda coletividade de indivíduos.” […] (p.34)

Influência dos Pioneiros e Empreendedores

“Nos Estados Unidos, ao redor de 1820 o maior negócio empresarial foram as estradas de ferro, empreendimentos privados e que constituíram um poderoso núcleo de investimentos de toda uma classe de investidores […]. (p.36)

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Em 1871, a Inglaterra era a maior potência econômica mundial. Em 1865. John D. Rockefeller (1839-1937) funda a Standard Oil. Em 1890, Carnegie funda o truste de aço,ultrapassando rapidamente a produção de toda Inglaterra. Swift Armour formam o truste das conservas. Guggenheim forma o truste do cobre e Mello, o truste do alumínio […]. Logo apareceram os gerentes profissionais, os primeiros organizadores que se preocupavam mais com a fábrica do que com vendas ou compras”. […] (p.36)

…………………………………………….

“Os grandes capitães de indústrias – como John D. Rockefeller, Gustavus Swifit, James Duke, Wrstinghouse, Daimler e Benz, Henry Ford e outros – não tinham condições de sistematizar seus vastos negócios com eficiência, pois eram empreendedores e não organizadores. […]

Na virada do século XX, grandes corporações sucumbiram financeiramente. […]. Estavam criadas as condições para o aparecimento dos grandes organizadores da empresa moderna.[…] Estava chegando a era da competição e da concorrência como decorrência de fatores como:

1. Desenvolvimento tecnológico,[…]

2. Livre-comércio.

3. Mudança dos mercados vendedores para mercados compradores.

4. Aumento da capacidade de investimento de capital e elevação dos níveis de ponto de equilíbrio.

5. Rapidez do ritmo de mudança tecnológica que rapidamente torna obsoleto um produto ou reduz drasticamente seus custos de produção.

6. Crescimento dos negócios e das empresas.

Todos esses fatores iriam completar as condições propícias para a busca de bases científicas para a melhoria da prática empresarial e para o surgimento da teoria administrativa.

Fonte: CHIAVENATO, Idelbrano. Introdução à Teoria Geral da Administração 6.a ed. Revista e Atualizada, Rio de Janeiro: Campos, 2000 Cap. 1 e 2, p. 1-44.

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